Alex se encontrou com Nick no pátio externo, ele já tinha buscado os cavalos no estábulo e estava fazendo uma revisão nas selas.
— Aqui está a comida. — disse e pendurou a bolsa no animal.
— Você sabe que não precisamos levar comida, nâo é?
— Sim, eu sei. — parou o olhando — Mas a comida dela é...— suspirou sorrindo — Tentadora.
— Depois eu que não tenho jeito... — sorriu maneando a cabeça — Já soube a notícia?
— Qual?
— Se as coisas piorarem, Nigel virá para Arendelle. — respondeu.
— Achei que ele estivesse ocupado demais pra esse tipo de caso.
— Sim, mas Mikhail já designou ele para isso, e pode ser que os assassinos estejam se preparando para contra atacar.
— Nesse caso... Acho bom nos apressarmos.
— Eu também.
— Vou lá buscar os soldados que Edwin quer que vai com a gente — bufou revirando os olhos.
— Okay, te espero no portão.
Alex foi até a torre, bateu na porta e entrou.
— Já estamos indo. — avisou a Edwin.
— Vou chamá-los. — disse e saiu, voltando logo depois com dois dos soldados da quarda real — Esses são Stanisiński. — apontou o primeiro, que era um pouco maior que Edwin e não tinha cabelos.
— E ai careca! — falou Alex, recebendo um olhar reprovador de Edwin — Que foi? O nome dele é inpronunciável!
Edwin suspirou baixo e apresentou o outro.
— E Kaleb. — esse era da estatura do chefe da guarda, mas menos corpulento — Ambos são espadachins e arqueiros. — falou e se virou para eles — Peguem suas armas e podem ir. — ordenou e ambos bateram continência e sairam.
— Você sabe que eu não concordo com isso. — Alex protestou, ao ficarem a sós.
— Sei, mas você está no meu reino, então...
— Que eu saiba o reino é da rainha. — replicou em tom de sarcásmo.
— Sim, mas sou eu sou responsável pelo segurança e proteção do reino e da rainha, então não discuta comigo.
— Isso vai ser meio dificil. — sorriu — Já que não gosto muito de receber ordens.
— Mas são para seu próprio bem.
— Eu sei o que devo ou não fazer, Eddie, não preciso de ninguém me dizendo isso.
— Sim, mas a floresta é um lugar perigoso, Alex, e já tivemos duas tentativas de morte lá.
— Estou acostumada com florestas, então, fica tranquilo. — tentou parecer séria — Perigo é meu segundo nome.
— Não leve as coisas tão na brincadeira. — a alertou.
— Você é que não deveria ser tão pessimista, Edwin, vai se sentir bem melhor se deixar de ser tão preocupado. — se afastou para sair dali.
— Espere Alex. — a chamou, dando alguns passos em sua direção.
— O qu... — Alex se virou para olhá-lo e ao fazer isso foi surpreendida por um beijo do rapaz.
— Só toma cuidado... — disse ele baixo ao separar seus lábios do dela, mas ainda a segurando.
— Eddie... — Alex respirou fundo antes de continuar — Eu tenho namorado.
Edwin a olhou e sorriu.
— Boa forma de me dar gelo. — disse ao perceber que Alex falara tentando não rir.
— Não... Isso de dar gelo é com a rainha. — ainda sorria — Mas olha pelo lado bom. — falou se afastando dele — Eu poderia ter te dado um tapa na cara, um soco no estômago, um chute nos reinos baixos...
— A julgar as opções... — riu também.
— Pois é, eu sou uma pessoa muito boa. — deu uma piscadela para ele, saindo logo em seguida.
Alguns segundos depois, Alex se encontrou com Nick no portão do castelo.
— Demorou!
— Assuntos... — pigarreou — Pessoais. — se preparou para montar no cavalo.
— Sei...
[...]
Andaram por um bom tempo pela a floresta até chegarem em uma espelunca, que ficava quase na fronteira do reino e era conhecida por ser local de encontro de pessoas de má reputação. Pararam alguns metros de distância do lugar e desceram de suas montarias.
— Você dois ficam aqui, enquanto eu e Alex entramos. — disse para os soldados que os acompanhavam.
— Nossas ordens são para segui-los.
— Acontece que vocês tiveram a decência de virem vestindo seus uniformes. — falou Alex — E isso pode arruinar o plano de conseguir informações.
— Não vamos demorar. — Nick assegurou — E não importa o que acontecer lá dentro, não entrem! — pediu e foi em direção e entrada do lugar, seguido de Alex.
Abriram a porta e entraram. O lugar era grande e estava abarrotado de pessoas. Algumas bêbadas, outras dançando, algumas falando alto, outras jogando, e também tinha aqueles que desfrutavam dos prazeres da carne.
Dirigiram-se ao balcão do bar.
— O que vão querer? — perguntou o homem, que era alto, gordo e com uma barba sinistra, e que servia as bebidas.
— Seu melhor vinho. — pediu Nick.
O homem se virou, pegou a garrafa e dois copos e colocou na frente deles.
— Mas alguma coisa?
— Sim. — falou Alex — Quero saber se aqui tem alguém que pode me dar algumas informações.
— Que tipo de informação? — o homem os olhou com certa desconfiança.
— Estamos procurando uma pessoa e queremos saber se ela está por aqui.
— Não posso ajudá-los. — deu as costas para eles.
— Talvez possamos negociar... — Alex sugeriu, com um pequeno saco de moedas nas mãos, fazendo o homem dar meia volta — Em ouro! — colocou em cima do balcão.
O homem foi para pegá-lo, mas Alex puxou o saco de volta antes que ele pudesse encostá-lo.
— Na-não... Primeiro o nome.
— Healt. — respondeu — Grant Healt. — apontou para um cara magrelo que estava atrás deles sentado em uma mesa com algumas mulheres — Ele sempre sabe o que se passa no submundo.
Nick fez um aceno para Alex, que jogou o saco para o homem, tomou todo o conteúdo de seu copo e foi até a mesa de Healt, deixando Alex no balcão.
— Grant Healt? — perguntou ao se aproximar.
— Depende... — o homem voltou a atenção para ele o olhando de cima a baixo — Quem é você?
— Um cara de negócios. — respondeu se sentando à mesa — E quero informações sobre um homem...
— E que homem seria esse? — voltou sua atenção para ele.
— Ele possui um desenho de árvore no braço. — disse Nick e percebeu Grant ficar um pouco agitado.
— Não sei do que estão falando. — tentou parecer indiferente, desviando o olhar e bebericando sua bebida.
— Eu se que sabe... E não vou sair daqui enquanto não me dizer.
Grant olhou para o lado nervoso e depois para ele.
— Quer saber de uma coisa? Dane-se! — pegou a garrafa que estava sobre a mesa e a quebrou na cabeça de Nick saindo correndo para a saída e empurrando as pessoas pelo caminho.
Nick se levantou e pegou um punhal na cintura de um homem que estava passando ao seu lado e arremessou na direção do rapaz, prendendo-o pelo casaco na parede de madeira antes que pudesse chegar à porta, e andou na direção de Grant limpando os cacos de vidro da sua roupa.
— Isso foi uma péssima idéia. — disse calmo já de frente com Grant, que tentava se soltar — Você tem uma chance. — avisou.
— E se eu não quiser dizer? — falou desafiador.
— Então teremos que tomar outras medidas.
— Eu primeiro! — falou Grant com um sorriso maléfico.
Nick então ouviu um barulho e virou-se vendo quatro brutamontes abrindo caminho na multidão e se posicionando ao redor deles.
— Se você sobreviver... — sorriu debochado — Talvez eu conte.
— Por que nunca colaboram? — Alex perguntou para o atentende.
— Não sei.
— MATEM ELE! — Grant ordenou e os homens partiram para cima de Nick.
Eles desembainharam suas armas e o povo deu espaço para a briga, já que brigas e confusões eram comuns por ali.
O primeiro foi pra cima de Nick com uma espada para golpeá-lo, mas Nick foi mais rápido e se desviou do golpe o desarmando e ficando com a arma dele para se defender do outro, que estava com um machado e tentou acertá-lo no pescoço, porém Nick o bloqueou com a espada, mas como a lâmina do machado prendeu-se à espada, o homem a puxou fazendo ela cair alguns metros de distância, desarmando Nick.
— E agora pirralho! — implicou o outro.
— Não preciso dela. — falou Nick e partiu com punhos cerrados pra cima do homem que não conseguiu acompanhar os movimentos dele e levou um soco no estômago e outro no queixo, cambaleando para trás.
O terceiro e o quarto vieram ao mesmo tempo para o acertar, porém Nick segurou a mão de um e o rodou fazendo ele de bloqueio para o golpe do outro, e ainda o segurando, Nick se defendeu do segundo homem e com um chute o derrubou. O primeiro pegou de novo a espada e partiu novamente para atacá-lo, e Nick foi se esquivando dos golpes enquanto recuava para trás até que encontrou uma mesa no caminho, rolou por cima dela e a lançou na direção do homem quebrando a mesa e o derrubando já desacordado.
Quando Nick se virou, foi atingido por uma cadeira bem na cabeça, que o fez cambalear, mas não o derrubou. Com a visão periférica viu que outra estava vindo na sua direção e conseguiu desviar a pegando ao passar por ele e acertando o terceiro homem, o derrubando. O segundo o agarrou por trás dando uma chave de braço nele, enquanto o outro vinha para acertar-lhe no estomago, mas ao se aproximar Nick deu um impulso para trás e prendeu suas pernas no pescoço do homem e o torceu fazendo-o desmaiar, porém continuava preso pelo segundo homem, então Nick se impulsionou para trás só que desta vez ele se abaixou e lançou o homem para frente por cima de seu ombro e caiu por cima dele. Foi ser golpeado por outro, mas virou e o golpe de maça acertou o homem caído apagando-o. Todos olhavam a briga impressionados com a agilidade do rapaz e Alex continuava sentado no balcão tomando sua bebida.
O último brutamonte que restara veio na direção de Nick. Ele esperou o homem ficar bem próximo e então torceu seu braço, o desarmou prensando seu pescoço em uma das mesas e deu-lhe um soco o deixando sem conseguir se levantar, porém o que tinha sido acertado pela mesa levantou-se, pegou uma faca e foi para acertar Nick pelas costas, mas antes que pudesse fazer isso sentiu uma forte dor no braço causado por uma chicotada dada por Alex, fazendo ele deixar a faca cair.
Nick se virou com o barulho do estalo e viu o homem se virando na direção da garota com olhar de raiva.
— Sua vadia! — vociferou o homem pegando a faca e partido pra cima de Alex.
O homem tentou golpeá-la na cabeça, mas Alex se abaixou e virou dando um soco nas costelas dele, ele rodou o braço na direção que ela acertou para golpeá-la, mas ela segurou o braço dele e o rodou acertando a cabeça dele em uma mesa umas quatro ou cinco vezes até ele ficar imóvel.
Afastou-se dele e virou-se para Nick com um sorriso de satisfação.
— Eu senti muita falta disso...!
— Isso foi uma péssima idéia, Alex. — disse em alerta.
Caminharam até o rapaz que acabara de ser desprendido por um grandalhão, que se afastou com a aproximação dos dois.
— Vai falar agora? — perguntou Nick.
— Nada mal, mas... — sorriu — Será que...
— Ah, já chega! — Alex disse levantando sua mão direita como se fosse dar um soco na cara dele, mas ao invés disso criou uma lâmina sólida com seu poder — Fale agora... Ou cale-se para sempre! — prensou a arma contra a pele dele.
— O que você quer?! — perguntou Grant de olhos arregalados vendo os olhos da garota se tornando mais azuis.
— Informações, nada mais. — respondeu calmamente — Ou te atravesso com isso! — ameaçou.
— Esse cara veio aqui sim. — começou ele — Na primeira vez ele só bebeu, já na segunda vez ele estava acompanhado.
— Nomes? — perguntou Nick.
— Um tal de Ronan e outro chamado Sebastian. — respondeu — Ouvi parte da conversa deles, queriam arranjar um jeito de chegar à rainha, e parece que tinham infiltrados lá.
— Planejavam matá-la? — Nick questionou.
— Não ouvi dizer nada sobre matá-la, apenas que queriam chegar nela.
— Eles disseram o nome do infiltrado?
— Não ouvi isso, mas o cara do desenho parecia bem nervoso já que matou um rapaz só porque esbarrou e derramou a bebida em cima dele.
— Matou como?
— Magia. — respondeu — Ele foi atacado por uma planta.
— E ninguém fez nada? — perguntou Alex.
— Claro que não! Os caras davam medo.
— E sabe me dizer por que ele parecia nervoso? — Nick perguntou.
— Ah, sei sim! Parece que alguém no reino está atrapalhando os planos deles, parece e essas “pedras no sapato” estão ajudando a rainha.
— Ele veio aqui mais vezes?
— Não, só essas duas.
— Sabe o nome dele?
— O chamavam apenas de Plantheon.
— Que original! — riu Alex ironica — Só porque controla plantas!
— Obrigado pela ajuda. — falou Nick.
— Hãm Como se eu.... — Grant interrompeu sua fala olhando por cima dos ombros da garota — Droga!
Alex se virou para olhar o que era e ao fazer isso foi atravessada no peito por um punhal que fora atirado pelo homem que ela havia socado na mesa, e pôde-se ouvir o exclamar de algumas pessoas com o ato do homem.
— Você não me acertou forte o suficiente! — bravejou o homem com um sorriso de lado, encarando a garota que estava de cabeça baixa olhando para seu ferimento sangrando.
— Tem... Razão... — Alex concordou, levantando sua cabeça e o mirando — É melhor eu corrigir isso.
E o sorriso do homem sumiu de sua face assim que viu Alex retirar a arma do peito, seus dentes tricados pela dor, em seguida quebrou a lâmina como se fosse um simples graveto e com a outra criou cadeias que prenderam o homem no lugar onde estava. Alex sentiu o medo crescer nele ao tentar inutilmente se soltar enquanto a via forjar uma lâmina com seus poderes, e ela riu internamente apreciando, por um momento, aquela sensação, então mirou a arma recém formada e a lançou em direção ao homem. A lâmina voou e ao estar próximo dele separou-se em outras seis que o acertaram transpassando seu corpo, jogando e fincando o homem na parede, em seguida Alex abriu a mão e o mesmo fez as lâminas no corpo dilacerando-o por dentro, e logo depois elas voltaram em sua direção transformando-se novamente em uma única lâmina em sua mão.
— Só mais uma coisa... — falou Alex, voltando por a arma no pescoço de Grant(que gelou na hora) ignorando o múrmurio que surgiu na taverna — Se eles voltarem aqui, diga que estamos atrás dele.
— claro! Pode deixar. — respondeu com um sorriso assustado. Alex então o soltou — Mas, e se eles perguntarem quem são vocês? — perguntou meio receoso e Nick o encarou.
— Diga que somos as pedras no sapato. — Nick respondeu enquanto se dirigiam à saída sendo acompanhados pelos olhares assustados e curiosos dos que estavam ali.
— Não precisava daquilo... — Nick disse andando em direção onde estavam os soldados — Você podia muito bem ter se desvencilhado da arma.
— Fui pega de surpresa...
— Você sabe que não pode mentir pra mim, Alex... Aquilo foi premeditado. — a encarou — Você o matou porque quis, simples assim!
— E ele não vai fazer falta! — retrucou indiferente.
— E quanto a parte do não chamar atenção...? — respirou fundo — Sem falar que prometemos a Elsa que não haveria mortes! — sibilou.
— Eu não prometi nada disso, e sim de que não ocorreriam na frente dela! — rebateu.
— Mas você sabe o que isso significa agora, não sabe? — perguntou, porém não esperou resposta — O desejo crescente por mais... — se virou para ela.
— Eu sei me controlar, Nick.
— E eu espero não ter que usar a força contra você, Alex. — avisou se afastando.
Encontraram os soldados no lugar onde os deixaram.
— O que aconteceu lá dentro? — perguntou Kaleb.
— Nada de mais. — falou Nick — Vamos a Montanha do Norte agora e depois retornamos ao castelo.
Os soldados acenaram e montando em seus cavalos partiram rumo ao castelo de gelo.
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