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História Fullmoon - Réquiem para um jovem lobo


Escrita por: WeiTuzi e P-Boo

Notas do Autor


Olá~

Olha quem voltou na maior cara de paisagem, eu mesma, mas eu avisei que depois da copa as coisas voltariam ao normal, não é?
Enfim, fullmoon está acabando, este ainda não é o capítulo final, mas meu coração anda tão pesado, pois eu amo este baby demais! Mas, é o que dizer, fazeroq
Após este, daqui mais cinco capítulos nossa saga acabará e descobriremos o que nos espera no finalzinho. Por enquanto, mantenham o chá de camomila ao lado e tenham uma boa leitura.

PS: Em breve uma fic de máfia delicinha pra vocês ;3

PS²: Agradeço a Ana, Luna, Helena e Nana que não me deixam desistir, amo vocês <3

Capítulo 22 - Réquiem para um jovem lobo


Fanfic / Fanfiction Fullmoon - Réquiem para um jovem lobo



Passos cautelosos dentro da floresta tinham a intenção de serem imperceptíveis, quase sem ruído nenhum. As respirações estavam falhas, ansiosas, tentavam se anular para que também não fossem percebidas. Aquela seria uma grande caçada, todo cuidado era pouco.

Apesar de tanta precaução, o lobo marrom foi desperto. Por algum motivo, seu instinto lhe indicava que algo ali estava muito errado. O silêncio da floresta era quebrado somente pelas gotas que caíam de forma contínua por conta da chuva. Heon havia buscado afastar-se do ninho que tinha feito as bordas da fazenda e abrigou-se em uma pequena alcova entre algumas pedras sobre um barranco.

Ergueu sua cabeça aspirando várias vezes o ar a sua volta. Haviam diversos cheiros que vinham ao seu sentido, mas alguns deles lhe diziam que algum perigo estava próximo, e alguém conhecido também. Dos vários odores, alguns deles correspondiam ao seus irmãos de garras, aos outros lobos.

Jooheon bufou ao rapidamente entender a situação, alguns caçadores resolveram passear e os lobos pressentiram a presença deles. Mas o que o mais novo estaria fazendo ali também?

Refletiu se seria melhor continuar onde estava e, talvez, permitir-se ser achado ou ir de encontro com os outros. Mesmo que a contragosto, optou pela segunda opção, pois seu abrigo era pequeno e, se os caçadores tivessem sorte, o encurralariam ali.

Deixando seu esconderijo, o grande lobo marrom seguiu a passos inaudíveis pela chuva, evitando a fonte de onde vinha o cheiro do perigo.

Era meio de tarde, mas a floresta já se encontrava escura, sombria, pelo dia nublado e pela graciosa chuva que não se interrompia. As luzes da cabana onde os guardas florestais passavam suas vigílias estavam acesas, uma movimentação estranha se seguia no lado de dentro.

A porta de madeira da cabana se abriu bruscamente e um pequeno lobo acinzentado correu para o lado de fora. Gritos pedindo para que ele fosse rápido ecoaram pela árvores úmidas e motivaram os passos do jovem lobo, dando-lhe mais velocidade, se assim fosse possível.

— Ele vai ficar bem, não vai? — Youngjae perguntou, sem se mover de seu ninho no chão.

Youngjae estava aninhado entre lençóis perto da lareira da cabana, parecia pálido, fraco, quase translúcido, como se estivesse desaparecendo aos poucos.

Zitao voltou seus olhos para o veterinário mais novo, assentindo sem dizer nada. A imagem frágil e adoecida do pequeno alaranjado o fez tremer e voltar seus olhos para o lado de fora, no céu onde as nuvens encobriam o entardecer.

— Você sente, não sente, gē? Algo virá até nós esta noite. — disse baixo o veterinário mais novo, olhando Zitao. Havia tranquilidade em sua voz.

O chinês assentiu, mas nada falou, ao invés disso encarou Yifan, que permanecia absorto ao lado da janela, como se pudesse ver algo além da chuva e das árvores em volta de onde estavam.

— Hm, teremos uma lua de sangue hoje.

— Será a nossa última Yifan refletiu com seus olhos presos no lado de fora.

— Eu queria me despedir deles antes de partir.

— Ainda não é o seu momento de ir, Youngjae.

— Eu me sinto desaparecendo aos poucos. respondeu, erguendo seu olhar para Tao. Sinto como se minha alma estivesse tão fina agora, a ponto de desaparecer.

— O que você prometeu? — o mais afastado questionou, seus olhos saindo da janela e migrando para Youngjae. — A Kayee. O que você prometeu?

— Todos nós somos ligados a ele por uma promessa, o que você prometeu?

Youngjae desviou seus olhos para a fogueira a sua frente, pensando em como responder aquilo para os dois mais velhos. A luz das chamas refletiam o negrume de suas orbes, o fantasma de um sorriso brincando no arquear do canto de seus lábios.

— Jia-gē me encontrou quando não havia mais amor para mim neste mundo. — comentou baixo, seus olhos ainda presos nas chamas. — Ele me deu uma família, vocês, mesmo sem eu desejar a marca. Mas quando vi sua dor, eu quis ajudá-lo, queria devolver a ele aquilo que ele me oferecia sem pedir nada em troca.

Yifan e Zitao continuaram em silêncio o olhando com calma, Youngjae sentiu que eles lhe davam espaço para continuar.

— O hyung, ele... — pausou, pensando em como dizer o que sentia. Ele é diferente, me fez amá-lo sem que eu quisesse. Me amou sem que eu pedisse, me ensinou tanto, me permitiu ter tanto, por isso prometi que ficaria ao lado dele até que ele fosse amado outra vez por quem tanto ele amou um dia. Do mesmo jeito.

“Eu acho que Jaebum hyung o ama da mesma forma ou mais que Beom-gē o amou. — pensou alto ainda sob o olhar dos outros dois — Então acho que é por isso que estou partindo.

— Prometemos a Kayee que ficaríamos ao lado dele até que a maldição se fosse. — Tao disse se aproximando do mais novo é se sentando ao lado dele — Temos um caminho longo ainda a percorrer.

Youngjae balança a cabeça negativamente.

— Essa é a nossa última lua.

Antes que qualquer um pudesse dizer algo, mais um uivo de aviso soou por toda a floresta, chegando até a cabana onde estavam. Zitao se levantou apressado e Yifan seguiu para a porta.

— Yugyeom. Chamou baixo Youngjae, sem forças para se levantar.

— Fique com ele. Yifan soltou rápido, se lançando porta afora ao transformar-se em lobo.

Assentindo, o chinês voltou para seu lugar ao lado de Youngjae, abraçando o corpo enfraquecido do mesmo. Era perigoso, e o cheiro fraco de caçadores podia ser sentido por ambos, mas não havia muito que pudessem fazer a não ser se manterem seguros.

O jovem lobo cinzento estava perto do limiar do covil quando um disparo tão alto quanto um trovão foi ouvido. Assustado, suas patas dançaram pelo chão molhado enquanto suas orelhas iam de um lado a outro tentando ouvir o que se passava ao seu redor.

Yugyeom lançou seu focinho ao ar sentindo o cheiro de Jinyoung, Mark e Jackson por perto, assim como Jooheon. Bambam, ele captou o cheiro vindo de mais longe, fraco, e um outro que o lupino mais novo não conhecia parecia se mesclar com o ambiente lhe trazendo a sensação de perigo.

Tinha que correr.

Girou suas patas para o caminho que seu olfato dizia que Jackson estava, ele era o motivo de sua busca. Precisava alertá-lo e o levar para Youngjae. Com rapidez, dançou entre as árvores e troncos caídos, suas patas mal tocando a terra fofa e molhada durante sua corrida.

Podia ouvir os uivos de sua alcatéia o avisando para se cuidar. Caçadores, muitos deles, estavam o perseguindo. Mas por que ele?

Parou sobre uma alta pedra, seu focinho buscando o caminho mais seguro a se seguir. Foi quando o encontrou. Jooheon, ele estava perto, talvez devesse se juntar a ele.

Ignorando os uivos que pediam para que se afastasse, o jovem lobo de pelos cinza se lançou floresta a dentro, os rosnados conhecidos do grande marrom agora podendo ser ouvido. Uma emboscada!

Uivando para avisar que estava perto e atacaria, Yugyeom se lançou sobre o mato alto. Mais e mais uivos que pediam para que não se aproximasse foram ouvidos por si, mas a ansiedade de ajudar, de proteger os seus, se mostrou mais forte.

Podia sentir o cheiro de sangue e terra, os aromas que diferenciavam seus hyungs. Todos estavam juntos, todos pareciam lutar. Yugyeom lembrou-se da última lua cheia em que haviam sido perseguidos e caçados, lembrou-se de ver um a um dos seus se machucar, cair.

Rosnou, sem se conter. Ele fazia parte daquela matilha, era o mais novo, mas prometera tanto quanto os outros proteger e ajudar Jiaer em seu caminho. Se algo acontecesse a ele, a maldição nunca se quebraria, se algo acontecesse a qualquer um deles, Yugyeom teria sua família quebrada outra vez.

Lembrou-se de Amber, aquela que tomou-lhe como filho quando ele, abandonado, se juntou a Jiaer. Ela havia sido a mãe que Yugyeom nunca pudera ter antes, e os caçadores a tomaram dele. Ele não aguentaria perder mais alguém.

Jiaer era seu protetor, todavia Yugyeom também prometera o proteger.

— Vou seguir com você, hyung, para onde você for, até que eu seja capaz de te proteger.lembrou-se de sua promessa, testa tocando testa, seus olhos conectados aos ambarinos de Jiaer. — Até que eu possa ser forte o suficiente para te proteger, eu vou estar contigo, hyung.

Uivou longamente expondo seus sentimentos a todos os outros, ele era um lobo de Jiaer e cumpriria sua promessa. E exatamente por isso lançou-se com mais pressa em direção a todos os outros.

Saltou e correu, a chuva mansa encobrindo o som que suas patas faziam, até que parou sobre um barranco, escondido pelo mato alto observou. Jooheon, Jinyoung, Mark e Jackson estavam cercados por quatro. O cheiro de Bambam cada vez mais próximo e o de Yifan-gē também.

Eles seriam muitos e juntos espantariam aqueles caçadores. Motivado, o jovem logo rosnou, sua cabeça se abaixando e suas pernas se arqueando. Foi em um instante, um piscar, e o cinzento mais novo saltou sobre o que empunhava uma arma, descendo sobre o peito dele, o mordendo e arrancando a jugular.

Rosnados se seguiram e o cheiro de sangue, terra molhada e suor subiu ao seu redor. O sangue do homem morto abaixo de si pingava de sua boca e seus dentes, ainda arreganhados por rosnar, eram mostrados a outro dos caçadores.

Entretanto esse caçador pareceu não temer, não recuou, os olhos negros daquele homem não tremiam diante de si, pelo contrário, havia um brilho tão sanguinolento neles quanto havia nos seus. O homem riu para si, sacou sua arma e como se o desafiasse a empunhou e mirou em Jackson.

Yugyeom viu o seu líder lutar ao lado de Jinyoung, ambos feridos, contra um dos outros caçadores, ouviu o 'click que aquela arma fez ao ser engatada mirando o outro lobo. Rosnou, seu peito tremeu, seu sangue correu mais rápido em seu corpo animalesco e antes do disparo o jovem lobo saltou.

Um trovão ressoou junto, assim como relâmpagos clareando no céu. A mão do caçador que atirou contra Jiaer foi arrancada e o mesmo jazia morto no chão, olhos abertos, sorriso de escárnio eternizado no rosto sem vida.

O tiro jamais chegara em Jiaer, não, pois acertara outro alvo. Bambam soltou a mão ensanguentada, que ainda tinha a arma presa em seus dedos no chão, como se a cuspisse. Somente dois caçadores restaram, mas não foi para ele que o tailandês correu e sim para o corpo do lobo estendido no chão.

Os dois homens fugiram ao se perceberem em minoria, e nenhum lobo os seguiu. Patas se moveram sob aquela chuva cercando o corpo do lobo mais jovem da matilha que estava caído.

Um uivar choroso saiu não alto, como os costumeiros, mas no tom exato para que eles ouvissem. Os olhos castanhos brilhantes miravam aos cinco lobos em pé ao seu redor, havia tanto que o jovem cinzento queria dizer a todos eles e não podia, sua forma animal não permitia, e seu uivar não seria o suficiente.

Seus batimentos se tornaram fracos, sua respiração também. Seu corpo tornava-se estranhamente leve e, diante daquele momento, Yugyeom percebeu que não sentia dor, não sentia o peso da maldição. Era assim que Youngjae estava se sentindo, então?

Ele quis sorrir, mas apenas um bufo saiu, de seu focinho, ele olhou para cada um dos lobos mais velhos e sentiu seu coração vibrar de orgulho.

— Yugyeom!

— Hyungs. Soltou baixo quando seu corpo voltou a forma humana, mas estava fraco, não conseguia se mexer.

— Aguente firme, nós vamos te levar para um lugar seguro, não se force. — Jooheon já estava de joelhos ao seu lado, ambas as mãos pressionando o ferimento causado pelo tiro que sangrava.

— Jiaer hyung, eu cumpri minha promessa. Seus olhos foram de Jooheon para Jiaer, que caia de joelhos ao seu lado também.

— Yugyeom, não, por favor.

— Eu cumpri minha promessa, eu te protegi. Eu estou livre agora, não estou?

— Yu… Yugyeom se sentia aquecido, todos estavam ao seu redor, Mark tremia ao vê-lo e Jinyoung o havia trazido para seu colo.

— Eu posso ir? Amber, mama, eu poderei vê-la?

Bambam encarou o mais novo por algum tempo até que levou uma de suas mãos aos cabelos escuros dele acariciando-os antes de responder:

— Sim, Yu, você irá poder vê-la.

— Obrigado.

A voz gentil soou baixa, seus olhos se fechando enquanto suas mãos se prendiam nas mãos de Jiaer.

O loiro se abaixou abraçando o mais novo, agradecendo repetidamente por todo os anos que ele sacrificara por ficar ao seu lado. Yugyeom sorriu, pela última vez, fracamente depositando um beijo em seu rosto.

Seu último suspiro foi dado e um grito de dor o seguiu, a alcateia estava curvada sobre o corpo sem vida do lobo mais jovem do bando.


Notas Finais


Então. Vocês me odeiam muito?
Não desistam de mim, prometo surpresas para essa semana ;^;


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