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História Freedom - Capítulo 54


Escrita por: Alicesampaio

Capítulo 54 - Capítulo 54


Acordei esparramada na cama de Justin, com o corpo por cima do dele. Minha cabeça estava em seu peito, me lembrava vagamente de ter me enroscado nele depois de termos chegado da piscina.

Será que ainda existe a possibilidade de Justin me deixar fazer parte de sua vida novamente?

Levei a ponta dos meus dedos sobre os músculos fortes do seu ombro, tracejando as veias, toquei levemente os biceps, analisando de perto cada tatuagem em sua pele branca. Me perguntei o que cada uma delas significava, Justin não é o tipo de homem que faz qualquer coisa sem motivo. Me movi devagar e fiquei em cima de Justin, com uma perna de cada lado e percebi que seus olhos estavam abertos.

- Está acordado? - ele sorriu sexy.

- Acha que existe algum homem na face da terra dormindo enquanto uma mulher como você faz carinho desse jeito. - Beijei seus lábios carinhosamente.

- Posso perguntar uma coisa? - Ele levantou uma sobrancelha como se eu tivesse feito uma pergunta idiota. 

- O quê? - Sua voz era de uma rouquidão sexy.

- Queria saber sobre suas tatuagens. São lindas. Me diga o que elas significam. - Ele olhou para o meu dedo indicador que acariciava sua pele.

- Sabe que você fica muito sexy com minhas camisas. - Justin sorriu, mas eu não estava disposta a desvia a atenção para mim.

- Sério Justin, me fala sobre elas. O que significa isso? - apontei para o simbolo japonês no antebraço direito dele.

- Significa Música em Kanji. - dei um beijo de leve em cima do desenho e senti sua pela arrepiar.

- E essa outra? - passei meu dedo sobre o desenho do índio no ombro esquerdo dele.

- É um índio canadense, fiz em homenagem ao meu avô, o rosto do indígena é inspirado no time de hóquei ele costumava me levar. - Fiquei tocada com a singela homenagem.

- Que inspirador, você é realmente muito sensível. - ele me deu um selinho. - Esse números romanos? 1975 - li os números.

- É o ano em que minha mãe nasceu. - ele sorriu bobo. Embora Justin seja um homem que demonstra pouco seus sentimentos, ele é alguém nobre e de bom coração. 

- Você é maravilhoso. - Nos beijamos mais uma vez.

- Você é que é maravilhosa e pesada demais. - disse me jogando na cama e ficando por cima de mim. De repente seu olhar ficou intenso. E os nossos lábios se encontram no mais perfeito beijo apaixonado.

Depois que Justin e eu decidimos sair da cama, tomei um longo banho e desci as escadas decidida a procurar o motorista e saber o que aconteceu na minha ausência. Justin estava trancado no escritório como de costume. Maria parecia bem ocupada com o cardápio do dia, eu não fazia ideia de onde Jenny estava e isso me preocupou bastante, andei em direção ao meu novo aliado aquele cujo eu induzi a cumprir minhas ordens.

- Senhorita. - ele me cumprimentou.

- Então, tem alguma novidade? - Eu estava ansiosa demais.

- Ontem eu segui a Jenny como pediu mas ela foi ao shopping com o garoto filho dela, e depois vieram direto pra casa. - Fiquei desapontada.

- Ela não saiu depois disso? - Insisti, tinha a leve impressão que Jenny estava aprontando algo.

- Ontem não, mas hoje bem cedo ela foi a uma praça que tem a uns três Quilômetros daqui. - Touché, eu sabia, minha intuição nunca falha.

- O que ela foi fazer lá? - O homem coçou a cabeça.

- Bom, ela foi encontrar um motoqueiro, bem suspeito, eles não trocaram palavra alguma, mas ele entregou a ela uma bolsa. - Fiquei confusa, demorei alguns segundos até perguntar.

- Bolsa? Mas que bolsa é essa? O que tinha dentro? Quem é esse motoqueiro? - Quase não o deixei falar com minhas dúzias de perguntas que certamente ele não tinha a resposta.

- Ele tava de capacete não deu pra ver seu rosto, e a bolsa é uma preta de couro que ela trouxe para cá. - Arregalei os olhos.

- Você viu ela entrar em casa com essa bolsa? - Ele assentiu e eu pensei por alguns minutos. - Eu preciso descobrir o que tem nela. - Disse decidida.

- Alice, essa história está ficando muito perigosa se eu fosse a você... - O interrompi no meio da frase.

- Você sabe me dizer se ela está em casa? - Ele me olhou curioso, pensou e balançou a cabeça.

- Não, eu fui com a Maria no mercado e quando voltei o carro dela já não estava mais. - Ele estava castelos, senti que queria me repreender, mas não sei bem o motivo, talvez por hierarquia ele se manteve em silêncio.

- Ótimo, eu vou entrar no quarto dela e nem que eu vire tudo de cabeça para baixo vou encontrar essa tal bolsa preta e descobrir o que tem nela. - Eu estava decidida, o homem respirou fundo, ele estava apreensivo.

- Alice por favor, conte ao Justin o que está acontecendo o quanto antes, não se arrisque mais. - Pediu com cautela, talvez por medo que eu o repreenda.

- Eu preciso descobrir o que essa vadia ta aprontando, Olha fique de olho e se por um acaso você ver ela atravessar esse portão me ligue e me avise imediatamente. - Pedi. Eu precisava dele, e entendia seu medo, não podia culpar.

- Tudo bem, eu aviso, só tome muito cuidado. - Pediu com as mão juntas, achei fofo sua atitude.

- Vou tomar. - Garanti. Entrei em casa e me certifiquei que todos estavam ocupados demais para notarem minha ausência, caminhei em direção ao quarto que a vadia ocupava e quando girei a maçaneta a porta estava trancada.

- Droga! - fiquei uns cinco minutos parada ali pensando em uma forma de entrar no quarto sem arrebentar a porta, tive uma vaga lembrança de um molho de chaves que Maria guarda na cozinha e desci as escadas correndo, eu não tinha muito tempo.

- Maria, por um acaso você tem cópia das chaves dessa casa? - Eu estava ofegante e Maria notou.

- Sim menina, está precisando de algo? - Assenti e tentei manter a calma.

- Tou sim, será que você podia me dar as cópias dos quartos. - Ela me analisou por alguns segundos.

- Claro... Aconteceu alguma coisa? Você parece nervosa. - Respirei fundo e sorri para disfarçar.

- Não ta tudo bem, pode me dar as chaves rápido. - Ela pareceu caminhou e pegou o molho de chaves. 

- De qual quarto você precisa? - Gelei, não sabia se falava diretamente a ela que precisava entrar no quarto da Jenny, mas resolvi deixar isso em segredo.

- Preciso de todas. - Maria me olhou desconfiada mas não questionou e me entregou as chaves, eu sai correndo escada acima e comecei a testar cada chave, uma por uma na porta, minhas mãos tremiam de tal forma que eu quase não conseguia acertar o buraco da fechadura, senti que estava perdendo tempo, até que uma determinada chave destrancou a porta. Sorri aliviada. Entrei no quarto e não tinha ideia de onde começava a procurar, olhei em baixo da cama, dentro das gavetas no banheiro, no closet em todos os cantos do quarto.

- Não pode ser, tem que tá aqui. - Murmurei.

Continuei procurando até que remexi por entre as roupas de banho e encontrei uma bolsa pequena preta de couro, peguei e estava meio pesada, botei no chão, um misto de curiosidade e nervosismo tomou conta de mim. Ao abrir o ziper quase cai dura ao ver o conteúdo da bolsa.

Tinha muito dinheiro, Dólares, varias notas de dólares, todas dívidas em camadas. Não podia perder mais tempo, peguei meu celular e botei na câmara e comecei a fotografar todos os ângulos da bolsa e as camadas de dinheiro, meu celular tocou freneticamente.

- Oi. - Atendi eufórica.

- Alice, saia daí imediatamente, a Jenny chegou.- Empalideci, arrumei tudo de volta na bolsa com as mãos trémulas, eu estava tão nervosa que não conseguia ter um pensamento coerente, botei a bolsa no seu lugar e caminhei em direção a porta fechando- a. Podia ouvir os passos de Jenny na escada quando me afastei da porta dei de cara com ela.

- O que faz aqui? - Perguntou com a mão na cintura. 

- Eu? - Respirei fundo tentando manter a calma e não deixar transparecer meu nervosismo.

- Ta vendo mais alguém aqui além de mim e você? Claro que é você idiota, o que faz parada aqui no corredor. - Uffa ela não notou que eu estava na porta do quarto dela, ainda bem. Revirei os olhos.

- Eu... Eu estava olhando os quartos de hóspedes, escolhendo um para decorar, minha filha está quase pra nascer. - Sorri alegremente lembrando que falta pouco para que eu conheça o rosto da minha filha.

- Espero que você deixe essa bastardinha bem longe de mim e do meu filho. - O que antes era nervosismo, confusão virou irá.

- Não se preocupe Jenny, não é minha intenção manter ela perto de você, tou tomando as devidas providencias para deixar você bem longe da gente. - ela de repente ficou muito irritada, mas eu não lhe dei a chance de resposta saí, eu precisava de um tempo sozinha pra tentar botar a cabeça em ordem.

- Alice, você anda muito estranha, parece tensa e preocupada. - perguntou Chris ao entrar na cozinha e me ver debruçada sobre a bancada pensando no meu próximo passo para desmascarar a vadia. - Justin está muito preocupado com você sabia? - disse ele se encostando na bancada bem próximo a mim.

- Eu estou otima, não motivo para preocupação. Só estou tensa com essa última etapa da minha gravidez, o Justin exagera. - Não era de fato mentira, essa ultima fase da gravidez mexe comigo, o sumiço de Nick me deixa apreensiva e todas essas coisas acontecendo, realmente não tem como não deixar transparecer minha preocupação.

- Tem certeza? Você não está escondendo nada mesmo? - Eu senti uma pontada de desconfiança da parte dele me ajeitei no banco e olhei-o seria.

- Seja direto Christian do que você quer saber? - Minha voz saiu um tanto amarga, não gosto de rodeios e suposições.

- Um dia qualquer, eu estava chegando e vi quando você fez sinal para o motorista te seguir e vocês sumiram no jardim, outro dia nós estávamos trabalhando e vi você de conversa novamente as escondidas com ele, você está enganando o Justin com esse cara? Vocês estão tendo um caso? - engoli em seco meu corpo todo ficou tenso. Quem Christian pensa que sou?

-É óbvio que não Chris ta louco? - Ele levantou uma sobrancelha como se Ainda duvidasse de mim.

- Não... Não estou louco, e nem cego, eu vi vocês juntos. - Olhei-o nos olhos e respirei fundo.

- Exatamente, você nos viu conversando e não nos pegando, e além disso eu não tenho nenhum compromisso moral com o Justin para ele se sentir traído. - Tratei de deixar claro. Até alguns dias ele ia se casar com a Jenny, apesar de termos dormido juntos não voltamos às boas, Ainda.

- Me diga o que está acontecendo Alice. - respirei fundo. Esse assunto não é um assunto fácil de lhe dar, como vou contar a ele se nem ao Justin eu Ainda contei.

- Não posso Chris, me desculpe. - com isso eu deixei ele mais curioso.

- Pode confiar em mim Alice, se tem algo preocupando você me conta quem sabe eu posso te ajudar. – pensei bem na proposta dele, Christian é inteligente talvez pudesse me ajudar a descobrir tudo, mas e se ele contar ao Justin? Não. Não posso correr o risco de ter meus planos fracassados.

- Não é nada Christian, fique tranquilo. - Ele respirou fundo e passou a mão no cabelo já sem paciência, o que há com esses homens? 

- Eu não sou bobinho, eu sei que tem algo acontecendo e sei que não é qualquer bobagem. Pode confiar em mim. - ele olhava dentro dos meus olhos com tanta determinação.

- Tudo bem, eu conto, mas você tem que me prometer que não vai contar nada pra ninguém principalmente pro Justin. - Eu tinha que me certificar disso, não era hora de Justin saber, eu queria ser a primeira a contar mas queria ter provas suficientes.

- Difícil. - ele pareceu pensar muito bem. - Mas eu prometo descrição.

- Tudo bem, venha comigo até meu quarto, tem uma coisa que quero lhe mostrar. - Mostrei ao Christian as poucas provas que consegui reunir e contei a ele tudo o que sabia, ele pareceu perdido, confuso e com uma leve pitada de medo nos olhos. -... Então é isso que anda me deixando tensa esses últimos dias.

- Então você quer descobrir que ligação Jenny tem com o Nick e o que eles estão tramando? - Assenti. - É você acha que sozinha consegue tudo isso? Quer dizer você está se botando em jogo e quando o Justin souber... - O interrompi.

- Ele não pode saber, não agora, eu vou contar a ele tudo, mas preciso de provas por enquanto eu só tenho suposições, e se eu contar ao Justin que desconfio ele não vai acreditar, vai achar que isso é implicância, ele sabe que eu odeio a Jenny. - Chris parou por alguns minutos. 

- Eu quero ajudar. - Eu sorri diante. - Mas tem que me prometer que não vai se colocar em risco, jamais cometa o mesmo erro de seguir a Jenny ou entrar no quarto dela novamente, a parti daqui eu tomo o controle dessa "investigação" - Ele fez aspas com os dedos. Não gostei de ser posta de lado, mas não rebati eu precisava da ajuda dele.

- Tudo bem, mas prometa que não vai me deixar de fora de nada. - Ele assentiu e eu sorri. Chris abriu os braços divertido e eu pulei o enchendo de beijinhos, até sermos surpreendidos com a porta batendo com força em nossas costas. Olhei e vi Justin com uma cara de poucos amigos, é agora que ele me mata!

- Que porra é essa aqui? - Zangado? Não ele estava com sangue nos olhos. - O que você faz no quarto da Alice Christian? E porquê você tava pendurada no colo dele desse jeito? Alguém pode me explicar o que significa tudo isso? - Me afastei de Chris sorrindo.

- Bro, calma nós só estávamos. - intervi antes que ele falasse o que não devia.

- Comemorando a morte de uma barata! - Justin me olhou confuso, e me deu uma puta vontade de rir.

- Morte do quê? Vocês tão loucos? - Me aproximei dele, não podia demonstrar meu nervosismo, o melhor era descontrair.

- Justin você não viu o tamando do inseto, pensei que ela fosse me engoli viva.- fiz drama. Justin me olhou dos pés à cabeça analisando-me.

- Não estou entendendo nada. - ele disse cosando a cabeça.

- Como não? Eu entrei no meu quarto e tinha uma barata mutante me esperando parada bem ali.- apontei para o chão. - Eu fiquei desesperada e corri de volta para o andar de baixo e lá eu encontrei o Chris e ele fez a gentileza de matar a barata. Se tornando meu herói, quando você entrou eu só estava agradecendo a ele. - Deixei claro. Chris assentiu sorrindo. 

- E cadê ela? - Justin perguntou olhando ao redor. 

- Ela quem? - falamos Chris e eu juntos.

- A barata. - Justin estava confuso. Fossei a cabeça. 

- Ah a barata, é... Pois é ela... É. - eu ri de nervosa.

- Joguei pela janela. - Ajudou Christian antes que Justin percebesse meu nervosismo.

- Sei... - Ele pareceu se convencer da história o que deu muito alívio. - Agora que já salvou o dia senhor caçador de baratas pode sair do quarto da minha mulher por favor. - Meu coração se encheu.

- Claro. É, até mais Alice, qualquer coisa pode me chamar viu é sempre um prazer bancar seu herói. - Provocou. Justin jogou um travesseiro nele.

- Que porra nenhuma de herói, vaza filho da puta, da minha mulher cuido eu. - Chris começou a rir com o xilique de Justin e foi em direção a porta.

- Chris. - O chamei e assim que ele me olhou eu disse. - Obrigada! - ele se foi e Justin bateu a porta me analisando estranhamente.

- Tudo isso só porque ele matou uma barata? - perguntou. eu assenti fazendo manha.

- Ela era enorme, parecia um monstro. - ele sorriu se aproximando, Justino se abaixou e me tomou em seus braços, beijando-me carinhosamente.

- E porque não me chamou? Agora o Chris vai ficar com todo o mérito. - Brincou e eu sorri acariciando seu belo rosto. - Barata sei... - eu olhei pra ele zangada.

Depois daquele dias coisas andaram meio normais até certa manhã, quando meu celular tocou e vi o nome do cafajeste do Nick estampando o identificador de chamadas.

- O que você quer? Já disse para não me ligar. - Ele gargalhou.

- Senti falta desse seu desprezo. - Revirei os olhos. - Soube que vamos ter uma menina, quando pretendia me contar? 

- Não vejo motivo para isso, não sabemos se você é o pai, por isso não tenho obrigação de informá-lo nada a respeito da minha gravidez. - Nick sorriu amargo.

- Eu já deixei bem claro a você que não estou disposto a abrir mão dessa criança, achei que depois do nosso último encontro você tinha entendido que eu não sou um homem de brincadeira. - Minha Pelé se arrepiou. - Minha paciência com você está se esgotando, parece que você está sempre optando pelo caminho mais difícil. 

- Eu não fiz absolutamente nada contra você Nick, porque não vive a sua vida sem tentar prejudicar a minha? - Minha voz estava embargada, talvez os hormônios da gravidez me tornaram mais frágil e chorosa.

- Eu quero esse bebê Alice, quero como eu nunca quis tanto algo, não vou deixar que você e o Justin me tire isso. - Senti as lágrimas escorrendo sobre meu rosto. - Lembre-se que eu dei a você duas opções, eu realmente me sinto obrigado a tirar de você algo tão preciso quanto essa criança é para mim.

- O que quer dizer com isso? - Eu já estava entrando em desespero, mas ele ficou mudo. - Por favor Nick... - Ele não me deixou terminar a frase.

- Eu dei o meu recado, você me deixou furioso, agora eu realmente não quero mais negociar. - Então o telefone ficou mudo e meu coração em prantos, estava com medo, morrendo de medo de que algo acontecesse, esse cara não brinca com as ameaças.

Naquela noite eu tive vários pesadelos, acordei sozinha suada em meu quarto, chovia muito lá fora, tentei reprimir a vontade de ir até o quarto de Justin me aconchegar em seus braços para me sentir segura. Acordei com duas batidinhas tímidas na porta do meu quarto.

- Você está péssima, não teve uma boa noite? - Perguntou Justin sentando-se ao meu lado na cama.

- Eu tive um pesadelo. - Respondi com a voz meio embargada. Justin me avaliou por alguns segundos, ele estava estranho. 

- Precisamos conversar. - notei seu corpo com certa tensão. Ele parecia escolher as palavras, antes mesmo de começar a falar eu já estava nervosa. 

- Sobre o que? - Justin segurou minha mão e depositou em beijo terno em meu pulso.

- O que eu vou dizer dizer agora é muito difícil, eu nem sei por onde começar, mas quero que prometa que vai ficar calma. - Eu já estava uma pilha de nervos, mas assenti. - Ligaram do orfanato que você cresceu... - ele parou e me encarou. - Aconteceu uma coisa... - Justin apertou minha mão.

- O que aconteceu? fala Justin. - Senti que meus olhos estavam enchendo de lágrimas. - Justin, você ta me deixando nervosa.

- Me ligaram do orfanato, a irmã Amélia. - ele suspirou. - Alice a irmã Amélia foi assassinada! - Eu paralisei, minha ficha demorou a cair, meu sangue pareceu congelar. 

- Não... Não não não. - levantei e fiquei andando de um lado pro outro. - Eu não acredito, a irmã não, ela não. - Justin me abraçou enquanto eu desabei em prantos. - Porque? Porque Justin, ela não fazia mal a ninguém, ela era a pessoa mais generosa que eu conheci na vida.

- Eu sei meu amor, fica calma por favor. - Eu não tenho ideia de quanto tempo fiquei ali em prantos nos braços dele, eu só queria que tudo isso não passasse de um pesadelo. Até que em minha mente veio a minha última conversa com Nick. Desgraçado. 

- Você precisa descansar um pouco, essa notícia te abalou muito. - Sugeriu, mas eu não dei ouvidos, estava agitada demais pra dormir.

- Justin, como foi que isso aconteceu? - Justin novamente ficou muito tenso. Eu precisava tirar a prova dos noves.

- Descansa, quando estiver mais calma conversamos. - Eu já estava ficando sem paciência, eu não queria ter calma.

- Não, eu quero saber agora o que aconteceu. - Quase gritei. Ele baixou a cabeça. - Por favor Justin, eu preciso saber.

- Ela foi encontrada no matagal aos arredores do orfanato morta. - Minhas lágrimas jamais seriam suficientes para demonstrar o tamanho da minha dor.

- Como isso aconteceu? - Ele me abraçou forte. 

- Alice... - sussurrou no meu ouvido, eu podia sentir a dor física que meu sofrimento lhe causava.

- Diga Justin, como ela morreu. Tiro? Facada? Espancadas? Como? - Ele se afastou de mim e olhando nos meus olhos respondeu.

- Degolada. - Eu juro que por mais que eu quisesse saber, não esperava que essa revelação fosse me abalar tanto. O choque foi tão grande que senti meu corpo desfalecendo é tudo ficou escuro.

P.O.Vs JUSTIN
Depois que alice dormiu, deixei ela um pouco para analisar todas as informações que recebi, fui para o meu escritório e passei o resto do dia trancado com os caras.

- Você pretende contar a ela? - perguntou Ryan.

- Não sei cara, ela está muito abalada, tenho medo de que não aguente, é muita informação. - apoie meu queixo nas mãos.

- Alice tem o direito de saber Justin, além do mais, cedo ou tarde ela vai acabar descobrindo. - Olhei para Chaz, ele tinha razão eu precisava contar a ela, mas só de imaginar que esse tipo de informação possa desestabiliza-lá, me sobe a angústia.

- O que você ainda está escondendo de mim Justin? - todos nós olhamos em direção a porta. Olhei para Alice com a boca seca e em pânico.

- Me dêem um minuto a sós com ela. - Pediu os caras, que se retiraram deixando Alice. - Senta aqui. - Pedi apontando para o sofá de canto.

P.O.Vs ALICE

- Eu não quero sentar, quero que me diga o que ainda esconde de mim. - As ultimas horas foram um total desequilíbrio emocional, e descobrir que existia mais coisas que não era de meu conhecimento me deixou angustiada e muito nervosa.

- Tudo bem, eu conto, mas quero que entenda que se não te contei antes é porque achei que você não tinha estruturas para aguentar mais essa. - me aproximei dele e beijei seus lábios.

- Eu sei e agradeço a preocupação, mas eu estou bem e mereço saber toda a verdade, o que há por trás da morte da irmã Justin? - Tentei demonstrar calma, era óbvio que eu não enganaria Justin tão facilmente, mas eu precisava tentar ser forte.

- Quando encontraram a irmã... Ela estava com um bilhete na mão. A polícia acredita que botaram nas mãos dela quando ja sem vida. - Engoli em seco, senti minhas pernas fraquejarem, então sentei no sofá como Justin pediu.

- O que tinha no bilhete? - ele caminhou até sua mesa e pegou uns papeis.

- Chris consegui algumas fotos sigilosas da polícia. - ele me entregou uma determinada foto. - Aqui, leia você mesma. - Quando olhei para a imagem e li cada palavra, meu corpo inteiro entrou em estado de choque.

"Esse é só o começo, eu dei a você uma escolha, lembre-se. Bem vinda ao Inferno Alice!"

Minha mente entrou em estado de confusão, meu coração palpitava tão forte que tive que por a mão no peito com medo que ele saltasse, meus músculos ficaram rígidos, comecei a tremer fazendo o papel cair da minha mão.

- Você está bem? - Justin se aproximou e segurou em minhas mãos, transmitindo calor.

- Que tipo de brincadeira é essa Justin? - Já podia sentir as lagrimas correndo sobre meu rosto.

- Eu não sei amor, fiquei tão surpreso quanto você. – ele segurou meu rosto em suas mãos e nossos olhos se encontraram. - Você não está desprotegida, não vou permitir que ninguém faça mal a você.

- Mas você não pode evitar que façam mal as pessoas que estão a minha volta, as pessoas que eu amo. - Senti um arrepio cobrir meu corpo.

- Eu sinto muito por isso, sinto muito mesmo, se eu podesse evitar todo esse sofrimento. - dessa vez foi eu quem acariciou seu rosto.

- Eu sei, e acredite eu amo você demais por isso, A irmã Amélia era como uma mãe pra mim, ele me criou me educou, e principalmente me encheu de carinho e amor que supriu a falta que eu sentia de ter uma mãe. Ela morreu por minha causa Justin, isso não é Justo. - Lembrei da ameaça que Nick me fez, ele demonstrou que não está de brincadeira.

- A vida não é justa Alice. - Justin beijou minha testa.

- Eu só não consigo entender, que tipo de opções ele deu a você. - Justin murmurou perdido em pensamentos. Eu não tive a intenção de esconder-lhe nada, mas achei irrelevante falar da ligação e das ameaças de Nick, até agora é claro.

- Ontem a noite ele me ligou. - Minha voz saiu tão baixa que se Justin não tivesse virado todo o corpo tenso para me encarar eu acharia que ele não tinha ouvido. - Ele ficou sabendo que vou ter uma menina e me ameaçou, ele quer o meu bebê, disse que não vai abrir mão disso. - Justin me puxou contra seu peito e me apertou. - Eu tou com medo Justin. - Foi a primeira vez em muito tempo que me senti assim.

- Por que não me contou? - sussurrou próximo ao meu ouvido. - Eu vou proteger vocês duas, com minha própria vida se possível, mas não vou deixa que ele as tire de mim. - Suas palavras me aqueceram.

- E se ele for o pai? - Justin se afastou e segurou meu rosto me invadindo com seu olhar determinado. 

- Você é a mãe isso é o que realmente importa. - Meu coração se encheu. Meu Deus, como eu posso viver um momento terrível ao mesmo tempo em que vivo um mágico? Justin provou que me ama, sim ele me ama acima de tudo, ele ama a mim e a essa criança que nem sabemos se é de seu sangue. Senti lágrimas invadindo o meu rosto, não pensei em mais nada aproximei os meus lábios dos de Justin e em uma declaração de amor silenciosa o beijei com tudo o que tenho dentro de mim.

Justin e eu fomos para o quarto, tomamos banho Juntos e passamos a noite inteira colados na cama. As suas carícias me acalmaram, seus beijos me consolaram, seu abraço me aqueceu.

Na manhã seguinte acordei sentido a falta do calor do seu corpo, levantei da cama e fui até o banheiro lavar o rosto, segui na direção da cozinha ja podia ouvir o barulho da tropa de longe, estavam todos reunidos e falando ao mesmo tempo.

- Bom dia! - Saldei-os tentando parecer mais tranquila, todos se calaram.

- Dormiu bem querida? - perguntou Maria.

- Sim, obrigada por perguntar. - olhei para Justin e disse de supetão. - Quero ir até o convento.

- De jeito nenhum! - Ele nem esperou eu terminar de falar. - Não acho prudente tirar você dessa casa com Nick louco para tirar você é a bebê de mim. - Eu entendia perfeita,ente sua preocupação, mas era meu dever estar lá nesse momento.

- Por favor Justin, eu preciso ir, eu preciso estar lá, foi por minha causa que ela morreu. - Minha voz já estava embargada.

- Não diga isso querida! - Maria pediu gentilmente.

- Alice é uma viagem longa, pode ser perigoso. - Justin não parecia disposto a ceder.

- Eu quero me despedir Justin, ela era importante pra mim. - Insisti. Meu coração estava machucado demais, era impossível segurar as lágrimas.

- Cara podemos montar um sistema de segurança para vocês. - disse Christian, chamando a atenção de Justin que respirou fundo.

- Tudo bem. - concordou derrotado. - Quero meus melhores homens na retaguarda, cuide disso Ryan. - eu sorri e agradeci a todos.

- Quantas vidas serão perdidas por sua causa. - Virei para a entrada da cozinha de onde veio a voz de Jenny.

- Cala essa boca Jenny. - Justin berrou.

- Não se preocupe Justin, nada que vem dela me atinge. - me virei e olhei nos seus olhos . - Se eu sonhar que você teve alguma a ver com o que aconteceu eu juro que acabo com você, pouco à pouco, vou torturar você até você implorar pela morte. - os olhos dela se arregalaram.

- Você ta louca. - Perguntou. Eu sabia que Jenny dava informações sobre Justin ao Nick e tenho a leve impressão de que andou dando com a língua nos dentes ao meu respeito, com isso Nick descobriu a importância da Irmã na minha vida.

- Torça para que eu esteja mesmo. - disse a ela e sai da cozinha pisando forte, voltei para o quarto.

- O que foi aquilo Alice? - Perguntou Justin ao entrar no quarto. - Porque você acusou a Jenny daquele jeito? 

- Você não conhece a Jenny, não sabe quem é ela de verdade. - Justin ergueu a sobrancelha e cruzou os braços.

- Então me diga você quem é a Jenny? - ele me desafiou.

- Você vai saber, logo. - dei as costas.

- Você anda muito misteriosa, fala coisas sem sentido o tempo inteiro, e eu tenho a leve impressão de que você me esconde algo. - Tentei parecer o mais natural possível.

- Bobagem, impressão sua.  Caminhei até o closet. - Preciso fazer as malas.



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