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História Freedom - Capítulo 64


Escrita por: Alicesampaio

Notas do Autor


Não me matem por favor, apenas entendam a essência da história.

Capítulo 64 - Capítulo 64


O dia seguinte chegou tão rápido. Desde a hora em que eu acordei tentei me manter ocupada e distraída o suficiente para não pensar sobre o que aconteceu a um ano atrás, talvez o certo seja parar de ignorar as ligações da Pattie e da Carly e encarar de frente os fatos, mas eu sempre fui covarde e quando eu lembro o jeito que eu estava um ano atrás eu sinto mais medo ainda, medo de chorar e não parar mais, medo de cair e não ter forças suficiente para me levantar. Ignorei a campainha e continuei fingindo que estava brincando com a minha filha, mas a verdade é que eu estava longe demais para isso.

- Alice, abra a porta eu sei que você está em casa. - Era voz da Carly. Continuei ignorando, estava cheia de tantas conversas eu queria ficar sozinha, porque ninguém respeitava isso? Continuei calada vendo Beatrice brincar com seus brinquedos de borracha, até que a porta foi aberta e fechada bruscamente, olhei na direção e vi Carly furiosa.

- Por que tá invadindo a minha casa? - Perguntei com uma falsa calma.

- Até quando pretende ignorar as chamadas da Pattie? - Revirei os olhos. - Vai se esconder aqui até o dia terminar como uma covarde? - Covarde? Ela só podia estar de brincadeira.

- Já parou para pensar que talvez eu queira um tempo sozinha? - Minha voz saiu um pouco mais grosseira do que eu desejava.

- Você tem que parar de fugir Alice, encare as coisas de frente como adulta. - Fiquei ainda mais irritada. 

- Eu não preciso que você invada a minha casa e me chame covarde e infantil quando você por muito tempo agiu da mesma maneira ou talvez pior porque estava insegura ou com medo. - Acabei falando alto. - Comigo não é diferente, a um ano eu perdi o único homem que eu amei e antes que você diga, não eu não tenho que ser forte, eu não tenho que agir como adulta, não hoje. - Engoli em seco. - Eu já faço isso o ano todo e ninguém se preocupa realmente se eu estou seguindo em frente.

- Eu sou sua melhor amiga Alice, como pode dizer isso? - Agora ela ia usar o fato de sermos amigas para justificar.

- Você é, mas já pensou que talvez hoje, e só hoje eu preciso de espaço? - Carly estava ficando magoada, mas que se dane. - Eu sei que está preocupada, mas eu fui forte durante o ano inteiro, e tem um momento em que eu preciso viver meu luto e vocês estão me sufocando com esse excesso de atenção.

- Eu entendo você. - Ela abaixou a cabeça. - Nós só ficamos preocupadas. - Comecei a me sentir mal por ter sido grossa.

- Eu fiquei bem por um ano inteiro sozinha. - Ela assentiu.

- Tem razão, nós devíamos entender que você é capaz de superar tudo. - Eu respirei fundo. - E não se preocupe, eu não vou odiar você por todas essas palavras. - Acabei sorrindo. Carly me abraçou, deu um beijo em Beatrice e se foi.

As vezes você precisa falar um pouco mais alto para ser ouvida, de uma certa forma eu entendo toda essa preocupação comigo, mas cansa ter que dizer sempre "Estou bem" eu não estou bem, tudo o que eu quero é ficar sozinha em silêncio, perder alguém que se ama é uma dor imensurável, às vezes fica difícil suportar é um buraco fundo é um vazio doloroso, e ficar se explicando ou calando a dor não melhora, e as pessoas nem sempre gostam de ouvir seu drama particular, às vezes elas só tentam ser educadas ou curiosas, eu sei que esse não é o caso da Pattie e me sinto mal por não falar com ela, mas o que eu diria? Oh sim eu estou bem, levando a vida, ocupando meu tempo e não se preocupe eu não estou tentando me suicidar! Parece piada! Quando não se tem nada a dizer o melhor é ficar calado. 

Não demorou muito tempo até a porta do meu apartamento foi destrancada e eu sabia exatamente quem era. 

- Por que está aqui? - Minha voz saiu em um fiapo tão cansado.

- Pelo jeito você não está de bom humor, o que não é surpreendente já que está assim sempre. - Ele sorriu da piada sem graça, que idiota! - Mas dessa vez eu não vou encher o saco, eu sei que hoje é aniversário da morte do Bieber e você deve estar sofrendo. - Revirei os olhos.

- Vai bancar o compreensivo Por que? - Nick sentou ao meu lado e segurou a minha mão, tentei puxar mas foi em vão.

- Quando a Victoria morreu, eu entrei em uma depressão profunda. - Olhei para ele sem ânimo. - Eu não comia, não dormia, minha vida ficou preta, completamente escura, ela era toda a minha vida. - Pela primeira vez eu vi o Nick frágil. - Eu admiro você. - Ele sorriu. - Você de uma certa forma seguiu em frente, ficou mais forte e mais madura depois que ele se foi, e isso não é legal para mim. - Ele era péssimo até para tentar ser solidário com a dor de alguém. - Mas Alice, você precisa por essa dor para fora, ficar guardando tanta merda dentro de você pode te tornar uma megera em algum momento. - Não pude evitar, acabei sorrindo. - Não que você não seja uma agora. - Puxei minha mão e dessa vez com êxito.

- Você é um idiota! - Ele sorriu.

- Eu sou, mas sou o único idiota que te entende hoje. - Não podia discordar. - Agora vai até o túmulo dele, leve flores e converse sobre seu ano, conte a ele a pessoa que você se tornou depois que ele se foi. - Achei patética a sugestão.

- Eu não vou naquele lugar. - Levantei do sofá. - Ele nem estar lá. 

- Eu sei, acredite eu gostaria muito que ele estivesse. - Ele sorriu e eu o repreendi com o olhar. - Enfim, não sabemos o que aconteceu com o corpo dele, mas sabemos que aquele lugar representa ele, então com o sem corpo da na mesma. - Pensei por um momento.

- Por que está sendo tão... - Hesitei. - Legal comigo? - Quase as palavras não saíram da minha boca.

- Não estou sendo, na verdade eu quero passar um tempo com a minha filha e você sempre atrapalha, então eu aproveitei a deixa. - Nick é um babaca ordinário. Respirei fundo. 

- Tudo bem, eu vou. - Mesmo sem vontade eu ia, uma coisa Nick tinha razão, eu preciso botar a dor para fora. Tomei uma banho e cuidei para deixar tudo certo para Beatrice ficar com ele, quando sai de casa o sol estava se pondo e quando cheguei ao cemitério já estava escuro. 

Procurei pela lápide de Justin durante um bom tempo, eu não lembrava direito o caminho, na verdade eu não quis decorar, pensei que nunca voltaria a esse lugar porque eu simplesmente nunca aceitei a morte dele, não sem ver o corpo. Vi uma pessoa sentada sobre a grama, meu coração disparou e como uma adolescente idiota eu pensei que talvez fosse algum tipo de assombração, eu quase suspirei aliviada quando vi que se tratava de Jenny.

- O que faz aqui? - Ela se assustou a com a minha voz.

- Vim prestar minha homenagem. - Levantou um copo de bebida. - Achei que não viesse.

- Eu não vinha, acho meio idiota vir a esse lugar. - Ele me olhou com a sobrancelha suspensa. - É só simbólico, o Justin não está aí. - Eu repetia isso tantas vezes só não sabia se era porque eu de fato não queria aceitar que ele estava morto.

- Você acha que ele não morreu não é? - Como se ouvisse meus pensamentos ela perguntou.

- Sim, eu acho que ele não morreu. - Acabei desabafando. - Eu me sinto uma idiota às vezes por isso.

- É natural você pensar assim, você o ama. - Assenti. - Todo mundo tem sua forma de amar. - Entendi que talvez Jenny quisesse que eu entendesse que ela tem a forma dela de amar o Justin. - Você acha que eu não o amo, mas você não conhece o meu coração, não sabe o quanto eu hesitei em seguir Nick nos seus planos. 

- Eu não quero falar com você sobre isso. - Tratei de cortar a conversa. 

- Tudo bem. - Agradeci por ela não insistir. - Quer uma dose? - Apontou para a garrafa de vodka ao seu lado. Pensei por um momento que não seria uma boa ideia dividir uma garrafa de bebida com a minha inimiga número um, mas que se dane, o dia já estava um total fracasso. Assenti e sentei ao seu lado, ela me serviu e eu bebi sem pestanejar. Ficamos ali por muito tempo, bebendo em silêncio e olhando para o nada, não foi constrangedor e não foi tão ruim, ela não me fazia perguntas, não me dava conselhos e não se importava se eu estava bem ou não, ficamos sentadas lá até a bebida acabar e depois cada uma foi para o seu lado. Quando eu cheguei em casa minha filha já estava dormindo.

- Você está bêbada? - Me surpreendi com o tom irônico de Nick, ignorei sua pergunta. - Não achei que você fosse do tipo que afoga as mágoas no álcool. - Ele estava se divertindo. Cambaleei até o sofá.

- Espero que tenha sido bom com a minha filha. - Minha voz estava arrastada. 

- Ela também é minha filha. - Ele nunca perde a oportunidade.

- Pode ser, mas você Nick. - Apontei na sua direção. - Não é alguém em quem se pode confiar. 

- Ora, então é preciso de algumas doses de... - Ele cheirou perto da minha boca, foi tão perto que eu me senti incomodada. - Vodka para fazer você falar o que realmente pensa. 

- Você sabe que eu não tenho medo de você, eu nunca escondo o que eu penso ao seu respeito. - Molhei meus lábios ressecados. - Exceto quando me deixa confusa. - Olhei para ele que arregalou os olhos curiosos.

- Exatamente em que momento eu deixo você confusa? - Nick cruzou os braços.

- Quando eu espero o pior de você, porque acredite eu sempre espero isso vindo de você. - Passei a mão nos cabelos. - Dai você vem e age totalmente diferente e por um segundo me faz pensar que talvez você seja um humano. - Ele sorriu tão sexy, espanei minhas mãos em frente ao meu rosto, eu estava completamente maluca por pensar isso.

- Você acha que eu não sou humano? - Assenti.

- Sim, na maior parte do tempo você é um filha da puta. - Soltei e ele não pareceu ficar zangado. - Eu fico tão assustada quando. - Parei e pensei um pouco, mas o álcool nos dá um tipo de coragem estupida. - As vezes eu acho que você gosta de mim. - Eu sorri. - Que bobagem não é? Eu sei que no fundo você só me usa e no máximo sente prazer em me torturar.

- Você está bêbada, não sabe o que diz. - Ele ainda parecia divertido, só que dessa vez meu comentário o deixou perturbado. Eu levantei cambaleando e me aproximei dele quase caindo em seus braços.

- Eu faço péssimas escolhas, e tenho o dedo podre para homens, mas se você não fosse o responsável por toda a minha desgraça eu... - Solucei. - Eu podia me apaixonar. - Ele ficou muito surpreso. Nick tocou meu ombro ele estava tremendo.

- Não fale besteira. - Ele estava tentando me afastar, mas uma chama atrevida acendeu em mim e eu tirei suas mãos dos meus ombros.

- Você não sente desejo por mim? - Provoquei. - Não me acha bonita? - Ele começou a se afastar mas eu o puxei de volta. - Você não quer me beijar? - Aproximei meus lábios dos dele, Nick estava tenso e parecia lutar internamente.

- Para com isso Alice. - Pediu com a voz rouca.

- Confessa, eu te deixo nervoso não é? - Eu estava agindo como uma vadia louca. Cheguei mais perto dele e senti seu hálito. 

- Não faz isso. - Pediu baixinho, mas eu não estava disposta a parar, cheguei mais perto e colei meus lábios nos dele, Nick se afastou um pouco e me avaliou. - Que se foda! - Foi tudo o que disse antes de colar seus lábios nos meus e me beijar ardentemente. Senti um formigar na barriga e agarrei Nick forte pelo pescoço, ele passava as mãos na lateral do meu corpo enquanto eu explorava seu peito definido e forte. Nick apertou a minha bunda e foi me guiando até o sofá mas quando eu pensei que íamos ultrapassar a fase dos amassos ele me empurrou e eu cai quase deitada no sofá. - Eu mão vou fazer isso com você assim. - Olhei sem entender. - Quando eu foder você, quero que esteja consciente para se lembrar como foi gostoso. - Então ele pegou as chaves e a carteira e saiu fugindo. Acabei adormecendo no sofá.

Com o nascer do sol veio a ressaca e a culpa, eu estava me sentindo a mais baixa das mulheres, como eu posso ter deixado o álcool me controlar desse jeito? Que tipo de vadia manipuladora eu era? Me assustei com a companhia tocando, hesitei pensando ser o Nick, mas lembrei que ele provavelmente não tocaria a campainha, levantei do sofá e fui abrir a porta.

- Precisamos conversa. - Aron me olhou dos pés à cabeça. - Você está péssima, aconteceu alguma coisa? - Assenti saindo da frente para que ele entrasse.

- Entra. - Pedi e assim que ele fez eu caminhei até o quarto. - Me dê alguns minutos, vou ver Beatrice. - Cheguei no quarto e minha filha ainda estava dormindo, olhei para ela por alguns minutos e notei que Nick trocou sua roupa e lhe pôs o pijama de bolinhas que ela tanto ama, minha filha tem quase dois anos tão pequena e já com tanta personalidade. Fui até o banheiro e passei água no rosto, Aron tinha razão eu estava péssima, voltei para a sala e me sentei diante dele.

- Você quer conversar sobre o que aconteceu? - Pensei por um momento se devia ou não falar, mas eu sabia que uma hora isso ia me sufocar e de jeito nenhum eu contaria a Carly, então decidi que ele era a minha melhor opção. 

- Eu segui um conselho idiota ontem e fui até o cemitério. - Ele levantou uma sobrancelha. - Encontrei a Jenny lá e acabamos dividindo uma garrafa de bebida. - Respirei fundo. - Eu quase transei com o Nick ontem. - Parei de enrolar e disse de supetão. Aron me olhou assustado ou surpreso eu não sei direito.

- Ele obrigou você a... - Não o deixei terminar.

- Eu o provoquei. - Completei. Ele passou a mão no rosto como se estivesse confuso. - Eu estava bêbada, não sabia direito o que estava fazendo. - Ele sorriu irônico. - Eu fui uma idiota eu sei.

- Sim você foi. - Não fiquei surpresa por ele ter concordado. - Alice, aquele cara é perigoso, você precisa ficar longe dele, não caia na conversa dele, o Nick é mestre na arte de enganar.

- Tudo bem você tem razão, mas não é como se eu estivesse afim dele ou algo parecido, eu estava bêbada e solitária sei lá. - Tentei justificar mas Aron balançou a cabeça de um lado para o outro.

- Alice a bebida só te faz ficar desinibida, te da a coragem que você precisa para fazer e dizer coisas que não consegue sóbria. - Não, definitivamente ele não estava insinuando que eu... Eca não de jeito nenhum.

- Eu não sinto nada pelo Nick, aquele cara é nojento. - Lembrei da noite passada, do beijo que demos e naquele momento ele me pareceu bem apetitoso. Balancei a cabeça tentando dissipar o pensamento sujo. Aron me encarou.

- Fique longe dele Alice. - Era um alerta e não sei porque eu sentia que ele sabia de muitas coisas e eu não. 

- Não se preocupe. - Tratei de deixar ele seguro. - Sobre o que quer conversar? - Tratei de mudar o rumo da conversa. - Você disse que precisávamos conversar. - O lembrei do motivo de ter vindo até minha casa.

- Há claro.  Eu descobri que Rebecca vem para uma conferência importante aqui na cidade, depois ela e o marido vão participar de um baile beneficente organizado pelo secretário de segurança do estado, que por coincidência é o principal aliado do Nick na campanha política que provavelmente ou porque não dizer possivelmente vai receber o convite. - Meu coração acelerou. - Eu vou me odiar o resto da vida por dizer isso, mas se você pretende encarar sua mãe de frente vai ter que fazer com que ele leve você para a festa. - Engoli seco.

- Ele provavelmente não vai se opor, mas eu não sei se estou preparada para encara-la. - Aron segurou meu ombro.

- A escolha é sua Alice, mas lembre-se que você tem uma oportunidade apenas, a não ser que corra o mundo atras dela. - Encarei seus olhos.

- Eu tenho medo do que ela pode me dizer. - Abaixei a cabeça. - E se ela não me quiser? - Que irônico, ela nunca me quis por isso me deixou no orfanato.

- Bom, é melhor saber agora do que viver com duvida. - Ele tinha razão. Eu agradeci pela conversa e me despedi dele, em seguida tomei um banho e preparei o café, Beatrice acordou e eu a enchi de carinho e comida. Era segunda feria e eu estava de ressaca e muito atrasada para o trabalho, minha sorte era que Miranda não estava na cidade, tinha ido para Miami, cobrir o lançamento da nova coleção de uma grife famosa de sapatos. 

Quase na hora do almoço eu deixei Beatrice na creche e segui para a editora, estava tudo tão tranquilo e com uma santa paz. Meu dia sem Miranda rendeu e eu consegui mesmo chegando atrasada fazer todas as minhas tarefas do dia. Na volta para casa passei no super mercado junto com a minha filha e fizemos ótimas compras, eu estava inspirada pelo dia tranquilo, tanto que decidi fazer espaguete a carbonara, nunca fui uma excelente cozinheira mas o tempo e a vida me ensinaram a me virar. Cheguei em casa por volta das sete, tomei um banho de espumas divertido com Beatrice e fui para cozinha preparar meu jantar, liguei meu celular na pequena caixa de música rosa e botei minha play list favorita e a primeira música que tocou foi Gravity do John Mayer. Eu estava me sentindo tão bem, tão em paz como não me sentia a muito tempo, talvez eu ter bebido com Jenny e beijado Nick tenha ajudado a me situar e eu acabei percebendo que eu estou viva e que ficar remoendo a dor de ter perdido um amor não vai trazer ele de volta, eu não preciso morrer com Justin e eu ainda consigo viver sem ele apesar de sofrer com sua ausência, isso não significa que eu o deixei de amar, isso significa que eu aprendi a amá-lo ainda mais com a sua ausência, significa que eu aprendi a me respeitar e que eu vivi meu luto mas agora eu preciso viver meu presente em função da minha filha, ela ainda é muito pequena e precisa de mim e eu quase esqueci disso porque estava ocupada demais sofrendo e desejando morrer para encontrar o meu grande amor.  

Me assustei quando Nick entrou pela porta horas depois, eu estava arrumando a mesa do jantar para Beatrice e eu quando ele se aproximou.

- Temos que conversar. - Meu coração acelerou mas eu tentei agir normalmente.

- Não temos não. - Eu queria evitar a conversa constrangedora, eu já estava arrependida suficientemente.

- Mesmo que não queira ouvir eu vou falar. - Continuei arrumando a mesa sem lhe dar atenção. - Temos alguma ocasião especial? - Ele me surpreendeu com a pergunta. Parei de arrumar os talheres e lhe encarei.

 - Não. - Engoli em seco. - Aliás, nunca use o termos nós. - Ele sorriu. 

- Bom ontem... - Corri e tapei sua boca com a minha mão. Eu podia ver o sorrisinho sarcástico em seus olhos, tirei minha mão e me afastei. - Você não quer falar, que seja... - Ele se aproximou do fogão. - Isso parece ótimo. - Olhou para mim. - Coloque um prato para mim na mesa, vou me juntar a vocês. - Neguei com a cabeça e assentiu com a cabeça, bufei e acabei cedendo. 

Olhei ao redor e estávamos eu, minha filha e um completo estranho jantando como se fizéssemos parte da mesma família, isso me incomodou mas pelo sorriso, Nick estava feliz com a situação. 

- Eu estou sendo pressionado Alice. - Começou e eu o encarei. - Eu preciso que você diga sim a minha proposta, eu estou ficando sem tempo e meus aliados estão me cobrando uma postura familiar. - Entendi onde ele queria chegar.

- Eu não vou casar com você. - Disse olhando em seus olhos para ele se convencer, não queria que ele interpretasse errado depois do que aconteceu na noite passada.

- Reconsidere. - Pediu. - Vai ser como um tipo de favor, depois que estivermos casados eu deixo você em paz eu prometo, só preciso que você me acompanhe em alguns eventos e finja que somos uma família feliz. - Ele sorriu sinicamente. 

- Eu não sei fingir tão bem quanto você isso nunca daria certo. - Ele fechou a cara. - Não é um simples favor, casar com você e Enfir para as pessoas só para ajudá-lo a se eleger não é certo, além disso você não é o homem mais generoso, honesto e politicamente correto que eu conheço, não quero compactuar com isso. - Deixei claro.

- Você torna tudo difícil - murmurou. - Pensa no lado positivo, você vai ser a primeira dama do estado. - Revirei os olhos. Nick pensa que pode me comprar com a ideia.

- Eu não estou interessada, como posso me tornar a primeira dama se eu mal sei lhe dar com a minha vida e a da minha filha? - Não sei porque gasto saliva com ele, Nick não tem interesse em ouvir sobre as minhas ambições. 

- Não é um bicho de sete cabeças, você vai ter orientação o tempo todo. - Tentou simplificar.

- Esse é o problema, eu vou ser figura pública, todos vão saber tudo ao meu respeito e eu gosto demais da minha intimidade para permitir isso. - Levei a taça de vinho até a boca e bebi. - Não vou estragar a minha vida casando com você quando eu ainda posso me apaixonar novamente. - Salientei porque queria que ele soubesse que eu não o via como um candidato em potencial.

- Não é como se você tivesse pretendentes, eu duvido muito que volte a se interessar por outro cara. - Provocou.

- Quem garante a você que eu não estou interessada em ninguém agora? - Dei o troco e ele pareceu perturbado.

- Que se foda, eu estou tentando do jeito fácil, mas lhe dar com você é cansativo, eu preciso de uma família e você não está me dando escolha, você é a mãe da minha filha.. - O interrompi.

- Não temos certeza se ela é realmente sua.  - Ele me irritava quando decidia usar a minha filha para me chantagear.

- Tudo bem então, vamos fazer o DNA. - Meu coração disparou. - E se der positivo e eu sei que vai dar, eu vou pedir a guarda dela. - A voz dele já estava ficando alterada. 

- Juiz nenhum vai tirar a filha de uma mãe. - É claro que não, que juiz teria um coração tão duro a ponto de fazer uma maldade dessas?

- Eu sou um homem influente Alice, eu consigo tudo o que eu quero com algumas ligações para as pessoas certas. - fiquei calada. - De qualquer maneira eu vou dar a você algum tempo para pensar, eu vou para Washington amanhã e volto em dois dias, até lá pense bastante porque quando eu voltar quero uma resposta definitiva. - Irritado ele levantou da mesa e saiu do apartamento batendo a porta e me deixando completamente perdida.



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