História Frustrado - Capítulo único

1 — capítulo único. 

Jongin estava realmente frustado. 

Completamente irritado com o seu marido. 

Sabia que o mais velho só queria cuidar de si e não queria que ele se machucasse com o esforço que fariam caso tivessem relações, mas não era se ele tivesse exatamente culpa se o seu libido estava fazendo ficar excitado apenas com a respiração mais pesada de Sehun ou com o cheiro maravilhoso de alfa do marido.

 Jongin havia verdadeiramente tentado, tentou bastante com todo o charme que possuía e que sabia derreter o marido, fazer o mais velho cair sobre os seus feitiços e conseguir o que ele estava quase implorando para que o loiro fizesse.  

Mas ele não deixava o moreno passar dos beijos que distribuía nos lábios saborosos do marido e chegavam a passar pelo pescoço antes dele afastá-lo, não importa o quanto tentasse continuar e apelar manhosamente — o que antes não era tão difícil. 

Por isso, Jongin, completamente emburrado e irritado, teve que marcar uma consulta para bem cedo — sabendo muito bem que o marido odiava acordar cedo — e levado-o até a obstetra, perguntando à mesma se ter relações sexuais iria prejudicar alguma coisa nas saúde ou crescimento do bebe. 

O que ela disse? Que não! Ele até poderia ficar um pouquinho agitado — já que tinha quatro meses completos — e possivelmente se mexer mais vezes do que estava acostumado, mas mesmo depois de exames que foi feito em pedido especial de Sehun e ela dizer que não teria problemas nenhum e poderiam aproveitar o quanto quisessem se Sehun não forçasse nem o cansasse muito, seu marido tinha medo e não conseguia deixar passá-lo dos beijos. 

Sabia o quanto Sehun queria ter aqueles filhotes, melhor do ninguém. Eles passavam noites em claro aconchegados no peito um do outro falando sobre o sonho de serem appa e omma. 

A gravidez era planejada, isso é fato. Era o sonho dos dois, afinal. Tinham lutado muito e construído um bom lar, assim como conseguiram crescer bastante financeiramente e terem dinheiro suficiente para não trabalharem até a faculdade do filhote deles. 

Jongin era um médico renomado e Sehun, um juiz muito justo e que ganhava realmente bem por isso. 

Mas nunca poderiam imaginar a tamanha felicidade que sentiriam quando descobrissem que seriam pais. Era tão doce e já poderiam dizer, desde o primeiro momento em que descobriram estar grávidos, que já amavam muito e com todo o coração a filha ou filho que estaria por vir. 

No momento, Jongin estava deitado confortavelmente no sofá da sua grande e luxuosa sala de estar, com as mãos acariciando a sua barriga medianamente saliente, esperando o marido voltar de uma audiência que haviam marcado de última hora e era importante e não poderia faltar nem se quisesse. 

Ele tinha um bico formado nos lábios carnudos e vermelhinhos e seus olhos estavam pesados e vermelhos de sono, o relógio já batia meia-noite e meia! Queriam o quê, roubar o seu marido, era isso? Um completo absurdo, pensou aborrecido. Ele não era só o seu marido e amor da sua vida, também era o pai do primeiro de muitos filhos que estariam por vir! 

Sehun não podia deixá-lo sozinho de noite, sendo realmente tarde para o mais novo horário de dormir do mais velho — já que a gravidez o fazia sentir um sono constante bastante absurdo — sabendo que ele só conseguia dormir com o marido lhe abraçando. 

A televisão estava ligado em um canal qualquer e um filme completamente desinteressante e tedioso passava no visor. Sendo sincero, o filme poderia ser o melhor do mundo, mas preferia muito mais que o seu marido estivesse consigo na sua cama enquanto ele poderia afundar seu rosto na clavícula cheirosa do mais novo e sonhar muito com picles e chocolate com sorvete. 

Estava assistindo — mesmo que estivesse achando uma merda total — o filme de suspense que era tão ruim que até mesmo Mundo Bita seria melhor do que aquilo. Ele poderia mudar, e realmente queria fazê-lo para o programinha adorável de músicas infantis, mas havia sido um idiota e não tinha pensado que se deitar no sofá e deixar o controle no painel da TV, que ficava em uma consideração distância — já que a sala era grande — teria que se levantar para conseguir controlar o som e o canal que assistiria e definitivamente, não sairia de jeito nenhum do calor das almofadas para buscá-lo. 

Nem percebeu quando adormeceu, tão pouco quando a porta foi destrancada e aberta e um Sehun cansado adentrou a casa, ansiando por um banho e uma noite maravilhosa cheia de sonhos, mas, principalmente, pelo moreno nos seus braços. 

Sabia que ele estaria lhe esperando para dormir e não conseguia dormir muito tempo sem o cheio do seu alfa, que acalmava não só ao marido como também o bebê. 

Mas nunca ia imaginar que demoraria tanto, pelo amor de Deus. 

Como já estava atrasado mesmo e provavelmente o marido ficaria emburrado e irritado consigo, comprou chocolate e sorvete para o moreno em um mercado 24 horas e chegou em casa o mais rápido possível. 

Um suspiro cansado saiu de seus lábios quando avistou o moreno dormindo todo torto no sofá, resultado disso pelo singelo desconforto que a sua barriga já estava começando a criar para achar uma possível confortável para dormir. 

Ele provavelmente vai ter dor nas costas quando acordar, Sehun pensou enquanto rapidamente colocava o sorvete no congelador e o chocolate na dispensa para tirar o seu paletó e colocar sua bolsa e pasta de trabalho no cabideiro e aproximar-se do moreno, sorrindo bobo com a vista. 

Ele estava com a cabeça virada quase totalmente para um lado enquanto seus lábios estavam abertos e seu ressonar estava sendo ouvido por Sehun, que aproximou o seu rosto do dele para que pudesse admira-lo de perto, seus cabelos caiam pelo seus olhos e o cobriam no processo, uma de suas mãos estavam apoiadas na barriga como se pudesse protegê-la de todo o mundo. 

Ele é adorável, pensou abobado. 

Pegou-o no colo com todo o cuidado do mundo e levou-o para a cama, cobrindo-o com carinho e depositando um selar carinhoso em seus lábios antes de se afastar e caminhar pé ante pé para o outro cômodo do quarto e tomar um banho rápido, na intenção de finalmente se deitar com o amado. 

Quando Sehun se deitou na cama, sentiu o calor do corpo de Jongin subir em cima do seu e viu a cara amassada dele o olhar com um bico nos lábios.  

— Sehun... — murmurou fraco o nome dele. — Hunnie... — tentou mais uma vez. — amor... Compra frango frito e pega chocolate com picles ‘pra mim...? 

A voz dengosa de Jongin fez Sehun despertar completamente e resmungar sonolento antes de enfiar seu rosto no peito do outro e cantar uma música qualquer do Mundo Bita para que o moreno esquecesse daquela combinação que o deixava de estômago embrulhado só de pensar. 

Não deu certo e ele realmente teve que sair de madrugada para comprar frango frito e Nutella para o marido, mas não tinha culpa se o marido sabia muito bem como persuadi-lo e conseguir o que quer. 

Jongin fora mimado pelo pais desde bem pequenino e o loiro sabia o quanto tinha piorado a situação do mais velho dando sempre o que ele queria. Principalmente agora, em que o moreno estava esperando um filho seu e o pequeno — ou pequena — era a desculpa perfeita para ele. 

Sinceramente, Jongin não precisava fazer mais do um bico nos lábios. 

Afinal, o que Jongin não pedia sorrindo que Sehun não fazia bufando ou chorando?