Era um ambiente deprimente. Claro demais, branco demais. Cheirava a álcool gel e lençóis recém lavados, deixando a garota desconfortável. Parecia que havia sido feito para isso, para incomodar qualquer paciente, mas em Angel isso era multiplicado. Tudo ali a lembrava do acontecido, não por semelhança alguma, mas por ser o motivo que a levou para lá. Deveria ficar naquele quarto até receber os resultados dos exames, o que só a fazia pensar mais na dor entre suas pernas, enquanto observava a janela aberta.
Greg estava sentado na poltrona ao lado, olhando para sua amiga. Estava em dúvida sobre o que sentir. Quando ela o ligara, teve todo o ódio que um ser humano pode ter, mas naquele momento, estava dividido entre a pena, a raiva e a tristeza. Via Angel como uma irmã, então só de saber o que houve com ela, já sentia como se houvessem machucado alguém de sua própria família.
A porta se abriu e uma garota loira entrou rápida como um furacão. Parecia preocupada e chocada, assimilando a informação em sua cabeça ainda sem poder acreditar. Janice estava aos prantos.
-Você realmente tem coragem de aparecer aqui? -Disse Greg, se levantando. Havia um ódio profundo em seus olhos, um ódio que ninguém nunca havia visto.
-Por quê eu não viria? Eu estou preocupada com ela, pode não parecer mas realmente estou.
-Foi o seu bilhete que a deixou assim! Não finja que o que te trouxe aqui não foi a conciência pesada. Isso é sua culpa.
-Que bilhete? Eu não escrevi nada.-Se virou para Angel e se abaixou ao lado da cama. -Juro que não fui eu! Eu vou encontrar quem fez isso é provar que não causei isso. Só me dê alguns dias, eu prometo resolver isso. -Vendo que a mesma não iria se virar e muito menos olhar em seus olhos, se levantou cabisbaixa, caminhando até a porta.
-Janice... Ele fugiu. Eu acertei a cabeça dele com uma pedra e fugi para casa, mas quando a polícia foi procurar por ele... Já tinha sumido. Se você realmente não fez isso, então por favor... -Todo o ar medroso de sua fala sumiu nas últimas palavras, trazendo frieza ao ambiente. -Me traga a cabeça do desgraçado.
A garota concordou com a cabeça, saindo e correndo até o lado de fora, para poder pensar longe do hospital. Se sentia imensamente culpada, em sua cabeça era a causadora disso. E a idéia estava a matando. Mal começou a se desesperar quando recebeu uma mensagem em seu celular.
"Número Desconhecido:
-Se você tivesse o denunciado, nada disso teria acontecido. Aprenda a levar minhas ameaças à sério, pois dá próxima vez, posso acabar de vez com seu romancinho de araque. Cuidado, sempre terá uma vítima para seus segredos."
Apertou o telefone contra o peito. Era a segunda vez que recebia algo assim.
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