História Friends? - Jogos de Quadribol

Scorpius Malfoy

Assim que os Malfoy e Polly chegaram na Mansão dos Malfoy, tudo que se ouvia era bocejos. Polly olhou em volta e ficou observando os detalhes da decoração, um pouco do seu sono até sumiu diante de sua curiosidade.

— Scorpius, leve-a pro quarto de hóspedes, sim? —Draco disse bocejando. — Eu estou morrendo de sono, vou pro meu quarto antes que eu caia duro no chão, adeus. —Então ele subiu as escadas e desapareceu pelos corredores.

— Então... vem, vou te levar pro quarto. —Scorpius subiu as escadas e Polly o seguiu, a casa dos Malfoy era meio sinistra e macabra, mas até que Polly gostava. Os dois pararam na frente de uma porta enorme de madeira escura. — É aqui, fique à vontade. Meu quarto é esse da frente, qualquer coisa pode me chamar. —Scorpius fala num tom tão arrastado que daria sono a qualquer um que ouvisse.

— Ok, obrigada.

— De nada, bom sono. —Scorpius voltou para o seu quarto e deitou na cama, dormindo quase que instantaneamente. Acordou de 18h, perdido e sem saber nem onde estava e por que estava tudo escuro. Saiu correndo pela casa até o quarto de seu pai, e encontrou Draco dormindo como um bebê na gigantesca cama de casal. — Pai! —Scorpius gritou e Draco acordou com um susto.

— O que aconteceu?! Você está bem?

— Estou, que horas são? Temos que voltar pro hospital!

— Ah meu deus, Scorpius, relaxa... não dormimos nem 5 horas direito...

— Eu não quero dormir, eu quero estar lá quando Alvo puder ir pra casa!

— Qual é a sua obsessão por esse menino? Eu entendo, ele é seu melhor amigo, mas... você não precisa estar lá 24h pra ele, Scorpius.

— Eu não sou obcecado por ele!

— É um pouco sim, é bem estranho aliás.

— Argh, eu não sou! Eu vou acordar a Polly.

— Não, deixe a menina dormir.

— Mas ela vai querer ir pro hospital com a gente.

— Deixe-a dormir, Scorpius.

— O senhor chamou ela pra dormir aqui?

— Chamei.

— Por quê?

— Porque ela não queria ir pra a casa dela, não me pergunte o motivo, ela não quis me dizer.

— Estranho... ela vai ficar aqui até quando?

— Não sei, até ela decidir voltar pra casa, eu acho.

— Ok... vou tomar um banho e podemos voltar pro hospital, sim?

— Sim... —Draco respondeu com sua maior cara de quem está de saco cheio, então bufou. Scorpius não deu a mínima e foi tomar seu banho, colocando depois roupas normais já que ele estava com o uniforme de Hogwarts esse tempo inteiro. Voltando ao hospital, Scorpius foi direto para o quarto de Alvo, esperando poder falar com ele. Então viu Harry Potter sentado na cadeira de frente para o quarto de Alvo, dormindo. “Pelo menos não vai me impedir de entrar” Scorpius pensou e entrou no quarto do seu namorado, estava escuro e frio.

— Al? —Scorpius perguntou se aproximando da cama, vendo um Alvo sonolento. — Ah... você está dormindo...

— Oi. —Alvo disse abrindo os olhos lentamente e sorrindo. — Estava esperando você voltar.

— Eu te acordei, foi mal.

— Tudo bem, eu só estava dormindo porque não tinha nada pra fazer mesmo. E aí? Vejo que trocou de roupa, está limpo e cheiroso.

— Obrigado. —Scorpius riu e sentou na beira da cama. — Eu trouxe xadrez pra jogarmos se você quiser.

— Eu quero, vamos nessa. —Scorpius pegou o pequeno tabuleiro em forma de maleta que estava carregando e colocou no colo de Alvo, arrumando as peças. Os dois começaram a jogar quando um assunto surgiu. — Yaxley veio me visitar.

— Foi?

— Sim, eu perguntei o que ele estava fazendo aqui, mas ele não me respondeu. Prefiro acreditar que ele veio pra me ver.

— Lucas está machucado, uma bala pegou nele de raspão e Yaxley disse que sangrou muito.

— Nossa... que merda, tomara que ele fique bem logo, você chegou a vê-lo?

— Não, mas eu vou tentar depois.

— E Polly? Onde ela está?

— Na minha casa, dormindo.

— Na sua casa? Que história é essa? —Sim, isso foi uma pontada de ciúmes.

— Longa história. Meu pai disse que perguntou se ela queria ir pra casa, e ela disse que não. Então ele chamou ela pra ficar lá em casa.

— Ele nunca me chamou pra ficar na sua casa.

— Você tá com ciúmes de Polly agora? —Scorpius olhou para Alvo com ar de riso, e não pôde evitar um sorriso vendo o rosto do amigo ficar sério. Ele sentia falta dos ciúmes do Potter.

— Não, eu não estou.

— Sei...

— Meu pai perguntou se eu ela estávamos namorando.

— O que?! —Alvo esbarrou a mão nas peças do tabuleiro, fazendo todas caírem em cima da cama e no chão. Scorpius começou a rir, mas Alvo não achou a menor graça. — Do que está rindo, seu imbecil?

— De você com ciuminho, não deixei bem claro que eu gosto de você? Só de você?

— Não, não deixou.

— Bem, Potter, eu gosto só de você. Eu não ligo pra nenhum outro cara ou mulher, ok? Relaxa. Você ganhou na mega sena.

— Ganhei, foi? Abaixe um pouco seu ego. —Alvo revirou os olhos, fazendo Scorpius rir novamente e apertar sua bochecha.

— Coisa mais fofa.

— Não me aperte, eu estou com raiva.

— Não fique, eu amo você.

— Ama? —Aquilo era o ponto fraco de Alvo, ele sempre derretia quando ouvia aquelas palavras saindo da boca de Scorpius.

— Sim, bastante.

— Eu também. —O Potter sorriu.

— Eu preciso te contar uma coisa...

— Ih... disse que me ama só pra contar alguma merda que você fez?

— Tipo isso...

— O que foi, Scorp?

— Eu quero pedir desculpas antes mesmo de dizer.

— Você está me deixando nervoso.

— Eu matei um cara.

— O que?!

— Eu matei o trouxa que atirou em você, logo depois que você caiu no chão eu... não consegui me controlar, fiquei com muita raiva pensando que talvez você fosse me deixar e o culpado seria ele.

— Você matou um cara por mim?

— Sim, eu sinto muito...

— Eu sei que não deveria, mas eu realmente achei isso bem fofo.

— O que?! Isso não é fofo! Eu matei alguém!

— Eu sei, mas foi por mim... isso é meio fofo, ninguém matou por mim antes.

— Você tem problemas, Al, sinceramente.

— Meu homem tem tanta iniciativa, gosto disso.

— Não começa...

— Queria ter vistos esses braços enquanto você conjurava o feitiço. E sua mandíbula... eu já te disse o quanto eu gosto da sua mandíbula? Ela te deixa bem sexy e com uma cara de macho... —Alvo já estava começando a se sentir um pouco animado nas suas calças só de lembrar dos detalhes que mais gosta em Scorpius.

— Para! Meu deus! —Scorpius corou, mas Alvo apenas riu. — Você é um pervertido.

— Eu sou, por você.

— Nunca entendi por que você me acha gostoso, sinceramente. Eu pareço um palito de tão magro. Você tem bem mais corpo que eu.

— Você não é um palito, é um magrinho gostoso.

— Isso é extremamente vergonhoso, sabia?

— O que? Eu te chamar de gostoso?

— Sim, você falando essas coisas... é vergonhoso.

— Você tem que parar de ser tão frígido, são só palavras, aproveita. —Alvo riu e Scorpius revirou os olhos.

— Eu não sou frígido, só que tem horas e lugares, né?

— Me desculpe, meu pênis fica feliz em te ver a qualquer hora e em qualquer lugar. Eu simplesmente não consigo controlá-lo, ele tem vida própria.

— Eu realmente não... não preciso saber disso.

— Aliás ele agora está dizendo “Olá, Scorpius, sinto sua falta, venha me visitar qualquer hora, sim?”.

— Eu juro que você é o ser humano mais ridículo que eu já conheci. —Scorpius riu e Alvo riu junto.

— Obrigado, eu guardo o título com muito carinho.

— Você sabe quando vai poder sair?

— Amanhã de manhã.

— Sério?

— Sim, aleluia. —Ele bufou e Scorpius riu.

— Eu vou te visitar enquanto estamos de recesso, prometo.

— Promete, é? Acho bom. Senão eu vou invadir aquela mansão dos horrores e te arrasto a força.

— Palhaço.

James Potter

James tinha acabado de voltar ao hospital, ele tinha ido em casa com sua mãe e irmã para dormir, comer algo e tomar um banho. Era um saco ter que ficar naquele lugar chato esperando seu irmão melhorar, mas era um preço que ele tinha que pagar, afinal, a culpa foi toda dele. Depois da conversa com Yaxley no banheiro, James ficou com vontade de conversar com o menino novamente. Eles não se gostavam, realmente não se gostavam, mas James se sentiu mal pela situação dele e queria tentar ajudá-lo. Enquanto andava pelos corredores do hospital, James viu Yaxley sentado numa cadeira olhando pro teto e resolveu se sentar ao seu lado.

— Oi. —Ele disse, ouvindo Yaxley bufar logo depois.

— O que você quer, Potter?

— Conversar.

— Então procure outra pessoa, porque eu não estou nem um pouco afim.

— Eu trouxe algo pra você.

— A única coisa que eu quero de você é sua ausência.

— Deixa de ser um saco, ok? Eu vou te dar e você vai ficar calado. —James colocou a mão no bolso do casaco, puxando um pedaço de papel que foi retirado do Profeta Diário, era uma foto de Crystal Goshawk onde ela estava sorrindo enquanto mexia no cabelo num loop infinito. — Eu achei isso no jornal hoje quando voltei pra casa, achei que você fosse querer. —Yaxley bateu os olhos no papel e o segurou, olhando a menina que tinha morrido de maneira tão trágica e brutal.

— Obrigado. —Ele disse soltando um longo suspiro, não parando de ver a foto de Crystal.

— Ela era bem bonita.

— Sim, ela era.

— Você gostava dela?

— Um pouco... não sei dizer.

— Ela gostava de você?

— Não, definitivamente não. Não desse jeito.

— Ah... que pena. —James não sabia puxar conversa. — Você já conseguiu ver Rosier?

— Ainda não, ele está dormindo. Mas eu vi o seu irmão e ele parece bem.

— É, ele está. É aquele ditado, vaso ruim não quebra fácil.

— É, acho que sim. —Yaxley riu baixo e guardou a foto de Crystal no bolso do casaco.

— Por que nos odiamos?

— Porque você não sabe perder. —Yaxley olhou para James, enquanto o Potter tentava lembrar da ocasião onde ele não soube perder.

Hogwarts, 2019

James Potter estava jogando no time de quadribol da Grifinória como apanhador, o jogo prometia e a Grifinória era a favorita de todos. O time da Sonserina jogava muito bem, mas nada que o time da Grifinória não pudesse barrar. O placar estava bem acirrado, mas a Grifinória ainda estava na frente. Então, o goleiro da Grifinória começou a se sentir um pouco mal e estava visivelmente um pouco fora do jogo, deixando várias bolas passarem, fazendo a Sonserina passar a Grifinória por muitos pontos. Kevin Yaxley, o artilheiro da Sonserina comemorava os pontos, mesmo que fossem um pouco sujos. James começou a ficar um pouco desesperado quando viu que os pontos da Sonserina estavam tão altos que nem se ele capturasse o pomo de ouro, a Grifinória seria campeã. Ele teria que tentar mesmo assim, saiu voando igual doido atrás da pequena bolinha dourada que viu flutuando pelo estádio. Depois de 5 minutos, James Potter estava com o pomo de ouro nas mãos, mas ainda assim a Sonserina ganhou o jogo, o que pra ele foi a coisa mais injusta do mundo, afinal, o goleiro deles estava se sentindo mal. Assim que eles pousaram e viram o time da Sonserina comemorar a vitória, James não se segurou e foi direto para o artilheiro, o que mais tinha se aproveitado da fraqueza do goleiro da Grifinória.

— Aí, Yaxley, isso não foi justo! —James gritou com raiva, mas Yaxley apenas riu em resposta. — Do que você está rindo?! Estava mais do que na cara que nosso goleiro estava passando mal e por isso não conseguiu defender os arcos!

— A culpa não é minha, é, Potter?

— Você é um filho da puta! Isso não foi justo!

— Pau no seu cu, não tô nem aí. —Yaxley sorriu e voltou para o resto do seu time, deixando James espumando de raiva para trás.

St. Mungus, 2021

— Você foi um babaca, não foi justo. —James cruzava os braços. — O goleiro...

— Blá, blá, blá... eu realmente não dou a mínima pra o goleiro da Grifinória, Potter.

— Mas o jogo não foi...

— Blá, blá, blá. O que importa é que a Sonserina ganhou.

— Injustamente.

— Mas ganhou, você não sabe perder e por isso me odeia hoje.

— Argh, eu tinha esquecido do quanto você é irritante.

— Você nunca falou comigo.

— Nem deveria ter falado, você é um saco. Já estou me arrependendo de ter falado com você.

— Digo o mesmo.