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História Frankenstain - PAUSADA POR FALTA DE TEMPO - Verão de 1867


Escrita por: Si1mari11ion

Notas do Autor


Acho que estou começando a me acostumar com a faculdade :)
E juro, se for assim sempre, vou terminar essa fic até o final deste ano :) Não sei se fico triste ou feliz com essa conclusão...
Enfim, tenham uma boa leitura ;D

Capítulo 54 - Verão de 1867


¬ Está meio tarde non acha?

¬ É a melhor hora pra vir aqui, acredite em mim. – respondeu cobrindo melhor o rosto com a capa.

¬ Pensei que viríamos de dia. – também arrumou sua capa. – No dia mais claro, você disse.

¬ Só que no dia não estava dando. – respondeu seguindo em passos firmes.

¬ E porque non?

¬ Porque as pessoas que quero te apresentar estão muito ocupadas de dia. – explicou. – Uma pessoa muito importante para elas sumiu há quase um ano e estão correndo atrás dessa pessoa desaparecida desde então.

O ruivo calou-se frete a resposta, percebendo que era muito melhor permanecer em silencio.

Aquele último ano tinha sido dos piores para o loiro, quase todas as noites eram mal dormidas e a preocupação era uma constante em sua vida.

O menino que viu se tornar homem sumiu no seu vigésimo quinto aniversário sem deixar um único rastro.

Ninguém entrou e ninguém saiu, como poderia ter simplesmente sumido?

Metade dos Santos entrou em desespero pelo seu sumiço e a outra metade de embebedou de ódio e saio caçando seu rastro como cães farejadores, sendo que a frente do segundo grupo estava Phoenix.

Mais tarde, muito mais tarde, descobriram-se os pelos dum gato negro debaixo da cama e encima dos lençóis. Alguma coisa, disfarçada de gato, entrou no quarto e levou seu ocupante consigo de alguma forma.

E isso, esse entrar e sair sem ser visto, aterrorizava o loiro.

Tinha sua aflição pelo desaparecimento de Shun, claro que tinha, mas tudo que sentia parecia aumentar de grau só de imaginar que algo parecido podia acontecer com o ruivo.

Ruivo este que, por sua vez, assistiu tudo àquilo de perto sem saber a razão de tamanha aflição e sem saber como ajudar naquele momento, e  agora que entendia e sabia, se culpava por ter sido tão chato nos meses anteriores.

¬ Você ficou tão mal esse último ano porque tinha medo de acontecer o mesmo comigo, non é? – questionou um tanto constrangido.

¬ Você é minha terra, meu céu, o ar que eu respiro. – o mirou com carinho ao chegarem à praça da catedral. – Se eu te perdesse jamais me encontraria novamente.

¬ Milo... – não sabia como responder direito.

O mais velho apenas sorriu e segurou-lhe a mão com ternura, sabia que ele sentia o mesmo. Os anos tornaram as palavras dispensáveis em certos níveis.

Ao chegarem às portas da grandiosa construção não precisaram dizer ou fazer nada, viu de longe a forma estatuaria de seu amigo acenar para si. Logo a passagem estaria aberta.

¬ Está pronto? – perguntou.

¬ Na verdade... – baixou levemente o rosto. – Por mais que eu tenha passado os últimos anos pensando que estava pronto para qualquer coisa, percebo agora sob o olhar de Notre-Dame que estou tão despreparado quanto uma criança recém-nascida.

¬ É normal. – sorriu gentil. – Vem. Já abriram a passagem para nós.

¬ Hun?! – estranhou na mesma hora.

Abriu as portas de madeira pesada sem grande esforço, revelando a nave da catedral e seu belíssimo vitral colorido, onde estavam todos os santos e profetas entorno da Virgem e o Menino.

Não havia nada de diferente à primeira vista, porém Camus era detalhista e logo se deu conta da falta.

¬ Onde estão os bancos?

¬ Digamos que aqui as cerimônias são todas realizadas de pé. – respondeu fechando a porta e, por consequência, a passagem. – Aquela portinha ali da direita leva até o campanário, onde residem todos os sinos e o seu sineiro. Aquela portinha da esquerda leva direto para o telhado, que é bastante usado como pátio. E aquela porta abaixo do vitral, nos leva exatamente para onde queremos.

¬ Mas está é Notre-Dame! – olhou o mais velho confuso. – Essas portas não estavam aqui semana passada quando eu vim ver a missa! Este é um santuário, não uma casa secreta!

¬ Exatamente. – sorriu nervoso, era agora ou nunca. – Este é o Santuário, não Notre-Dame.

O ruivo o mirou ainda mais estranhado e iria falar alguma coisa, mas foi interrompido pela porta do telhado se abrindo.

¬ A vantagem de habitar o corpo jovem de um morador do Santuário é que não há proteção alguma que possa te deter...

Na mesma hora, agarrou o mais novo pelos ombros e saio o empurrando na direção do vitral, colocando-o atrás de si e juntando-se à parede.

¬ Tem medo? – brincou sorrindo. – Sou eu Scorpius, o menino que viste virar homem, senti sua falta. Você não sentiu a minha?

¬ Shun nunca me chamou de Scorpius. – rosnou enfurecido.

¬ Milo... – prendia seu braço com força, sentia que aquele era o pior momento. – O que...?

¬ Ele ainda não te contou? – cortou com um sorriso. – Ah, não se preocupe Aquarius, logo terá suas respostas... Isso se não morrerem antes, é claro.

A porta atrás de si abriu-se em um rompante, revelando a real magnitude do problema.

¬ PRA DENTRO!! – Gemini urrou tentando segurar os dois inimigos que o atacavam.

¬ VEM!! – agarrou a mão do ruivo e saio correndo.

Atrás de si uma risada profunda ecoava e ocupava todo o espaço.

Seus inimigos não queriam levar ninguém consigo dessa vez, queriam apenas arrastá-los para o Vazio.

¬ MILO!! – o empurrou caindo sobre si.

Assim que sentiu o peito bater contra o chão ouviu uma explosão acima de sua cabeça e algumas pedrinhas caindo.

¬ VAMOS!! – saiu puxando o mais novo. – TEMOS QUE CHEGAR AO ARSENAL!!

¬ ARSENAL?!!

O lugar inteiro mergulhou num vórtice de horror.

Para onde quer que olhassem haviam sombras se entregando à chacina e ao massacre, enquanto que os Santos se viam resistentes e ajoelhados frente uma pressão tão grande.

O silencio do ruivo era aterrorizante, o máximo que ele fazia era arfar ao sentir um respingo de sangue ou uma brasa ardente em sua pele.

Passavam por corpos empalados e perfurados, seu sangue ou cinzas em brasa caíam e escorreriam por suas roupas e peles. Pequeninos rios de queimaduras e memórias se formavam na tez culpada de fugir em momento de necessidade.

Pisavam nas poças de sangue inocente derramado, criando um rastro sem consciência e sem culpa. Pegadas de sangue iam e vinham no caos.

Viam corpos moribundos em seu último suspiro, grunhindo com os últimos minutos sofredores de vida. Aceitavam sua condição, mas não estavam contentes com ela, ainda tinham muito para lutar.

Soluçava sempre que reconhecia um amigo naquele mar de sangue e violência. Porém, ainda não podia lutar, primeiro tinha que deixar o mais novo em segurança.

¬ AQUI!! – o puxou em tranco.

O arsenal estava cheio ainda, poucos vieram em busca de mais recursos. Ou melhor, poucos tiveram essa oportunidade.

Fechou a grande porta após o último fio escarlate passar e saio correndo atrás de uma arma que pudesse empunhar em defesa.

¬ As suas estão no armário do meio, ele disse. – tentava lembrar sem se desesperar no processo. – O seu bastão escarlate está a direita e a lança de Mestre Aquarius está a esquerda, ele disse.

O ruivo estava junto da porta, se encontrava em uma espécie de estado de choque. Rendido sobre os joelhos, tentava entender o que estava vivendo.

¬ Achei! – cantou vitória depois de muitos choques e queimaduras. – Camus!

Ele não se mexia, se quer piscava. Não podia esperar a boa vontade do amado.

Sabia que uma arma celeste não aceita que qualquer um a empunhe, precisa ser seu mestre e apenas seu mestre. E também sabia que Execution não era uma das armas mais fáceis de lidar e mesmo assim fez o que fez.

Apanhou a lança de gelo sem pensar duas vezes, sentindo a pele queimar dolorosamente na mesma hora e também a sentiu ficar mais pesada conforme andava. A lança definitivamente não queria ser empunhada por outra pessoa que não fosse seu senhor.

¬ Camus. – ajoelhou-se frente o mais novo e deixou a lança pousada no chão. – Amor, acorda.

Tocou o rosto fino com ternura, vendo o menor levar um pequeno susto antes de voltar para realidade.

¬ Milo... – segurou sua mão com igual carinho.

¬ Camus, eu preciso sair e lutar. – explicou com toda calma do mundo. – Não posso ficar parado vendo pessoas de valor morrerem. Eu vou lutar para defender todos eles e defender você. Então, eu quero, eu preciso e eu imploro, que você fique aqui dentro. Se, no pior dos casos, alguém de preto passar por essa porta, é pra cravar essa lança no rosto dele. Entendeu? E se entrarem vários, eu quero que você se esconda de qualquer forma e se não tiver como se esconder, você tem que gritar o mais alto que puder. Entendeu?

¬ Lutar? – sentia as lágrimas escorrerem lentamente pelo rosto. – Non... Você non pode... Aquelas coisas vão te matar... Você non pode...

¬ Eu preciso. – corrigiu, não era uma questão de querer ou não. – Eu tenho que ir, por favor, diga que vai se proteger até eu voltar.

¬ Seu ma-...

A porta estourou em milhares de estacas, acertando o braço e costas de Milo com suas lascas mais afiadas, que se prenderam em sua pele quando pulou sobre Camus afim de protegê-lo.

¬ Milo! – sentia e via o sangue escorrer pelos machucados.

¬ Estou bem! – respondeu se erguendo para ver o que acontecia.

A cena que presenciava o fez perder o ar e os poucos pelos se eriçarem ao mesmo tempo em que sentia um frio anormal tomar-lhe o corpo.

Cygnus lutava com todas as forças e uma calma anormal contra o Espectro que o prendia na parede com apenas uma mão, dispensando-lhe inúmeros socos e murros.

¬ Pare de lutar inseto! – rosnava o inimigo enfurecido.

¬ Nun... Ca... – respondeu flexionando as pernas e o jogando para longe com um chute bem aplicado.

Sentiu o sangue congelar ao reconhecer quem era o adversário de Cygnus, ainda mais quando este caiu tão perto de ambos com um grunhido mais de raiva do que dor.

Puxou o ruivo para trás de si e empunhou seu bastão, sentindo a pequena parcela que tinha de armadura cobrir seu corpo e o cosmo voltar a correr loucamente por seu sangue.

¬ Vou... Acabar... Com você... – deu uma leve tossida.

O Espectro se ergueu com um rosnar animalesco e se posicionou para saltar sobre o Santos, mas não antes de visualizar melhor o lugar em que estavam e sorrir com o que encontrou.

¬ Lembra de mim? – perguntou cínico.

Na hora o Santos dirigiu o olhar para o mesmo lugar que o adversário mirava, vendo com grande pânico quem estava ali além dele e o irmão caído.

¬ ELES NÃO!! – avançou sem pensar duas vezes.

¬ VEM!! – o loiro puxou o mais novo para longe.

Sentiram o impacto mesmo de costas, sendo arremessados para frente apenas com a pressão do ar. Conseguiram chegar com alguma dificuldade ao canto mais afastado da sala de armas, afinal a saída estava sendo bloqueada pelos dois combatentes.

Milo verificou o estado de Camus inúmera vezes, procurando o mínimo arranhão que ele podia ter ganhado, e o abraçou aliviado por vê-lo bem.

¬ Preciso ir! – disse aflito e tirando a proteção de rosto para beijar sua testa. – Não posso deixar Cygnus lutar sozinho com Harpia!

Saio correndo antes que o ruivo pudesse dizer algo ou prendê-lo ali consigo, colocou a proteção de rosto e procurou não olhar para trás.

O mais novo chegou a abrir a boca para responder e estendeu a mão para segurá-lo, mas se calou e baixou o rosto, segurando a lança de gelo como se sua vida dependesse dela.

¬ CYGNUS!!

Viu o rapaz bater com tudo na pilastra ao seu lado e cair dolorosamente no chão, mesmo ferido ele se forçou a levantar e continuar lutando. Entretanto, o inimigo não o queria de pé de forma alguma, o acertando com um soco tão forte que fez um buraco gigante se formar na pilastra.

Aquele golpe teria explodido a cabeça de qualquer pessoa normal, mas o rapaz apenas caiu inconsciente com o nariz sangrando e um pequeno corte atrás da cabeça.

O algoz segurou seus cabelos com força e o ergueu o tanto que conseguia, em suas mãos apareceu uma adaga sacrifical pronta para ser fincada no coração do rapaz.

¬ Cygnus... – lampejos vinham a sua mente ao mesmo tempo em que a lança era apertada com mais força. – Cygnus!

Milo acertou o inimigo antes que a adaga fosse enterrada no peito do outro loiro, derrubando-o consigo para o lado de Camus, um golpe totalmente mal calculado.

Os dois ficaram rolando de um lado para o outro, tentando se atingir de qualquer forma, fosse com suas armas ou fosse com seus próprios punhos.

Afastou-se dali, indo para o lado do loiro inconsciente.

Sentiu uma dor absurda ao vê-lo naquele estado deplorável, nunca viu o rapaz na vida, mas ainda sim conseguia sentir que o conhecia de longa data e a maviosidade em seu coração o tomava.

Ergueu seu tronco sem dificuldade e o abraçou protetor, não deixaria que nem uma pedrinha o acertasse agora, não importando se tinha algum poder ou não.

¬ Cygnus... – limpou o pouco sangue que tinha. – Agüente criança...

Foi nesse momento que viu Milo derrapando pelo chão e bater com força contra a parede, logo em seguida viu várias navalhas em forma de penas o acertarem, prendendo-se na carne e na pedra fria.

¬ ARGH!! – tirou uma navalha de sua barriga.

Levantou-se em um impulso, cheio de cortes e ferimentos, além de mais algumas navalhas e lascas de madeira ainda presos ao seu corpo, não tinha caído em combate para desistir.

¬ Ah, por favor, Morre! – o inimigo avançou louco para acabar com aquilo, já tinha se cansado.

O ruivo abraçou o rapaz em seu colo com mais força e desviou o rosto para não ver o desenrolar daquela luta, sentia as lágrimas queimarem ao escorrerem de seus olhos.

Mas não demorou muito para ver Milo cair inerte ao seu lado, seu peito estava com um rasgo enorme e sua cabeça sangrava sem parar.

¬ MILO!! – deitou Cygnus com todo cuidado possível e foi até o mais velho aos prantos. – MILO!! ACORDA MILO!!

¬ Agora sou eu e você... – o Espectro também não estava muito melhor que seus combatentes.

Mirou seu algoz com um pouco de medo.

O que podia fazer afinal?

Não tinha como combater aquele ser de força e ferocidade absurda, tudo o que tinha era uma lança de gelo.

¬ Vai ser como tirar doce de criança... – riu segurando o ferimento que Milo causou em seu ombro.

O que fazer?

O medo, meu filho, é normal. Todos sentem medo ao menos uma vez na vida.

O que fazer?

Mas você não pode deixar o medo te vencer, o medo é o pai da prudência e não da covardia. Seja corajoso, meu filho.

O que fazer?

A coragem é a primeira qualidade humana porque garante todas as outras. Não se esqueça, meu filho, do que lhe direi agora.

¬ Ser profundamente amado por alguém nos dá força. – se pôs a frente dos loiros com a lança em mãos. – Amar alguém profundamente nos dá coragem.

Começou a sentir uma estranha sensação em seu corpo, nunca a sentiu antes disso. Seu sangue parecia ferver loucamente, um calor terrível que parecia rasgar suas veias, e logo em seguida ele congelava instantaneamente.

O frio que sentia em seu sangue era agradável, era como estar acordado em uma manhã fria e ver sua respiração virar vapor, se divertindo com esse fator tão simples. Era bom, sentia-se bem.

Chegou ao ponto de ver sua respiração, de fato, virar vapor.

Chegou ao ponto de sentir algo cobrir seus ombros, parte do peito e rosto.

Sentia-se forte, capaz de muitos atos grandiosos. Mas ao mesmo tempo começava a ter visões e saberes de uma vida que não lhe pertence, ou melhor, não lhe pertence naquele tempo.

¬ Execution... – olhou para lança em suas mãos e não pode evitar um leve sorriso. – É bom tê-la em mãos, minha amiga...

¬ OLHE PRA MIM!! – respondeu o Espectro avançando sobre si.

Desviou com uma facilidade que nunca antes possuiu e deu um leve sopro na mão fechada que passou por si, vendo uma camada de gelo se formar onde sua respiração bateu.

¬ Aurora... – disse quase inconscientemente. – Execution...

O único reflexo daquela noite de sangue seria o frio excruciante da manhã.


Notas Finais


Daqui alguns capítulos eu tenho certeza de que vai ter gente querendo me matar... Mas isso não importa no momento :)
A curiosidade do dia é:
~ Kardia não seria um criado da família, na verdade ele seria um garoto de rua. Em dado momento ele iria tentar roubar de Milo, e Dégel socorreria o loiro indo atrás do infrator. Kardia pensaria que tinha enganado o pequeno esverdeado, mas na verdade ele foi o enganado e pagaria por seu crime de forma humilhante. Depois disso ele e Dégel passariam boa parte de sua infância disputando entre si ao mesmo tempo que os laços mais fortes se formavam ~
Eu espero que tenham gostado :)
Até a próxima. Bjs. L ;3


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