P.O.V. Autora
Por quatro vezes que as pessoas pensaram que Carl e Grace ficariam juntos.
Dale achou realmente estranho quando o garoto se aproximou dele no trailer pelo segundo dia seguido,eles estavam na fazenda e Dale ficava em cima do trailer olhando o perímetro,os dias estavam calmos e do alto Dale observava Grace resolvendo alguns exercícios de matemática com Lori
-Posso subir?
Carl peguntou na escada
-Claro,vem
Dale aprovou e ele subiu se sentando ao seu lado
-Para o sol
Dale disse colocando um de seus chapéus na cabeça do garoto
-Obrigado
-De nada,já fez os exercícios?
-Sim,a Grace empacou em uma conta
-Ah sim
Dale concordou e se virou para frente
-Dale
-Oi
Ele disse olhando para o menino
-Você acha que a Grace vai gostar disso?
Carl disse mostrando uma pulseirinha de flores que tinha feito para a menina
-É muito bonita Carl,ela vai gostar sim,você quem fez?
-Sim,mas o Shane me ajudou
-Entendi,mas deixe me perguntar para que esse presente tão repentino?O aniversário dela só vai ser daqui 4 messes
Dale disse curioso
-Bom...
Carl ficou vermelho e ia responder mas Grace o salvou
-Eu terminei!Vamos brincar
A garota chamou de baixo do trailer
-Vamos!
Carl disse fugindo dali
-Esse pode ser o nosso segredo?Eu só planejo dar para ela daqui...
Ele contou os dedos
-5 dias
Ele disse por fim
-Claro,vai ser nosso segredo
Dale disse e sorriu para o menino
-Obrigada Dale
-De nada Carl
O menino desceu com a pulseira no bolso dentro de um saquinho transparente
-Até depois papai
Grace disse e correu com Carl por ali,Dale pegou o calendário para ver o que teria dali 5 dias,ele ficou surpreso a constatar que seria o dia dos namorados,Dale se surpreendeu e só teve certeza de algo que ele já desconfiava: alguma coisa tinha ali. E ele sabia o que era,era algo bom,e ele tambem soube que ainda veria os dois juntos.
Mas 3 dias depois um walker mordeu Dale e Carl pensou que nunca mais daria a pulseira para a menina mas durante o inverno na estrada Carl ganhou coragem e agarrou a mão da menina enquanto ela vigiava ao redor para os outros discutirem sobre a rota a seguir
-Não precisa falar comigo mas só usa isso tá,eu fiz para você...era pro dia dos namorados e eu sei que passou faz 2 semanas mas eu só tive coragem agora
Grace apenas o encarou e ele achou que ela fosse arrancar a pulseira mas ela olhou para a mesma e se virou para frente,sem nenhuma palavra mas sem jogar a pulseira fora.
Grace usou a pulseira até a mesma ficar com as folhas murchas e então ela guardou a mesma em sua cela na prisão,ela olhava para a mesma todos os dias sem coragem para perguntar pro garoto por que raios ele iria dar um presente de dia dos namorados para ela.
Lori soube que seu filho estava apaixonado na estrada. Mesmo preocupada com a gravidez ela via seu filho para baixo com o desprezo da amiga,ninguém culpava Grace pelo seu silêncio, ela estava quieta com todos e ninguém poderia cobrar nada diferente
-Oi
Lori se aproximou do filho
-Oi
Ele disse sério
-Que falar sobre ela?
Já faziam 7 meses que estavam na estrada e Carl nunca falava sobre,mesmo que fosse evidente o descontentamento dele
-Ela vai me odiar para sempre,não tem o que falar
-Vai passar,ela só precisa de tempo
-Você fala isso a sete meses,não cansa de mentir?
Carl perguntou rude assustando a mãe
-Sabe por que eu te digo isso?
-Não
-Porque ela me disse isso,e eu acredito nela.
Lori se afastou do filho e entrou no carro,a menina tinha mesmo dito aquilo para ela,eles estavam em uma casa abandonada e ela se aproximou da menina para uma conversa casual que acabou ficando nada casual
-Ele sente saudade
Lori disse se referindo ao filho que observava a conversa das duas tentando ser discreto mas falhando miseravelmente com essa tarefa
-Eu não posso falar com ele sem surtar ainda
-Algum dia você vai poder?
Grace mexeu no relógio e na pulseira de flores presa em seu pulso
-Sim,eu só preciso de tempo
Ela disse e logo o barulho de um walker cortou a conversa das duas.
Lori soube assim que eles iriam voltar a se falar,quando viu os dois conversando na prisão depois de finalmente fazer as pazes ela teve certeza de que era algo a mais
-O que você tanto olha?
Carol perguntou parando ao lado da mulher na escada e seguindo seu olhar até Carl e Grace que estavam há alguns metros sentados na grama em silêncio
-Podem ser os hormônios da gravidez que estão me deixando nostálgica,mas eu já vi esse mesmo olhar do Carl
Lori disse nostálgica
-Quando?
-Com Rick,quando nos conhecemos
-Ele parece feliz agora,ela também parece melhor,mais curada
-Ele está apixonado Carol,parece loucura mas eu conheço meu filho
-Bom,eu não me lembro nem um pouco do Ed vendo isso e isso é um ótimo sinal
Carol disse rindo e Lori a acompanhou,mas não se esqueceu daquele olhar,foi a última vez que ela viu o olhar de um Grimes apaixonado.
Beth sabia que Grace gostava de Carl,era óbvio,claro para todos,menos para os dois.
A garota negava até a morte e Carl desconversava falando que estavam todos doidos. Mas Beth com todo seu espírito romântico e pequena experiência amorosa via que aquilo era alguma coisa,o jeito que Grace olhava para ele ou se distraia fácil quando ele estava perto a entregava,a menina ficava radiante quando acordava e via o bendito do girassol no vaso de seu quarto,o ciclo era sempre o mesmo : ele colocava a flor,ela passava o dia sorrindo por isso,ele sorria porque ela sorria,ficava feliz e colocava outra flor....
Claro,não eram só flores. Beth reconhecia que quando eles brigavam era um inferno,brigavam quando Grace dizia que ele era metido,quando Carl chamava ela de criança,quando ela discordava dele,quando ele discordava dela,por quase tudo. Mas não é assim que o amor é afinal? Beth se perguntava rindo da raiva da menina ao falar do Grimes.
E assim eles iam indo e Beth observava tudo se perguntando onde eles acabariam,casados com filho era seu palpite mas se ela dissesse isso Grace,com toda certeza,iria surtar.
Rick conhecia seu filho e vê-lo tão bobo assim era curioso,não que ele não tivesse desconfiado mas durante o tempo que passaram na estrada logo depois que a igreja foi tomada ele pode observar bem os dois,afinal não havia muito a se fazer,as dificuldades eram grandes mas sempre que Rick olhava para Carl o garoto parecia conservar uma esperança,ao contrário de Grace,o que era uma inversão de papéis já que a menina sempre fora a mais esperançosa e Carl o mais desacreditado.
Certa noite enquanto Rick fazia sua vigia e Daryl vigiava o parâmetro ele observava os dois,eles insistiram que estavam sem sono mais depois de alguns minutos de silêncio a cabeça de Grace se rendeu ao sono,no momento ela tinha a cabeça apoiada no ombro do garoto e as mãos dos dois permaneciam entrelaçadas,coisa que Rick percebeu que acontecia com certa frequência,ao ver a cena Rick sorriu e Carl o olhou tímido
-É uma mania que ela tem
Carl falou explicando as mãos dadas
-Tenho certeza que te incomoda muito
Rick falou irônico e Carl ignorou o comentário do pai
-Pai
-Sim
-Eu tô começando a me preocupar com isso
Carl falou se referindo a Grace
-Por quê?
-Eu não me incomodo mais com o que ela faz,nem com o jeito chato e petulante dela
-E por que isso te preocupa?
-Eu não acho que ela se sinta assim
-Filho,ela se sente
-Como você sabe?
-Eu só sei
Rick falou e Carl ficou quieto. Rick sabia que a menina gostava do filho,suas dúvidas sempre foram se o menino gostava da menina da mesma forma e pelas palavras dele Rick soube que a menina era correspondida. Ele soube que os dois iriam ter algo a mais do que uma simples mania de mãos dadas.
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