História Game Over - Um novo amigo

Kessy Povs:

Quando acordei estava de volta ao meu quarto. Aquilo não foi um pesadelo, as marcas no meu corpo podem comprovar isso!

Eu não me lembro de muito, mesmo quando tento, minha cabeça como se estivesse me esforçando demais. Mas vamos recapitular: Estive seguindo o Ben mesmo contra sua vontade, o caminho ficou estranho e... alguma coisa me atacou.

Com um pouco de dificuldade por causa das dores, consegui me sentar, meu corpo também parece pesado.

Balancei a cabeça, ainda sonolenta para tentar despertar por completo.

Como foi que voltei para casa? Acho melhor não comentar sobre com meus tios... acho que vou apenas esperar para ver como irão reagir, mas até lá acho bom esconder essas marcas.

Após o doloroso banho no qual limpei os arranhões, e feridas na perna, me deitei de novo pois minha cabeça ainda estava pesada.

Awn... estou tão irritada com aquele idiota que se não fosse errado, desejaria que tivesse sido atacado por algum animal! Ele quase brigou comigo por nada. Mas... por enquanto vou me concentrar na minha cama, ela está tão aconchegante...

- Kessy... Kessy querida. - a voz sutil de tia chamou.

Abri os olhos, ela estava com uma expressão de preocupação.

- Está em cima da hora, não vai hoje?

Hã? Escola? Puxa, tinha até esquecido, acho que dormi demais. Na boa, se dependesse de mim... nem iria hoje, estou tão cansada e dolorida, mas preciso estudar.

Ben faltou hoje... é... realmente deveria ter faltado também.

Clara chegou com suas amigas até mim, eu nem queria encrenca hoje, mas vamos ver no que dá. A encarei desanimada.

- Vejo que está sozinha...

Essa foi uma ótima oportunidade, a interrompi de imediato, vendo a cara de irritação dela.

- Mas que habilidade de observação você tem. - sorrio alinhando a coluna.

- Haha pode continuar com esse sorrisinho bobo, Ben não veio hoje?

- Se ele veio hoje? - começo a olhar ao redor.- Acho que deveria prestar mais atenção nas chamadas, é isso ou ele está invisível.

O rosto de descontentamento dela e das amigas é uma coisa impagável. Não acredito no quanto posso ser chata.

- Você se acha... - disse Hilda com uma das mãos na cintura.

- E eu me perdi pra me achar? - novamente interrompendo.

- Você... - é interrompida.

- Clama Trisha. - coloca a mão no ombro dela. - Escuta, eu só queria dar esse convite para minha festa de aniversário.

- Sério?

Pergunto desconfiada, mas ela colocou a mão no bolso, puxando dois convites temáticos, os estendendo na minha direção. Eu logo me animei, amo festas de aniversário!

Olhei os nomes presentes neles, só para me certificar que realmente um era meu.

- Obrigada por nos convidar. - sorri.

- Certifique-se de entregar para aquele quatro olhos o dele.

- Pode deixar! O Ben com certeza irá gostar disso.

Não sei se ele curte ir para festas, mas assim que encontrá-lo vou entregar!

Eu voltei para casa acompanhada pela minha tia.

Enquanto fazia alguns desenhos sentada na minha cama, comecei a tentar desenhar a menina misteriosa que havia me salvado.

- Será que um dia poderei encontrá-la novamente?

- Eu não faria isso se fosse você. - alguém falou.

Tomei um susto, um palhaço apareceu sentado no espelho da cama. Eu rapidamente me arrastei para longe, tentando ficar o mais distante possível.

- Surpresa, minha amiguinha! - sorrindo, abriu os braços.- Vim continuar com a nossa brincadeira, sentiu saudades?

De imediato tentei abrir a porta, porém este não permitiu, me envolvendo com seus longos braços, também tapando minha boca e levando até ele.

Eu me debati tentanto me livrar, e como último recurso tentei morder a palma da sua mão, mas não deu certo. O palhaço me pôs em seu colo, passando os longos dedos pelo meu cabelo.

Essa... esse... sei lá! Está me fazendo carinho? Isso é estranho.

- Vamos, eu realmente quero ser seu amigo, não pode simplesmente correr de novas experiencias. Vamos nos divertir outra vez! - ele virou o meu rosto.

Nisso ele tirou a mão da minha boca.

- Você invadiu o meu quarto! Eu nem te conheço, vá embora!

- Não seja por isso, sua memória parece ter sido afetada mas nos conhecemos há pouco tempo. E como não me apresentei ainda, meu nome é Jack.

Ele me colocou sobre a cama, se levantando e caminhando pensativo pelo quarto até voltar os olhos na minha direção.

- Já sei, isso é por causa de ontem? Ora, foi apenas um jogo de pique-pega... e eu te peguei - disse rindo me encarando.

Nesse instante levantei.

- Foi você que fez isso comigo?

Jack faz um gesto com a mão e um pirulito apareceu. Ele também tirou um monte de doces do bolso esquerdo da calça.

Por um momento fiquei surpresa e curiosa.

- Acha que pode me comprar com doces? Não sei como fez isso, mas não vou ficar quieta, se não sair daqui agora, eu vou gritar!

- Vai, é? - uma de suas sobrancelhas subiu.

Ele colocou o pirulito na boca para em seguida tirar um coelho de pelúcia do outro bolso... como raios isso coube aí dentro?

- Truques assim são fáceis para mim. - olhava ao redor. - Sabe que acabei de notar que não há brinquedos aqui? Por outro lado... eu posso te dar o que você quiser. - me mostra um sorriso. - Parece justo, não? Tudo o que quero é ser seu amigo.

Hum... certo... ele tem um ponto... um bom ponto.

- Como você faz isso? E por que eu?

- Você precisa de um amigo, ou estou enganado? - ele se agachou oferecendo o que tinha nas mãos. - Eu sou uma criatura com poderes cósmicos que precisa deixar felizes crianças como você.

- É só isso? Só quer me deixar feliz?

- Suponho que sim? - encolheu os ombros. - Se você estiver feliz, eu estou feliz.

Me aproximei do palhaço.

- E você vai me dar essas coisas?

- Claro, são suas... Kessy.

- Então tudo bem, pode ser meu amigo. - sorrio pegando os doces e o coelho de pelúcia.

- Que bom!

Eu me virei para ir guardar os doces, e quando voltei para Jack, ele tinha se consertado um pouco, não parecendo mais tão bizarro quanto antes.

Por via das dúvidas, achei melhor perguntar se era seguro estar comigo, Jack disse que sim, que só eu podia vê-lo. Isso é muito conveniente, seria desagradável seus pais verem você com um homem maior que jogadoras de volei no quarto brincando de bonecas.

- Não sabia que pode mudar sua própria aparência. - digo ainda surpresa.

- Preferia me ter daquele jeito? - ainda sorria. - Eu disse que sou uma criatura com poderes cósmicos, eu posso fazer qualquer coisa por e para você, minha pequena.

- Isso parece muito legal.

- É... pode apostar que sim.

Nós continuamos conversando por um bom tempo e no final ele contou que se quisesse brincar, bastava dar corda na sua caixinha. O estranho é que até agora eu nunca tinha notado ela aos pés da minha cama.