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História Friendzone - Trieto de Quatro


Escrita por: TrainerVick

Notas do Autor


(Leiam hehehe)
Oie gente :3
Se você recebeu sua mensagem de aviso de capítulo mais tarde, perdão... correndo aqui.
Mesmo assim não podia atrasar com vocês,afinal,os caps estão aqui prontinhos esperando para serem postados.
Eu não tenho vontade de fazer propaganda da fanfic, eu acho que ela vai ter uma resposta menor por isso...
Então não deixem de comentar e fazer uma escritora mais feliz,com mais vontade de realizar o seu trabalho.
Comente um "iha" e eu agradecerei XP
Gostaria muito que todos ouvissem a música do capítulo HISTORY - PSYCHO.
Porque é... divina!

Capítulo 2 - Trieto de Quatro


Fanfic / Fanfiction Friendzone - Trieto de Quatro

Nossa protagonista encolheu-se um pouco mais,mas utilizou o tempo que ele passou a gritar com um rapaz –que não conhecia- para pensar.

Num lapso,como tendo flashback e processando toda aquela informação nova... ela entendeu o silêncio de Athos.

Durante toda aquela explicação sobre o livro Os Mosqueteiros, codinomes e amigos… às vezes ele parava de falar e ficava um pouco em silêncio,antes de continuar. Fizera a mesma coisa antes das pedrinhas...

Provavelmente, o barulho das pedras devia ser um sinal para ficarem quietos. E ele fazia silêncio de vez em quando para ser capaz de saber se elas tinham sido jogadas ou não.

Mas será que essa regra do silêncio era coisa do Jackpot,o tal maníaco que os prendera lá? Não importava. Não queria acostumar-se com aquilo. Nem com a regra de silêncio, nem com chamar-se D’Artagnan, nem com o Jackpot e … muito menos quis acostumar-se com tudo aquilo quando ouviu um grito ,ensurdecedor, de uma menina. Seguiu-se então o cheiro duma fumaça horrorosa.

- Eun Ji… diga logo se és tu.

- NÃO,NÃO!!! MEU NOME É NA NA!! CHO NANA!! EU JURO! AHJUSSHI,NÃO ME MATE POR FAVOR...

- NaNa?

- Sim... – ela confirmou.

D’artagnan apenas podia escutar o choro compulsivo da menina e sentir o mesmo pavor que ela.

- Ha... vocês acham que isso é engraçado? Estão jogando comigo? Senta-te. Senta-te antes que eu marque a tua pele à brasa! Ou preferes ser jogada numa fogueira?-um silêncio gélido tomou conta do lugar,por pouco tempo-  Porém... há pessoas nessa sala que te podem salvar a vida... e como no póker,estão te sacrificando para não confessarem seus nomes... eles são os reais malvados.

Naquele momento, nossa heroína ouviu uma voz perto de si. Ela murmurava , cheia de ódio, palavras justas, mas cobardes... pois não aguentavam serem ditas alto : “já não é o bastante...?”

- Alguém disse algo?! – o homem gritou.

 Ela sentiu o chão praticamente tremer, dando sinais de que ele aproximava-se naquela direção como um touro furioso.

- Eu disse – a voz falou mais alto, e o coração de todos na sala contraiu-se mais um pouco.

Nossa menina reconheceu a voz fina,cheia de ódio,cheia de amargura.

- Como é mesmo que os teus amiguinhos decediram te chamar? – Jackpot assumira um tom surpreendentemente calmo – Porthos?

Ele esperou um pouco por uma resposta que não veio.

- Então,meu amigo Porthos... eu dou-te uma chance. Jogas comigo no lugar da tua irmã. E se ganhares,ela vive. Aramis,desata-o...

Nessa hora todos no local foram mais surpreendidos ainda pela coragem do jovem e impulsivo Porthos , que vomitou as palavras que foram ouvidas depois.

“E o que ganho eu com isso?”.

Pela primeira vez desde que Jackpot entrara,havia silêncio total.

Antes, D’Artagnan podia ouvir o choro e o murmúrio de outras crianças. Algumas sussurravam umas pras outras,outras diziam que sentiam suas feridas abrirem... e houve até mesmo uma que gritou,mas depois teve a voz abafada por mais alguma coisa que alguém levou-lhe à boca.

Agora que pensava nisso, entendia que haviam mais crianças ali do que ela poderia imaginar. Não tinha nem menos a noção de quantas seriam. Mas se era ele sozinho... não poderiam ser muitas,não é? Mas... é verdade. Não estava sozinho. E aquele que chamava Aramis? Apesar de ter voz de criança,ele parecia ser o único que movia-se livremente por lá. O único que Jackpot chamara para ajudar-lhe quando ela tinha lá chegado.

Era só uma criança,mas sempre fora muito esperta. Ainda lembrava-se do dia que tinha descoberto o escondreijo dos presentes de Natal, com seis anos. E de quando tinha ganhado um jogo de detetives e investigação, logo com oito...

Porque fora criada com um pai solteiro, não conhecia “brincar com Barbies”. Conhecia a prática de ler livros e de assistir filmes americanos com explosões, e filmes coreanos com agiotas e mafiosos.

- Tu... – respondia Jackpot – ganharás a tua vida. Poderás ser como Aramis.

- Prefiro morrer... – praguejou Porthos.

Uma outra voz também praguejou naquela hora,clamando-lhe que ele se acalmasse. E como D’Artagnan sentiu a pessoa ao lado mexer-se um bocado,entendeu que tinha sido o racional Athos. Mas Porthos continuava alterado.

- Eu nunca serei um cobarde que vê os amigos morrerem.

- Cobarde esse que é teu irmão,assim como Athos… – respondeu o psicopata,claramente a divertir-se com a situação – como és malvadinho com o pobre Aramis... bem,então que o jogo comece!

A cena que se seguiu foi duplamente mais confusa para todas aquelas crianças vendadas.

A menina que estava a ser torturada gritou. Depois Jackpot gritou também,irado.

Ele gritava pelo nome de Aramis , mais e mais vezes , e então pediu pelo galão de gasolina.

- MEXE-TE AGORA,ARAMIS! PEGA O GALÃO! PORQUE NÃO TE MEXES?!

Foi como um inferno, ouvir todas as crianças começarem a gritar, sem ordem nenhuma, apenas no desespero.

Só Athos, Porthos e D’Artagnan pareciam permanecer em silêncio.

Algum menino gritou “não, por favor...Aramis,não o deixes queimá-la!!”. E a refém parecia continuar a debater-se.

A nossa heroina,em meio ao desespero e  pena, chamou por Porthos e questionou se ele não iria jogar para tentar salvá-la... mas ele nem mesmo a respondeu.

- BASTA! EU NÃO PRECISO DA TUA COOPERAÇÃO,CRIANÇA IDIOTA...

Quando foram ouvidas aquelas palavras do psicopata,pela primeira vez a a voz de Aramis soou mais alto.

Ele humilhantemente pedia por clemência, pedia que “o pai” se acalmasse.

Mas ele e o resto das crianças calaram-se num instante.

Foi quando escutaram um tilintar de chamas a espalharem-se… a tomarem conta de um corpo vivo que gritava de um modo ensurdecedor. Gritos quase capazes de estourar-lhes os ouvidos,os corações e os sentimentos.

Os baques nos peitos de todos ,por horror,não conseguiram ser mais fortes do que os gritos do próprio rapaz Aramis... o único que provavelmente conseguia assistir, exatamente, a tudo o que acontecia.

***

Algum tempo passou depois daquele incidente... Athos,Porthos e D’Artagnan não falaram sobre isso.

A garota optou por falar,em vez disso,no facto da polícia estar a trabalhar para encontrá-los. Estava convencida disso,afinal,tinha vivido seus anos em filmes de investigação.

Falar sobre família e coisas pessoais tinha sido “proibido” por Athos e declarado como perigoso. E não era que ele se auto plocamasse líder,mas devido à sua força para permanecer calmo nas situações... era assim que enxergavam-no, então os outros apenas seguiam-no.

Há uma pesquisa que comprova que pessoas que vivem situações de perigo de vida ou morte aproximam-se rapidamente e ficam amigos verdadeiros facilmente. Ela realmente deve ser verdadeira...

Apesar da garota ter aversão à posição de Porthos,o tão corajoso Porthos,a não tentar jogar pela vida daquela menina... não o criticou. Nem mesmo perguntou-lhe sobre aquilo. Perguntou-se se não teria feito o mesmo e pensou consigo mesma que ele deveria estar a morrer de medo... assim como ela, naquela hora.

Aramis vinha às vezes com alguma coisa gosmenta para alimentá-los. E outras vezes levava algumas pessoas para fazerem suas necessidades... necessidades fisiológicas. Para falar com franqueza, era mais como abaixar as calças das crianças e deixar elas mijarem-se todas,depois fazê-las sentar numa bacia d’água para o “banho”. Só defectos davam-lhes direito de ter as mãos desamarradas para que pudessem se limpar.

 E durante todo aquele tempo, que os mosqueteiros não sabiam se foram dias ou semanas, Aramis apenas vinha,ajudava-os,e desaparecia. Sem falar.

Quando o rapazito achegou-se perto de D’Artagnan com um pano húmido para limpar-lhe o rosto,ela decidiu que precisava saber sobre ele. Sobre o Jackpot. Que precisava de informações …para sair dali.

- Aramis... é assim que te chamam,não é?

Infelizmente,ele pensava ao contrário. Parecia não ter interesse nenhum em conversar e nada respondeu.

- Não podes tirar minha venda para limpar-me o rosto ?

- Jackpot me mataria por isso... – finalmente ele tinha respondido,mas aquilo não parecia nenhum começo de conversa.

- Hm... então tu também o chamas assim,como os outros.

- Claro que sim,eu que dei o nome.

A menina ficou em silêncio por um pouco,juntando coragem.

- Porque estás a ajudá-lo?

- Eu também estou trancado aqui… É só que ele parece gostar mais de mim… porque eu o disse que queria aprender póker. Ele pensa que sou um dos filhos dele e que me interesso...

- Estás sobrevivendo... – murmurou a menina,mais para si mesma do que para Aramis. Compreendia as ações dele – mas podes libertar as crianças e nos juntarmos para sairmos daqui.

- Já tentamos isso... e Athos,Porthos e eu fomos os únicos sobreviventes. Além do mais,não há tantas crianças quanto parece. Com a menina que... que morreu semana passada... éramos oito. Não podemos arriscar... ele não confia nem em mim.

Então entendera. Primeiramente,já se passava uma semana... Depois também raciocinou : Athos,Porthos,Aramis... como Os Três Mosqueteiros. Aramis era o terceiro dos quatro mosqueteiros. E apenas mais uma das vítimas...

O tempo que se passou foi cada vez mais desesperador. A menina era a única que acreditava que a polícia ainda viria salvá-los. Obviamente,negava-se a acreditar numa polícia tão incompetente, pois vivera seus anos assistindo coisas na TV que lhe mostravam o contrário.

Porthos tinha decidido sobreviver por si mesmo e ia pensar num plano de fuga.

O esperto Athos era o único que dizia que eles teriam que contar com Aramis para isso. E apesar de Porthos achar o rapaz um cobarde,teve de concordar com o líder.

Era inclusive Aramis quem atirava as pedrinhas ao chão para que eles soubessem que Jackpot estava a chegar. O próprio líder Athos tinha feito a regra do silêncio, e o agente duplo Aramis que a outorgava. Era um modo de ficarem quietos quando as pedrinhas rolavam ao chão, pois sabiam que o assassino estava próximo.

Passaram um tempo falando sobre isso,talvez horas. O problema é que o cheiro ruim estava ficando cada vez pior. Cada um deles ali fedia a urina, a suor...

D’Artagnan ouviu duas meninas conversarem com um outro menino,de longe. Eles deviam ser as outras crianças de lá.

O menino dizia que a rapariga – a que havia sido executada- era uma amiga de infância... e que eles tinham que sair de lá para que ele pudesse pagar uma promessa antiga à ela.

A única coisa que não era tocante,era conversar com Athos. Era divertido,ou tão divertido quanto pudesse ser ali,presos.

A maior parte do tempo falavam sobre planos de fuga. Mas às vezes o fedor daquele lugar começava a provocar-lhes fortes dores de cabeça e as mentes das crianças entregavam-se,desistindo de pensar. Nessas horas,apenas falavam sobre livros.

Athos,pensou a menina, devia ser um menino estudado. Era muito inteligente e já tinha lido uma montanha de livros... não aqueles livros que ela costumava ler. Mas clássicos literários importantíssimos! Talvez... talvez ele fosse de uma família rica. Não quis perguntar, a regra do líder era que informações pessoais eram proibidas.

Ao invés disso,conversaram sobre Os Três Mosqueteiros,e sobre o porquê deles serem quatro,se o nome dizia claramente “três”.

- Não te posso responder isso... – respondeu o menino,com seu usual tom calmo de voz,que agora já parecia cansado,como que seu corpo quisesse desistir de lutar – eu estava no meio do livro quando vim pra cá... eu não sei...

- Estás bem,Athos?

- Sabe qual é a frase que é mais conhecida do livro,D’Artagnan? – ignorou ele a pergunta da garota.

- Qual?

- “Um por todos , todos por um”. Parece algo ligado à honra e amizade... mas o mais curioso... é que ela só aparece uma vez no livro. Não sei porque ficou tão conhecida...

A rapariga soltou o seu primeiro riso desde que tinha chegado lá. Ele era a criança mais inteligente que já conhecera,mas não sabia o porquê da frase ficar popular?

Sentindo seus próprios olhos pesados por causa do sono -que só agora notava que tinha- fecharem aos poucos,ela forjou as palavras da melhor forma que conseguia,feliz com Aramis por sempre tirar as mordaças deles.

“Não é óbvio? Todos gostam de uma boa história de amizade verdadeira... amizade em que um daria a vida pelo outro. Um para salvar todos... todos para salvar um”.

***

Ela não soube quando adormecera. Na verdade,não havia ideia de quando é que acordara também. Isso quer dizer que se passara... quantas vezes será que ela tinha dormido desde que chegara lá, para que pudesse contar os dias?

- Athos... – sussurrou,esperando resposta do seu lado.

Mas assim como só via escuridão à sua frente por causa da venda,também só conversou com a escuridão.

- A-Athos... – repetiu,mais para si mesma,porque começava a tremer de medo pela possibilidade de estar sozinha – Athos... estás ai?

- Pssii... fale mais baixo – avisou a voz fininha.

Talvez porque passou muito tempo sem ver nada,a audição da menina tinha se desenvolvido extraordinariamente, e por isso conseguiu escutar o murmúrio.

- Porthos... o Athos está ai,certo? – perguntou,mas não esperou pela confirmação,apenas deixou o corpo cair para o lado,sentindo os ombros do menino e suspirando em alívio.

- Sim... ele só está dormindo – Porthos que era sempre tão elétrico,também já parecia cansado – ele... costumava ter mais energia. Acho que... ele já está cansado demais disso tudo. Talvez ele esteja doente... ou talvez o corpo dele já tenha chegado ao limite de conviver com isso tudo...

- Não digas isso... Athos é esperto,ele vai conseguir.

- Eu sempre digo que vamos sair daqui,mas... eu,ele e... o outro lá... – pelo jeito que ele falara,a menina soube que falava de Aramis – estamos aqui há muito tempo... se não fizer um mês,já fazem semanas. Eu tento parecer forte,porque Athos é meu amigo ... mas não tenho mais esperanças.

- A polícia vai chegar,vais ver... Demora por causa das investigações,mas há muita gente que deve ter visto o Jackpot...

- D’Artagnan... – o rapaz deixou escapar um longo suspiro- quando a polícia chegar aqui... diz aos meus pais que eu acreditei neles até o final. Athos... foi nobre como o pai dele até o final. E se o outro não viver para ver esse dia... não diga as coisas que ele não fez ,as pessoas que ele deixou de tentar ajudar,para sobreviver. Não conte sobre mim para a mãe daquela menina ... não diga que eu poderia tê-la salvo,mas pensei só no que era bom pra mim. Seremos os três amigos herois até o fim, Três Mosqueteiros. Mas... tu deves permanecer viva para que conheçam nossa história,nossos últimos momentos... para dar paz ao coração das nossas famílias.

Ela queria dizer que Porthos estava errado. A necessidade de gritar que nada disso iria acontecer queimava no seu peito,mas não conseguia dizer nada. Simplesmente porque ela própria já não parecia mais acreditar tanto assim na salvação.

Gostava tanto daqueles meninos como se fossem família. Talvez fossem as circunstâncias,mas... eles eram seus amigos. Em outro caso,se os tivesse conhecido só a brincar nas máquinas do shopping... será que sentiria-se diferente?

Podia até sentir menos amor,compaixão e carinho por eles. Mas iria gostar de cada um pelos mesmos motivos,com certeza. As circunstâncias fizeram os quatro mosqueteiros aproximarem-se muito rapidamente que foi quase por instantâneo. Mas foi cada um deles,com suas características,personalidades e sentimentos e erros,que os fizeram verdadeiros amigos ali,naquela escuridão.

Não se passaram nem minutos até Aramis chegar com a papa que ele chamava de alimento. E naquele dia ela teve o dobro. Perguntou para Aramis o porquê,mas Porthos dizia “apenas aceite”. E entendeu que ele estava dando a parte dele para ela.

Estava mais do que agradecida por ter Porthos ao seu lado. Ele sempre tentava ser forte,e sempre tentava dar forças aos outros. Mesmo que fosse impulsivo às vezes,estava melhorando nisso também. Ele queria ser forte por todos e ,mesmo que tentasse esconder que ele próprio estava fraco,todos sabiam, e não se importavam. Porthos era maravilhoso apenas por ser quem ele era. E não porque ele era forte ou corajoso. Seu coração fazia-o mais forte e renovava suas forças a cada dia.

Estava aliviada por ter Athos mesmo do seu lado. Tão perto que podia sentir-lhe o calor do corpo. Era um rapaz esperto e o plano de fuga deles avançava cada vez mais pelo potente cérebro que ele tinha. Enquanto Porthos cuidava dela ,da vida dela, das esperanças dela... Athos assumia o papel de ser o tranquilizador e até mesmo o seu alívio naquele lugar. Ser capaz de aprender sobre os clássicos,de conversar sobre Sherlock Holmes à Agatha Christie... Ser capaz de sorrir e rir,coisa que imaginou nunca ser mais capaz de fazer. Conseguir respirar fundo com ele... achava que tais coisas só eram possíveis por ser o Athos da voz calma e pacífica quem realizava-as.

Em meio aos gritos, sentia-se aquecida por Aramis. Ele não falava muito,mas fazia sempre mais do que Jackpot lhe ordenava. Sabia,de alguma forma,que o rapaz sentia culpa e pesar por todos. E os seus toques na sua pele eram sempre gentis. Às vezes tinha que dizer-lhe para esfregar mais forte o pano húmido na pele dela,ou a sujeira,que já virara crosta,não sairia.

Aramis parecia ter medo de quebrá-la. De tocar nela,machucar-lhe. Era cuidadoso e caloroso,pois até mesmo arranjara uma escova para pentear-lhe os cabelos.

Estava sempre calado,e de alguma forma imaginava-o triste,mas pelas ações dele... sabia o que ele sentia. Ele devia estar grato por ela também,porque assim como ele aquecia-lhe o coração,ela também fazia isso por ele com palavras.

- Aramis... – chamou-lhe,achando estranho por ele responder um “hm” meio surpreso – obrigada.

O rapaz já ia abrir a boca para perguntar exatamente o porque,mas parecia que a rapariga até conseguia vê-lo,pois advinhou e completou “...por tudo”.

Fora a primeira vez que pensara, a sentir algo parecido com felicidade, que aquele trieto de amigos... agora acolhera mais uma pessoa. Exatamente como no livro,naquele cárcere, os Três Mosqueteiros eram quatro.

***

Durante algum tempo,ela caira no sono novamente. Era estranho... quando estava em casa,tinha dificuldade para dormir. Era muito agitada e ficava pensando em milhões de coisas,tendo pensamentos e ideias. Mas ali... seu corpo implorava por descanso. Mesmo sua própria alma começava a cansar-se e talvez fosse por isso que o corpo também se sentisse assim.

Com isso... fazia uma semana e cinco dias que estava lá? Talvez fosse menos...

Por mais que abrisse os olhos,não fazia diferença. A escuridão continuava lá e assim como ela,o tempo insistia em não passar também. Era por isso que perdera a noção dos dias.

Uma voz do seu lado avisou-lhe que estava de noite. Assustou-se um pouco,mas sentiu-se mais aliviada quando percebeu que era Aramis.

Os dois conversaram por um período de tempo. O rapaz parecia muito mais aberto e conversativo agora. Talvez quisesse falar com alguém,e mais que isso,precisava de alguém.

- Athos tem uma regra de “sem perguntas pessoais”,mas...

Ela hesitou em continuar. Nem o conhecia assim tão bem para ousar perguntar o que queria,mas ele apenas instigou-lhe mais um pouco : “diz”.

- Tens família,não tens?

- Tenho cara de sem abrigo?

- Aramis! – irritou-se ela,deixando um riso escapar – não me faças rir,está todo mundo a dormir.

- Está bem... devias fazer o mesmo.

- Tua família... tens irmãos?

- Tenho.

D’Artagnan começou a estranhar o tom de voz dele,mais frio,duro,grosseiro... até parecia que escondia algo. De certeza seriam sentimentos dentro dele.

- Quantos?

- Vou buscar um cobertor, hoje está frio...

Ela ainda chamou mais uma vez o nome do rapaz,mas parecia que ele já tinha ido embora. Talvez fosse duro demais falar da família,quando não sabiam se iam voltar a vê-los. Para ela era mais fácil... não estava lá há quase um mês,como o resto dos mosqueteiros. Sua esperança não estava endurecida pelo tempo,ainda permanecia enraizada na sensação da luz quente do sol na sua pele,que ela ainda conseguia lembrar. E também nas outras sensações da realidade, uma realidade bem diferente , muito além daquela escuridão deles.

Sentiu o coração pulsar mais forte,como se doesse e pedisse para que fosse removido. Pela primeira vez em dias,ela voltava a chorar. Silenciosamente,ali,que não sabia bem onde era...

Minutos passaram parecendo horas,quando sentiu um pano áspero contra seus braços. Até podia raspar e arder um bocado,mas a sensação era mais do que magnífica. Seu corpo todo foi se aquecendo aos poucos,e a sensação de conforto conseguiu alcançar seu coração. Era engraçado como um cobertor sujo fazia toda a diferença e virava o ítem mais precioso duma vida,se apenas as circunstâncias obrigassem à isso.

 Duas mãos esfregavam o cobertor quentinho contra a menina,que deixava o ar frio sair de dentro dela mesma, através da fumacinha que esvaia-se da sua boca.

- Promete não abrir os olhos... – pediu o rapaz ,e ela estranhou,mas concordou com a cabeça.

Foi então que Aramis delicadamente moveu suas mãos para trás da cabeça dela,ficando com o corpo numa posição que parecia até um abraço pela frente. Com os seus braços fracos a formarem um arco,ele cuidadosamente foi desenbaraçando aquele paninho preto que suas mãos tentavam alcançar. Tendo desamarrado,lentamente tirou a venda dos olhos dela,um pouco hesitante,bastante com medo,com uma pitada de ansiedade.

D’Artagnan tinha o coração a bater rapidamente e de um jeito descontrolado,mas não abriria os olhos,assim como ele pedira. Iria cumprir sua promessa,não interessava o quão louca ela estava por conhecer o rosto dele. Por poder ver onde estava,por poder olhar nos olhos de Aramis e sorrir para ele... não o faria. Mordeu o lábio inferior ao decidir-se assim,enquanto deixou uma lágrima escorrer pelas suas grandes bochechas,e até sentiu-a escorrer.

Também sentiu uma mão,dedos frios e ásperos de tanto trabalho,tocarem-na nas bochechas. Elas faziam movimentos delicados ,como se estivessem a polir cristal. Até que uma delas arrastou-se mais para cima no ar,e dedos passaram por baixo dos dois olhos dela,a levarem consigo suas lágrimas.

- A-Aramis... – disse ela,sem saber porque.

A verdade era que seu coração doia de desespero e tristeza,e entre todas aquelas sensações... sentia-se quente,a queimar. Começava a tremer,mas não era de medo. Nunca tinha sentido aquilo antes... queria abraçá-lo e chorar no seu colo. Tinha a absoluta certeza de que ele seria tão aconchegante quanto seu toque,que seu abraço seria tão caloroso quanto o cobertor que lhe pusera em cima. Que os seus olhos seriam tão brilhantes quanto a luz do sol e a sensação que ela sonhava todos os dias em viver outra vez.

- Tinhas um cílios,uma pestana...

Apesar de saber que era um jeito dele de contornar aquela situação esquisita,decidiu compactuar. Também não queria aceitar que estava a chorar na frente da pessoa que mais sofria ali.

- Há uma coisa que minha mãe ensinou-me... – ela engoliu o choro,sentindo-se aquecida como há muito tempo não se sentia- esmague isso entre dois dedos... e pense em alguém.

- Sim... – respondeu ele – e agora?

- Agora abra os dedos... está colado no dedo de cima?

- Oh! – exclamou parecendo infantilmente surpreso – sim!

- Então... – demorou,tentando fazer suspense – essa pessoa está a pensar em ti também!

A menina conseguira sorrir outra vez. E apesar de estar com os olhos fechados,imaginara que o menino a sua frente também sorrira por um segundo.

- Foi na minha mãe...

- Uh?

- Eu pensei nela – esclareceu ele – na minha mãe.

E naquele momento entendeu que mesmo parecendo quieto e distante ,ele sentia-se mais solitário do que qualquer um ali.

 


Notas Finais


Música MARAVILHOSA do capítulo (você vai viciarr (8)) : https://www.youtube.com/watch?v=yJDc5vYw_UE
Kai : Então pessoal... como é que é,como é que tá?
Chen : Que capítulo gigante e cansativo,quando é que EU vou aparecer,hein...?
Eu : Nunca,se continuar a chatear...
Chen : :O TÔ BOLADO.
Tao : ... *olhando para Chen * besha,a senhora é destruidora mesmo,hein viada?
Kris *voltando do Canadá a voar* HAAHAHAHAHHAAHHA SÃO TODOS UNS VIADOS*sumindo no pó*
Kai : ... dessa vez estou são.
Suho : ...............
Kai : juro! Nunca mais cheiro pó de arroz,aquilo dá uma doidera...
Chanyeol : ... pois ... se dá ... pó de arroz...
Baekhyun : Quem foi o desgraçado que roubou o meu eye liner?! Eu vou desmembrá-lo,cortar-lhe as vértebras com as minhas unhas postiças divinas e enrolá-lo no próprio sangue como um bolinho de arroz e jogá-lo numa panela de óleo fervendo!!!
Sehun : ... você sabe que até lá a pessoa já morreu,não...?
Baekhyun : ... não interessa '-'
Luhan : Depois o psicopata é o Jackpot...
Xiumin : Poxa,gente, isso aqui tá parado hoje...
Suho : Eu gosto assim >.>
Chen : DEVÍAMOS CANTAR ALGO *-*
UIA LOBO! OLHA O LOBO... AWOOOO AH,SEU VIADÔ ! SE ACHA BELA,MAS É UMA FERA!
Kai : ... não.
Eu rosno bravo,rosno doce,rosno rosnooo... assim que me aproximo,mordo a mina numa dentadaaa...
Suho : não. Assim,ó...
Mamãe, me diz porque meus filhos viraram viados? Onde foi a decência dessa Terra... acho que agora só existe desgraçados... vou mais tomar banho na banheiraaa...
Sehun : sério? nosso debut?
Chen : E Overdose?
Chanyeol : Essa nem precisa cantar... já a vivemos todos os dias...
Suho : ...
Eu : ...
Leitor : ...


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