História Garota de Sorte (Repostado) - Hell (segunda parte) (Segunda temporada)

13-Hell (segunda parte) (Segunda temporada)

Subi os oito lances de degraus até chegar finalmente na biblioteca que ao meu ver parecia vazia, além da bibliotecária e de uma garota que aparentemente parecia está estudando. Andei para o lado leste indo até uma máquina de refrigerante e comprei uma fanta, e lá se vai meus 3 reais numa latinha de refrigerante! Peguei minha fanta e um canudinho que veio de graça, também pelo preço que eu paguei... Abri minha latinha e dei um gole. Cruzei a biblioteca indo pro norte. Endireitei minha mochila no ombro direito e me enfiei naquele mundaréu de livros.

–Leonardo Da Vinci... Onde você está livro maldito?! - Passei meu dedo pelos livros enfileirados da prateleira da cessão de literatura das antigas épocas

–Te achei safado! Eu espero que eu não tire só dez nesse trabalho mais sim 20, tá me ouvindo? - Falei apontando para o livro

A garota que estava lá naquele momento me olhou como se eu fosse uma retardada, hum!

Que que é? - Ela se espantou com a minha reação, pegou os matérias, a mochila e foi pro outro lado do salão. Sorte minha que a bibliotecária não escutou

Mas quando fui pegar o livro ele cauí pro outro lado.

–Cacete!

–Shi! - A velha bibliotecária chamou minha atenção

Desde quando cacete é palavrão? Que coisa... Aí fui lá eu buscar o livro do outro lado.

-Ah não, Deus por que hoje? Deus eu sei que não fui uma boa filha, mas você não poderia ter adiado a vinda do demônio a terra só pra vim me buscar? Eu tenho trabalho pra fazer hoje!

Drama sempre funciona vai por mim.

–O único demônio que eu tô vendo aqui é você sua maluca! - Toug latiu

–O demônio aqui é você que veio pra infernizar minha vida, olha só o estrago que você fez na minha perna! - E ele olhou pra minha perna com cara de foca

–Olha, até que ficou bonitinho você com o pé torcido, assim quando eu te atropelar de novo você não vai poder me alcançar - E o babaca começou a rir, rui baixo, mas riu

–Idiota... Devolve meu livro! - Estendi a mão

–Eu peguei primeiro -e ele fez aquela cara de papel higiênico usado- Ele caiu do outro lado quando eu fui pegar

–Me evolve esse livro -a medida que eu ia andando para frente ele dava passos contínuos para trás- Passa pra cá esse livro agora!

Com a mão esquerda agarrei o livro da mão dele e a gente ficou numa batalha de quem ficava com o maldito livro.

–Tá bom, que saco... Seja lá o quê você tá procurando nesse livro é melhor a gente fazer a droga do trabalho juntos já que não tem jeito!

–Minha mãe mandou eu ficar longe de você

–Minha mãe mandou... -ele fez aquela vozinha de abelha gripada que era irritante- Virou filhinha da mamãe agora é?

–Sou mesmo e daí...

–Você que sabe querida...

E o maldito se sentou em uma mesa levando o meu livro com ele. Nunca subestimem o poder do demônio! Eu não tinha opção ou fazia o trabalho ou levava zero.

–Tudo bem, a gente compartilha o livro, mas nem tente falar comigo!

E parece que ele entendeu, não deu um pio, isso mesmo bom menino vai ganhar um prêmio minha mão na tua cara!

***estrela, estrela, estrela***

Ficamos uns 40 minutos fazendo o trabalho, e por sorte o que ele procurada era diferente do meu trabalho porque assim deu pra ele copiar páginas da esquerda enquanto eu copiada as da direita. Não nos falamos um minuto se quer muito menos nos olhamos, a não ser na parte em que ele espirou e nem pediu desculpas. Que nojento! Fora isso eu tinha coisa mais importante para fazer do que ver esse urso panda do Alasca copiando. Por coincidência terminamos juntos, recolhi minhas coisas colocando tudo na mochila, e ele também.

–Guarda o livro - Falei pra ele

–Por que eu tenho que guardar se foi você garota?! - Ai que loiro abusado!

–Você que pegou!

Peguei minhas coisas e minha fanta que já estava quase no final e totalmente quente e me levantei, mas pro meu azar quando o fiz ele se levantou e minha fanta bateu na sua cabeça fazendo o refrigerante virar todo em cima da mim.

–MINHA BLUSA!

–Desculpa! - Ele ficou tão apavorado quanto eu

–AGORA EU VOU VOLTAR TODA SUJA PRA CASA!

–O que está havendo aí, a senhora pode fazer menos barulho por gentileza? - A bibliotecária me chamou a atenção com um tom de voz meio ríspido

Toug de supetão me segurou no pulso e me arrastou até o fundo da biblioteca. Eu lhe dei um belo de um dedo do meio, não sei se ela morreu. Essas pessoas que ficam aterrorizadas com um dedo do meio esperem até ver outras coisas. Foi tão rápido que só percebi quando chegamos.

–Entra aí - Toug me levou pra dentro do banheiro da biblioteca onde aparentemente parecia estar vazio

–Pra quê quer afogar minha cabeça na privada? - Falei com suspeitas

Ele não deu a mínima e me enfiou dentro de um dos box do banheiro.

–O que pensa que tá fazendo seu maluco. Isso é vingança por que eu mandei você guardar o livro é? Por quê até me sujar com fanta você sujou! - Falei

–Veste isso...

Ele jogou uma blusa branca por cima do Box

–Onde arranjou isso?

–Veste logo!

Tirei minha blusa suja e dobrei, colocando em seguida a blusa branca limpa que ficou um pouco larga nas laterais, mas se ajustou um pouco ao meu tamanho. Peguei minha blusa suja e saí do Box encontrando Toug molhando o rosto e... Sem a blusa.

–Aí, para de babar - Eu mal percebi quando ele se virou

–Quem tá babando aqui... Alias essa blusa aqui é sua né? Por que tem um cheiro de perfume barato e fedido!

Mentira eu só quis ferir o ego dele. Ele sorriu em vantagem enquanto enxugava o rosto, veio perto de mim ficando à centímetros do meu rosto e disse:

–Isso é um Lacoste Essential impossível alguém dizer que é fedido - E ele saiu assim sem mais nem menos, com aquela pinta de: Eu venci agora quero ver você se sair melhor dessa

Recuperei o fôlego, o quê foi meio em vão.

–Sakura, se acalma - Valei meu rosto e minhas mãos os enxugando depois, peguei minha blusa e então saí do banheiro

Lá fora eu não tinha encontrado mais Toug nem sua mochila, mas pelo menos ele foi obediente e colocou o livro no lugar. Peguei minha mochila colocando a blusa suja lá dentro e coloquei a latinha de fanta em cima da mesa, andei até a escadaria e não vi a velha da biblioteca, será que Toug tinha levado ela ao invés de mim? Também acho que ela foi dessa para uma melhor, por que a velha já estava marcando hora extra! Bem, que Deus a tenha. Desci sem pressa os degraus de escada e cheguei lá em baixo, onde tinham somente algumas pessoas..

Andei como se eu não tivesse propósito na vida, mas quando virei a esquina vi o tal do Toug ainda sem blusa no estacionamento bebendo seja lá o quê for com um grupinho de garotos, mas lá estava ele se esfregando com as lideres de torcida. Só podia ser um idiota e sem noção mesmo. Apertei o passo começando a andar mais de presa, não sei por que eu fiquei irritava, mas esse garoto e essas manias dele sem educação me irritam, ele me tira do sério, idiota!

Eu já estava chegando ao pronto quando meu celular vibrou:

‘Como você está filha, já melhorou o pé? Quando a mamãe chegar te faz uma massagem tá, me liga quando chegar em casa.’

Ao menos alguém se importa comigo.

–Oi...

–Ah não, por favor não!

Balbuciei assim quando escutei sua voz das trevas.

–O que você quer? - Disse sem olha-lo e me encostei numa barra de ferro que sustentava a coluna da propaganda que ficava no ponto

–Sei lá só passei por aqui... Quer carona? - Ele perguntou quando parou o carro do meu lado

–Minha mãe mandou eu ficar longe de você - Falei sem lhe dar o braço a torcer

Mesmo eu sabendo que era errado eu tinha que o fazer o ônibus aqui demora uns 3 minutos para aparecer. Me desencostei da barra de ferro e fui até o outro lado do carro, abri a porta e subi com a outra perna que estava boa, fechei a porta e ele deu partida. Ele nem falou nada, nem reclamou, nem me olhou um segundo se quer, achei estranho...

–Devia ter ficado lá - Falei comigo mesma

–Ficado onde? - Toug perguntou

Eu e esses meus pensamentos altos!

–Nada não.

Por fim lhe dei a localização de onde eu morava em pouco tempo chegamos lá. Ele parou o carro em frente ao portão de casa, ficamos parados sem dizer nada, sem saber o que falar.

–Fica despreocupado que amanhã eu devolvo sua blusa -abri a porta do carro e com cuidado desci- O-obrigada

Aquilo foi como um tiro em mim, parecia até que eu estava me matando para dizer aquilo. Bati a porta e entrei em casa sem olhar pra trás

Me sentei na escada para tentar desesperadamente retomar o fôlego, não sei por que, mas de uma hora pra outra meu coração parecia que ia sair pela boca. Fui até a cozinha tomar água e aproveitei pra colocar a blusa dele pra lavar. Tirei sua blusa do meu corpo e peguei o sabão em pó.

Sakura para com isso

Só que foi mais forte que eu, senti o seu perfume que emanava na blusa, aquele cheiro me fez com que o rosto dele viesse imediatamente na minha cabeça.

–Mas que droga eu tô fazendo?! - Joguei aquele trapo fedido cheirando a perfume caro dentro da maquina, coloquei bastante sabão e a liguei. É como dizem:
Não se renda as tentações do demônio.

Continua