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História Free As A Bird - Capítulo 10


Escrita por: marysheezus

Capítulo 11 - Capítulo 10


A minha mão automaticamente amassou o maço de cigarros que eu segurava. Será que havia razão ou motivo para o que eu estava sentindo? Não. Não havia. Mas com certeza John havia planejado tudo aquilo. Ele sabia do que eu estava sentindo. É claro que ele sabia que eu pensava nele! Ele é o diabo. Ele consegue ver minha alma.

 

Eu estava ali parado, com frio, olhando para ele que estava, aparentemente, muito quente. E com uma garota no colo. E na boca. Os dois se beijavam numa voracidade assustadora, pareciam que iriam tirar as roupas ali mesmo e fazer sexo no meio da rua. John abriu um olho e afastou a garota, sorrindo cinicamente.

 

- Macca! Aí está você!

 

- O-Oi John – Eu tentei dizer algo, ridiculamente.

 

- Quem é seu amiguinho, John? – A garota, aparentemente oriental, fez uma cara debochada pra mim.

 

- E você, querida, quem é? – Disse, disfarçando a raiva.

 

- Ah, esse é o Paul, Paul essa é a... – John olhou pra ela, esperando que ela dissesse seu nome.

 

- Yoko. – Ela sorriu de novo.

 

- Por que você me chamou aqui? – Eu perguntei.

 

- Ah... Acho que esqueci... – Ele olhou pra garota que parecia ser de um tipinho insuportável.

 

- Esqueceu, é? Nossa, John, que ótimo! Da próxima vez vê se me esquece também! – Eu bati o pé, nervoso.

 

- Calma, calma... - Ele se levantou. – O que deu em você?

 

- Nada, John. Toma aqui essa merda! – Eu joguei o maço de cigarros. – Divirta-se com a sua Kioko! – Eu fiz uma cara cínica e sai na chuva, que agora estava mais grossa, em direção ao Skyscraper.

 

- É Yoko! – A japa me corrigiu.

 

- Foda-se! – Eu gritei alto, de costas.

 

Aparentemente eu estava chorando. Ótimo!

 

O que é que eu estava sentindo? Por que eu fui um idiota? Por que ele foi um idiota? Por que aquilo tudo? Por que desde que ele entrou na minha vida eu não tenho descanso? Era necessário aquilo tudo? John era necessário? Por que ele parece ser tão necessário pra mim?

 

E, por que caralhos eu estava chorando na chuva, igual uma mulherzinha em qualquer cena dramática de filme meloso?

 

Eu simplesmente não sabia uma resposta se quer pra alguma dessas perguntas. E a única coisa que eu queria era me trancar no meu quarto e pensar. George provavelmente não apareceria tão cedo então eu teria tempo. Mas mesmo assim eu corri. Eu corri, chorando naquela chuva que não acabava.

 

Acho que no fundo, eu odiava não conseguir entender alguma coisa, eu odiava não saber de algo. E era exatamente o que estava acontecendo. Eu me sentia burro por não entender meus sentimentos. E eu odiava me sentir burro.

 

Entrei rápido pelos portões da SIS, eu corria para o meu quarto. Eu sentia medo de alguém me ver assim e me perguntar o que aconteceu comigo.

 

O que aconteceu comigo? Vejamos, ontem um cara que me chamou para brigar acabou me beijando, ele quer atuar Romeu e Julieta comigo, ele me chamou para “ir lá fora” enquanto estávamos no bar, para dizer algo importante, mas acho que ele perdeu o que ele ia falar na boca de uma japonesa desgraçada. E eu dei um chilique por causa disso. O que aconteceu comigo? Eu não sei, será que você poderia me explicar?

 

Eu me fechei no quarto e me joguei na minha cama. Afundei minha cara no travesseiro.

 

- Eu te odeio, John Lennon! – Eu choraminguei, com raiva. – Te odeio, seu filho da mãe! – Eu socava a minha cama.

 

Que grande merda é essa de sentir algo estranho por alguém. O melhor, e isso eu digo recheado de sarcasmo, é que você não sabe o que fazer. Como reagir, entende?

 

Queria me esconder e me aparecer. Queria sumir e voltar. Queria que ele morresse mas ao mesmo tempo queria que ele estivesse aqui comigo.

 

Se ele fosse uma garota, talvez eu estivesse...

 

“- Mas, isso não é errado?

 

- Como assim?

 

- Tipo, dois caras, assim... Sabe?

 

- Você é muito certinho, mesmo...”

 

Eu... Eu não...

 

Antes que eu pudesse concluir meus pensamentos, alguém bateu na porta. George? Por que ele estava batendo a porta? Será que ele me viu? Será que ele viu tudo aquilo? Como é que eu vou explicar?

 

Eu me levantei rapidamente e ajeitei minha roupa. Corri até o banheiro e lavei meu rosto vermelho, ajeitando meu cabelo. Fui até a porta e respirei fundo, bolando na minha cabeça as mais variadas desculpas por ter saído correndo na chuva daquele bar.

 

Dor de barriga? Dor de cabeça? Esqueci a carteira? Pensando bem talvez ele nem esteja me procurando. É, talvez ele tenha vindo comer alguma coisa. Ou esteja com alguma garota. Se bem que os porteiros não costumam a deixar as garotas entrarem...

 

Abri a porta.

 

Não era George.



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