História Friends, Lovers Or Nothing - Conversas.

FRIENDS, LOVERS OR NOTHING

PinkNeonFantasy

CAPÍTULO 30 - EU ESTAVA FALANDO SÉRIO QUANDO DISSE QUE DARIA MINHA VIDA POR VOCÊ.

Era tão irônico o jeito como as coisas mudam tão depressa na minha vida. Agora ali estava eu, sentada em um corredor silencioso de um hospital. Frank Iero sentado ao meu lado, em silêncio.

Eu tinha acabado de sair de uma dessas salas, fiz alguns exames mas eu não tinha nada mais que apenas alguns leves arranhões. Proibi qualquer um de ligar para os meus pais ou Ed, eles já tinham sofrido muito comigo nesses últimos tempos.

Preferi ficar no hospital, esperando notícias de Gerard.

James está de pé, do outro lado do corredor, encostado na parede, com os braços cruzados e o olhar vago em algum canto perdido do corredor. O encaro, mas ele não parece perceber. Está tão concentrado em seus pensamentos.

Gerard está em alguma dessas salas. Eu não sei se ele está bem, ou se aconteceu algo de mais grave com ele. Eu só sei que tenho uma vontade imensa de chorar, de gritar, esperniar e invadir os quartos desse lugar até achar Gerard.

Eu quero vê-lo!

Eu preciso saber como ele está! Preciso de notícias!

Ele salvou a minha vida, colocando a dele em risco. Ele me empurrou para o lado e se atirou na frente daquele carro.

Tia Donna está andando de um lado para outro, em completo desespero e Mikey está sentado do lado de Frank, pálido e com o olhar perdido. Ele parece estar a ponto de desmaiar. Fecho os olhos e engulo a seco. Vou chorar, vou chorar, vou... Já estou chorando.

Mordo o lábio inferior e as lágrimas continuam caindo.

Fecho os olhos e uma fisgada dolorosa na nuca me faz encolher um pouco os ombros.

" - Gerard a gente não pode mais continuar assim. - As palavras saíram da minha boca com um gosto amargo. Eu engoli a seco e me senti terrível. Seu rosto demonstrou tudo que ele estava sentindo... Ele desabou.
Seus ombros caíram e segundos depois as lágrimas foram se acumulando em seus olhos verdes, até que transbordassem e rolassem por seu rosto bonito.
- Está terminando comigo, Jenny? - Ele sussurrou, a voz tremia e seu rosto começava a ficar brilhoso por tantas lágrimas. Eu solucei e só aí percebi o quanto eu estava chorando também.
- Frank está livre agora... - Solucei de novo e ele se aproximou. Recuei. - Ele está livre para você...
- Jenny não...
Levantei a mão, pedindo para que ele parasse. - Ele sempre foi a causa disso tudo... Caso tenha esquecido.
- Jenny, por favor... - Gerard soluçou.
- Fique com Frank, Gerard.
- Jenny eu amo você!
- Não... - Balancei a cabeça. - Você está confuso.
- Não estou! - Gerard bateu o pé no chão e puxou os próprios cabelos. - Eu daria a minha vida por você, Jenny, ainda não entendeu isso?
Solucei mais. Chorei ainda mais. Ele correu até mim e me abraçou. - Por favor, por favor, por favor, não vai... - Ele chorava tanto quanto eu.
- Não posso... - Balancei a cabeça e o empurrei. - C-continuar com isso... - Dei dois passos para trás. - Não suporto mais isso, Gerard! - Tentei limpar meu rosto, mas não adiantava muito limpá-lo, eu ainda chorava e só piorava a cada segundo. "

Abri os olhos e respirei fundo. Eu solucei e Frank levantou a cabeça para me olhar, Jay me encarou com um misto de preocupação e tristeza.

Mordi o lábio inferior e desviei o olhar para o fim do corredor. Eu odiava chorar na frente dos outros, mas eu não conseguia controlar. Eu tinha acabado de lembrar da minha última briga com Gerard. De como terminamos o nosso namoro.

- Ele te amava... - Ouvi alguém sussurrar. Virei-me e olhei para Frank. - Ele te amava muito.

Solucei ainda mais alto e coloquei a mão na frente da boca, tentando abafar o som. Fechei os olhos e abaixei a cabeça.

- Não fale como se ele tivesse morrido. - Implorei.

Frank suspirou. - Ela ainda te ama.

Engoli a seco. Mikey se levantou da cadeira, se ajoelhou a minha frente e fez algo que eu não esperava. Ele me abraçou forte. Mikey me deixou chorar em seu ombro, enquanto meu corpo balançava violentamente por conta dos meus soluços altos e fortes.

Mikey acariciava meus cabelos e minhas costas enquanto eu chorava.

- Ele vai ficar bem, Jenny, ele vai ficar bem. - Mikey sussurrava.

E eu queria acreditar nele.

Um médico se aproximou. Ele estava cuidando de Gerard. Meu coração disparou e James parou ao meu lado, passando seus braços à minha volta, tentando, de alguma forma, de consolar. Notei que Mikey lançou um olhar fuzilante à Jay, mas este não pareceu reparar.

- O paciente Gerard A. Way está bem. Teve alguns ferimentos leves na cabeça e nos braços, mas não é nada grave.

A maioria de nós, que recebíamos as notícias, suspiramos aliviados e nos entreolhamos.

- Ele precisará ficar internado por essa noite, em observação, mas amanhã de manhã estará pronto para ir para casa. - O médico rabiscou algo na folha sobre a prancheta que carregava nas mãos e sorriu. - Ele está acordado e pode receber visitas.

Eu estava aliviada por saber que Gerard estava bem, apesar de ainda estar assustada com a quantidade de sangue que Gerard perdeu. Mas ele estava bem, ele estava bem!

Donna saiu correndo pelo corredor, querendo ver o filho, Mikey a seguiu e Frank também. Eu e James nos entreolhamos. Não sabíamos ao certo o que deveríamos fazer. Gerard poderia não querer nos ver e... Por mais que Gerard tenha me salvado, ele poderia voltar à me ignorar, não é?

E James... Bem, os motivos que poderiam levar Gerard a não querer vê-lo eram óbvios.

Nós suspiramos ao mesmo tempo, o que foi um pouquinho estranho, e nos distanciamos um pouco já que ele continuava me abraçando. Sentamos nos bancos do corredor onde eu estava sentada com Frank ao meu lado antes e nos mantemos em silêncio, por alguns minutos.

- Eu... Sinto muito que o seu aniversário vá acabar com esse clima tenso. Sério eu... Sinto muito. - Sussurrei.

James soltou um sorriso leve e pegou a minha mão. Minha pele começou a formigar de uma forma estranha enquanto ele fazia leves carinhos com seus dedos na palma da minha mão.

- Não se preocupe. O dia tinha tendências de não ser tão bom quanto o desejado, mas, foi o melhor aniversário que já tive, Jenny. - Ele sussurrou. Olhei para ele com um sorrisinho incrédulo. - É sério. O dia foi maravilhoso, você esteve comigo, e isso foi o bastante para me fazer feliz.

Engoli a seco e evitei olhar para os seus olhos. Sentia minhas bochechas quentes enquanto olhava para os seus dedinhos tatuados fazendo movimentos leves na minha mão.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu com Gerard. E, fiquei apavorado com a possibilidade de você ter se ferido. - Ele colocou dois dedos em baixo do meu queixo, me fazendo erguer o olhar. - Eu não me perdoaria caso algo acontecesse contigo. - Sussurrou.

Seu rosto estava muito próximo do meu. - E o dia ainda não acabou... Eu sempre penso positivo e... Sei que algo bom pode acontecer para fazer desse dia o melhor de toda a minha vida.

Engoli a seco. Eu estava tremendo e o cheiro de chocolate e erva doce de Jay me deixava em um estado próximo ao êxtase. Seus dedos, antes no meu queixo, subiram para a minha bochecha, deixando um rastro quente e com formigamentos leves na minha pele.

Eu estava lutando contra mim mesmo, eu estava lutando para não fechar os olhos e esquecer do mundo. Mas eu estava ali por Gerard. Eu não podia beijar James ali, à poucos metros de onde estava o cara por quem eu era completamente apaixonada, o cara que salvou a minha vida.

Por isso eu não queria fechar os olhos. Não queria fazer isso pois seria um "passe livre" para Jay me beijar. Eu sabia que era isso que ele queria, eu... Percebia.

Escutei alguém pigarreando e dei um salto no lugar, me virando assustada para o corredor, para a pessoa que tinha pigarreado, para ser mais exata. Michael estava com os braços cruzados sobre o peito, não olhava para mim, olhava para Jay.

Seu olhar era de puro ódio. Seu rosto bonito contorcido em uma carranca.

- Gerard quer te ver, Jenny. - Michael disse. Pude notar que seus dentes estavam cerrados e então seu olhar veio de encontro ao meu. Senti um arrepio na coluna. Era um olhar enigmático e eu me senti mal, envergonhada e um pouco irritada.

Mas a irritação, vergonha e mal estar passou rapidamente quando processei o anúncio de Mikey. Gerard queria me ver. Por quê?

Eu estremeci. E engoli a seco. Sentindo meus batimentos cardíacos acelerarem e minhas mãos suando.

Me levantei e segui Mikey pelo corredor. Não tive coragem de olhar para James em nenhum momento. Minhas pernas pareciam fracas, bambas e pesadas. Eu tinha medo que acabasse tropeçando ali no meio daquele corredor.

Vi Frank saindo de uma porta branca, fechando-a em seguida. Ele encarou Michael e em seguida seu olhar parou em mim. Eu estava me sentindo incomodada com seu olhar e agradeci muito quando ele o desviou para Michael novamente.

Eles acenaram minimamente um para o outro e Frank passou por nós. Me lançou um olhar que eu não conseguia saber o que queria me dizer. Talvez um: "Não se anime, ele é meu agora", mas parecia como um: "Ele ainda ama você, mas eu ainda sou o namorado dele!"

Mikey estava parado perto da mesma porta da qual Frank tinha acabado de sair. Ele me lançou um olhar e suspirou.

- Tome cuidado, Jennifer. Não... Não confie tanto em James. - Eu o encarei.

E, abruptamente, eu me senti com raiva por Michael falar assim. Tudo bem, eu entendia que ele não gostasse de Jay, por tudo que aconteceu entre ele e Gerard, mas... Ele não tinha nada a ver com a minha vida.

- Eu sei me cuidar. - Respondi, seca.

Ele balançou a cabeça. - Eu gosto muito de você, Jenny. - Ele respirou fundo. - Gosto mesmo. Muito. Mas do que imagina. E só quero o seu bem. Não fique irritada comigo, nem pense que estou falando isso só para me intrometer na sua vida. Sei que Gerard é um covarde imbecil, e que se afastou de você. Apesar de Gerard achar que o que está fazendo é o melhor para você, eu sempre reprovei essa ideia!

Mikey suspirou e deu um passo a frente. Ele descruzou os braços e esticou a mão. Seus dedos longos e magros tocaram de leve a minha testa quando ele afastou minha franja para longe dos meus olhos.

- E, não estou falando isso pelo fato do passado que James tem com Gerard, apesar de isso ajudar muito. Eu não confio em James. Sei que ele tem te ajudado e que você pode estar achando que eu sou um intrometido e estar com raiva de mim. Mas, não fique. Por favor. Só quero o seu bem.

Assenti e respirei fundo.

- Tudo bem, obrigada Mikey.

O loiro sorriu de leve e deu um passo para o lado. - Gerard está esperando você agora.

Ele começou a se distanciar e eu encarei a porta por alguns segundos. Tomei coragem e bati de leve na madeira. Meu coração estava disparado e eu tremia muito.

Ouvi alguém falar, ou melhor, resmungar baixinho, um "entre". Respirei fundo mais uma vez e abri a porta.

O quarto não era grande, um típico quarto de hospital com paredes, teto e chão brancos. Gerard estava meio deitado, meio sentado, na cama e Donna estava ao lado dele.

Ambos olharam para mim e eu dei um sorrisinho sem graça que lutei muito para que saísse. Entrei e fechei a porta. Rezando para que nenhum dos dois percebesse o quanto eu tremia. Donna me lançou um sorriso meigo e carinhoso, veio até mim e me abraçou forte.

- Que saudades querida. - Ela sussurrou, suas mãos fazendo movimentos leves nas minhas costas.

- Obrigada Donna, estava com saudades também. - Sorri um pouco mais verdadeira.

Donna se distanciou de mim e deu uma leve apertada na minha bochecha esquerda antes de lançar um olhar para Gerard e sair do quarto. Quando a porta bateu eu soltei um suspiro e voltei meu olhar para o loiro.

Ele olhava para as mãos em seu colo. E eu estreitei um pouco os olhos.

Respirei fundo e me aproximei. - Obrigada. - Sussurrei. - Por salvar a minha vida.

Seu olhar levantou, de encontro ao meu e ele sorriu de leve.

- Eu estava falando sério quando disse que daria minha vida por você.

Fechei os olhos e balancei a cabeça. - Então... Por que não voltou? - Olhei para ele, ele mordeu o lábio inferior e desviou o olhar. - Quando perdi a memória, porque não voltou para falar comigo, porque... Me deixou?

Ele engoliu a seco.

- Era o melhor para você. - Ele deu um sorriso triste. - Ficar longe de mim. Percebi isso naquele dia no corredor. - Ele fechou os olhos. - Você poderia ficar muito bem, muito mais feliz, sem eu para te atrapalhar. - Ele jogou a cabeça para trás e encarou o teto por meio segundo antes de me olhar. - Causei uma confusão enorme na sua vida.

- Eu gostava daquela confusão. - Fechei os olhos e virei o rosto para o lado contrário. Droga, eu não deveria ter falado aquilo.

- Você terminou comigo, porque não aguentava mais aquela confusão...

- Eu terminei com você porque não aguentava mais os seus segredos. - Retruquei. Virei-me para encará-lo. - Olha, talvez essa não seja a melhor hora, mas vamos aproveitar a oportunidade, aproveitar que você não pode fugir de mim como fez esse tempo todo na escola, vamos aproveitar também que o seu namoradinho à tiracolo não está aqui... - Cruzei os braços e me encostei na cama.

Seu rosto se contorceu levemente, não em uma carranca, mas em um semblante de divertimento. Estreitei os olhos e sabia o que ele estava pensando. Que eu estava com ciúmes. Bem... Eu estava, um pouco.

- Está odiando Frankie, docinho? - Ele sorriu.

- Um pouco. - Assumi, erguendo uma sobrancelha. Ele soltou uma risadinha. - Mas não é exatamente sobre os meus ataques de ciúmes que quero falar.

- Então admite que está com ciúmes?

- Eu esperei bastante tempo, para que você me contasse o que está acontecendo. Queria mesmo saber o que você escondeu de mim por tantos meses. - Comecei a falar, como se não tivesse ouvido sua pergunta. Inclinei-me um pouco para frente e estreitei os olhos. - Mas eu não vou pressionar você à me contar tudo. Não agora. - Lancei lhe um olhar ameaçador e ele ergueu as sobrancelhas.

Comecei a andar pelo quarto. - Você mentiu para mim, Gerard. Disso eu não tenho dúvida. E, ao que me parece, é algo extremamente grave, para que você tenha enrolado por tanto tempo, inventado tanta coisa... Agora, me responda, Gee. Você conseguiu o que você queria? - Naquele momento eu me sentia uma investigadora de um programa policial que sempre tem na tevê, de madrugada. Meio patético, eu sei.

Gerard me encarou, confiante. - Consegui.

Parei de andar quando estava perto dos pés de sua cama. Encarei-o.

- Então, Frank Iero está realmente apaixonado por você.

Gerard soltou uma risadinha. - Você não entende, Jenny.

- O que eu não entendo?

Ele mordeu o lábio inferior o suspirou. Ele fechou os olhos e tombou a cabeça para trás, no travesseiro fofo que estava posto estrategicamente atrás de sua cabeça.

- Tem muita, muita, muuuita coisa nas entrelinhas Jenny. Muito mais do que alguém poderia imaginar. - Ele abriu os olhos e encarou o teto. - Coisas que eram desnecessárias, pessoas que não precisavam ter sido envolvidas, e tudo isso porque sou um maldito covarde que não consegue se declarar para a pessoa que ama.

Me sentei na beirada da cama.

- Pessoas? Eu... E quem mais?

Meu coração estava apertando. E eu sentia que agora, mais do que nunca, Gerard tinha coisas à me contar. Outras pessoas? Será que... Haviam outras pessoas envolvidas nessa história? Donna, Mikey... Talvez... Mas... Será que só havia eles? Por que eu tinha a leve impressão de que não eram apenas eles?

Gerard engoliu a seco. - Desculpe, Jenny, mas não posso contar.

Grunhi. - Gerard eu estou enlouquecendo! - Me controlei para não gritar. - Eu estou enlouquecendo com tudo isso. Pelo amor de Deus, me diz, o que mais você esconde? - Eu me sentia muito mais que irritada, eu me sentia a ponto de explodir.

Gerard me olhou com dor. - Eu tive oportunidades... Eu não aproveitei-as no momento em que às tive em mãos. Me desculpe, mas vamos ter que esperar mais tempo. Agora, definitivamente não é hora de contar.

Fechei os punhos. Sentindo todo o meu sangue subir para o meu rosto. Eu queria socar Gerard até que as minhas forças tivessem ido embora completamente. Eu queria esganá-lo.

- Então, senhor Way, quando você puder me contar, faça o favor de ir me procurar, por favor? - Sorri sarcástica. Minha voz denotava toda a raiva que eu sentia e Gerard abaixou a cabeça. Minhas unhas machucavam as palmas das minhas mãos, com a força que eu fazia, enquanto apertava meus dedos.

Eu estava me controlando...

Me controlando para não socar a cara daquele imbecil.

- Obrigada e, me desculpe atrapalhar o seu descanso. Eu vou deixá-lo repousar agora. - Usei toda a ironia que pude. Era a melhor forma de extravasar a minha raiva. Se não podia socá-lo, queria destilar todo o veneno que eu pudesse em cima dele.

Ouvi ele choramingar o meu nome quando me dirigia para a porta e saia do quarto.

Atravessei o corredor e eu ainda me sentia muito irritada. Encontrei Jay sentado na mesma cadeira em que estava quando Mikey me chamou. Ele me viu e se levantou em um pulo. Veio até mim e eu sei que ele iria me perguntar alguma coisa, mas acho que o meu semblante denotou que eu não estava bem para conversas.

Ele assentiu silenciosamente e saímos do hospital. Quando saí me surpreendi um pouco com o fato de já estar noite. Vi Frank fumando, encostado no muro do hospital. Ele falava com alguém pelo celular também.

Eu não sei se ele me viu, mas também não fazia questão de saber. Eu e Jay entramos na mercedes e saímos do hospital. O caminho inteiro foi silencioso e eu estava respirando fundo seguidas vezes, tentando me acalmar.

Mas as lembranças da conversa com Gerard me irritavam.

- Você está bem, meu anjo? - Jay perguntou suavemente. Ele esticou sua mão e tocou a minha.

- A conversa com o Senhor Eu-Tenho-Muitos-Segredos-E-Não-Posso-Contá-los não foi muito boa. - Resmunguei e vi Jay prender o riso pelo modo que eu me referi à Gerard. Não pude deixar de sorrir de leve. - Na verdade não foi nada boa. - Suspirei cansada.

- Você deveria tentar esquecê-lo. - Jay virou a rua e eu podia ver a minha casa à alguns metros dali. Jay parou o carro à alguns metros de distância da casa e eu o olhei, confusa.

- Por que parou aqui? - Quis saber, curiosa.

- Precisamos conversar. - Ele murmurou, virando-se para me encarar.

- Ai meu Deus. - Murmurei rindo, mas eu me sentia tensa. O meu estômago gelou quando Jay pegou as minhas mãos e fez um leve carinho.

- Jenny... - Ele engoliu a seco e ergueu os olhos, olhando diretamente para os meus olhos. Engoli a seco. - Eu sei que você ama o Gerard. Eu sei, eu entendo perfeitamente isso que você está sentindo por ele. - Ele respirou fundo e mordeu de leve o lábio inferior. - Gerard é um cara muito... Amável. Ele é um cara que faz a gente se apaixonar muito rápido e de maneira intensa, eu sei como é, falo isso por experiência própria.

Fechei os olhos por poucos segundos. Jay, por favor não faça o que eu acho que você vai fazer... Rezei mentalmente.

- E, eu sei o que você está pensando agora. E, Jenny, eu... Eu sei que você está frágil com essa história toda. É muita loucura. - Abri os olhos e virei o rosto, para encarar a janela. - Jenny não faz assim, olha para mim, por favor... - Ele choramingou.

Eu me sentia tentada à olhar para ele, mas não conseguia. Se eu olhasse... Eu não conseguiria dizer... Não.

- Jenny... - Ele me chamou, e pelo vidro da janela do carro, para onde eu estava olhando, pude ver ele tirar o cinto de segurança e se virar, ficando muito próximo do meu ouvido. Deus, se eu virasse o rosto agora eu poderia beijá-lo mesmo que não quisesse. - Eu quero te ajudar à esquecer Gerard.

Engoli a seco. Meu coração batia muito rápido e muito forte e eu estava me sentindo um pouco dormente e nervosa. Eu tremia inteira.

- Você precisa disso... - Ele sussurrou, perto do meu ouvido. Seus dedos tocaram o meu queixo e puxaram meu rosto em sua direção. Eu estava à milímetros de distância da sua boca. - Namora comigo, Jennifer. Deixa eu te ajudar à esquecer o Way. - Seus dedos acariciaram lentamente a minha bochecha. - Namora comigo?