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História Fucking Nightmare - HIATUS - Never Let It Show


Escrita por: Mallunie

Notas do Autor


Eu sei que tenho demorado mais do que o necessário para escrever os capítulos. Mas algumas coisinhas atrapalham meu dia a dia e deixam quase impossível escrever. Não vou ficar falando sobre isso por aqui. Quem quiser saber, pode conversar comigo por mp =]

Bom, vamos ao que interessa certo?
Espero que vocês gostem do capítulo. Ele é um pouco sério, mas sempre tento quebrar esses capítulos tensos com alguma maluquice dos garotos huashuahsu
Boa leitura meus amores! =*********
<3 <3 <3

Capítulo 7 - Never Let It Show


(POV Matt)

"- Você vai acabar me deixando!

- Eu juro que não, Bells! - disse eu enquanto me aproximava a fim de enxugar suas lágrimas.

- Todos acabam fazendo isso algum dia! É inevitável. Eu afasto as pessoas...

- Shhh! Eu estou aqui, não estou? - perguntei, encarando seus olhos marejados. 

- Não vai durar muito tempo! 

- Vai durar o tempo que eu desejar! E por mim, nada vai me separar de você.

- Você está errado...

- Em quê? 

- Vai durar o tempo que elas desejarem..."

Acordei espantado, olhando em volta sem reconhecer onde estava. Pisquei firmemente, tentando focar ainda mais minha visão. O quarto estava escuro, mas a luz que vinha do corredor indicava que ainda era dia. O frio incomodava minha pele, mas algo quente e acolhedor estava dentro de um abraço meu. Anabell. 

Como pude dormir em tão curto período de tempo? Afaguei seus cabelos, seguindo para seu rosto. Passei levemente os dedos em sua testa, acariciando-a, descendo até seu nariz perfeitamente desenhado. Suas bochechas eram macias e quentes, seu queixo era extremamente feminino digno de ser admirado. Meus dedos correram até sua boca, mimando levemente seus lábios, me deliciando com tamanha maciez. Fixei meu olhar onde antes estavam meus dedos, e uma súbita vontade de sentir sua boca na minha aflorou, fazendo com que eu me inclinasse sobre ela. 

Cheguei perto o bastante para sentir sua respiração quente e calma em meu rosto. Seu rosto estava sereno pela primeira vez. Anabell estava em um sono tão puro que me impediu de beijá-la. Não era o certo, tanto por ela quanto por mim. Desviei o caminho e beijei sua bochecha demoradamente. 

- Não quero que se decepcione comigo, pequena! - sussurrei. 

Virei bruscamente para trás. Podia sentir a presença de mais uma pessoa naquele quarto. Saí de debaixo de cama e olhei em volta. Nada. Não podia ver ninguém ali, mas podia sentir. Subitamente uma estranha paz e uma sensação de felicidade genuína apareceram num momento onde parecia ser impossível. Era exatamente o que eu sentia quando estava com Jimmy.

Ele estava aqui.

- Não sei como é possível - eu disse a ele. - E nem sei como acredito nisso, mas... Eu tenho certeza de que você está aqui, irmão!

Nada. Nenhuma resposta. Será que ele podia me ouvir, ou me entender?

- Porra, Jimmy! - gritei. - Eu preciso de algo a que me agarrar! Se você pudesse apenas me mostrar que está realmente comigo...

Fechei os olhos e esperei por alguma resposta ao meu tão sincero apelo. Mas nada aconteceu. Senti alguém segurando minha mão, abrindo abruptamente os olhos esperando encontrar meu amigo ao meu lado. Ao olhar para o lado, um alívio percorreu por todo o meu corpo. Não era Jimmy, mas Anabell, com um olhar de preocupação no rosto. Ela apertava minha mão e seu dedão fazia carinho em meu dorso.

- Você tem ao que se agarrar, Matt... - ela disse.

Estaquei por um momento. Ela havia me chamado de Matt! Não Sanders, não Matthew, nem mesmo Shadows. Mas Matt. Deixei um sorriso escapar discretamente e torci para que ela não percebesse. Encarei seus olhos azuis como o céu e não pude segurar meu lampejo de alegria que ela causara com apenas uma palavra.

- Me chamou de Matt...

- Claro que chamei! - ela disse de um modo bem casual. - É seu nome, não?

- Sim, mas...

- Mas...? - me incentivou a continuar.

- É que você nunca tinha me chamado assim antes. Nunca havia me chamado pelo meu apelido.

- Você é meu amigo, certo? - ela perguntou, e eu assenti freneticamente com a cabeça. - Isso nos faz mais íntimos, logo posso te chamar pelo apelido. Confio em você.

- Não é muito cedo para confiar em alguém que praticamente acabou de conhecer? - perguntei, apenas para ter certeza de que confiava mesmo em mim.

- Sim, é realmente muito cedo. - ela disse pensativa, o que me deixou um pouco desanimado. - Não sei por que, mas confio minha vida a você. Desconheço a origem desse sentimento, mas não posso fazer nada a respeito além de me acostumar com a ideia.

Um sorriso brotou em meu rosto, arrancando um pouco da preocupação que havia no seu.

- O que está te deixando tão pávido? - ela perguntou, puxando-me até sua cama e sentando-se ao meu lado.

Eu ri sem humor, apertando os lábios em seguida. Não sabia como contar a Anabell o que estava acontecendo. Sobre estar perdido, sobre a banda, sobre Valary, sobre pensar ter sentido Jimmy ao meu lado... Só não sabia como começar.

- Cadê o meu pato, porra? - ouvi Brian gritar pelo corredor.

- Ele entrou na porra daquela nave espacial, seu idiota! - Zacky gritou de volta.

- A culpa é sua, que não quis deixar ele andar um pouco na porra do elefante rosa, caralho! Agora ele está no espaço, travando uma luta árdua contra os Sith! - Brian gritou novamente.

- Caralho, será que vocês dois poderiam ser normais por um instante pelo menos? É claro que o pato não foi para o espaço porque não andou na porra de um elefante rosa! Isso não existe! - Johnny gritou, batendo nas paredes pelo corredor. - Todos viram quando ele foi engolido por um dinossauro voador com guelras protuberantes, porque vocês dois, egoístas, não quiseram desligar a gravidade só por alguns anos luz!

Anabell ria da estranha conversa vinda do corredor, e eu sentia uma leve vergonha alheia dos meus amigos. Provavelmente ainda faziam papel de loucos enquanto procuravam o quarto. A porta ainda estava aberta e os três pararam quando nos viram.

- Ali estão eles - sussurrei. - Acho que vamos precisar deixar essa conversa para mais tarde, Bells.

- Você não precisa esconder seus sentimentos de mim, Matt... - ela disse baixo em meu ouvido. - Não quero machucar você.

Anabell se afastou e olhou para mim, sorrindo levianamente. Senti meus lábios se repuxando em uma resposta ao seu sorriso. Os rapazes irromperam pela porta que permanecia aberta, numa gritaria louca. Anabell os olhou, entusiasmada com toda a encenação. Pelo visto ela não tinha tanta diversão onde estava.

- E então, o que faremos agora? - perguntou Zacky, fechando a porta atrás de si.

- Que tal sairmos para um piquenique? - sugeriu Brian, sentando-se ao lado de Anabell e sorrindo para ela.

- E-eu nunca fui a um piquenique... - ela respondeu desviando seu olhar de Brian.

Essa é minha garota. Espera... O que estou falando? 

- Então tem de ir agora! - gritou Gena entusiasmada, sendo acompanhada por Lacey. - Imediatamente!

As duas pegaram Anabell pelos braços e a puxaram de uma vez, o que a fez soltar um grito que ecoou pelo quarto. Elas pararam imediatamente e recuaram até a parede, visivelmente chocadas. Olhei para Bells, ela segurava um dos braços e parecia estar mais pálida que o normal.

- Hey - eu disse tocando em seu ombro, sendo rejeitado com um brusco movimento de Anabell se afastando ao meu toque. - Está tudo bem? - perguntei, aproximando-me lentamente dela.

- Sim, só me assustei - ela disse rapidamente, soltando imediatamente seu braço. - Os enfermeiros poderiam nos ver, e a situação ficaria descontrolada... - sua fala parecia vaga, mas deixei passar. Ao conseguir um momento a sós com ela, descobriria o que estava acontecendo.

- Muito bem - Zacky disse para quebrar a tensão que havia se formado no quarto. - Quem quer sair escondido para um piquenique?

- Eu! - gritou Brian, animado, chamando atenção de todos que seguravam o riso. - Okay então. Não quero ir para porra de piquenique nenhum...

- Não precisa dizer que não quer uma coisa quando precisa muito dela, Brian querido! - disse Lacey com grande carinho.

- Então vamos logo! - ele respondeu, arrancando risadas de todos, menos de Anabell que parecia distante.

- Sim, o quanto antes irmos, melhor - falei, desejando logo poder conversar com Bells sem ninguém arrancando nossa privacidade bruscamente.

- Como passaremos pelos enfermeiros e segurança sem que nos vejam? - perguntou Johnny.

- Pelo jardim - respondeu Anabell. - Há uma saída pelo muro que fica no jardim. Ninguém os monitora muito por ali. Poderíamos criar uma distração para o único segurança do local.

- Ótima ideia! - disse Zacky. - Mas que distração?

Olhei para Bells e mais uma vez seu sorriso leviano apareceu em seu rosto antes inexpressivo.

- Me encontrem lá, eu já volto - ela disse e logo em seguida saiu do quarto apressadamente.

- Bells? - gritei pelo corredor.

- Me encontre lá! - ela gritou de volta, sua voz já afastada.

Voltei-me para os rapazes. Era hora de sair daquele lugar maluco.

 

(POV Anabell)

 

Eu estava animada com toda a situação. Aquilo estava me distraindo e as vozes estavam ficando mais baixas e mais fracas. Ter Matt por perto ajudava bastante nessa questão, e eu ainda não entendia muito bem o porquê.

Eu realmente tinha um plano para deixar aquele lugar há tempo, mas sempre me faltou coragem, talvez encorajamento, principalmente por parte das vozes que sempre me faziam ficar. Mas não dessa vez.

Corri até o quarto de Lucinda, esperando que aquela fosse distração suficiente. Bati diversas vezes na porta, mas pelo visto não havia ninguém no quarto. Olhei em volta, colocando minha mente para trabalhar. Onde ela estaria?

Refeitório.

Lucinda adorava aquele lugar, ainda mais no horário em que estava fechado, exatamente como agora. Corri até lá, cada vez mais entusiasmada com a ideia de respirar ares diferentes. Ao ver a porta de vidro fundida em metal verde, parei e estudei o local, procurando por Lucinda.

- Está procurando alguma coisa? - ouço uma voz familiar que me faz pular ao assustar-me.

- Oi Lucy - falei ao virar-me para ela. - Está ocupada?

- Porque quer saber? - ela perguntou com grosseria.

- Só queria saber se estava a fim de brincar um pouco comigo - falei nervosa, torcendo para que ela não percebesse a verdade por trás de minhas palavras. - Eu estava me sentindo sufocada no quarto e decidi sair para tomar um pouco de ar. Sua companhia seria ótima! - sorri ao terminar de falar.

A princípio ela estava desconfiada, mas depois deixou um largo sorriso tomar conta de seu rosto angelical e inocente. Senti-me satisfeita e a puxei pela mão. A pequena garotinha me acompanhava saltitante, o que me deixou com a consciência pesada. Mas eu tinha de fazer aquilo.

- E então - perguntou ela ao chegarmos perto do segurança que se mantinha parado próximo ao muro. - Do que quer brincar?

- Que tal apenas conversar um pouco? - perguntei, já colocando meu plano em ação, varrendo o local com os olhos a procura dos rapazes.

- Ah, mas você disse que podíamos brincar um pouco! - ela exclamou abatida.

- Sim, mas estou me sentindo um pouco cansada...

- Tudo bem - rendeu-se - Sobre o que quer conversar?

- Meus pais vieram me ver mais cedo - comecei, ignorando a minha dor para esquecê-la por mais tempo. - E isso me fez querer saber como está a sua relação com seus pais.

- Você sabe que não gosto de falar sobre isso - ela disse entredentes.

E ela realmente odiava. Lucinda também não tinha uma boa relação com seus pais. Ela tentara mata-los enquanto dormiam. Era uma situação delicada, e os pais não ajudaram em nada. Lucinda era apenas uma criança odiada pelos seus criadores e isso não deveria acontecer com ninguém!

- Precisamos conversar sobre isso, Lucy - eu disse segurando suas mãos. - Temos que matar nossos demônios, assim não terá mais medo como o que você está sentindo agora...

Ela puxou suas mãos de volta e começou a gritar. A distração havia sido criada, mas meu coração ardia por isso, e as vozes começaram a se agitar por todos os lados, e sombras ganhavam formas que se aglomeravam ao ver o meu feito.

- Eu tentei matar meus demônios! - ela gritava. - Olha só no que isso deu! Vim parar neste hospital por tentar matar meus pais, os verdadeiros demônios!

O segurança se aproximava de nós com cautela.

- Você tentou matar duas pessoas inocentes! - falei com calma.

- Eles não eram inocentes! - ela se descabelava com raiva. - Eles me mataram por dentro! E todas as pessoas que continuam fazendo isso vão pagar caro! Eu vou matar todos vocês, todos!

Lucinda avançou em mim, projetando suas pequenas mãos em meu pescoço. Sua força foi extremamente subestimada por mim, e eu não conseguia afastá-la de meu corpo. As vozes se agitaram, mas uma coisa estranha aconteceu.

Elas me mandavam parar com tudo aquilo.

As vozes que sempre tentavam me persuadir a fazer o mal comigo e com outras pessoas, agora defendiam uma pequena e incompreendida garotinha, que sofria no momento por minha causa. Era para elas estarem festejando, e me incentivando a matar Lucinda. Mas por algum desconhecido motivo, elas não o fizeram.

Fiquei estática, mesmo quando o guarda se aproximou e arrastou Lucinda consigo para a ala de enfermaria ou algum outro lugar onde pudesse acalmá-la. Olhei para os vultos, que se viraram na direção por onde Lucinda era levada.

Sacudi a cabeça e me foquei no plano. Aquilo tudo só poderia ser coisa da minha mente, e eu não iria acabar com aquele dia que prometia ser ótimo. Andei em direção ao muro e encontrei os meninos agachados atrás de arbustos.

- Porque demorou tanto? - perguntou Matt.

- Não há tempo para explicações. Vamos logo fugir desse maldito lugar! - exclamei com alegria, enquanto Brian fazia pezinho para que eu pudesse subir no alto muro.

~*~

Encontramos um parque isolado dos demais, que na maioria do tempo estava vazio. Não conseguia entender como um lugar tão bonito permanecia vazio durante tanto tempo. As árvores eram altas e jogavam sombras refrescantes por todo o local. Os raios de luz que conseguiam passar por entre as folhas deixavam tudo com um aspecto mais mágico, e eu adorava tudo aquilo.

Não era um verdadeiro piquenique. Na verdade nunca é quando você só tem algumas barrinhas de cereal para compartilhar com todo o grupo, mas aquilo era o mais perto que eu chegara de um. E o que era mais incrível: Eu estava conseguindo sorrir verdadeiramente. Eu estava alegre pela primeira vez em anos.

- Bem... - disse Brian interrompendo a conversa e minhas risadas. - Agora que estou "alimentado" - fez aspas com os dedos. - Vou fumar um pouco ali atrás. Quem mais quer vir?

Senti-me tentada a aceitar o convite. Mas se eu chegasse ao hospital com as roupas fedendo a cigarro, provavelmente minha estadia no lugar se estenderia. Agradeci e permaneci sentada, desfrutando daquele momento do qual eu dificilmente esqueceria. 

- Acho que ficarei fazendo companhia à Bells - Matt respondeu com um sorriso, observando os demais de afastarem. Estávamos sozinhos.

- Bom... - comecei. - Poderíamos continuar nossa conversa particular bem aqui. Agora, se estiver se sentindo confortável comigo.

- Sempre estou me sentindo confortável com você, Anabell - ele disse, encarando-me profundamente.

- Quer falar sobre o que está acontecendo, Matt? - perguntei com cautela. - Nunca senti isso antes, mas acho que estou preocupada com você...

- É o que as pessoas geralmente sentem quando se importam com outra, Bells... - ele disse abaixando a cabeça, brincando com a grama alta. - Você vai se acostumar, eu espero.

- Matt - levantei seu rosto com as duas mãos, fixando meu olhar no seu. - Fale o que está havendo... Isso vai acabar com você se não deixar que saia!

- Acho que já estou acabado, Bells... - ele começou. - Tudo piora quando a noite vem e me envolve em escuridão.

- A noite tem o poder de deixar nossos sentimentos e sofrimentos mais fortes. - eu disse delicadamente. - Isso está dentro de você, e você tem de deixar sair de alguma forma!

- Não sei como fazer isso Anabell! - ele disse, arrancando um maço de gramas e jogando-o mais longe possível.

- Eu estou bem aqui - falei sorrindo, mas estranhando todo o meu comportamento perto dele. - Isso pode fazer com que a dor fique mais suportável.

Ele olhou-me com mais intensidade e parecia estar decidindo se falaria comigo ou não. Se eu era confiável ou não. Tentei passar todo o encorajamento que desejei um dia passarem a mim, e no final acho que ele entendeu que eu era sua amiga.

- Me sinto perdido - ele disse, sem desviar seus olhos dos meus por um mísero segundo. - Tudo em minha volta está desmoronando aos poucos. Minha vida familiar está um caos, meus amigos estão desorientados e não consigo ajuda-los... Sinto como se Jimmy fosse o nó que nos matinha unidos, e agora que ele se foi... E-eu não sei se consigo suportar tudo isso em minhas costas sozinho, Bells!

- E quem disse que você está sozinho? - perguntei, segurando sua mão e apertando-a em seguida. - Seus amigos estão desorientados, mas procurando pela direção certa ao seu lado. Sua vida familiar está um caos, mas um caos que você pode ordenar com palavras calmas e carinhosas. Jimmy até poderia mesmo ser o nó que os unia, mas agora cabe a vocês darem um nó juntos. Você não está sozinho, Matt!

Ele sorriu e enxugou as lágrimas que desceram discretamente, sem nem mesmo eu percebe-las. Deixou que um sorriso honesto escapasse ligeiramente e depois apertou minhas mãos de volta.

- O que uma garota como você está fazendo num lugar como aquele? - a pergunta acelerou meu coração. - Se ouvisse seus próprios conselhos, nunca teria ido parar lá!

Eu ri sem humor.

- Eu não tenho ninguém por perto para compartilhar meu fardo...

- Você não tinha! Conjugue o verbo no passado, por favor, senhorita! - ele riu. - Agora você tem a mim. Tenho tanta curiosidade sobre você...

- Ah é? - perguntei divertida. - O que quer saber senhor detetive?

Seu semblante de repente tornou-se sério novamente, e fiquei com medo do que viria a seguir.

- O que foi aquilo em seu quarto? - ele perguntou e meu coração falhou por um instante.

- Aquilo o que? - ele se aproximou com cuidado, segurando meu pulso mais maltratado, o esquerdo.

- Porque gritou quando elas te seguraram? Com certeza não foi por causa dos enfermeiros... Você ficou tão distante depois do acontecido.

"Olá Anabell!"

Oh não... As vozes mais uma vez.

- Não foi nada - falei tentando esconder meu desconforto com as vozes e com o pulso que ardia à medida que ele segurava-o mais forte. - Sério, não houve nada...

"Sabe que este é o momento perfeito, não? Você, sozinha com alguém, num parque isolado. Momento perfeito, Anabell! Mate-o!"

Não machucarei ninguém, principalmente Matthew! Muito menos o matarei!

- Por favor, Bells! Eu só quero te ajudar também! Retribuir o favor que me fez agora e dias atrás enquanto eu perdia a cabeça...

"Não seja tão dramática! O garoto nem liga para você, Anabell! Só quer explorar seus conhecimentos a cerca do hospital! A cerca de nós, que queremos o seu bem!"

Isso nem ao menos faz algum sentido! Só querem o meu mal! Querem que eu mate uma pessoa inocente, querem que eu me mate!

"Você só estará bem quando a morte a levar embora!"

Chega! Chega, chega, CHEGA! Só quero um pouco de paz!

- Não precisa se preocupar com isso, Matt. Está tudo bem! Acredite em mim.

"Anabell?"

Jimmy?

"Não dê ouvidos a elas. É exatamente o que querem que você faça. Esqueça-as e ficará livre por hora!"

Fiz o que Jimmy mandou, e tudo em minha mente sumiu. Branco. Voltei a focar no que estava acontecendo naquele momento. Meus pulsos ardiam e eu tinha quase certeza de que os cortes haviam sido abertos pela força que Matt usava para me segurar. Não me machucaria normalmente, se eu estivesse em outras condições. Mas no momento eu precisava de um gongo para me salvar, e Brian serviu direitinho para isso.

- Vamos pessoal? - ele perguntou, com os rapazes e as garotas atrás dele. - Se deixarmos Anabell muito tarde por lá com certeza ela não poderá mais desfrutar de tardes gloriosas como a de hoje.

- Está inspirado hoje, Shakespeare! - zombou Zacky, arrancando risadas de todos, inclusive minhas.

Levantei-me rapidamente e me pus ao encalço dos rapazes em direção ao carro. Hora de voltar à prisão. 

 

(POV Matt)

 

Nosso plano de deixar Anabell em "casa" pelo mesmo lugar por onde saímos me assustava. Não poderíamos saber onde e quando o segurança dos muros estaria, era perigoso demais. Mas não tínhamos escolha.

- Pode haver mais de um por conta da distração que armou mais cedo - eu disse.

- Vamos distraí-los mais uma vez então... - respondeu Anabell, caminhando até uma macieira e pegando várias maçãs. - Não vão me ajudar? - perguntou.

Fomos até Bells, coletar mais maçãs para seu misterioso plano. Aquilo tudo só aumentava minha curiosidade sobre aquela garota enigmática. Ao pegarmos maçãs suficientes, voltamos ao muro.

- Agora joguem as maçãs naquela direção - ela disse apontando para o lado oeste do muro.

- O que? - perguntou Brian incrédulo.

- Só façam! - ela disse, divertida.

Jogamos todas as maçãs para o lado direito e após alguns segundos começamos a ouvir gritos incompreensíveis. Deduzi que fossem os pacientes, agindo da mesma forma que os meninos no corredor falando sobre patos e o caralho a quatro. Olhei para Bells, e ela sorriu escancaradamente para mim.

- Obrigada por hoje! - ela disse, apertando discretamente minha mão.

- Foi um prazer, Bells! - respondi. Ela sorriu mais uma vez e escalou o muro, gritando moderadamente que estava bem.

Voltamos ao carro, esperando que Brian deixasse cada um em sua respectiva casa. Eu passaria mais uma noite em sua casa, colocando em prática o conselho que eu havia recebido mais cedo.

- Gostei de hoje - ele disse já em casa, se jogando no sofá.. - Queria que ela passasse mais tempo conosco. Ela é uma garota surpreendente.

- Sim ela é - respondi, concordando abertamente com ele.

- Hey, Matt... Se machucou hoje no parque? - ele estranhamente perguntou.

- Não, por quê? - perguntei desentendido.

- Porque tem sangue em sua mão - disse um pouco alarmado.

Olhei ambas as mãos. Havia um pouco sangue seco na direita. A mão que eu havia usado para segurar Anabell mais cedo. Ao me dar conta do que poderia estar acontecendo, deixei minha voz se projetar pela sala.

- Acho que a garota surpreendente enfrenta mais problemas do que pensávamos.

 


Notas Finais


Eeee então? O que acharam do capítulo?
Para aqueles que estão achando os capítulos bem tensos, estamos no início. Conhecer uma menina com os problemas do tamanho do mundo não deve ser fácil para ninguém, não é mesmo? Tudo vai se encaixar e fazer sentido mais tarde ;)

Espero que tenham gostado, amorecos :3
Fiquem a vontade para dizer o que acharam e o que precisa ser melhorado. Até mesmo dar dicas e falar o que esperam da fic =]
Um beijo e um queijo para todos =****
Amo vocês <3 <3 <3


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