História Free Fire - Capítulo 13

Misha

- Tudo começou depois que meus pais morreram, eles serviam a família real, na marinha, e faleceram em um ataque. Maxim e eu passávamos a maior parte do ano sozinhos, Maxim era um explorador, ele sempre gostou dessas coisas de aventura, floresta, adrenalina, já eu trabalhava em uma oficina de carros, sempre gostei de dirigir, não importa se era um barco, um carro, eu amava. Nós dois éramos felizes, antes de nossos pais morrerem. Depois disso nós fomos convocados para servirmos a família real, no lugar de nossos pais, eu era a capitã do navio e Maxim meu auxiliar, nós estávamos em uma missão, mas nosso navio foi atacado por piratas, só estávamos nós dois, não tinha o que fazer, tentamos lutar mas falhamos, eles nos desarmaram e então eu apaguei, é só disso que me lembro daquele dia. - Suspirei fundo. - Acordei no meio da floresta, sem Maxim, e vaguei até que encontrei Andrew, ele me ajudou e hoje estou aqui, Maxim era tudo que eu tinha, mas ele também foi embora.

Passei a mão pelo rosto e só então percebi que chorava.

Olhei pra Kla, que me olhava estático, eu virei o rosto, mas ele me puxou pra um abraço, eu o correspondi e então ficamos ali por alguns segundos.

Nós nos separamos e ele me olhou.

- Eu não acreditava em nada antes de vir pra cá. - Começou a falar. - Aprendi que nesse mundo podre, você mate ou você morra, você sempre estará sozinho. Até que eu encontrei vocês, Miguel me ajudou em muita coisa quando cheguei, pela primeira vez eu tive um amigo, e agora você aparece. Eu estarei sempre aqui com você, Misha.

(...)

Foi um longo dia.

Estava na hora da última refeição, peguei minha bandeja e procurei um lugar para me sentar, Nikita estava em uma mesa acompanhada de Andrew, e na outra estavam Kla, Miguel e Kelly. Me sentei junto a Nikita.

- Misha! Não tive a oportunidade de falar com você depois que chegou, como você está? - Andrew me recebeu.

- Eu estou bem, obrigada. Só queria que Ford também estivesse. - Lamentei.

- Falei com Olívia, e ela disse que ele já não corre nenhum risco de morte. - Nikita se pronunciou.

- Mesmo? - Perguntei e ela assentiu. - Isso é um alívio.

- Ford é excepcional pra todos nós, mas enquanto ele se recupera, Miguel ficará no comando da Equipe de Exploração. - Andrew disse, e em seguida saiu.

- Miguel também é muito talentoso. - Disse.

- Miguel, é? - Nikita me olhou com uma cara maliciosa.

- Ei! - Ri. - Não é nada disso que está pensando.

- Que bom que não, porque parece que a mocinha de amarelo está interessada nele. - Apontou com a cabeça, fazendo-me olhar na direção.

Kelly estava com a cabeça encostada do ombro de Miguel, e uma de suas mãos estava entrelaçada com a dele, quem visse essa cena realmente pensaria que são um casal.

(...)

- Misha, Acorda. - Senti me chacoalharem.

- O que houve? - Me virei, dando de cara com Maxim.

Levantei em um pulo, me jogando em seus braços.

- Maxim! Você voltou! Voltou por mim! Eu sabia que não me abandonaria.

- Eu nunca irei te deixar, irmã.

- Como entrou aqui? - Perguntei.

- Foi fácil, agora, nós precisamos ir.

O segui em direção a saída, mas havia algo errado, eu não tinha visto ninguém na Sede, nem o pessoal que vigia aqui a noite.

- Maxim, onde estão todos?

- Os seus amigos estranhos? Relaxa, eu cuidei muito bem deles.

Me soltei bruscamente de Maxim.

- O que você fez com eles?

Antes de Maxim responder, Miguel cruzou a porta, apontando uma arma pra Maxim. Sua cabeça sangrava e ele parecia ter sido muito machucado.

- Misha! Saia de perto dele! - Miguel gritou, me fazendo olhar Maxim assustada.

Em um segundo Maxim sacou sua arma, no outro segundo Miguel estava no chão, sangrando muito, eu corri até ele, mas Maxim me puxou, eu então peguei a arma da mão dele e atirei em sua cabeça.

- Não!

Acordei respingando de suor.

Foi apenas um sonho.

Suspirei em alívio, me sentando na cama. Me levantei pra caminhar, eu estava me sentindo mal.

Passei pelos vigias noturnos, dizendo que eu já voltava. Caminhei pela floresta até chegar no lugar de mais cedo, por algum motivo aquele lugar me trazia paz. Eu me deitei naquela grama macia, á beira do lago, fechando os olhos.

- Não consegue dormir? - A voz de Kla disse ao meu lado.

Abri meus olhos e ele estava em pé do meu lado.

- Digamos que tenha sido um pesadelo. - Ri fraco, me sentando, logo ele se sentou ao meu lado também. - Sou tão boba.

Ele colocou sua mão em cima da minha.

- Tudo bem, eu também tenho.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, até que ele se aproximou, nossos rostos estavam bem próximos e eu me vi perdida.

Não tive tempo de pensar, senti seus lábios macios nos meus e fechei os olhos, me entregando aquele beijo.