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História Freaks (Clexa) - Capítulo 18 O começo do fim


Escrita por: opsididitagain_

Notas do Autor


Boa leitura e comentem!

Capítulo 18 - Capítulo 18 O começo do fim


 

A voz de Barítono do Meirinho ecoou por toda sala de audiências como se fosse um trovão:

- Todos de pé, por favor, para a entrada do MM. Dr. Juiz, Sr. Joseph Anton.

A audiência toda levantou, inclusive os advogados e seus respectivos clientes, bem como o Promotor de Justiça Distrital. O Juiz, um homem na casa dos 50 anos, com cabelos grisalhos e ar severo, acomodou-se na sua cadeira, e recebendo os autos da secretária, fez sinal para que o Meirinho anunciasse:

- O Estado contra Clarke MacGillian. Façam entrar a ré.

Clarke entrou na sala de audiências, escoltada por dois policiais, algemada e com correntes prendendo os pés. A cabeça estava erguida e os olhos buscaram ávidos por outros dois azuis, mas não os encontrou.

Viu que no lugar destinado às vitimas e seus advogados, estavam Finn (já recuperado) e um senhor que reconheceu como o Juiz tutelar. O Promotor também encontrava-se junto deles. Com uma breve passada de olhos na audiência, pode ver que lá estavam John, Raven, Karen e Suzy, não a olhavam com rancor, mas também não pareciam solidários.

O Juiz, pegou os autos do processo, e de maneira solene, começou a leitura da Denúncia:

- Dou início ao julgamento da ré aqui presente, Srta. Clarke MacGillian, devidamente representada pelo seu advogado também presente. Encontra-se também presentes a vítima, Finn Johnson, com seus advogados, e o representante legal da segunda vítima, Srta. Alexandra MacGillian, o MM Dr. Juiz Tutelar...

Clarke já não ouvia mais o tom monocórdio do Juiz, muito menos suas palavras. Seu pensamento estava voltado apenas em Lexa. Parecia que nem mesmo no seu Julgamento iria poder vê-la, mesmo que fosse de longe. Só tinha notícias do que tinha acontecido com ela através de seu advogado, que não lhe esclarecia muita coisa.

Soube que ela havia ficado internada em um hospital por alguns dias e depois encaminhada a uma clínica de repouso. Tinha trancado a faculdade por um período, e ido pra Nova York ficar com a amiga Raven. E mais nada. Não sabia nem se ela estava de volta à cidade.

Suas lembranças voltaram àquele dia fatídico, mais de três meses atrás, em que tinha deixado Lexa presa na cabana de caça de seu pai e decidido por sair da vida dela em definitivo.

Tinha ido pra sua casa, que era o lugar onde mais gostava de ficar, mas antes conseguira uma boa quantidade de heroína. Quando chegou ao local, viu que a casa encontrava-se com uma escolta de policiais e o acesso bloqueado. Riu pra si mesma ao pensar:

"É óbvio que esse seria o primeiro lugar onde procurariam. Que idiota eu sou"

Então, dirigiu até um parque afastado da cidade e parou o carro onde ninguém a pudesse ver. Preparou as seringas com a heroína, em grande quantidade, mas antes ligou pra Policia dando as coordenadas do paradeiro de Lexa. Já tinha injetado a primeira dose de heroína. Sua ideia era que uma overdose a tirasse de cena como aconteceu com Costia. Preparava a segunda seringa, e em poucos minutos sentiu todo o cérebro adormecer, o corpo também seguiu o mestre, e então quando viu um menino, de uns 6 ou 7 anos, olhar pra ela fixamente através do vidro do carro. A mente já estava completamente tomada, o sangue da papoula já corria em suas veias, mas ainda assim ficou pensando de onde conhecia aquele olhar...Fez um gesto para que o moleque saísse de perto e voltou sua atenção para o que fazia antes...

"Quem é esse menino?! O que faz num lugar como esse, ermo, sem um adulto por perto?! De onde conheço aquele olhar?!"

Ficou alguns minutos entregue à sensação entorpecedora da droga. Então, pegou debilmente a outra seringa e começou a tentar se injetar. Amarrou o braço com uma borracha, mas a coordenação motora já era praticamente nula, não conseguia achar a veia. Começou e espetar aleatoriamente o próprio braço, não se importando com os ferimentos e sem sentir dor no que fazia. Quando, então, ouve batidas na janela do carro...batidas insistentes. Fez um esforço pra voltar a cabeça na direção da janela e viu outra vez o tal menino, com olhos desesperados...sem falar nada...apenas balançando a cabeça e pedindo com o olhar aflito que não fizesse mais aquilo.

A segunda seringa estava espetada em seu braço, metade do conteúdo já tinha sido injetado, mas ela agora não mais conseguia completar a tarefa, apenas olhava o menino do lado de fora a fitando com aqueles olhos tão familiares....olhos de mar...olhos de Lexa...olhos de Kane!

Acordou dois dias depois num hospital penitenciário.

Foi tirada dos seus devaneios pelo som do martelo do Juiz e um cutucão de seu advogado, pra que se levantasse.

- A Srta. está sendo acusada dos crimes de lesão corporal em duas vítimas, sendo uma delas com agravante, por se tratar de sua tutelada e com sequelas emocionais, também é acusada do sequestro, cárcere privado e maus tratos da mesma tutelada. Consta ainda a acusação de fraude contra a herança da qual era tutora, com desvio de dinheiro e falsificação de documento público, e por fim o uso de substâncias entorpecentes proibidas pela Lei. Como a Srta. se declara perante o Juízo?

Com a voz firme e o olhar direto no Magistrado, falou:

- Culpada!

Fez-se um burburinho na plateia, e o advogado fez um muxoxo de indignação. Tinham combinado que ela se declararia parcialmente culpada e não totalmente. Ainda tinha esperanças de tentar reduzir a pena dela, mas daquele jeito, ela acabaria por pegar no mínimo uns 10 anos. Quando a mulher sentou-se ao lado dele, cochichou irritado:

- Você parece que não quer mesmo se ajudar, não é Clarke?

- Cale essa sua boca e faça o seu trabalho.

- Eu tô tentando, mas sem a sua colaboração vai ficar muito difícil!

Pelas Leis do Estado da Florida, se alguém praticou vários crimes, era possível juntar todos eles num só processo e levar a julgamento de uma só vez. Por isso Clarke seria julgada por todos os crimes denunciados pelo Promotor, fossem eles contra a Pessoa, contra o Patrimônio ou contra a Ordem Social. O Juiz mais uma vez fez soar seu martelinho e anunciou a entrada da primeira testemunha da acusação.

O Policial chefe da operação que havia encontrado Lexa na cabana. Após as formalidades de praxe, tais como juramento sobre a bíblia, a testemunha começa a relatar o que tinha encontrado naquele dia:

- A vítima estava num estado lastimável. Um dos braços algemado ao dossel da cama e uma das pernas pra fora acorrentada ao pé da mesma cama. Os pulsos e os tornozelos estavam feridos pelas algemas e a corrente. Ela estava extremamente abatida e parecia delirar...estava desidratada e não comia direito há quase uma semana, ou seja, desde que fora levada para o cativeiro...não conseguia nem ficar em pé sozinha.

E continuou sua explanação por vários minutos. Depois foi interrogado pelos assistentes de acusação (lado das vítimas), promotoria e advogado de defesa. E assim, do mesmo modo várias outras testemunhas se sucederam ao longo do dia sobre as acusações de sequestro, cárcere privado, maus tratos e lesão corporal.

O testemunho final do dia foi da vítima Finn Johnson, que relatou em detalhes o ocorrido na casa quando foi atacado por Clarke. Deixou claro que suspeitava do envolvimento das duas, mas que Lexa havia negado veementemente aquilo, e que acreditava na namorada.

Após mais de 10 horas de testemunhos e apresentação de provas técnicas, com somente um pequeno intervalo para o almoço, o Juiz encerrou os trabalhos por aquele dia e anunciou o reinicio para o dia seguinte, na mesma hora.

Clarke foi levada outra vez para a prisão em que estava e apenas um pensamento martelava em sua cabeça.

"Então ela voltou a namorar o Finn"

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Do outro lado da cidade, um rapaz e três moças tocam insistentemente a campanhia da mansão dos MacGillian. Uma Senhora, com ar austero, de cabelos loiros e presos por um coque, abre a porta. Os visitantes olham pra ela intrigados, afinal até o dia anterior aquela pessoa não estava ali...quem seria?

- Queremos falar com Lexa, por favor! Somos amigos dela!

Falou John. A Senhora os olhou de cima em baixo, num exame minucioso, e deu passagem para que eles entrassem:

- A Srta. Lexa está recolhida nos aposentos dela desde ontem. Fez as refeições no quarto, como sempre, e pediu que somente fosse chamada, se a amiga de nome Raven telefonasse ou viesse até aqui.

- Eu sou Raven. Posso subir então?

- Sim, por favor. Sabe o caminho?

- Sei, obrigada.

Suzy, sem conter a curiosidade, pergunta:

- E a Senhora, quem é?

Numa imponência típica de pessoas formais, porém com certa simpatia, a mulher respondeu:

- Sou Sally, a nova Governanta. O Juiz tutelar me contratou para que eu cuidasse melhor da jovem MacGillian. O estado depressivo dela não melhora e ele achou por bem ter mais alguém na casa que cuidasse dela.

Karen, com um suspiro comenta:

- Não vai adiantar. Podem colocar 20 pessoas trabalhando nessa casa e pajeando a Lexa....ela não vai sair dessa se não for por esforço próprio, ela parece ter se entregado à melancolia...

- Verdade...até a faculdade que sempre foi seu sonho, ela trancou...

Emendou John...e Suzy, com sua pouca sutileza, arremata...

- Tá certo que foi traumatizante o que ela passou, mas ela está praticamente catatônica há mais de três meses. Não conversa com a gente e só fala alguma coisa com Raven, mesmo assim pouca.... e não quer ver o Finn, que foi tão vitima quanto ela, nem pintado. Não entendo o motivo, mesmo depois de tudo que sofreu, ela ainda fica fazendo aquele monte de desenhos da Clarke.

- Eu sinceramente, também não sei o que pensar sobre isso. - Falou John intrigado.

Enquanto subia as escadas pra chegar ao quarto da amiga, raven não podia deixar de lembrar de tudo o que tinha acontecido com Lexa, até então, num espaço de menos de dois anos havia perdido os pais e tido sua vida virada do avesso pela chegada da prima, sua tutora. Se apaixonou por ela, se entregou a essa paixão...e foi roubada e sequestrada por quem mais adorava.

Ainda bem que a própria Clarke decidiu contar onde Lexa estava antes de tentar se matar. Lembrou dos pesadelos que Lexa tinha todas as noites quando estava na sua casa, e que acordava, na maioria das vezes, gritando e chamando por Clarke. Queria fazer o possível pra ajudar a melhor amiga a sair do estado de depressão em que se encontrava. Ela quase não falava, somente palavras soltas e monossílabos, não sorria, passava horas olhando para o nada ou rabiscando traços do rosto de Clarke, não havia coisa alguma que atraísse a sua atenção, a não ser quando ouvia alguém mencionar o nome de Clarke.

Deu duas batidinhas na porta do quarto de Lexa e entrou, sabia que ela não responderia mesmo. Viu a amiga sentada na cama, numa pose ereta, olhando para a porta, como se esperasse por ela. Chegou perto dela e pegou sua mão, deu um beijo carinhoso na face da amiga e perguntou:

- Como está se sentindo hoje? Melhor?

Lexa olhou pra ela sem mudar a expressão vazia ...e disse com a voz bem baixa...

- Diga como foi lá...

Raven respirou fundo e ainda quis saber:

- Tem certeza que quer ouvir? Não acha que isso só vai trazer mais lembranças ruins pra você, minha querida?

Lexa a olhou impassível, não disse nada, mas seu olhar exigia que a amiga começasse a falar, e Raven assim o fez. Contou com detalhes tudo o que tinha acontecido na sala de audiências, inclusive que Clarke havia se declarado culpada pelos crimes e que, com isso, as chances dela ser condenada a uma pena bastante alta, crescia muito. Quando acabou de falar, olhou pra Lexa, que encontrava-se na mesma posição, olhando para o vazio, fez um carinho nos cabelos dela e perguntou...

- Quer que eu fique mais um pouco contigo ou chame mais alguém?

Lexa não olhou pra Raven, apenas balançou a cabeça em negativa e recostando nos travesseiros de seu leito...estendeu a mão e desligou o abajur, deixando o quarto totalmente escuro, num claro pedido pra que a amiga fosse embora. Esta levantou-se e já estava quase fechando a porta, quando ouve Lexa perguntar:

- Cortaram os cabelos dela?

Surpresa, Raven respondeu.

- Sim, bem curtos.

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O segundo dia de julgamento transcorria do mesmo modo que o primeiro. Uma sucessão de testemunhas eram ouvidas e uma coisa se percebia em comum, todas tinham uma tendenciosa opinião sobre a ré: ela era culpada por tudo, sem dúvidas. A imprensa cobria o julgamento e faziam suas previsões e apostas sobre qual seria a pena imposta à socialite.

O dia foi ainda mais cansativo, pois o Juiz tinha que examinar vários documentos e ouvir os peritos, tanto legistas quanto os grafotécnicos. Suzy, Karen, John e raven foram ouvidos também como testemunhas. Todos deram depoimentos semelhantes, contando como era a convivência entre as primas. Disseram o quanto Clarke era arredia no começo, mas que nos últimos meses estava se dando muito bem com Lexa e com eles também, que inclusive planejavam viajar juntas e que não sabiam dizer se elas tinham algum tipo de relacionamento amoroso.

Todos, especialmente Raven, decidiram que não deveriam mencionar o que sabiam ou desconfiavam sobre a relação mais que fraternal entre as duas. Clarke já estava encrencada o suficiente e não precisava que colocassem mais lenha ainda na fogueira onde iria ser queimada. No fundo, mesmo sem saber ao certo, ainda nutriam um sentimento bom por aquela estranha mulher, só não a perdoavam por ter maltratado tanto Lexa.

O Juiz, mais uma vez, deu por encerrada a sessão. Comunicou que não havendo mais testemunhas a serem ouvidas, nem provas documentais a se analisar, o dia seguinte seria somente para as considerações finais dos advogados de defesa e da acusação, e que o veredicto seria anunciado por fim.

Clarke novamente foi levada para sua cela. Estava num estado de profunda melancolia. Não lhe importava mais quantos anos de cadeia pegaria, viver dentro ou fora daqueles muros não faria diferença no que sentia dentro de si. Sentia-se seca, sem vida. Lexa não tinha ido ao julgamento dela e nem mesmo como testemunha de acusação ela seria ouvida.

"Ela deve me odiar. Nem pra me acusar ela quis vir. Preferiu deixar-se representar pra não ter que olhar na minha cara. Não a culpo, Lexa...você está certa! Eu te causei muito mal"


Notas Finais


E aí, o que vocês acham que vai acontecer?

obs: Quem já leu essa adaptação, não estrague o final para outras pessoas.
OBS²: não entendo nada de Direito, eu sou Engenheira, essa fic é adaptada, qq erro nesse âmbito, sorry!!


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