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História (In)destinados - (Imagine Jungkook) - Sem saídas


Escrita por: wishful e gookook

Notas do Autor


Olha quem veio mais rápido

Aproveitem a nossa reta final, estamos quase lá. E nós estamos quase chegando em 1.9k, se acompanha a fic e ainda não deu um fav, deixe seu coraçãozinho aqui🤧

E não deixem de dar aquele feedback lindo nos comentários para alegrar essa pobre escritora, os comentários do outro capítulo me deixaram bem mais disposta a escrever

Boa leitura💜

Capítulo 18 - Sem saídas


Fanfic / Fanfiction (In)destinados - (Imagine Jungkook) - Sem saídas

— Como quiser. — Ela finalmente me olhou, mas manteve distância. — Como posso começar? — Ela passou a mão pelo queixo. — Esse relacionamento que você mantém com a S/N, quero que termine com isso.

— Ficou maluca? — Ri irônico ao escutar o absurdo que ela disse. — Quem você acha que é para me mandar fazer isso? Eu não... — Fui interrompido.

— Ah Jeon, eu tenho vocês dois na mão. — Sorriu como uma naja. — Ou você termina, ou a polícia irá adorar saber que você adora transar com a sua "filinha", Jungookie. — Fez aspas com a mão, rindo em seguida. 

— Não me chame assim. — Mandei. — Em breve a S/N completa 19 anos, então eu vou revogar a adoção e nosso relacionamento não será mais contra a lei. — Cruzei os braços a olhando de cima.

— Mas até lá ela é sua filha pela lei. Isso causaria um bom tempo de prisão não? Incesto não é muito bonito. — Passou a mão pelo queixo, fingindo refletir. — Faça o que eu mando Jeon, ou quem sofrerá com isso serão vocês.

— Só me explica, não estou entendo, o que você quer com isso? Você dizia aceitar nosso relacionamento e agora vêm dar uma de louca pedindo para o findar.  — A questionei, querendo saber seus motivos.

— São simples. Aquela história toda que contei sobre o pai da S/N é mentira. A verdade é que quando descobri a gravidez ele não aceitou e me chutou, ele disse que só queria o bebê, e quando nascesse a pegaria. — Suas expressões não eram as melhores ao falar do homem. — Resumindo, no final de tudo não deixei ele ficar com a S/N, tentei fazer um acordo exigindo dinheiro dele mas não consegui nada. Sem condições deixei ela na porta do orfanato e fui embora. — Suas palavras agora não tinham vida. Todo choro que ela usou na primeira vez que veio aqui era falso.

Uma completa cretina.

— E bem, eu soube que ele estava com uma doença terminal e morreu pouco depois. A maior parte da sua herança foi deixada para S/N, mas aquele crápula deixou no seu testamento que ela só poderia usar quando atingisse a maioridade. — Sua expressão mudou, agora um sorrisinho brotava em seu rosto. — Mas aqui estou eu, para levar a S/N comigo e mexer naquele dinheiro de uma vez por todas. Vamos viver somente minha filha e eu.

— E o que te faz acreditar que a S/N irá querer sair do meu lado para ir com você? — Questionei chegando mais perto dela, a encarando.

— Pelo pouco que convivi com ela, eu percebi como ela é frágil, saber que vocês mantem esse namoro deixou tudo mais fácil para mim. — Riu com desdém. — Tenho certeza que se você terminar o namoro ela irá ficar arrasada, eu consequentemente vou induzi-la a vir comigo. — Sorriu perversa.

— Acha mesmo que eu vou perder ela para suas ameaças idiotas? — Cheguei ainda mais perto de Alice. — Ainda mais agora que contou seu plano? Você parece muito aquelas vilãs idiotas que contam tudo e se fodem no final. — Me exaltei, falando alto.

— Acha mesmo que estaria contando tudo se eu já não tivesse certeza que você iria ceder? Não seja burro Jeon. — Falou com destreza, me encarando de igual para igual. — Ou faz o que eu peço ou a polícia fica sabendo de tudo. Seja esperto.

— Eu não vou fazer isso, não insista. — Mantive a postura. Eu não vou perder S/N para meras ameaças, posso contornar isso. — Se é dinheiro o que quer, eu mesmo te dou.

— A questão não é só o dinheiro, eu esperei por muito tempo por isso para pegar somente algo de mão beijada. E eu imaginei que não iria ceder fácil, Jungkook. — Achei que ela ficaria ainda mais brava, mas continuou com um sorriso irônico. — Não esqueça que se você for preso agora tem muito a perder, mais do que somente a S/N. Sua reputação estaria suja, passaria bons anos na cadeia e você acha que S/N vai te esperar? Ela é nova, vai querer aproveitar a vida.

— Se continuar com esse seu joguinho eu te mato. — Segurei seus braços, apertando com força, descontando a raiva. — Não ouse.

— Quer adicionar mais um crime para sua lista? Tudo bem. — O bendito sorriso não saia de seu rosto. Estou começando a achar que ela é louca, ter feito o teatro que fez para S/N a aceitar e agora estar querendo a acabar com a nossa felicidade. 

— Sai da minha casa. — Comecei a puxa-la para fora, a arrastado até o portão, a coloquei do lado de fora. 

— Não esquece Jeon, a polícia vai adora saber que você se relaciona com ela desde que a adotou. Imagine o quanto abalada ela vai ficar com o namoradinho preso, imigine o quão vai ser mal vista por manter um relacionamento com seu guardião. — Riu, me fazendo ter vontade de acabar com ela ali mesmo.

— Você é doente. — Proferi alto, com raiva. — Ela é sua filha, deveria querer o bem dela. — A mesma somente deu de ombros.

— Você tem até amanhã para terminar com isso e me deixar persuadir ela. Se não já sabe... Jungookie. — Me chamou pelo apelido mais uma vez como ironia e sorriu e se virou, indo embora como se nada tivesse acontecido.

Eu podia sentir o ódio percorrer minhas veias, assim como o desespero. Eu não posso perder ela, eu não posso deixar ela se machucar. Entrei em conflito em minha mente, sem saber para onde ir, para onde escapar. Entrei em casa e me sentei no sofá, sentindo o peito em chamas por não saber o que fazer nessa situação.

E qual é, quem saberia? Eu não estaria nem preocupado se a ameaça fosse só comigo, mas se envolve ela eu me sinto inútil, me sinto pequeno diante do problema que está em minha frente. 

[...]

Fui busca-la no colégio, a vi saindo com a Beth entrelaçada em seu braço e os meninos conversando ao lado. A observei se aproximar de longe e acenar para mim do outro lado da rua, meu peito se apertou.

— Oi, amor. — Ela disse animada. 

— Oi. — Respondi com um meio sorriso, ainda preocupado com tudo. Ela estranhou eu não estar animado como todos os dias, mas não disse nada.

O caminho para casa foi silencioso, eu percebi que ela está estranhado minha diferença de comportamento, parece estar me analisando para no fim perguntar algo. Estacionei na garagem e saí, estava andando na sua frente em direção a porta, mas senti sua mão quente segurar meu pulso me parando.

— Amor, o que foi? — Perguntou, me virando para si. — Aconteceu algo? — Seu olhar evidência a preocupação comigo. 

E tudo que eu pude fazer foi abraça-la, o mais forte que eu consegui. Eu não queria e nem podia deixa-la ir, não quero ve-la sofrer e não quero me ver longe dela.

— Amor... — S/N disse com a voz calma, tentando me manter calmo também. — Está tudo bem. — Sua mão afagou meus fios de cabelo, passando a calma que eu precisava. Alguns minutos depois ela me levou para dentro, se sentou no sofá e eu deitei em suas pernas.

 Ela sempre disse que me via como seu porto seguro, mas a verdade é que ela é o meu.

— Agora me conta, o que aconteceu? — Questionou enquanto fazia cafuné em mim.

Eu estava pensando em conta-la tudo desde a hora que Alice saiu daqui, mas não cheguei em uma conclusão. Se eu contar e S/N ir atrás dela tudo pode piorar ainda mais, eu não quero que ela fique mais magoada ainda. 

— Nada, eu só recebi uma ligação estressante do trabalho. — Menti com um aperto no peito. Eu preciso me planejar melhor antes de contar, eu posso coloca-la em perigo com qualquer ação errada.

— Mesmo você estando de férias te ligaram? Eles não podiam resolver as coisas sozinhos as vezes? — Perguntou.

— Sim, mas você sabe, jogam tudo para mim. Enfim, está tudo bem agora. — Mais uma vez menti, não estava nada bem. 

— É só isso? — Assenti com a cabeça. — Tem certeza? — Ela segurou meu maxilar com delicadeza e virou meu rosto para olha-la.

— Tenho. — Engoli em seco. Seu olhar parece desvendar minha alma e descobrir minhas mentiras, me desarma.

— Tudo bem. — Se deu por vencida, mas eu sei que ela ainda não se convenceu. Ela sempre sabe quando estou mentindo, mas não quis insistir. — Vem, vamos pro quarto, eu quero dormir. — Fez um bico lindo nos lábios, onde deixei um selinho.

— Não vai comer nada antes? — Perguntei.

— Não, estou sem fome. Comprei algumas coisas para comer no colégio. — Disse se levantando.

Fomos para o quarto e antes de dormir ela tomou um banho e deitou ao meu lado, o cheirinho de sabonete emanava do seu corpo, me trazendo paz. Aconcheguei ela em meus braços, envolvi sua cintura com os meus braços e me deixei relaxar.


[...]


S/N eu tomávamos café da manhã tranquilos, o final de semana chegou e poderíamos aproveitar melhor o dia. Tudo estava na mais completa paz, mas recebi uma mensagem no celular e tive uma sensação ruim, decidi ignorar, pelo menos por enquanto.

— Ah, Jungkookie. — Minha garota me chamou, com um sorriso estranho no rosto.

— O que você quer, hm? — Perguntei risonho, já sabendo ser um favor pela sua carinha.

— Eu a Beth e os garotos combinamos de sair hoje a noite, em uma pizzaria. Eu posso ir? — Perguntou. 

— É claro, amor, você sabe que não precisa nem me pedir. — Sorri ao ganhar um beijo na bochecha.

Lavamos a louça e S/N foi dar um pulo na piscina, o calor estava de matar. Eu decidi terminar uma pequena coisinha que me pediram do trabalho e liguei o notebook, fiquei dentro da casa, mas ainda tinha a visão dela na piscina e a observava de vez em quando. Terminei rápido o que me foi pedido e enviei para a empresa, peguei meu celular na mesa e só aí lembrei da mensagem que recebi mais cedo.

Desbloqueei e dei de cara com um número desconhecido, ao ler a mensagem, ela me fez lembrar do dia anterior, era Alice.

[11:21] Espero que já tenha feito o que mandei.

[11:52] Esquece, Alice.

[11:53] Irei te denunciar por perseguição se não parar com isso de se meter na minha vida.

[11:54] Vá em frente e irá preso junto comigo por cometer incesto. 

[11:54] Eu vou te matar.

[11:55] Que amável ;) faça logo Jeon, se a noite chegar e não tiver feito sofrerá, as consequências.

[11:57] Deixe esse plano imbecil de lado

[11:57] Irei contar para ela esse seu plano grotesco

[11:58] Vamos ver o que ela irá achar 

[11:59] Sem mais enrolação. Faça logo e será menos doloroso para ambos. 

[11:59] Se não amanhã a polícia irá adorar bater na sua porta.

Perdi e paciência e parei de responder, joguei o celular em cima de mesa e puxei meus fios para trás, respirando fundo. O celular começou a vibrar, apenas visualizei suas mensagens me fazendo mais ameaças, meu desejo era mata-la de uma vez por tanto ódio que tenho sentido.

[...]

 A tarde estava quase no seu fim, me esquivei de S/N o dia inteiro, se eu ficasse ao seu lado não conseguiria pensar. A última mensagem de Alice foi a mais ameaçadora, me dando um medo descomunal quando disse que faria de tudo para ter S/N de novo e a herança em suas mãos. Eu não podia vacilar agora, por isso tomei minha decisão de fazer o que ela está pedindo.

É óbvio que não deixarei por isso, eu vou dar um jeito em resolver tudo, mas por enquanto estou contra a parede. Desci até a sala onde S/N estava deitada no sofá assistindo, me aproximei percebendo sua expressão com certa mágoa por eu te-la ignorado o resto do dia. 

— Precisamos conversar. — Falei sentando na ponta do sofá. Ela se sentou, e me encarou.

— Por que está me ignorando o dia todo, Jungkook? O que aconteceu? — Já perguntou sem rodeios.

— Eu tive que pensar o dia todo. — Seu rosto se tornou confuso. — Bem... S/N e-eu... — Perdi a voz por alguns segundos. Isso é mais difícil do que pensei. — Nós deveríamos terminar. — Fechei os olhos e esvaziei o pulmão de todo o ar.

Um silêncio incômodo pairou no ar, abri os olhos devagar e capturei seu rosto, totalmente inexpressivo. 

— Isso é uma brincadeira, Jungkook? Isso não é legal. — Soltou, com a voz um pouco afetada.

— S/N, me desculpa. — Baixei a cabeça, deixando uma lágrima cair. — Isso não é uma brincadeira.

— Jungkook, por que isso? O que aconteceu? Nós estávamos bem. — Sua confusão era certa. — Era por isso que estava tão estranho ontem? — A olhei brevemente, vendo seu rosto vermelho.

— Desculpa. — Sussurrei de novo. — Eu juro que eu tenho motivos. — Limpei a lágrima que escorreu.

— Então me diz, me diz o porquê. — Sua voz já estava embargada. — Que motivos tem para acabar com isso?

— Eu não posso dizer, não agora. — A encarei, seus olhos me imploravam por uma explicação. — Um dos motivos é esse nosso laço longínquo de sangue. Eu nunca disse mais isso me incomoda muito. — Menti. —  Por enquanto vamos somente voltar a ser como antes, quando eu era só seu guardião. — Falei com um peso enorme me fazendo querer desistir de tudo e a contar o motivo.

— Acha mesmo que isso pode voltar a acontecer? Vai conseguir ser tão cínico Jungkook?

Meu peito está em chamas, isso dói tanto, queima como o inferno. Deus, por que as coisas tem que acontecer assim.

— Tudo bem. — Ela riu irônica deixando mais lágrimas caírem. — Você só enjoou de mim e quer dar explicações não é?  — Sua pergunta foi retórica. Era cortante ouvir isso.

— Não, S/N... — Fui cortado por ela.

— Jungkook, não precisa de mais explicações. Está tudo bem. — Ela se levantou e subiu as escadas me deixando na sala, com o peito apertado e uma vontade enorme de acabar com tudo isso e contar a verdade, mas não podia.

Quando caiu realmente a ficha do que aconteceu comecei a chorar compulsivamente. Homem não chora? Isso é apenas uma idiotice inventada para reforçar a imagem inabalável masculina. Quando o coração dói ninguém pode suportar. A garota que eu amo está com o coração quebrado, e eu sequer posso ajudar a concertar já que fui o responsável por quebrar. 

E além disso eu estava com medo das ameaças de Alice servirem para ela também, e se para atingir seu objetivo ela também a machucasse? Não queria nem imaginar isso.


S/N

Subi rápido as escadas, sentindo o coração querer sair do peito. Tranquei a porta e me joguei na cama totalmente desolada.

Dói. Tudo dói ao relembrar suas palavras pedindo para terminar. Estava tudo bem somente um dia atrás e ele faz isso comigo? Eu não posso acreditar. Como vamos conviver na mesma casa a partir de agora? Teremos que simplesmente voltar a ser guardião e adotada, como isso?

Nós até mesmo já tínhamos planejado tudo para quando eu completasse 19. Ele iria revogar a adoção e poderíamos ser um casal livre, sem impedimentos com a lei. Merda, o que deu nele?

As lágrimas caem sem esforços, apenas escorrem livremente por meu rosto. Por que diabos ele está fazendo isso comigo, esse tempo todo ele apenas fingiu me amar? Cheguei a conclusão que... ele só queria sexo, ele só me usou para conseguir isso, não é? 

Eu fui seu brinquedinho por quase 1 ano inteiro e ele enjoou. Me jogou e agora eu não sei como seguir. É difícil estar acostumada com algo e mudar assim tão de repente. Eu queria sentir raiva dele, queria poder odia-lo, mas sei que não consigo, diferente dele eu o amo. 

E de tanto chorar pensando nisso acabo pegando no sono.


[...] 

Acordo novamente com a cabeça latejando, recaptulo tudo o que aconteceu e até penso na possibilidade de ter sido um pesadelo. Mas vai por água abaixo quando caio na real e sinto mais uma pontada na cabeça de tanto ter chorado. Droga.

Pego meu celular assim que escuto notificação de mensagens. Era a Beth.

[18:03] Que horas vai sair de casa? 

[18:04] Sair de casa pra que?

[18:04] Esqueceu que vamos na pizzaria? 

[18:04] Ah, não vou mais. Desculpa.

[18:05] Qual é S/N, por que não? 

[18:05] É que... eu e o Jungkook, nós terminamos.

[18:06] O que? Mas por que? 

[18:06] Não sei, ele só terminou tudo.

[18:08] Droga. É agora que você vai com a gente para tentar esquecer um pouco isso. 

[18:08] Eu não quero sair.

[18:09] Se arrume logo. É meu direito ficar com você em um momento desses. 

[18:10] Beth... 

[18:10] As 20:00 na pizzaria, não esqueça. 


Tentei contra argumentar mas ela ficou offline. Eu não queria sair, não é que agora eu vá me privar de fazer as coisas por causa dele, mas é tão recente, ainda dói. De qualquer forma Beth é irredutível, é capaz de vir até aqui para me arrastar para fora de casa.

Eu ainda tenho tempo de sobra, mas decidi já tomar um banho para adiantar as coisas. Separei uma roupa e peguei meu roupão e uma toalha entrando no banheiro. Eu queria descansar, então enchi a banheira e me deitei na mesma, sentindo cada músculo tenso do meu corpo relaxar.

Coloquei uma música calma para tocar e deixei o celular de lado. Fechei os olhos e tentei esquecer tudo a minha volta, o que foi difícil já que meu peito estava dilacerado.

Perto do horário eu já estava toda arrumada, peguei uma bolsinha pequena e separei algumas notas de dinheiro para pagar um táxi e a conta na pizzaria. Saí do quarto respondendo as mensagens que Beth estava mandando. Cheguei na sala percebendo a presença de Jungkook, mas fui incapaz de encara-lo, ele parecia estar ali desde que... desde aquele momento há algumas horas.

— Onde vai? — Perguntou levantando do sofá.

— Você já sabe. — Passei reto indo até a porta.

— Eu te levo. — Caminhou até mim.

— Não, eu vou de táxi. — Em momento algum o olhei, pois sei que se eu o fizesse não ia aguentar segurar as lágrimas. 

— É perigoso. Eu vou te levar. — Ele pegou a chave do carro e passou por mim. — Vem. — Fechei os olhos e suspirei.

— Eu não vou com você. 

— Você tem o direito de estar brava comigo, mas eu não posso deixar que corra perigo. — Ele disse voltando alguns passos.

— Que perigo, está louco? — Revirei os olhos.

— Você vai me entender em breve. Mas por favor vem comigo. — Implorou.

Ele não ia desistir, decidi ir de uma vez por todas para me deixar em paz. Entramos no carro, sem a intenção de falar com ele apenas coloquei o endereço da pizzaria no GPS. O caminho foi silencioso, apenas sentia os olhares dele vez ou outra. Em um sinal vermelho ele pegou o celular, dei uma olhada de canto e percebi que ele trocava mensagens com alguém.

Então é isso, ele já está falando com outra? Consegui ler uma pequena parte da conversa.

Espero que já tenha feito o que pedi, Jungkookie.

É eu fiz.


O sinal abriu e ele guardou o celular visivelmente com raiva, então ele e a outra mulher que deve ter, mal estão se falando e já brigaram? Chegamos a pizzaria dentro de alguns minutos, abri a porta e já estava saindo quando Jungkook segurou meu pulso.

— Se cuida, e me liga que eu venho te buscar depois. — Sem olha-lo apenas me soltei delicadamente de sua mão e fechei a porta, seguindo para dentro do local.

Entrei na pizzaria já avistando os garotos e a Beth em um canto. Caminhei sem pressa até eles e me sentei entre Beth e Jin. Um incômodo silêncio predominou a mesa, eles já sabem sobre meu término com Jungkook.

— Como você está? — Jin pousou seus dedinhos fofos e tortos em cima da minha mão.

— Aguentando. — Dei um meio sorriso.

— Nós estamos aqui para tudo, você sabe não é? Vamos te fazer passar por isso. — Beth disse colocando a mão no meu ombro.

— Todos nós vamos fazer você esquecer disso pelo menos essa noite, certo? — Hoseok disse, com um sorriso reconfortante em minha direção. 

Achei que eles iriam falar sobre Jungkook, apontar o quão babaca ele é e falar que ele não tinha cara de quem faria isso. Mas ao contrário, depois disso o assunto sobre o término morreu e eles passaram somente a fazer uma batalha de piadas sem graça na mesa, Yoongi e Jin contavam as mais ridículas, mas que arrancavam os risos mais altos.

As pizzas chegaram e mesmo comendo eles me faziam rir, no começo eu fiquei sem graça, mas é impossível passar mais que 5 minutos sem sorrir com eles. A única coisa que me deixa triste no momento era saber que as aulas acabam em uma semana, e não os veria mais todos os dias. 

Olhei em volta, para cada rosto na mesa e constatei que eu não seria nada sem eles. Estávamos dando gargalhadas como bobos, sabemos nos divertir sem precisar beber. Tudo que eu precisava estava na mesa, meus amigos e comida, claro.

Depois de uma noite divertida com eles eu e Beth pegamos o mesmo táxi já que moramos perto. A primeira parada foi minha casa.

— Tchau S/N, se cuida. Eu vou estar aqui sempre que precisar, está bem? — Assenti e a abracei.

— Obrigada, você é a melhor. — Sorri e deixei minha parte do dinheiro para ajudar na corrida.

Desci do carro e procurei pelo controle do portão, o abri e segui até a porta a abrindo também. Assim que fechei a porta escutei a voz de Jungkook atrás de mim.

— S/N, eu pedi para você me ligar. Caramba, não sabe como eu fiquei preocupado, você ignorou todas minhas ligações. Eu já estava indo lá te buscar. — Jeon soltou desesperado e sem que eu pudesse esquivar me abraçou. 

— Me solta, Jungkook. — Me desfiz do contato. — Para de fingir que se importa.

— S/N me escuta...  — Ele me olhou triste.

— Me escuta você. Por que acha que tem o direito de fazer isso comigo, quer me ver pior ainda? Para de se fingir. — Passei por ele bufando e ignorei meu nome sendo chamado.

Me tranquei no quarto e coloquei um pijama. Me joguei na cama e fechei os olhos com força, engolindo o choro, não quero mais derrubar lágrimas, eu vou passar por isso.

Vou ter que superar esse amor falso que ele fingiu ter por mim por todo esse tempo.




Notas Finais


Eu estou pensando em começar uma short fic em breve, só preciso de uma capa, então se souberem de alguém com o pedido aberto, ajude essa pobre coitada aqui🤧


Me siga: @wishful 🌻


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