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História Frineia - Primeiro Capítulo - em que minha vida mudou para sempre.


Escrita por: CaioHSF

Capítulo 1 - Primeiro Capítulo - em que minha vida mudou para sempre.


Fanfic / Fanfiction Frineia - Primeiro Capítulo - em que minha vida mudou para sempre.

Ainda me lembro do meu primeiro dia nesta droga de escola. Foi com Alessandra que eu descobri do que realmente gostava, mas assim que descobri, fomos separadas para sempre. Mas toda a saudade se foi no dia em que cheguei, pensando que seriam os piores anos da minha vida nesta cidade estranha. Cara... como eu estava errada. Era de manhã, e eu não estava com nem um pouco de vontade de estudar ali, mas foi meu primeiro dia de aula na escola nova e minha mãe me acompanhou. Foi horrível quando ela quis me acompanhar por toda a escola até a minha sala, com todos os alunos que já se conheciam reparando em mim. Mas assim que entramos na sala, minha perspectiva mudou, e com ela toda a minha vida. Frinéia. Os olhos castanhos claros, o cabelo era negro como um pincel de nanquim, liso e longo indo até o meio das costas, sua pele era pálida, a pessoa mais branca que eu já vi, muito linda. Estava olhando para mim quando entrei, e minha mãe me colocou para sentar bem na frente dela. Fiquei tão envergonhada que senti até meus olhos ficarem vermelhos, e não conseguia escrever direito, porque ficava sentindo os olhos dela atrás de mim me olhando.

Um dia, eu derrubei meu lápis propositalmente ao lado dela, só para ter que me virar e ter um motivo para conseguir olhar para aqueles olhos tão lindos. Foi pegar o lápis, e senti aqueles dedos brancos tocando minha mão, acendendo borboletas de fogo em minha barriga e me deixando arrepiada. Ela disse que pegava para mim. Eu fiquei paralisada, mas agradeci em silêncio. Ela ainda o apontou para mim, tudo isso sem tirar os olhos de mim, que não conseguia me mover. Ela apontou até quebrar a ponta, e se desculpou, e levou aquela mão tão fofinha para pegar um lápis em seu estojo para me emprestar. Ele era rosa e tinha uma borracha presa na ponta com o desenho de uma borboleta. Eu gaguejei para agradecer, e ela riu e ficou corada, muito fofa.

Mas isso foi há muito tempo. Mesmo que aquele sorriso nunca saia de meus sonhos, mesmo que eu tenha enchido dezenas de cadernos com desenhos dela, sempre passando muito nanquim naqueles fios negros como piche, mesmo que eu tenha feito um altar em meu quarto para guardar aquele lápis, e até hoje sonhe com aquela mão pálida como um anjo tocando na minha, mesmo que eu esteja vinte e quatro horas por dia louca de desejo por penetrar meus dedos no meio daquele volume negro em sua cabeça, eu nunca mais falei com ela. Nunca mais meu lápis caiu, e eu nunca mais vi aquele rostinho branco corando enquanto sorria para mim.

Sentava sozinha, agora não mais na frente de Frinéia, mas ficamos em lados opostos da sala. Ela não tinha amigos, muito menos eu. E ela não parecia estar com nem um pouco de vontade de ter. Pude sentir o beijo da depressão quando me toquei que não sabia nada sobre ela, e que como era nosso último ano, nunca mais a veria. Nunca mais a veria. Pensar nisso era como se minha mente tivesse morrido, uma coisa horrível de se pensar e que machucava meu coração.

Frinéia era muito boa nas aulas de história, e o professor Song contou que Frinéia era o apelido de Mnesarete, uma hetera da Grácia Antiga que viveu em Atenas. Era tão bonita que inspirou as esculturas de Afrodite, mas um dia foi acusada de impiedade, e seu advogado fez com que ela tirasse a roupa diante dos juízes, e disse que não seria justo privar o mundo de tamanha beleza, e os juízes ficaram comovidos e a absolveram. Era assim a minha Frinéia.

O professor Song gostava de passar trabalhos em grupo, mas eu, assim como ela, sempre pedíamos para fazer sozinhas e ele deixava, mas dessa vez, como nem todos os grupos tinham o mesmo desempenho, ele decidiu que ele mesmo deveria escolher os grupos para o trabalho sobre os dois irmãos que fundaram a cidade.

E, o que mais eu posso dizer? Eu e ela estamos juntas?

Não. Mas minha querida Frinéia conheceu sua paixão naquele dia. Não era eu.



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