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História Free Fallin - Lembranças do inferno


Escrita por: _RangerVermelho

Notas do Autor


Olaaar
Então, primeiro eu gostaria de agradecer as pessoas que estão comentando, sério, não sabem o quanto isso me ajuda. OBRIGADA~
Nesse cap tem a introdução de um novo personagem, espero que gostem <3

Enjoy it :3

Capítulo 6 - Lembranças do inferno


O chefe ficou alguns minutos conversando com essa pessoa, eu não podia me virar e ficar encarando pra ver quem era, então eu tentava escutar o que eles falavam. Era algo como "o negócio é bom e fácil" o irmão dele mexia com coisa errada? Inguk respondeu em tom raivoso alguma coisa como "eu não sou bandido como você". A conversa estava ficando interessante, então quer dizer que o irmão do chefe era um bandido? Era um pouquinho cômico, tipo ele era o bonzinho e o irmão o mal. Se bem que eu não podia falar nada, porque apesar de não ter irmão, depois do Sr. Moore eu era a ovelha negra da família. Ele podia comandar tudo, podia mandar matar quem atrapalhasse seus negócios, mas umas das pessoas que executava suas ordens, era eu.

 

 

-Desculpa Amélia, eu preciso ir! - Igunk colocou dinheiro em cima da mesa e saiu.

 

   Ele não parecia bem. Eu não deveria fazer isso porque provavelmente iria receber ironias e sarcasmos como resposta, mas eu sou teimosa, então me levantei e fui atrás dele.

 

-Chefe, espera! - corri em sua direção - Você está bem? - ele continuava de costas pra mim. Eu já estava esperando mais uma de suas típicas respostas, mas não foi isso que aconteceu.

-Sim Amélia, eu estou bem! - se virou pra mim soltando um longo suspiro.

-Tem certeza? A pressão que você 'ta fazendo no maxilar me diz outra coisa! - ele soltou um riso pelo nariz balançando a cabeça e voltou a andar - Então chefe, aquele era seu irmão? - comecei a andar ao seu lado, não sabia se devia perguntar isso, mas agora já foi.

-Se é pra me perguntar coisas assim, pode ir embora! - Inguk disse enquanto colocava os óculos de sol. Não sei pra quê, estava quase no final da tarde, nem tinha mais sol.

-Pra quê os óculos, chefe? Não tem mais sol! - o olhei.

-Pra não ter que ver seu rosto com nitidez! - acho que agora ele estava realmente bem.

 

   Continuamos andando, estávamos na calçada de um parque. As crianças corriam brincando com um sorriso de orelha a orelha que fazia seus pequenos olhos puxados se fecharem, alguns tinham uns dentinhos faltando, era uma cena fofa e fazia tempo que eu não passava por um lugar assim.

 

 

    Seo In-Guk point of view

 

   Amélia olhava em direção ao parque enquanto sorria, fazia algum tempo que ela estava calada, isso era bom porque significava que ela conseguia manter a boca fechada quando queria.

 

-Ôh! Algodão doce! - vi ela correr na direção de um vendedor. Sério isso?

-Fala sério, quantos anos você tem mesmo? - parei ao lado dela e a vi fazer careta pra mim.

-Eu quero um rosa! - ela apontou pra um dos algodões coloridos.

-Vocês formam um bonito casal! - o vendedor disse sorrindo enquanto guardava o dinheiro e se distanciava.

-Não somos um casal! - falamos ao mesmo tempo.

 

   Amélia fez careta pra mim de novo e voltou a andar me fazendo revirar os olhos mesmo que ela não pudesse ver por conta dos óculos. Ela comia o algodão doce como se fosse a coisa mais gostosa do mundo, e se sujava igualzinho uma criança.

 

-E pra sua informação chefe, eu vou fazer 21 mês que vem! - ela me olhou com um semblante irônico. O canto da sua boca estava rosa e com um pouco de algodão colado ali. Tirei os óculos e bufei baixo.

-Pois não parece! - parei ela e a virei pra mim. Tirei um pano do bolso da minha camisa, a puxei pra mais perto segurando seu rosto com uma mão enquanto limpava sua boca - Não sabe nem comer sem se sujar! - ela olhava pra mim com os olhos arregalados.

 

   Foi ai que eu percebi a nossa tamanha proximidade. A olhei por alguns segundos. Assim de perto ela nem parecia uma tagarela que as vezes me tirava do sério. Mas o que eu estou fazendo mesmo? Soltei seu rosto e me virei de costas guardando o pano.

 

-Preciso ir embora, tenho muito trabalho a fazer! - me virei novamente.

-É o projeto do cliente de ontem? - a vi jogar o palito do algodão doce no lixo.

-Não, esse já está quase pronto. É outro, um pouco mais complicado! - suspirei e Amélia continuava me olhando como quem não tinha entendido ainda - Todo ano a empresa participa de um concurso de "O melhor marketing do ano" onde várias empresas do ramo participam apresentando novas ideias de propaganda. Nossa empresa não ganha o prêmio a três anos. Tenho que fazer um bom trabalho dessa vez!

-Posso te ajudar se quiser! - ela sorriu.

-Já basta o tempo que passo olhando pra você durante a semana, nos encontrarmos aos finais de semana também não da! - sorri de canto.

-Olhar pra você também não é nenhuma paisagem chefe! - sorriu cínica - Até segunda! - ela se virou na direção oposta a minha e começou a andar pisando duro no chão.

 

    Uma criança birrenta!

 

                           

 

    Amélia point of view

 

   Juro que essas bipolaridades dele ainda vai fazê-lo ser internado em uma clínica. Primeiro fica todo fofo lá comigo e depois volta com suas típicas respostas. Quer dizer eu nem sei se ele ao menos consegue ser fofo, pra mim, ele gosta mesmo é de me irritar. Fui o caminho todo de volta resmungando comigo mesmo sobre o que tinha acontecido.

 

-Quem ele pensa que é? - entrei em casa batendo a porta.

-Algum problema senhorita? - me assustei quando vi Alfred na cozinha.

-Ah! Eu não te vi ai Alfred - sorri sem graça.

-Eu percebi! - ele riu - Estava falando de quem senhorita?

-Ninguém! - respondi rápido.

-Ah querida, você chegou! Estava preparando o jantar com Alfred! - minha mãe saiu do quarto segurando um livro de receitas e veio em minha direção me abraçando. Engraçado que ela parecia elegante até quando não estava tão arrumada. Mamãe tinha seus mais de quarenta anos, mas estava bem conservada, cabelos ondulados e pretos, alta e com um bom corpo.

-Acho que vou ter que roubar Alfred um pouquinho da senhora mãe, preciso conversar com ele! - fiz sinal com a cabeça pra que ele me acompanhasse até o quarto.

 

     Assim que entramos fechei a porta e me virei pra Alfred que me encarava desconfiado.

 

-Fred, você por acaso, conhece todos os funcionários do meu pai? - o olhei.

-Acho que seria impossível conhecer todos senhorita, por quê?

-Na verdade seria um em especial!

-Um em especial? - Alfred semicerrou os olhos me encarando.

-Sim, quando eu fiquei lá na cafeteria com o chefe, chegou um homem, eu não pude ver quem era, mas era irmão dele. Fiquei curiosa porque a voz era muito familiar, mas a conversa deles foi meio estranha! - parei um pouco tentando lembra do que eu escutei - Não que eu estivesse escutando a conversa deles, claro! - sorri.

-Sei! - Alfred riu - Você pelo menos sabe o nome dele?

-Hyun Joo. Se levar em contar o sobrenome do chefe, seria algo como Seo Hyun Joo! - pensei

-Bom, não é tão simples assim senhorita, dificilmente eles continuam com o nome de nascimento, na maioria das vezes trocam por um menor e mais fácil de se falar! - minhas chances de descobrir algo diminuiu mais ainda, até porque eu não tinha visto o rosto, só a voz que me parecia extremamente familiar - Mas eu sei que seu pai tem todos os nomes de seus funcionários anotados em um caderno que fica no seu escritório do terceiro andar! - Fred completou me fazendo sorrir.

-Então é só entrar lá! - abri um sorriso largo.

-Espero que esteja brincando senhorita, sabe o que aconteceria se seu pai te pegasse lá dentro? - ele me olhou assustado.

-Eu sei. Por isso tenho que criar um plano primeiro! - o acalmei - Mas agora quero te pedir um favor.

 

   Expliquei pra Alfred o que Inguk tinha me falado sobre aquele concurso. Meu mordomo era uma pessoa extremamente inteligente, ele poderia me ajudar a criar um novo método de divulgação pra poder ajudar o chefe. E foi isso que ele fez. Passamos o restante do fim de semana todo pesquisando, anotando, organizando da melhor forma possível as minhas ideias com as deles, e com isso conseguimos três ideias diferentes.

 

                                [...]

 

   Na segunda feira Benjamin foi me (1) levar até a empresa. Ele estava extremamente prestativo que até me ajudou a levar as pastas onde estavam guardados os projetos que fiz com Alfred, até o meu andar, como se elas fossem a coisa mais pesada desse mundo. Mas eu sabia quais eram as verdadeiras intenções dele me ajudando assim.

 

-A sua sorte Ben, é que a Sun Hee chega cedo na empresa!

-Porque 'ta falando isso? - se fez de desentendido.

-Para de teatro que eu sei o que veio fazer aqui! - olhei pra ele mexendo as sobrancelhas dando um ar de segundas intenções.

-Não sei do que 'ta falando! - ele não conseguiu segurar a risada.

 

   O elevador parou e nós saímos. Assim que Sun Hee nos viu -diga-se viu o Benjamin- abriu um grande sorriso. Confesso que os dois combinavam, eu acho, não sei. Sun Hee era aquela típica coreana com grandes cabelos pretos e lisos, olhos que formavam um fofo eye smile quando sorria e estatura pequena. E Ben não ficava atrás, ele tinha a pele morena, tipo café com leite com mais leite do que café, cabelos castanhos, olhos claros e era alto e forte.

 

-Oi Sun Hee! - peguei as pastas da mão do Ben enquanto sorria pra ela - Tchau Shun Hee! - dei um sorrisinho em direção aos dois e fui pro escritório.

 

    Na parte da manhã recebemos o cliente de sexta. Inguk apresentou a ideia de marketing que ele tinha feito, nos mínimos detalhes, depois eles acertaram tudo certinho como seria a próxima etapa pra começar a divulgação do produto. Na hora do almoço sai pra comer com Sun Hee, e mesmo que ela não percebesse toda hora tocava no nome do Ben. Quando voltei pro escritório percebi que o chefe não tinha saído para almoçar, como sempre, estava com a cara no computador. Resolvi não incomoda-lo, apenas porque eu acabei de ter uma ideia.

    Me sentei na mesa e peguei as pastas que eu havia levado. Inguk não precisava se matar sozinho assim quando se tinha uma empresa e funcionários a disposição para ajudá-lo. Reli todas as ideias que eu e Alfred organizamos, e em cada uma delas acrescentei todos os setores da empresa que deveriam ajudar a desenvolve-las. Passei algumas horas mexendo nisso que me assustei quando meu celular começou a tocar.

 

-Você me assustou Alfred! - atendi o celular falando um pouco baixo.

-Desculpa senhorita, eu te atrapalhei?

-Não, pode falar!

-Eu queria te avisar que seu pai vai ter uma reunião fora de casa hoje!

-E o que eu tenho a ver com isso? - as reuniões do Sr. Moore não me interessavam, a não ser que me fosse dada uma tarefa.

-A casa vai estar vazia senhorita! - foi ai que eu entendi.

-Aaah entendi. Muito obrigada, sério!

-Só tenha cuidado! - e assim ele desligou o telefone.

-Ah como eu te amo Alfred! - falei encarando o celular e depois vi que Inguk olhava pra mim com uma sobrancelha arqueada - Desculpa! - sorri sem graça.

 

   Alfred era engraçado, ele sempre discordava das minhas ideias, mas no fim acabava me ajudando. Se é pra ser assim porque ficar brigando comigo se vai me ajudar depois? Eu hein.

   Terminei de organizar minhas pastas. Particularmente falando, pelo menos uma delas o chefe teria que considerar uma boa ideia, caso contrário eu não vou poder me meter em mais nada, porque eu já to correndo o risco de ser vítima mais uma vez de suas ironias. Olhei no relógio e ele marcava pouco mais de seis horas, e eu teria que pedir pra sair mais cedo.

    Arrumei minhas coisas dentro da bolsa e me levantei com as pastas nas mãos.

 

-Ainda vai precisar de mim hoje chefe? - parei em frente a sua mesa. Ele levantou os olhos do computador para mim, os óculos que estava usando o deixava mais sexy... Ok, foi só uma observação.

-Acho que não! - olhou no relógio - Se quiser já pode ir!

-Antes de ir, queria te entregar isso! - coloquei as pastas em cima de sua mesa - Espero que você possa ler tudo e que goste de algo. Boa noite! - dei um aceno com a cabeça e sai da sala.

 

    Sai rápido antes que ele pudesse me perguntar qualquer coisa, já bastava a cara de desconfiado que ele fez. Me despedi de Sun Hee e entrei no elevador. Liguei pra Alfred pra confirmar, ele disse que a reunião era as sete e meia, mas que meu pai sairia cerca de uma hora mais cedo de casa.

   Sai do prédio da empresa e esperei por um táxi. Se fosse direto pra lá, considerando o horário agora, chegaria alguns minutos depois de o Sr. Moore sair. Assim que entrei no táxi, levei cerca de 15 minutos pra chegar a minha antiga casa.

 

-Onde pensa que vai Amélia? - um dos seguranças disse assim que me aproximei do portão.

-Essa ainda continua sendo minha casa! -  me aproximei mais.

-Até onde eu sei, você não mora mais aqui - um outro segurança entrou na conversa.

-E o que vocês sabem além do que o Sr. Moore quer que vocês saibam? - sorri cínica - Ele por acaso deu ordem pra não me deixarem entrar na casa? - nenhum deles falou alguma coisa - Da pra abrir então?

 

   Eles se entreolharam e meio relutantes abriram o portão. Assim que consegui entrar soltei um suspiro de alívio. Olhei ao redor, a luz da cozinha estava acessa, deveria ter alguma empregada por ali, e com certeza teria algum segurança lá em cima. O que eu faço agora?

    Entrei na cozinha e agradeci quando vi Doroth ali. Ela era uma das minhas empregadas favoritas, e uma das mais bonitas também. Conversei com ela, e ela concordou em me ajudar. Ela subiria e chamaria os seguranças que estivessem lá em cima pra fazer um lanche e caso fosse preciso usaria seus truques femininos. Mas eu subi antes dela e entrei onde era meu quarto, e como era de costume havia dois seguranças no começo da escada que dava pro terceiro andar.

   Coloquei a orelha na porta e fiquei escutando até ter certeza de que não tinha mais ninguém ali. Assim que escutei as vozes dos seguranças e de Doroth passando em frente a minha porta e depois ficando cada vez mais baixa, eu sai. Corri tentando não fazer barulho por causa do salto e subi as escadas, andei por um dos corredores até encontrar o escritório e entrei. Dentro tinha alguns armários com portas de vidro cheios de documentos organizados em pastas, espero que o que eu procuro não esteja dentro de um deles. Procurei primeiro nas gavetas da mesa, e nada. Mexi um pouco em cima de uns papéis que tinham em cima dela e achei um caderno com uma capa preta aveludada. Peguei o abrindo, era esse mesmo, comecei a folhear até chegar na letra S e depois fui vendo nome por nome. Até que achei, Seo Hyun Joo. Na frente do nome tinha algumas datas e o nome James junto, deveria ser o nome que ele usava agora.

    Eu ainda não tinha certeza de que eles eram a mesma pessoa. Mas o pior de tudo não era isso, quando cheguei no CTM conheci James, ele estava pra sair de lá, só que dois anos depois ele voltou, como um dos encarregados pelo "treinamento" lá dentro, e foi ele que fez a minha vida ser um inferno, mas agora graças a Deus faz tempo que eu não o vejo. Coloquei o caderno no mesmo lugar e sai dali, desci as escadas olhando pra vê se não vinha ninguém e entrei novamente no meu antigo quarto.

   Respirei fundo, tentando me concentrar pra tentar me lembrar da voz que tinha ouvido na cafeteria, era muito familiar e realmente se parecia com a voz do...

 

-Quanto tempo Amélia!

 

 

 

-James?

 


Notas Finais




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