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História Friendzone - Irmãzinha.


Escrita por: DamaPintada

Notas do Autor


Nem sei mais o que dizer pra me desculpar pela demora, essa quarentena tá me deixando com uma preguiça terrível de escrever, mas não podia fazer essa mancada com vcs por isso aqui está um capítulo novinho em folha, espero que gostem.

Capítulo betado por: @Samy_RLS

Capítulo 6 - Irmãzinha.


Fanfic / Fanfiction Friendzone - Irmãzinha.

Sakura

 

Três semanas se passaram voando, e eu continuava fingindo ser a namorada de mentirinha do Gaara, não que isso fosse algum sacrifício, muito pelo contrário, eu estava adorando a idéia de ter um namorado, mesmo que seja só fingimento, ou nem tanto assim, já que usufruímos de alguns privilégios que só verdadeiros namorados possuem. Estávamos vivendo grudados, tanto na faculdade na frente da Matsuri, quanto no seu apartamento, entre as quatro paredes do seu quarto e os lençóis da sua cama.

 

Não vou negar que esse namoro de mentira somado a nossa amizade colorida estava rendendo bons frutos, mesmo que só o Gaara esteja se beneficiando do nosso acordo, já que o ruivo ainda não fez nada para me ajudar a conquistar o Sasuke, e sempre que o questiono sobre o assunto ele diz simplesmente que não é a hora certa. Espero do fundo do meu coração que ele não esteja me enrolando, até porque eu estou fazendo um ótimo trabalho em manter sua ex-namorada surrada longe dele.

 

E por falar na Matsuri, que garota insuportável e maluca, eu pensei que aquela bolada na minha cabeça seria o máximo que ela faria, mas estava muito enganada já que aquela desequilibrada não só inventou que eu estava chifrando o Gaara, como também derramou café quente na minha blusa no mesmo dia em que eu teria um trabalho muito importante para apresentar.

 

Ela já estava me tirando a paciência, e não sei por quanto tempo vou conseguir me segurar para não quebrar a cara dela. Só me resta pedir autocontrole a Deus, e rezar para que as pessoas percebam que aquela garota deve ser mandada o quanto antes para um hospício.

 

Estranho o fato de ainda não tê-la visto hoje, mas rapidamente dispenso esses pensamentos, focando meu olhar na cabeleira ruiva deitada no meu colo. Eu e o Gaara estávamos deitados embaixo de uma grande árvore no campus da faculdade, enquanto eu estava com as costas apoiadas no tronco da madeira, ele estava dormindo sobre o meu colo, aproveitando os minutos que nos restavam do horário do intervalo.

 

Paro para admirar seu rosto sereno, Gaara fica muito bonito enquanto dorme, a quem eu quero enganar? Esse homem é bonito de qualquer jeito!

 

Uma brisa refrescante passou por nós bagunçando seus cabelos, passo meus dedos nas madeixas avermelhadas em uma leve carícia, o fazendo abrir lentamente os olhos com aquele maldito sorriso de lado que tem o dom de me deixar molhada. Minhas bochechas queimam por ter sido pega no flagra e retiro minha mão da sua cabeça, porém ele a pega novamente e coloca no mesmo lugar, em um pedido mudo para que eu continue com o singelo gesto de carinho.

 

ㅡ Porque parou? ㅡ ele pergunta ainda sonolento.

 

Viro o rosto em direção ao pátio da faculdade, ㅡ onde alguns alunos ainda estão lanchando ㅡ na tentativa de disfarçar a vermelhidão na minha face. A verdade é que às vezes me sinto confusa em relação ao que temos, sei que tudo está baseado em interesses de ambas as partes, mas ainda assim não consigo evitar de pensar como seria caso realmente não gostasse mais do Sasuke. Eu poderia dar uma chance ao Gaara? Ou seria simplesmente impossível conseguir amar outra pessoa que não seja o Uchiha?

 

Eu já tentei seguir em frente com outras pessoas, Gaara não foi o primeiro homem que tive em meus braços, mas sempre que eu achava que estava quase superando o Sasuke eu começava a ver seu rosto em todos os caras que eu ficava, imaginava estar beijando ele ao invés de outra pessoa, imaginava estar transando com ele ao invés de outra pessoa. É uma droga estar namorando com alguém mas ter os pensamentos voltados para outro homem. 

 

Por esse motivo e outros que eu simplesmente me recuso a entrar em relacionamentos sérios. Esse namoro de mentirinha foi o mais próximo que já cheguei de algo sólido na minha vida, sem falar que eu nunca fiquei com o mesmo cara por mais de dez dias, e, bom, eu e o Gaara já mantemos nossa relação esquisita à mais de três semanas, espero que continuemos assim e que eu não comece a ver olhos negros ao invés de esmeraldinos.

 

ㅡ Sakura, você está me ouvindo? ㅡ sou puxada de volta para a realidade pela voz do Gaara ㅡ Eu já te chamei três vezes, você estava no mundo da lua? ㅡ ele pergunta sorrindo abertamente.

 

Lhe dou um sorriso envergonhado, olhando no fundo dos seus olhos verdes leitosos.

 

ㅡ Sim, a minha mente estava longe. ㅡ tão longe e ao mesmo tempo tão perto que me deixava aflita.

 

Ele dá um de seus sorrisos maliciosos e muda sua posição, ficando de bruços, enquanto seus lábios roçam na pele desnuda das minha pernas que não foram cobertas pelo vestido curto que eu trajava.

 

ㅡ Eu sei um ótimo jeito de te trazê-la de volta. ㅡ ele fala com a voz carregada de segundas intenções, sustentando um sorriso sugestivo no rosto.

 

Arqueei uma sobrancelha, curiosa sobre o que ele iria fazer, afinal tenho quase certeza que ele não seria doido o suficiente para ousar fazer algo censurável no meio da faculdade, ou seria? Mas para minha surpresa sinto seus beijos começarem a ser distribuídos na minha pele exposta, fazendo meu interior entrar em combustão só de sentir o mísero contato de seus lábios com minha pele. Acho que esse é um dos efeitos que Gaara tem sobre mim.

 

ㅡ G-Gaara, o que você está fazendo? ㅡ minha voz sai quase falhando a medida que ele aproxima sua boca sedenta na minha intimidade.

 

Por puro reflexo levo uma das mãos aos seus cabelos, apertando com força, por mais que eu esteja morrendo de vergonha de alguém acabar presenciando nosso momento de atentado ao pudor, uma outra parte de mim não quer que ele pare agora.

 

ㅡ Estamos no meio da faculdade, Gaara, se nos pegarem estamos ferrados! ㅡ aviso assim que seus dedos ágeis levantam um pouco meu vestido, por mais que o lugar onde estamos seja um tanto quanto afastado dos outros estudantes, nunca é bom arriscar demais.

 

ㅡ Estraga prazeres. ㅡ ele diz rindo da minha cara, que provavelmente deve estar da cor de um tomate de tão envergonhada que estou.

 

Ele volta a sua posição inicial, repousando sua cabeça em meu colo, enquanto me olha fixamente com um singelo sorriso estampado na face, ele leva uma de suas mãos para meu rosto, fazendo um breve carinho em minha bochecha, deixando um rastro de fogo por onde seus dedos passavam. Arqueio uma sobrancelha, o olhando com um sorriso de lado, coloco minha mão sobre a sua, na esperança de prolongar aquele toque quente e acolhedor.

 

ㅡ Eu pensei que só teríamos que nos comportar como um casal quando a Matsuri estivesse por perto. ㅡ digo, vendo seu semblante tomar um ar mais sério, porém seu polegar continua a acariciar minha pele avermelhada.

 

ㅡ Porque? Você tem medo do Uchiha nos ver e pensar que realmente estamos juntos? ㅡ era impossível não reparar no leve tom de ironia que estava presente em cada palavra proferida por seus lábios.

 

ㅡ Não. ㅡ falo sem rodeios.

 

Realmente não tenho medo, muito menos receio do Sasuke ficar sabendo, eu até mesmo me deliciaria com a situação caso o moreno sentisse qualquer resquício de ciúmes possível do meu novo status social. Mas sei que as chances de ser flagrada com o ruivo são bem baixas, até porque o prédio em que ocorrem as aulas de direito ficam praticamente do outro lado da faculdade. Eu nunca vi sequer o Sasuke andando pelos corredores do refeitório.

 

ㅡ Era o que eu queria ouvir. ㅡ minha resposta pareceu satisfazê-lo, ele tira sua mão delicadamente do meu rosto, levantando seu tórax até que estivesse sentado ao meu lado.

 

Ele sorri abertamente levando sua mão ㅡ que antes estava no meu rosto ㅡ para minha nuca, me puxando lentamente em sua direção, dou um sorriso de lado, agarrando sua camisa e acabando de vez com aquela distância cruel. Nosso beijo começou calmo, como se quiséssemos aproveitar ao máximo aquele entrelaçar de línguas quente e delicioso, mas à medida que sua outra mão desceu pelas minha costas até chegar em minha cintura me arrastando para mais perto dele, mordi levemente seu lábio inferior, puxando os fios vermelhos de sua nuca ouvindo um discreto gemido rouco vindo dele.

 

Com toda certeza aprofundáriamos ainda mais aquele beijo, se o som de passos pesados junto com uma tosse falsa, não tivesse nos separados. Encaro a figura pequena e raivosa, fuzilando-a com os olhos, nunca desejei tanto que uma pessoa desaparecesse da face da terra como desejo agora. A Matsuri é uma verdadeira empata foda, esse já é o segundo beijo meu e do Gaara que ela atrapalha.

 

ㅡ Gaara precisamos conversar... ㅡ ela diz cruzando os braços e batendo impacientemente o pé no chão ㅡ a sós. ㅡ ela olha pra mim com descaso e superioridade.

 

Ouço um suspiro cansado vindo do ruivo ao meu lado, acompanhado por um revirar de olhos, em seguida ele passa um braço pelo meu pescoço colando seu corpo ao meu.

 

ㅡ Seja lá o que tiver de tão importante a dizer, pode falar na frente da minha namorada. ㅡ ele dá ênfase no "minha namorada" olhando para a garota com uma expressão desafiadora, não consegui evitar que a vermelhidão se espalhasse pelo meu rosto, ouvir aquilo me deixava feliz de uma forma estranha.

 

Enquanto meu rosto estava corado de vergonha, o da Matsuri estava vermelho de pura raiva, era quase possível ver uma veia saltando de sua testa.

 

ㅡ Gaara No Sabaku, eu não tô brincando, o que eu tenho pra dizer é sério, não é algo que pessoas insignificantes devam ouvir! ㅡ ela olha de soslaio para mim, com uma visível cara de nojo.

 

Pera aí, essa garota me chamou de quê? Onde é que tá a sororidade entre nós mulheres? Tudo isso por causa de homem, ah mas eu não vou deixar barato, não mesmo!

 

ㅡ Pra inicio de conversa, a única pessoa insignificante dessa história é você, que veio nos incomodar sem ser chamada, ainda por cima atrapalhando um momento íntimo de um casal! E ainda vem com essa história de contar algo importante ao meu namorado, sendo que eu não posso estar presente. ㅡ despejo tudo de uma vez com a voz um pouco mais alterada, vendo sua boca se abrir em sinal de surpresa ㅡ Ou fala ou vaza garota!

 

Sua face se contorce em uma careta de ódio, e nem quero imaginar todos os xingamentos e palavras ofensiva direcionados a minha pessoa que devem estar se passando em sua cabeça agora. Depois de olhar mais uma vez pro ruivo ao meu lado, ela nos dá as costas, finalmente indo embora, mas não sem antes sussurrar um "você me paga" em minha direção.

 

Pena que eu não tenho medo dela.

 

Gaara, que até então apenas observava calado a cena, solta uma risada rouca em meu ouvido me deixando arrepiada.

 

ㅡ Você não existe, Sakura Haruno. ㅡ ele morde o lóbulo da minha orelha, me provocando gargalhadas ㅡ Não imagina o quanto estou feliz por ter encontrado uma garota como você.

 

Ele desce seus lábios para meu pescoço, deixando uma trilha de mordidas e chupões. Fecho os olhos me deliciando com as sensações prazerosas que percorrem meu corpo. Com a gente era sempre assim, bastava uma única fagulha e nossos corpos entravam em combustão. Aposto que se estivéssemos em seu apartamento sua mão boba já estaria desabotoando meu sutiã.

 

ㅡ Eu tô cumprindo direitinho a minha parte do acordo, mas quero saber quando você vai cumprir a sua também. Quando vai chegar a "hora certa" de me ajudar com o Sasuke? ㅡ ele levanta a cabeça, soltando um suspiro um tanto quanto frustrado, me olhando com o semblante sério.

 

ㅡ Você ainda quer mesmo conquistar o Sasuke? ㅡ ele olha no fundo dos meus olhos, como se quisesse encontrar qualquer indício de hesitação nas minha orbes verdes, mas tenho absoluta certeza do quero, e nada me faria voltar atrás, afinal não tenho nada a perder, e já tô cheia dessa maldita friendzone.

 

Murmuro um "uhum" vendo ele bagunçar seus cabelos vermelho sangue e voltar a fitar meus olhos esverdeados. 

 

ㅡ Tudo bem então, aqui vai sua primeira dica. Tome uma atitude quanto ao seu apelido carinhoso de "irmãzinha". ㅡ ele faz sinal de aspas com as mãos ㅡ Você precisa deixar claro pra ele que não são irmãos e nem nunca vão ser, entendeu? Enquanto você ainda estiver sendo chamada de irmãzinha, nunca vai ser vista com outros olhos pelo Sasuke.

 

ㅡ E como você pretende que eu faça isso? Eu não tenho coragem de dizer algo assim pra ele. ㅡ digo incrédula.

 

Ele apenas dá de ombros.

 

ㅡ Então não diga nada e continue sendo a irmãzinha do Uchiha. ㅡ Ele dá um peteleco em minha testa, me olhando com um ar divertido. Passo a mão pelo local com um bico nos lábios.

 

Você consegue Sakura, o Gaara tem razão, enquanto ainda estiver sendo considerada uma irmã, nunca vai ser vista como uma mulher aos olhos do Sasuke. O único problema dessa história é conseguir achar as palavras certas, além é claro da coragem para despejá-las na cara do moreno.

 

(...)

 

Dava-se início a mais uma aula chata de anatomia com aquele professor que me dava arrepios, mas não no bom sentido da palavra. Ele era assustador e um dos professores mais exigentes do meu curso, só passava trabalhos impossíveis, e descontava nota até mesmo se uma vírgula estivesse fora do lugar.

 

Orochimaru estava na frente do quadro explicando algo sobre órgãos internos, eu tentava ao máximo compreender cada palavra, mas uma mão grande e quente pousada em minha perna desviava quase toda minha atenção do que era realmente importante. Olho para o Gaara pelo canto do olho, vendo sua expressão serena e relaxada, como se estivesse alheio sobre as sensações que causava em meu corpo com apenas um único toque.

 

ㅡ Turma, hoje quero dar uma notícia muito importante. ㅡ a voz sinistra do professor captura minha atenção, ele parece empolgado com sabe-se lá o que ㅡ Nossa turma veterana de medicina, que irá se formar esse ano, resolveu nos auxiliar em um projeto de orientação, a partir de agora vocês terão a oportunidade de tirar suas dúvidas com alunos mais experientes e que estudaram o mesmo que vocês.

 

Murmúrios percorrem por toda a sala, seja com pessoas empolgadas com a oportunidade de ter todas as suas dúvidas sanadas por um veterano, ou com resmungos de alunos insatisfeitos e aborrecidos com o novo projeto, por acharem só mais um trabalho inútil.

 

Eu por outro lado creio que a idéia seja muito interessante, além de poder discutir assuntos importantes com pessoas mais velhas e de maior experiência no campo acadêmico, ainda terei a oportunidade de aumentar meu círculo social, já que basicamente as únicas pessoas que conheço dessa faculdade são o Gaara e o Sasuke, sendo que eu nunca vi o moreno perambulando pelo campus.

 

ㅡ Queiram entrar, por favor. ㅡ Orochimaru diz abrindo a porta e concedendo a passagem para uma dúzia de alunos. Alguns sorriram empolgados enquanto outros mantêm a face fechada e séria, como se nem quisessem estar aqui. ㅡ O projeto funcionará da seguinte maneira, vocês formarão duplas com os veteranos e continuarão com eles até a metade do ano, eu já separei alguns nomes, à medida que você for chamado deve se levantar.

 

O professor caminha até sua mesa, pegando uma folha de papel que estava lá, então começa a ditar nome por nome, formando as duplas que seguiriam unidas por todo um semestre. 

 

ㅡ Gaara No Sabaku, ㅡ o ruivo tira a mão da minha perna assim que seu nome é pronunciado, ficando então de pé ㅡ você ficará com Kankuro No Sabaku. ㅡ um homem alto e com cabelos cor de chocolate vem em sua direção com um sorriso largo no rosto, olho para o Gaara e o encontro com uma sobrancelha arqueada e uma expressão divertida na face.

 

Pera aí, esse Kankuro tem o mesmo sobrenome do Gaara? Fico uns bons segundos confusa até que me lembro que o Gaara havia citado algo sobre seus dois irmãos mais velhos também estudarem aqui, chego a conclusão que esse moreno deve ser algum dos irmãos dele. Até porque a semelhança entre os dois ㅡ mesmo que mínima ㅡ é algo inegável.

 

O nome de mais alguns alunos são chamados até que chegasse a minha vez.

 

ㅡ Sakura Haruno, você ficará com Tayuya.

 

Tayuya, esse nome me soa familiar, mas não faço ideia de onde ouvi ele antes. Fico de pé esperando que a tal da Tayuya venha até mim, e assim eu possa ter a confirmar que já a conhecia, ou foi apenas algum delírio da minha cabeça. Mas minha ficha cai quando uma mulher ruiva e atraente vem em minha direção ostentando um sorriso amigável no rosto.

 

Droga.

 

É aquela mulherzinha sem classe que o Sasuke levou para o apartamento na nossa primeira noite na cidade, reconheceria esse cabelo tingido em qualquer lugar.

 

ㅡ Você deve ser a Sakura. ㅡ ela diz sorridente, faço um esforço absurdo para parecer educada, mas não consigo sustentar um sorriso falso por muito tempo.

 

Apenas aceno com a cabeça, vendo o Gaara se levantar para dar seu lugar a essa mulherzinha, olho pra ele quase suplicando para não me deixar sozinha com ela, mas infelizmente não surtiu efeito. Ele se sentou a duas cadeiras de distância com seu irmão, enquanto eu continuava ao lado da ruiva.

 

ㅡ Bom, faltam 10 minutos para a aula acabar, darei esse tempo a vocês para que conheçam sua dupla melhor. ㅡ diz o professor saindo da sala.

 

Olho para a ruiva com um sorriso torto, enquanto ela ainda esbanja simpatia, tento não revirar os olhos perante essa face de boa moça, ela não parecia nenhum pouco boa quando se agarrava com o Sasuke na minha sala.

 

ㅡ Você é tímida não é, Sakura? ㅡ ela pergunta batucando os dedos na mesa.

 

Não, minha querida, não sou tímida, apenas odeio socializar com pessoas que não vou com a cara.

 

Maneio a cabeça levemente, murmurando um "uhum", ela dá de ombros e começa a engatar um assunto que mais parecia um monólogo sobre como estava empolgada com o projeto, e nutria altas expectativas. Volta e meia eu olhava por cima de seu ombro, procurando pelo par de olhos esverdeados que haviam me deixando nessa situação embaraçosa, Gaara me fitava divertido, como se saboreasse o momento, eu já havia contado para ele sobre a garota ruiva e insossa que o Sasuke levou ao meu apartamento, creio que ele já tenha deduzido pelo meu desconforto que a ruiva em questão era essa.

 

Não estava mais aguentando a Tayuya no meu ouvido falando sobre seus hobbies e sobre sua gatinha que se chamava Wanda, até quando ela vai jogar na minha cara que é perfeita e melhor do que eu? Já me encontrava prestes a mandá-la calar a boca quando a tela do meu celular se acende em cima da mesa, com uma mensagem do Sasuke perguntando se eu queria carona pra casa.

 

Os olhos da ruiva vão em direção ao meu celular, ela lê o nome Sasuke na tela e posso ver um sorriso surgir no canto de seus lábios, então volta seus olhos pra mim.

 

ㅡ Sabia que te conhecia de algum lugar, você é aquela garota que estava no apartamento do Sasuke, não é?

 

Solto um suspiro cansado, maneando afirmativamente com a cabeça, enquanto pego o celular em mãos para digitar uma resposta ao Uchiha, dizendo que não poderia ir com ele hoje pois estava de vestido, e está definitivamente fora de cogitação subir em uma moto assim.

 

ㅡ O seu irmão é um cretino, disse que me ligaria no dia seguinte, mas até hoje estou esperando. ㅡ ela diz rindo da própria desgraça.

 

ㅡ Ele não é meu irmão! ㅡ digo um pouco acima do tom, não estava mais aguentando essa história de "irmãos", sou capaz de pirar se ouvir isso outra vez.

 

Ela cruza os braços abaixo dos seios fartos e me olha confusa. Sinto uma pontada de inveja, meus seios não passam de medianos, e o fato dela ter conseguido transar com o Sasuke só me faz pensar que talvez ele goste de mulheres com busto avantajado. Isso é uma droga, já tô sentindo minha autoestima indo embora. 

 

ㅡ Ué, ele tinha me dito que você era a irmã dele. ㅡ tenho absoluta certeza que a essa altura meu olho deve estar piscando em um tique nervoso.

 

ㅡ Ele é um cretino! ㅡ faço das palavras dela as minhas.

 

Ouço sua risada ao mesmo tempo que a sirene toca anunciado o final da aula. Ela se levanta e pega o próprio celular.

 

ㅡ Me passa seu número, assim não perderemos contato.

 

Mesmo a contragosto, dito os dígitos do meu número de celular para a ruiva, que depois de salvar coloca o aparelho novamente na bolsa.

 

ㅡ Nos vemos por aí, Sakura. Podemos marcar de tomar um café qualquer dia, você parece ser uma ótima amiga.

 

ㅡ Você quer mesmo ser minha amiga, ou só encontrou uma oportunidade para se aproximar do Sasuke? ㅡ pergunto o óbvio, duvido que as intenções dessa mulher sejam totalmente sinceras.

 

Ela dá um largo sorriso, enquanto joga seus cabelo ruivos por cima do ombro, comecei a duvidar seriamente se são realmente tingidos, até porque nada nessa mulher parece artificial.

 

ㅡ Bom, talvez seja as duas opções. Tchauzinho! ㅡ ela sai da sala rebolando em sua roupa perfeitamente ajustada no corpo.

 

Assim que ela passa pela porta, apoio minha cabeça na mesa, soltando um suspiro cansado e frustrado, não tem como concorrer contra aquilo, ela é definitivamente perfeita, acho que nunca serei boa o bastante pro Sasuke.

 

(...)

 

Me encontrava caminhando solitária rumo ao meu apartamento, depois de ter dispensado, com dor no coração, a carona oferecida pelo Sasuke, só me restou voltar pra casa a pé, já que o ruivo teve de passar na fraternidade em que o irmão morava.

 

Não que eu me importasse de seguir o percurso até minha morada sozinha, eu até gostava de ter esses momentos alone, pois podia refletir sobre coisas do meu cotidiano em paz, depois de passar tanto tempo na companhia de Sasuke acabei me tornando uma grande apreciadora do silêncio, assim como ele. Porém, hoje não é um dos meus melhores dias, além dos meus encontros desagradáveis com a insuportável da Matsuri e a exibida da Tayuya, ainda tenho que aguentar esse vento safado que insiste em levantar meu vestido, e minhas sapatilhas que não param de machucar meus calcanhares.

 

Realmente, não tem como esse dia ficar pior!

 

Porém é como aquele velho ditado: "Não existe nada tão ruim, que não possa ficar pior!". Quando já estava perto do prédio onde eu morava sinto um leve desconforto, como se estivesse sendo seguida ou observada, olho para os lados em busca do possível pervertido, ladrão ou sequestrador. Mas a rua está parada devido o horário do almoço, havia apenas um carro preto com vidro fumê, ignorei achando ser apenas coisa da minha cabeça.

 

Só que assim que voltei a andar consigo ver pelo canto do olho a Mercedes me seguindo, aperto o passo na esperança de chegar mais rápido em casa, porém quanto mais eu aumentava a velocidade ele também pisava no acelerador. Meu coração batia desenfreado no peito, e antes que eu me desse conta já estava correndo como uma louca perseguida por um carro preto chique.

 

Quando vejo o veículo subir na calçada em minha direção, só tenho tempo de me encolher contra a parede de uma loja e fechar os olhos rezando pela minha alma. Contudo o impacto da lataria do carro com meu corpo nunca aconteceu, abro lentamente os olhos, vendo a Mercedes-Benz parada a centímetros de mim, e seu motorista finalmente sair do carro para dar as cara.

 

Abro a boca não acreditando em minha própria visão. Ali parada ao lado do carro Matsuri me fitava com um sorriso debochado.

 

ㅡ Se assustou, coisa rosa? ㅡ ela perguntou ainda com o sorriso cínico no rosto, eu continuava em meu estado de choque, sem conseguir pronunciar nem mesmo meu nome.

 

O que essa garota tem na cabeça? Um cérebro tenho certeza que não é.

 

Vendo que eu nada iria dizer ela continuou:

 

ㅡ Espero que isso tenha servido de aviso, se afaste do Gaara, ele é meu. ㅡ sem pronunciar mais nenhuma palavra ela entrou no carro e partiu, deixando uma Sakura traumatizada e estática para trás.

 

Não consigo acreditar que ela quase me matou por causa de um homem. Estou começando a sentir falta das colegiais maluca que ameaçavam cortar meu cabelo, caso não me afastasse do Sasuke. Essa Matsuri é, no mínimo, mil vezes pior. Bendita hora que eu fui aceitar essa proposta maluca do Gaara. Você tenta ajudar alguém mas só se ferra no final.

 

(...)

 

Não faço ideia de como consegui chegar ao apartamento, mas assim que atravessei a porta minhas pernas me abandonam, sento-me no chão com as costas encontradas na madeira fria. Meu coração já havia normalizando suas batidas, porém não foi o suficiente para afastar a sensação de medo que insistia em me acompanhar. Afinal, eu quase morri!

 

Ou pelo menos achei que iria morrer. A Matsuri parece uma desequilibrada, mas eu não tenho certeza se seria capaz de matar alguém, ou seria? E ainda por cima por causa de homem! Fala sério, até onde vai a estupidez humana?

 

ㅡ Sakura? O que você tá fazendo encolhida no chão? ㅡ Sasuke aparece como mágica ao meu lado, e ainda por cima usando apenas uma calça, deixando seu peitoral totalmente a mostra.

 

Desse jeito vai acabar de me matar!

 

ㅡ Quase fui atropelada. ㅡ digo choramingando, dividindo minha atenção entre seu rosto, e seu tronco desnudo.

 

Sua expressão passa de confusão para preocupação em questões de segundos. Ele se agachou ao meu lado, me analisando, como se buscasse qualquer tipo de ferimento.

 

ㅡ Mas você está bem? Se machucou? Quer que eu a leve ao hospital? Ou a delegacia para dar uma queixa? ㅡ ele estava claramente nervoso, e perguntou tudo de uma vez, de uma forma embolada.

 

ㅡ Não, eu estou bem, não quero ir a canto nenhum. ㅡ Sasuke pareceu um pouco mais calmo, mas ainda estava preocupado.

 

ㅡ Tem certeza que não quer que eu faça nada?

 

ㅡ Só quero um abraço... ㅡ digo manhosa, lhe estendendo os braços.

 

Ele dá um singelo sorriso de canto, sentando-se ao meu lado e puxando meu corpo para um abraço apertado. Sempre que eu me sentia nervosa ou com medo, meu nível de carência aumentava, mas bastava apenas um abraço do Sasuke para me acalmar, ele sempre teve esse efeito sobre mim.

 

Ficamos assim por bastante tempo. Sentados no chão e aproveitando a companhia um do outro, minha cabeça estava encostada em seu peito, e meus braços em volta da sua cintura, enquanto ele fazia uma leve carícia em meus cabelos. 

 

Gostaria de ter mais momentos como esse ao seu lado, e não como uma simples amiga. Por um momento me lembro do que o Gaara disse mais cedo, ele tem toda razão, se eu não impor meus verdadeiros sentimentos ao Sasuke nunca deixarei de ser vista como sua melhor amiga, companheira de todas as horas, ou até mesmo me livrar do carma de "Irmãzinha".

 

E por falar nesse bendito apelido, não faço ideia do que farei para me livrar dele, não posso simplesmente olhar pro Sasuke e dizer na lata que não quero mais ser chamada assim, tem que ser algo feito com cuidado e planejamento. Afinal, é uma amizade de longa data que está em jogo. Porém, algo me diz que se eu não falar agora, não conseguirei mais, afinal estamos aqui sozinhos, abraçados e em um momento só nosso, sem falar da adrenalina que ainda percorre meu corpo devido a tentativa de homicídio que quase sofri minutos atrás.

 

Me agarro mais a ele, sentindo sua pele quente em contato com a minha, me causando uma sensação gostosa de acolhimento. Porque é tão difícil dizer algo que está entalado na garganta? Mas é agora ou nunca, tenho que dizer isso uma vez por todas.

 

Assim que abri a boca para pronunciar as primeiras palavras, sou interrompida pela voz grossa do Uchiha.

 

ㅡ Aposto que esse acidente iria acontecer enquanto cruzava a rua não é mesmo? Quantas vezes a tia Mebuki disse para olhar pros dois lados antes antes de atravessar? ㅡ de novo estava sendo tratada como criança, já sou uma mulher de quase 19 anos, mas ainda sim Sasuke acha que sou imatura ao ponto de não olhar para a droga dos dois lados?

 

Solto um suspiro cansado antes de responder.

 

ㅡ Para a sua informação, Sasuke, eu estava andando tranquilamente pela calçada quando um louco resolveu me assustar. ㅡ não citei o nome da Matsuri, Sasuke não iria gostar de saber disso, ainda mais que o "pivô" havia sido o Gaara. Os dois já não se gostam, e conheço o Sasuke bem o suficiente para saber que usaria isso como pretexto para começar uma briga com o ruivo.

 

Ele se separa de mim abruptamente, fitando meu rosto com a ainda mais preocupação.

 

ㅡ Então isso é mais sério do que imaginei, vamos agora na delegacia prestar uma queixa. ㅡ ele diz se levantando rapidamente e me arrastando junto no processo.

 

ㅡ Sasuke! ㅡ o repreendo pelo alvoroço, vendo o mesmo procurar pelas chaves da moto com um pouco de pressa ㅡ já disse que não precisa, não me lembro da placa do carro, e muito menos vi o motorista. ㅡ minto na cara dura.

 

Ele para, e massageia as têmporas com uma mão.

 

ㅡ Tá bom, tá bom... ㅡ ele joga as mãos para o alto, finalmente se dando por vencido ㅡ Mas da próxima vez que mais algum maluco tentar te atropelar não vou deixar barato, ninguém mexe com minha irmãzinha e sai impune! ㅡ cerro os dentes com esse maldito nome dos infernos, essa será a última vez que esse projeto de homem gostoso vai me chamar assim.

 

ㅡ EU NÃO SOU SUA "IRMÃZINHA"! ㅡ antes que eu perceba as palavras saíram altas e ríspidas por minha boca. Mas quer saber? Não me arrependo.

 

Ele me encara com as sobrancelhas franzidas, e a boca levemente aberta, provavelmente se perguntando se foi isso mesmo que ouviu, já que essa foi a primeira vez que contestei a forma que ele sempre me chamou. Não desfiz a minha feição determinada, quero que ele entenda que eu não estou só brincando.

 

ㅡ O que você disse? ㅡ ele se aproximou novamente de mim, ainda com sua cara de desentendimento.

 

ㅡ Eu disse que não sou sua Irmã e não quero ser chamada assim, somos amigos poxa, não irmãos. ㅡ mesmo com a voz mais branda, não vacilei em nenhum segundo, não tenho a mínima idéia de onde surgiu tanta coragem, mas sei que é algo que devia ter deixado claro desde o primeiro momento que a palavra "Irmãzinha" surgiu em nosso cotidiano.

 

ㅡ Ehh… eu não sabia que isso te incomodava. ㅡ ele disse sem jeito, coçando a nuca com uma mão e desviando o olhar para qualquer lugar da sala que não fosse meu rosto.

 

Era desse tipo de reação que eu estava com medo. Cruzo os braços, ainda tentando me manter firme e convicta.

 

ㅡ Mas incomoda!

 

Por alguns segundos um silêncio altamente desconfortável se fez presente entre nós, o que me deixou ainda mais apreensiva, já que ninguém nunca sabe o que se passa pela cabeça de Sasuke. Um medo ainda maior tomou conta de mim. E se isso tiver sido uma péssima idéia? 

 

Eu estava preste a falar que era tudo brincadeira quando ele me encarou com seus olhos tão negros quanto uma ônix, sustentando seu corriqueiro sorriso de canto, só que não parecia algo verdadeiro, mas sim forçado.

 

ㅡ Tá bom então, chega de irmãzinha. ㅡ ele se aproxima mais ainda de mim, me puxando para um abraço longo e demorado.

 

Acho que hoje é o dia em que finalmente me livrei desse apelido ridículo, talvez agora eu esteja um pouco mais próxima de entrar no seu coração. E tudo isso graças ao Gaara que me deu um empurrãozinho inicial, tenho que lembrar de agradecê-lo mais tarde, e claro relatar a tentativa de assassinato que sua ex namorada doida iria fazer. Aquilo não vai ficar assim de jeito nenhum, farei a Matsuri pagar na mesma moeda!




 


Notas Finais


O que acharam desse momento Gaasaku super fofo?

E a Tayuya finalmente voltou pra fanfic, não sei se lembram dela, mas ela foi a garota que o Sasuke levou ao apartamento dele no primeiro capítulo da fanfic. Vocês acham que ela é realmente gente boa, ou tá só se aproveitando da Sakura pra conseguir ficar perto do Sasuke? Ou a Sakura só tem raiva dela porque a ruiva conseguiu ficar com o Sasuke uma vez e ela não?

Hum... O que será que a Matsuri quer tanto falar com o Gaara? Tô louca pra saber a teoria de vocês.

A Sakura finalmente se livrou sobre seu odiado apelido de irmãzinha, será que às chances dela com o moreno aumentaram depois disso? Me contem tudo aqui nos comentários.

Gente quero ter uma conversa com vocês sobre as personagens femininas da fanfic, sei que a Matsuri parece ser meio surtada e a Sakura é bem infantil as vezes, principalmente nesse capítulo quando ela ofendeu a Tayuya em pensamentos, e indiretamente também foi grossa com ela. Mas eu quero pedir que não joguem hate em nenhuma delas, porque todos os personagens da fanfic ainda vão evoluir bastante, principalmente as personagens femininas. A Tayuya ainda vai ter uma importância muito grande na fanfic, e a Sakura também vai amadurecer muito. Só não vou falar nada da Matsuri pra não estragar a surpresa kkkkkkkkkkkkkkkkk.

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