História Friends - London Eye

Sinto minhas costas doerem à medida que me viro e há algo pesado sob minha cintura que mal consigo me mover. Há também um clarão sob meus olhos e sussurros juto de risadas por todo lado. Forço-me a mover-me novamente, mas é quase impossível e abro os meus olhos, completamente confusa.

A imagem de Lucas dormindo é a primeira coisa que me aparece e a luz da janela emana em nossos rostos. Levanto um pouco mais a cabeça e encontro Caio e Klaus com as câmeras em nossa direção. Tão discretos. Resmungo alto para que eles saibam que eu acordei e que quero voltar a dormir, mas a essa hora é impossível.

Tento retirar a mão de Lucas que envolve a minha cintura, mesmo sabendo que estava confortável e que era um dos melhores lugares do mundo. Ele resmunga e me puxa para mais perto, de modo que eu não conseguiria nem me mover e eu tento o acordar, totalmente irritada. Lucas sorri mostrando que já estava acordado e só queria me irritar àquela hora da manhã.

- Bom dia, anjo – diz e eu reviro os olhos, sendo felizmente (ou infelizmente, não consigo ser capaz de escolher) solta dos seus braços.

Levantei-me do tapete desnorteada e caminhei até o banheiro de baixo, lavando meu rosto e escovando meus dentes. Lucas me esperava do lado de fora, escorado na parede e mexendo em seu celular.

[...]

Passamos na casa de Mark e fomos visitar algumas lojas londrinas. Comprei inúmeras coisas não só para minha mãe, mas também para meus amigos, principalmente Maia e Chris. Lucas me ajudou a escolher algumas coisas, mas estava meio contrariado, então pedi ajuda Mark.

No fim, saímos com várias sacolas cheias de compras e voltamos para casa. Próximo ponto era o meu favorito, mesmo sem ter conhecido ainda; London Eye e eu não sei como não havia dado uma crise de surto ainda, porque ainda parecia um sonho irreal e intocável.

Guardei minhas coisas e aproveitamos para jantar e arrumar. Mark era engraçado e fazia todo mundo rir. Lucas tinha uma de suas mãos em minha perna indicando posse e eu fingia que não me importava, porque Lucas era a confusão em pessoa, mas também não tinha vontade de tirar.

Quando chegamos à London Eye, já tínhamos os ingressos em mãos e não tardou para que entrássemos nela. Acabou ficando Mark, Lucas e eu em uma cabine e Caio e Klaus ao lado. E céus, a vista era incrível; nada comprada a prédios altos. Mark sempre comentava alguma coisa e nos mostrava algo com o big bang, o castelo e inúmeras outras coisas.

Senti a mão de Lucas se juntar com a minha inesperadamente, fazendo-me abrir os lábios, completamente surpresa. Olhei pra Lucas enquanto Mark explicava algo completamente banal perto da intensidade dos olhos castanhos e instigantes de Lucas que me encaravam no momento, mas estes não chegam perto da intensidade da nossa simbiose.

Meu peito transborda de ansiedade e saudade do seu beijo e do sabor de hortelã que emana dos lábios de Lucas. Sua demora me sufoca, mas tento não me angustiar. Quero me perder nos lábios rosados e macios de Lucas e me esqueço de que Mark está ao nosso lado conversando incansavelmente.

Meu coração está descompassado e minhas pernas parecem gelatinas, meu corpo parece ter entrado em overdose. Minha alma insípida implora pelo sabor de Lucas e quando seus lábios colidem com os meus, sinto que estou caindo; parece como a primeira vez. Sua língua pediu passagem e eu cedi. Passo minha mão por seu cabelo e a outra deixo em seu ombro e as suas estão em minha cintura.

Não ouço mais a fala de Mark, provavelmente percebeu o que estava acontecendo ao seu lado e eu tento não preocupar com a tensão que se instalaria depois. Sinto que paramos de nos mover e não foi um efeito do beijo de Lucas. Paramos o beijo por falta de ar e Mark já não estava mais lá e a cabine aberta.

Caminhamos até o pessoal fora da cabine de mãos dadas. Eu estava em silêncio, mas entenda isso com um turbilhão de pensamentos desorganizados. Era difícil Lucas demonstrar afeto pro mim, ainda mais em público. Estou sentindo, mais uma vez, que algo mudou entre a gente e dessa vez não foi a saudade.

- Que tal irmos a um bar? –perguntou Mark e todos concordaram. Não queríamos voltar para casa e eu queria que essa noite não acabasse nunca.

A ida no carro foi divertida; as músicas eletrônicas preenchiam o cubículo e, por coincidência, eram as preferidas minha e do Lucas. Mark continuava o mesmo, mesmo depois de termos deixado falando sozinho em meio a London Eye. Ficávamos fazendo piadas de tudo a nossa volta.

Sentamos em uma mesa perto ao bar e pedimos várias cervejas, exceto pra Klaus que estava dirigindo. Conversamos sobre tudo e nada ao mesmo tempo enquanto alguma banda tocava no palco perto de nós. A música era divertida e me lembrava um pouco The Maine (quem leu Closer sabe do meu amor essa banda <3).

No fim, saí um pouco alegre, Lucas tentava me conter e Mark ria junto comigo. Apesar de ter saído dessa maneira desastrosa, a mão de Lucas ainda estava na minha, então eu me sentia bem.