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História Garota Má - Drastória - Capítulo Setenta e Cinco


Escrita por: Samm_Rockman

Notas do Autor


Essa é a Drewanne q eu conheço

#Lumus

Capítulo 76 - Capítulo Setenta e Cinco


Fanfic / Fanfiction Garota Má - Drastória - Capítulo Setenta e Cinco


Aquilo não era uma boa ideia. Definitivamente aquilo não era uma boa ideia.


Tinha a mão entrelaçada com a de Benedict enquanto cruzava os corredores de Hogwarts. Ele deu um leve aperto em seus dedos pois sentia a postura hesitante que ela portava.

Merlin.

Drewanne se agarrou ao braço de Ben quando ouviu uma voz conhecida e parou abruptamente antes de virar uma curva.

O artilheiro também reconheceu a voz já que era de alguns colegas da sua turma.

— É ele — a garota falou pressionando e cravando as unhas na pele do sonserino.

Sacage gemeu de leve, mas Drew não fez questão de o largar.

Ele, calmamente tirou a mão dela de seu braço já que estava sentindo sua pele rasgar pela pressão que as unhas faziam.

A fez o olhar com uma mensagem em seu rosto que dizia um "Calma. Vai ficar tudo bem".

Para confirmar isso, a beijou.

Foi um beijo leve e calmo, o primeiro dos dois que não tinha uma fome obsessiva mas que não deixava de ser menos intenso.

Ela se esqueceu que não estavam mais tendo nada quando agarrou os cabelos quase loiros, sentindo ele a saborear com profundidade.

Gemeu com aquele gesto.

Separam suas bocas já ofegantes por ar.

Ela o empurrou depois que voltou a raciocinar. O advertiu seriamente com o olhar que o mataria da próxima vez se aquilo se repetisse.

Ficou brava e irritada, mas logo voltou a entrelaçar suas mãos com muito mau gosto.

Resmungou vários palavrões quando voltou a andar, mas parou imediatamente quando viu o irmão.

Era loiro, alto, tinha os olhos azuis como nunca antes tinham visto e parecia tranquilo, falando e rindo.

Charles McGuire estava conversando com os mesmos três amigos que tinham desde sempre em Hogwarts: Erik Porghateo, Daven Northwest e Paul Holden.

Todos eram da Casa, ano e mesma turma de Benedict.

Ben e Drew se aproximaram.

Aos poucos a conversa dos quatro vai parando quando um a um percebe a presença dos dois.

O último aos notar foi Charles que estava de costas para eles.

Os olhos antes divertidos se tornam frios e calculistas quando encararam a meia-irmã.

Apertou a boca com desprezo ao dirigir a atenção para as mãos grudadas dos dois.

— Drew! — um deles exclamou com entusiasmo.

A sonserina, que se mantinha com a face congelada e fria, olhou para Erik.

— Porghateo — saudou menosprezando-o evidentemente.

Benedict retorceu os punhos com força, odiando-o inteiramente.

Aquele cara tinha sido o último lance sério a terminar com a sonserina depois de seis dias. O último namorado dela.

— Benedict! — ele também o chamou. — Faz tempo que não nos falamos, não é? Foi ótimo aquele dia que eu virei rebatedor do time, não foi?

O corpo do artilheiro tremeu. Amaldiçoou aquele dia em que Malfoy sairá do time, a Greengrass tomara o cargo de apanhadora e sobrara o de rebatedor para Erik.

Astória não estranhou seu ódio por Porghateo, mas somente se divertiu com aquilo.

— Se sobrar mais uma vaguinha, sabe que pode contar aqui com o seu amigo — bateu no peito com orgulho.

Ele rugiu um "Sei" bem duro e seco.

Mas logo o clima ficou pesado quando notaram os dois irmãos se encarando.

Drewanne não era uma covarde, mas os olhos de Charles eram tão acusatórios, tão direcionados, incriminantes, como se a culpasse de tudo o que acontecera na sua vida.

A traição de seu pai, a morte da sua mãe, a rebeldia e raiva que veio a surgir pela sua família.

E ela sempre seria rotulada e tachada assim. Como a causa de tudo.

— Papai me mandou avisar que está na Rússia a negócios e que esse é o novo endereço dele — falou estendendo o papel que estava anexado com a carta.

Ele olhou para a pequena folha com algumas palavras escritas ainda segurada pelos dedos dela com extremo nojo. Como algo repulsivo, desprezível e repugnante que não tivesse nem vontade de tocar para não se contaminar.

Charles não disse nada quando pôs as mãos no bolso e a encarou duramente pois não precisava expressar em palavras:

Seus olhos diziam tudo.

O olhar de nojo continuou ao encarar para a irmã pois sentia por ela a mesma coisa que sentiu por aquele papel.

Drewanne tinha a face rígida e congelada, mas Benedict sentiu os dedos que estavam entrelaçados com os seus tremerem de leve.

Ela não abaixou a mão que segurava o endereço. Seria humilhação demais já que ele já tinha negado tocar naquela coisa.

Ficaram minutos assim. Congelados como se fosse uma pintura trouxa.

Benedict rangia os dentes e os apertavam até pensar que se estilhaçariam na sua boca de tanto ódio que escorria por suas veias.

Por fim, tomou uma atitude.

Puxou bruscamente o bilhete da mão dela e o bateu com força no peito de Charles.

Olhou para os olhos azuis do garoto arregalados de surpresa.

Esperou-o tirar a mão do bolso e segurar o pequeno papel antes de o soltar e arrastar Drewanne com ele.

Os dois caminharam furiosamente pelos corredores e não falaram nada até chegarem no quarto vazio das garotas que ela dividia.

McGuire se afastou quando passou pela porta.

Ben não ficou magoado por ela se afastar tão bruscamente, pois sabia que a mente dela estava a um turbilhão de sentimentos.

O corpo de Drew tremia. Tremia tanto que convulsionava. Ela mordia sua própria mão para não gritar e andava de um lado para o outro no cômodo compartilhado.

— Eu o odeio... — murmurou com a voz trêmula. — Como eu o odeio...

Continuou a repetir as mesmas palavras com cólera na voz.

Ela não podia se controlar. Todo o seu corpo gritava de odiosidade e repulsa por seu irmão que mutuava os sentimentos sentidos.

Benedict foi sábio em ficar calado quando ela foi até a penteadeira das Valentis e arremessou todos os produtos ao chão.

— Eu o odeio! Odeio! — berrou com toda a força de seus pulmões indo para as camas e bagunçando-as no geral. — Odeio a Charles! Odeio o meu maldito irmão!


Drewanne não se importou em quebrar os caros perfumes das vagabundas e nem de jogar a caixa de jóias de Alexis contra a parede.


Continuou a gritar inúmeros palavrões a Charles. Incontáveis pragas e maldições.


Nem as coisas de Astória foram poupadas.


A sonserina parou, ofegante e exausta quando todo o quarto estava uma bagunça.

O local estava revirado por completo. Nem uma coisa sequer estava organizada.

E isso não bastava.

Não bastava porque não sentia sua raiva saciada. Ainda tinha aquele sentimento dentro de si.

Mas se pelo menos... Se tivesse um...

Olhou para Benedict.

Um escape.

Sim. Era disso que ela precisava.

Se jogou contra ele, o beijando loucamente.

O artilheiro não pode negar corresponder o movimento daqueles lábios maravilhosos que o deixavam insano. Sentia seu coração pulsar dentro do peito, quase querendo sair para fora depois de uma semana de jejum dos lábios dela.

Mas... aquilo não estava certo.

A afastou totalmente.

Ela murmurou um palavrão.

— Não — Ben negou. — Não podemos fazer isso. Você está com raiva e pode se arrepender depois quando...

— Ah, por favor — pediu revirando os olhos. — Não venha com essa dose de consciência logo agora, Sacage...

O agarrou pelo pescoço. A língua dela o saboreou e ele gemeu.

— Posso me arrepender de muita coisa — sussurrou sensualmente enquanto deslizava a gravata verde e prata dele para fora do colarinho. — Menos de uma boa transa...

Ofegou quando a garota mordeu seu pescoço e desceu a boca para seu peito.

Uma coisa que Drewanne McGuire sabia fazer era enlouquecer um homem como ninguém.

Abriu todos os botões da camisa dele sem ele dar conta.

A empurrou novamente quando voltou a si.

— Não, McGuire — a repreendeu.

A sonserina soltou outro palavrão pesado.

— Você me quer! — não chegou nem a perguntar, só o acusou daquilo que estava mais do que evidente. — Porque não cede então?

Benedict, furiosamente, voltou a colocar os botões em suas casas erradas.

— Porque eu seria uma fuga, um escape pra você.

— Será que não percebe? — exclamou como se ele fosse um débil e não percebesse o óbvio. — Não importa o que faça. Isso é o máximo que vai conseguir ser pra mim!

Ele sabia que Drew conseguia excitá-lo, mas também o fez brochar.

Perdeu todo o desejo por ela.

Quase não acreditou nas palavras que aquela garota disse. Se sentiu tão indignado, tão ultrajado que...

Nossa. Não conseguia nem por em palavras tudo o que inteiramente sentiu naquele instante.

Drewanne percebe que o magoou e pediu mesmo sem sentir remorso:

— Desculpe.

Ben lhe deu as costas.

Ela correu e, antes que o artilheiro alcançasse a maçaneta, o puxou pelo braço.

— Desculpe, Sacage — pediu mais uma vez fingindo arrependimento. — Não é verdade — mentiu, porque sabia que era.

Benedict nunca seria outra coisa senão um escape.

O coração dela já tinha dono: Thomas Turner. E o corpo também: ela mesma.

Só o usava para ter algo para se distrair.

Podia mentir a ele dizendo que não. Mas não mentia para si própria. Não sentia e jamais sentiria alguma coisa por Ben.

Não era egoísmo ou algo parecido. Era que... Seus sentimentos estavam lacrados e destinados a uma só pessoa.

Ela teve que aceitar isso de alguma forma quando foi rejeitada cento e quatro vezes.

Ninguém a queria então ela não iria querer ninguém.

Era uma troca justa. Um meio de não se machucar e se auto preservar.

Só Thomas a merecia então se ele não a quisesse, ninguém a teria.

E ninguém a terá. Nem mesmo Benedict Sacage.

Ele suspirou acreditando nos olhos cor terra fingidamente arrependidos.

As íris transmitiam algo tão verdadeiro que teve que a perdoar.

— Drew — começou. — Não posso... Você está com raiva e ódio de Charles e terminou tudo comigo... Não quero que pense que eu a usei nesse momento em que se encontra...

Ela, lentamente, o puxou pelo braço em direção a cama que lhe pertencia.

O largou e dirigiu os dedos para os próprios botões da camisa social que vestia.

Benedict não conseguia parar de a olhar se despindo vagarosamente.

Lambeu os lábios secos quando a camisa dela caiu no chão. O sutiã teve o mesmo destino e ele contemplou atentamente aquela tatuagem.

Estava desenhada em baixo do seio esquerdo. Era só o sorriso estranho e meio maníaco daquele gato.

O engraçado é que só tinha o sorriso naquela parte e parecia que o seio estava sorrindo.

Foi cômico quando a viu pela primeira vez, mas agora a achava totalmente sensual.

Sabia que Drew tem uma tribal na lombar que ele adorava acariciar e também os dizeres:

We’re all mad here”*


Escritos ao redor da coxa direita como se fosse uma facha.


Além de uma xícara de chá tatuada em um lugar um pouco íntimo demais para detalhar.


Merlin. Aqueles desenhos davam um tom mais erótico naquela sonserina totalmente sexy.


Quando estava nua por completo o empurrou para ele se deitar sobre o colchão.


Benedict estava mais do que hipnotizado. Deixou que ela engatinhasse sobre o seu corpo com sensualidade.


Deitou sobre o artilheiro.


Seus lábios estavam quase encostados, o hálito dela batia em sua boca e cheirava a menta. O frescor de liberdade possuiu suas narinas, os cabelos cor terra caem em seu rosto.


Os dois estavam ofegantes só absorvendo o calor um do outro.


Merlin. Nunca sentira isso por garota nenhuma.


Como uma facada mortal e sem dó nem piedade, ela sussurrou roucamente:


— Me faça sua, Benedict.


A tocou nas costas e soube que não poderia parar por ali.


***


Ele entrou na biblioteca para pegar um livro de Poções que a muito tempo estava de olho.


Foi direto para a sessão, ignorando todas as outras, e procurou o que precisava.

Achou e abriu para ver algumas informações sobre o autor.

Leu durante alguns minutos e depois o fechou. Quando estava prestes a sair do corredor de livros e chegar as mesas dispostas para os alunos lerem, a viu.


Astória estava sentada com Alexis, conversando ferroneamente sobre algo.


Parecia mais uma discussão, um debate sobre pontos divergentes já que as duas negavam com a cabeça e apresentavam seu ponto de vista.


Thomas, que jazia de frente a elas, parecia ter se lembrado de alguma coisa e por isso as beijou apressadamente na bochecha (na de Astória foi incrivelmente mais demorado que a da Cheever) e correu para a saída.


Infelizmente Thomas estava melhorando e já tinha se mudado novamente para o quarto depois de sair da enfermaria.


Pelo visto Astória não o estava mais o dopando.


Balançou a cabeça em sinal negativo. Jamais compreenderia aquela Greengrass.


Se lembrou da vez que o arrastou para o armário de vassouras sem explicação nenhuma (não que ele tivesse reclamado) e pediu-lhe algo suspeito.


— Preciso que me faça um favor — ordenou.


Ele imaginou vários favores que queria fazer com ela.

Dedos foram estralados a sua frente.

— Hã? — perguntou acordando dos seus pensamentos eróticos. — O quê?


Ela revirou os olhos esmeraldas.


— Skay não copiou sua letra naquele pergaminho de pornografia? — perguntou impaciente pela terceira vez já que ele estava distraído.


Draco, ainda meio lerdo, assentiu para logo sua boca se abrir de espanto.


— Então sabe que foi Skay? — questionou incrédulo. — Sabe que não sou um pervertido tarado! — acusou.


Astória abriu seu sorriso mais perverso.


— Não posso afirmar nada, Malfoy...

Ele também sorriu de modo safado e se aproximou sorrateiramente, pronto para agarrá-la.

Astória se afastou um passo.

— Agora não — o repreendeu. — O assunto que tenho que falar é sério.

O sorriso do apanhador continuou aberto. Ela dissera um "Agora não", então quer dizer que depois teria.

Se contentou com aquilo por ora.

Colocou as mãos no bolsos onde podia sentir o frio do relógio que ganhara.

Ela percebendo que não seria atacada no meio da explicação, continuou:

— Preciso que mande Skay imitar essa letra — mostrou a caligrafia feia e quase ilegível de uma carta — e escreva essas palavras — algumas frases com a letra dela — neste papel.

Olhou para o tal papel. Era fino e caro, além de ter uma marca d'água que parecia um brasão sanguepurista que não reconhecia mas que com certeza não era o da família Greengrass.

— Duas perguntas — falou somente indicando a quantidade com os dedos.

Ela suspirou alto. Aquilo com certeza não seria fácil.

Draco se aproximou um passo feliz por ela não notar nem recuar diante da tentativa.

— Primeira: porque não pede você mesma a ele?

Ela se encostou na parede do Armário de Vassouras.

— Skay vai fazer perguntas demais pois acha que vou me envolver em alguma confusão e não vai fazer nada se eu não explicar o que pretendo — murmurou cruzando os braços e bufando. — Mas se for você — destacou irritada — ele não desconfiaria muito.

— Mas Petterson vai fazer perguntas — afirmou sabendo que isso aconteceria.

— Mas não vai negar fazer o trabalho se você se negar a fornecer as respostas — resmungou para logo depois murmurar um "Homens... Tão machistas" seguido de um revirar de olhos.

Draco concordou pois havia uma coerência na explicação da Greengrass.

— Agora, a segunda — se aproximou mais um passo ficando rente a rebatedora. — Porque quer fazer isso?

Ela quase não acreditou.

— Acha mesmo que vou falar? — perguntou e quando ele fazia menção de responder, fez um sinal de pare com a mão e completou: — Isso é uma retórica — o olhou profundamente. — Não te devo satisfações. Não sou nada sua ou se esqueceu?

E você, por acaso, para de me lembrar?, queria retrucar mas se manteve calado para não criar um discussão que não fazia menção de querer começar.

Respirou fundo para acalmar sua ira.

Pegou os papéis da mão dela e observou atentamente cada um deles se concentrando um pouco mais na carta de caligrafia ilegível.

Franziu as sombrancelhas.

— Essa carta não é sua — falou piscando tentando não acreditar. — Você roubou a correspondência de outra pessoa?


A rebatedora cruzou os braços e deu de ombros como se não fosse nada demais.


— Ninguém vai desconfiar — murmurou na defensiva.


Draco não estava crendo em que seus ouvidos escutavam.


Queria a chamar de doida, mas aquilo não adiantaria de alguma coisa já que com certeza só serviria para começar uma briga.


Se virou de costas para ir embora quando a sentiu o puxar pela roupa.


Agora Astória estava encostava plenamente nele, o mantendo colado ao seu corpo. Os olhos esmeraldas estavam estranhamente inocentes.


— Não vai querer seu pagamento por isso, Malfoy? — questionou brincando distraidamente com os botões da camisa do apanhador.


Ele bufou.


— Mas ainda não fiz o trabalho — resmungou querendo logo ir embora por ainda estar irritado.


A garota o encarou.


— Mas é metade agora e metade depois — explicou alisando a gravata verde e prata. — Porque ainda preciso de uma garantia sabe...


— Sei — reclamou suspirando fundo enquanto o pano ao redor de seu pescoço era afrouxado. — Mas lamento não estar interessado.


Se soltou dela e quando tocou na maçaneta porta para a abrir, foi novamente puxado.


Mas dessa vez sua costas bateram na parede com força para depois ficar encurralado.


Lábios deliciosos e torturantes se moveram sobre o seu pescoço e caminharam para sua boca.

— Tem certeza, Malfoy? — sussurrou.


Ele assentiu, mas não pode deixar de sua respiração falhar.
Astória sorriu abertamente com isso antes de o beijar.


Malfoy a abraçou antes mesmo dela aprofundar o gesto com a língua.

Os dois ficaram se pegando majestosamente até a Greengrass o empurrar e o mandar atrás de Skay para fazer o serviço.

Petterson não estava de bom humor quando o encontrou porque Malfoy interrompera uma amasso muito quente, mas muito mesmo, entre ele e Anne num corredor perto da entrada do quadro da Lufa-Lufa.

Foi horrível a visão da bunda do artilheiro que já estava com as calças abaixadas.

Malfoy se perguntava enquanto vira aquela parte carnuda branca e feia (já que não era de uma mulher) o que não fazia por Astória.

Ainda bem que Anne ainda estava com as peças íntimas.

Quando ela arregalou os olhos ao se deparar com a sua presença, Skay olhara para trás e rapidamente erguera as calças e o amaldiçoara.

Nunca vira Petterson tão bravo como naquele dia.

Ele imitara a letra feia naquele papel com perfeição, entregara e o xingara tanto como Zabine num dia mal de treino e nem perguntas fez pois andou furiosamente de volta para a namorada.

Draco entregou a falsificação do papel para a Greengrass e ela a conferiu:

Diga a Charles que viajarei hoje a Rússia para tratar de negócios. Assegure que seu irmão receba meu novo endereço.


C. McG.


Ela sorrira e o pagou. O pagou muito bem. E estranhamente, depois de uma semana do ocorrido, citara no vestiário a Zabine que Thomas não gostava muito de Quadribol mas era muito bom como artilheiro.


Não entendera o porque daquela menção inútil, mas depois compreendera o motivo.


Agora que a olhava sentada na biblioteca e debatendo com a Cheever se perguntava se realmente aquilo tinha sido um bom plano.


Suspirou pelo o que estava prestes a fazer pois sabia que ela o mataria.


Se aproximou das duas e pigarreiou.


As sonserinas o olharam. Os olhos verdes mandaram uma ameaça de morte dolorosa para o apanhador.


Sabia que o xingava na mente, mas mesmo assim continuou:


— Posso falar com você, Greengrass? — questionou pondo as mãos no bolso.


Astória tremeu ao notar que ele lhe dirigiu a palavra.


— Não — sua resposta foi dura e seca.


Alexis ofegou.


— Oh, Asty — a repreendeu. — Malfoy pode querer falar uma coisa importante — insistiu.


— Não quero saber — retrucou mandando uma mensagem a Draco que o socaria até a morte se não fosse embora naquele mesmo instante. — Nada que vem dele é importante.


O apanhador não se moveu.


O xingou e o amaldiçoou querendo estuporá-lo.


Minutos se passaram, mas não fizeram questão de desviar o olhar um do outro. A tensão estava ficando insuportável quando ela rugiu entredentes:

— Está bem — rosnou.

Malfoy assentiu e indicou para um lado da biblioteca onde poderiam conversar em particular.

Quando ele estava a três metros, a Greengrass se levantou para o seguir, mas uma mão a segurou.

Ela desviou os olhos esmeraldas para os verdes claros de Alexis.

— Só... Humm... Só espere um minuto — pediu suavemente e com delicadeza começou a arrumar os cabelos dela.

Astória estava incrédula enquanto sua melhor amiga ajeitava seus fios negros do jeito que achava melhor.

— Hã... — ela murmurou. — Fique quieta que não vou machucá-la — beliscou as bochechas da sonserina com cuidado e alisou o queixo da mesma.


A olhou por alguns segundos e depois inclinou a cabeça para o lado, a avaliando.

Fez menção de abotoar os botões que estavam abertos que a deixava com o decote evidente mas se interrompeu, pensou melhor e desistiu da ideia.

Um pouco de pele a mostra talvez não faria mal.

Corou graciosamente com aquele pensamento.

— Agora sim — finalizou.

Astória ainda estava sem piscar por completa incredulidade. Foi-se sem nem mesmo lhe dirigir uma palavra enquanto o "Boa sorte" otimista da Cheever ainda passava por sua cabeça.

Iria matar Malfoy.

Não. Iria estraçalhá-lo.

Enterrá-lo vivo era melhor.

Talvez lançar vários crucios naquela maldita bunda.

O importante era que ficasse sem vida e talvez um pouco não conhecível já que chutaria seu cadáver tantas vezes que nem seus próprios pais o reconheceriam.

O encarou face a face com os olhos brilhando de fúria.

Ele, já acostumado com a mudança repentina de humor da rebatedora, ignorou tal fato.

— E se alguns dos irmãos McGuires mandarem a carta para o pai deles que está na "Rússia" — fez aspas com os dedos para destacar quando foi direto ao assunto.

Ela apenas arqueiou a sobrancelha negra com arrogância.

Ele mostrou o livro que estava lendo sobre poções, mas dentro do tal conteúdo tinha outro livro escrito em runas antigas aberto numa página onde o brasão dos McGuires estava desenhado com algumas informações sobre a família sanguepurista.

— Pedi ao meu pai para enviar esse livro contendo várias famílias de linhagem pura do Mundo Bruxo e ele só me mandou quando me fez prometer que cuidaria bem dele e não o mostraria a ninguém — sorriu presunçosamente. — Acho que não cumpri bem a minha promessa...

Ela rosnou alguma coisa prometendo a si mesmo que o mataria depois de terem aquela conversa e quando chegasse em um lugar menos público.

Cruzou os braços sobre o peito e bufou.

— Já cuidei disso — falou. — Calebe McGuire vai confirmar toda a história se Charles ou Drew perguntar — observou as próprias unhas pintadas de preto com somente a do dedo médio pintada de verde. — Escrevi a ele explicando a situação e falando que se quiser que seus filhos tenham alguma chance de ficar bem deve concordar com meus termos.

Draco estava pasmo.

Escreveu a ele? — indagou. — No seu nome?

Ela confirmou com a cabeça e o olhou.

— Minha família é a mais poderosa da Inglaterra e de todo o Mundo Bruxo — proferiu com ódio e não orgulho como deveria sentir. — Ele não ousaria desobedecer se quer os mesmos resultados que eu.

— Que é fazer Drew e Charles se acertarem? — perguntou.

— Sim. E mais algumas outras coisas que envolve Sacage — confirmou. O olhou firmemente antes de continuar: — Se lembra que sou os olhos e ouvidos de Hogwarts e por isso McGonagall me colocou como monitora fixa da Sonserina?

Ele assentiu.

— Sei muitas coisas. Coisas até demais... — murmurou, divagando. — Drewanne precisa abrir os olhos para algumas coisas e acho que Sacage a pode ajudar com isso... Só precisa ficar com ela em um lance sério por pelo menos seis dias para...

— Seis dias? — Draco a interrompeu.

Ela se dá conta que pensava alto e se cala. Draco não sabia e nem saberia de nada. Não cabia a Astória lhe contar um segredo que não te pertencia.

— Esqueça — falou com um aceno de mão.

Não cabia nem revelar o que sabia para Drew. Não podia interferir numa vida que não era sua.

McGuire já deixara bem claro que pensava que Astória sentia pena por ela, então a rebatedora não daria motivos para isso já que nunca compartilhou desse sentimento com a colega de quarto.

Só... se identificava com a situação de Drewanne.

Identificava tanto ao ponto de ter uma grande respeito por ela, que também mutuava isso com Astória.

Se confrontavam, exigiam explicações, se enfrentavam, mas não brigavam. Não discutiam e guardavam para si. Era só algo de segundos e nem um tempo a mais.

Não eram amigas. Jamais seriam por conta do que ela sentia por Thomas e da relação de Astória com ele.

E isso não estava aberto para discussão. Simplesmente era assim e seria.

— Era só isso? — questionou.

— E se algum deles enviarem alguma carta para aquele endereço falso? — perguntou.

Ela o olhou atentamente e depois suspirou como se não acreditasse.

— Acha mesmo que eu sou tão amadora assim? — o menosprezou.

E depois, com todas as letras, acrescentou:

— Tudo está no meu esquema — o olhou de cima a baixo com arrogância. — Não precisa se preocupar.

Ele bufou percebendo que a Greengrass entendera errado a respeito de suas indagações mas resolveu não se explicar.

Ela se virou e caminhou alguns passos quando...

— Astória.

A garota girou sobre os calcanhares.

Draco estava mais próximo a ela por ter dado alguns passos antes de a ter chamado.

A olhou atentamente durante quase um minuto inteiro. Tinha o cenho franzido e meio em duvida sobe algo.

— Fez algo no cabelo?

Ela pôs as mãos nos fios como se tivessem diabretes sobre eles.

— Não, porquê?

A resposta foi dita na defensiva.

O sonserino semicerrou mais os olhos e estreitou os lábios em uma linha fina.

— Estão... Estão mais bonitos — falou.

Ela os bagunçou, deixando em seu aspecto normal.

— Não estão mais — retrucou furiosamente marchando de volta para a mesa, amaldiçoando a Alexis.

Draco a puxou pelo braço antes mesmo de sair do corredor vazio de livros que se encontravam.

O sorriso que ele abriu era mais do presunçoso.

— Se arrumou para mim, Greengrass?

Ela urrou quase perdendo a paciência.

Você — acusou — que pediu para falar comigo e Alexis me ajeitou pensando merda...

Draco mordeu o lábio inferior para não rir.

A Greengrass perdendo a paciência era algo cômico e...

Algo incrivelmente atraente.

Engoliu um seco focando o olhar naqueles lábios deliciosos e vermelhos. Foi se aproximando enquanto ela continuava a falar e a xingá-lo com raiva.

Ela só percebeu quando sua respiração estancou quando sentia a dele bater em sua boca.

Malfoy — o avisou, mas sua voz fraquejou no final do "y", tremendo levemente.

— Quero beijá-la — revelou. — Quero muito beijá-la.

As costas da sonserina bateram nos livros quando se afastou um passo. A mão quente de Malfoy tocou seu rosto com carinho e depois os lábios vagaram sobre os da sonserina em uma carícia suave.

Ela entreabriu-os o suficiente para a língua dele adentrar e a experimentar por completo.

Estavam em um local em que qualquer um poderiam os ver se fossem pegar um livro.

Draco tentou transmitir tudo o que queria em alguns minutos muito curtos e se próprio deliciar com o gosto misterioso e viciante da Greengrass.

Não havia um dia que não se perguntava se ela também tinha esse sabor em outro lugares do corpo que ele adoraria por a boca.

A pressionou contra si próprio e a sentiu corresponder o beijo de uma forma alucinante.

Apressam seus lábios e aceleram o beijo até não terem mais fôlego pra continuar.

Ela o empurrou imediatamente.

— Não devia ter feito isso — o repreendeu com raiva enquanto levava a mão na boca.

Ele se aproximou e sussurrou em seu ouvido:

— Você é minha, Tori.

Ela tentou evitar o arrepio que subiu por sua coluna, mas não obteve sucesso.

— Só em seus sonhos — retrucou irritava e caminhando furiosamente para longe.

Mas Draco não a deixaria ir tão fácil.

Apressou seus passos e parou enfrente a ela, fazendo-a recuar devido a proximidade.

— Você é minha aqui, Astória — deixou claro. — Nessa realidade. Aqui. Agora. Nesse mundo — destacou para logo sorrir meio bobo, por as mãos no bolso e completar: — E em todos os outros.

Ela não se emocionou com a declaração e nem enxugou uma lágrima que jamais cairia daquele olhos.

Só fez uma careta e pisou bem forte no pé dele.

Draco gritou de dor, chamando a atenção de todos além da bibliotecária que fez um "Shiiiu!" de repreendimento.

Alexis tinha os olhos arregalados para os dois já que tinha corrido para ver se uma coisa grave não havia acontecido.

— Saia do meu caminho — rosnou o empurrando para o lado, o fazendo bater as costas na estante de livros.

O apanhador gemeu sentindo a dor em seus dedos que foram esmagados com o pisão arrebatedor daquela sonserina.

Astória não falou mais nada, apenas foi furiosa em direção a saída.

***

Ela se remexe, ainda adormecida. Ele sente os fios macios fazerem cócegas em seu peito quando a cabeça da sonserina se movimenta e ri de leve.


A garota semicerra os olhos, os fecha durante alguns demorados segundos e depois pisca repetidas vezes.


Nota que ainda estava deitada sobre o peito de Benedict e adormecera depois daquela louca transa que tiveram.

Adormecera...

Essa palavra... Arregalou os olhos castanhos que quase saltaram das órbitas.

Merlin, por quanto tempo dormira?

Se sentou rapidamente sobre o colchão e olhou para a janela. Franziu a testa quando notou que as cortinas verde escuro de seu dossel estavam fechadas, não deixando nada de fora ser visto.

Não se lembrava de... Ah, não.

Ah, não.

Ah, não. Ah, não. Ah, não e ah, não.

O sacudiu.

— Benedict. Benedict! — o chamou com brutalidade. — Acorde!

Ele rapidamente abriu os olhos.

— Que foi? — indagou ainda sonolento.

Drew revirou os olhos.

— Você dormiu aqui — falou.

Ele não entendeu nada.

— E daí?

— Não podia ter feito isso — arrumou os cabelos irritada, não se importando em se cobrir com o lençol enquanto fazia um coque. — Eu não durmo com caras, só transo com eles.

Ben ficou mais confuso ainda, mas apreciou a vista dos seios libertos dela, além da deliciosa tatuagem abaixo do esquerdo.

A puxou para si, a beijando.

McGuire o empurrou na mesma hora em que seus lábios se encostaram.

— O que pensa que está fazendo? — rosnou.

Ele recuou diante da periculosidade das íris cor terra.

— Pensei que nós estavamos bem... — murmurou.

Ela bufou escarnecentemente.

— Primeiramente, não existe e nunca existirá um "nós". Não fique se iludindo a respeito disso.

Sacage piscou pela brutalidade das palavras.

Drew se auto repreendeu pensando que foi muito dura em dizer a verdade naquele tom.

Afinal, ele a tinha satisfeito muito bem. Merecia pelo menos um prêmio de consolação.

— Sacage — seu tom foi forçadamente suave. — Nada disso vai se repetir porque você tem uma tendência a gostar de mim, a criar sentimentos algo que eu não — fez questão de destacar — aceito.

O sorriso simpático da sonserina não foi o bastante para que algo dentro de seu peito não quebrasse.

— Você me usou — acusou. Se sentou sobre a cama para encará-la fixamente nos olhos. — Você me usou, Drewanne. Me fez acreditar naquele estúpido "Me faça sua, Benedict" que...

Não teve como não revirar os olhos. Agora sabia porque Astória odiava ser perseguida por seus exs. Era realmente um saco.

— Que nada — o cortou secamente nao se importando com merda nenhuma desta vez. — Não prometi, não jurei absolutamente nada pra você, Sacage — os olhos brilharam de indignação. — Não reclamou quando estava tendo prazer e agora não para de "Ó, não passo de um coitadinho usado por ela" — suspirou pois estava começando a se zangar. — E deveria me agradecer por eu deixar usar meu corpo mais uma vez.

Ele mordeu os lábios para não a xingar.

Como era um idiota mesmo. Um tremendo e interminavelmente idiota.

— Tudo bem — concordou certo de que não queria mais discutir.

Ela arqueiou as duas sobrancelhas, impressionada por Ben ter decidido acabar com aquilo tão fácil.

Ficou segundos o encarando até puxar o lençol branco para enrolar em seu corpo e mover as cortinas do dossel para o lado.

Quando pisou no chão e andou alguns passos...

Ah, não novamente.

Astória estava parada a sua frente com os braços cruzados e a expressão séria no rosto. Nenhum bom humor estava estampado em sua face.

Drewanne olhou para a janela e amaldiçoou ao perceber que já era de manhã.

Não podia acreditar que tinha dormido com Sacage até o dia seguinte.

Olhou para trás e viu Benedict, nu, recolhendo suas peças.

Ele não havia notado a presença de uma terceira pessoa no quarto por isso arregalou os olhos quando viu a rebatedora e usou um travesseiro para cobrir suas partes.

Astória revirou os olhos e continuou impassiva.

Sabia que fora ela que tapou as cortinas para ninguém os ver dormindo.

— Coloquei um feitiço envolta de sua cama para que as Valentis, que estavam curiosas a respeito não espiassem — informou com a voz mais fria que uma pedra de gelo.

Ben sentiu suas costas de areepiarem com a maneira que a Greengrass falou. McGuire sequer tremeu.

As duas imperiosas se encaram atentamente.

— Agradeço por isso — Drew murmurou verdadeiramente com o mesmo tom superior que a rebatedora portava.

Astória semicerrou os olhos e depois a olhou dos pés a cabeça com algo que nunca lançara a sua colega de quarto: desprezo.

— Acho que não preciso lembrar do consenso que todas chegamos.

McGuire suspiro fundo, mas não ousou abandonar sua postura.

Nada de garotos no dormitório.

Astória era monitora, mas bastante rígida com as normas. Encontros casuais eram permitidos desde que a presença das outras não estivessem presentes porque ninguém tinha a obrigação de se retirar do quarto para dar a vez a um amasso de alguma garota que compartilhavam o dormitório.

Até as Valentis concordaram com esses termos.

E McGuire os descompriu.

Se enrolou mais no cobertor branco que cobria sua nudez quando Astória suspirou de modo cansado.

— Vou me trocar — informou pegando uma roupa e indo para o banheiro.

Benedict fez o mesmo quando a rebatedora se fechou em seus próprios pensamentos.

Quando terminou, tocou na maçaneta da porta e sentiu uma mão o tocar no ombro.

Os olhos esmeraldas ordenavam o que as palavras diria no momento seguinte:

— Não desista dela, Sacage — mandou certa de que seu tom não demonstrava um pedido, mas uma ordem a ser cumprida. — Vai ser difícil a convencer, mas Drew precisa muito de você.

Ele a olhou com franqueza e viu que realmente Astória estava falando a verdade.

Não seria fácil (nem um pouco) conquistar Drewanne. Mas não seria uma tarefa impossível para um sonserino ambicioso que procurasse alcançar seus objetivos de qualquer modo que fosse.

O artilheiro assentiu e se foi.

Depois de alguns minutos, McGuire saiu do banheiro já trocada.

As duas sonserinas cruzaram os braços já que aquele assunto ainda não havia terminado.

— Tive que os esconder para que ninguém os vissem — Astória começou com a voz recheada de indignação e raiva. — Para que, necessariamente, Alexis não os vissem. E jamais a perdoaria se minha amiga os encontrassem numa cena deplorável e imprópria.

Tudo o que Drewanne tinha que fazer era só escutar, pois sabia que fora a errada nessa história.

Sabia que não era apenas por ser pega dormindo, mas pelo risco que correu de ser pega fazendo algo indecente.

Astória prezava pela moral e boa ética dentro de qualquer ambiente que frequentava e que tinha o controle sobre ele em suas mãos.

Era uma monitora não exemplar, mas autoritária quando se era necessário.

— Esperava isso de qualquer uma das vagabundas das Valentis, mas não de você — revelou. Andou até Drewanne e ficou rente a ela já que as duas tinham a mesma altura. — Quer transar com meio mundo? Ótimo. Quer sair dando por aí? Parabéns — bateu palmas. — Mas aqui — apontou para o chão. — Eu exijo o máximo de zelo possível pois não permitirei maus exemplos para Alexis. Já basta Mazzy e Catherine — o indicador se voltou para McGuire — não quero que ela se contamine com você também.

Drewanne controlou um suspiro cansado. A rebatedora sempre prezou como se Alexis fosse uma irmã mais nova, mesmo a Cheever sendo um ano mais velha e não era agora que pararia de a tratar com tanta devoção assim.

— Foi errado o que fiz — disse depois de minutos em absoluto silêncio. — Garanto que isso jamais se repetirá.

A Greengrass acreditou naquelas palavras no momento que foram pronunciadas. Apesar de iguais na essência e divergentes em muitas outras coisas, acreditavam na palavra uma da outra.

E se McGuire falara que tal coisa nunca mais aconteceria, essa tal coisa realmente jamais aconteceria e ponto final.

Astória descruzou os braços e olhou para as mãos dela para logo desvia a atenção para o lado. Pegou um esmalte preto que estava sobre sua cômoda.

Mostrou a Drew e depois apontou para as unhas da garota sem rancor nenhum guardado já que aquele assunto estava morto e enterrado.

— Quer que eu retoque?

***

Alexis chegou no dormitório quando Astória estava sentada no carpete junto com Drewanne.

Ela não se surpreendeu com a cena já que as duas geralmente pintavam as unhas uma da outra.

— Porque sempre pinta desde jeito? — McGuire falou sobre a mania dela sempre usar preto em todas as unhas e somente um verde escuro no maior de todos.

— Fica mais destacado quando vai mostrar o dedo do meio — explicou dando de ombros enquanto utilizava a mesma mania nas unhas de Drew.

Quando terminou, as unhas das duas estavam iguais.

McGuire levantou o olhar e encarou a loira que recentemente havia chegado, mas não anunciado sua presença.

— Cheever — a cumprimentou.

Astória voltou seus olhos para a melhor amiga que as saudou com um suave "Olá".

As duas continuaram a falar amenidades quando Alexis se sentou junto a elas.

Não demoraram para perceber que a loira estava meio desconfortável com algo.

— Está tudo bem? — Drewanne perguntou franzindo o cenho.

Astória também fazia a mesma pergunta com os olhos.

A pequena assentiu, mas depois negou.

— Hã... Bem... Q-q-que t-tal... — pigarreiou e tomou coragem para dizer: — Que tal nós fazermos um dia de garotas?

Duas bocas pasmas se abriram.

— Um dia... — Astória começou.

— ...de garotas? — Drew finalizou

Alexis assentiu.

— Fazermos unhas, cabelos, maquiagem talvez... — desatou a falar. — Sei de uma técnica ótima para hidratar a pele, além de que é sábado e as Valentis sempre passam a manhã e a noite fora nesse dia e podemos nos arrumar além de ficar falando sobre vários assuntos e... — notou que estava tagarelando e parou para respirar fundo e se acalmar. — O que acham?

Astória estava com o "Não" duro e seco na ponta da língua quando olhou para a garota ao seu lado com os olhos brilhando de desafio.

— O que acha, McGuire? — questionou, de certo modo, divertida com a ideia. — É capaz de aguentar um dia de garotas?

O tom questionador não a fez hesitar.

— Se aguentar o que eu pretendo fazer em seu cabelo, talvez... — murmurou fingidamente indiferente.

A Greengrass não pode deixar isso passar.

— Pois bem — falou. — Que comece o dia das garotas...



Notas Finais


#Nox

*“Somos todos loucos aqui”.

Frase falada por Cheshire:

“Nesta direção”, disse o Gato, girando a pata direita, “mora um Chapeleiro. E nesta direção”, apontando com a pata esquerda, “mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser, ambos são loucos.”
“Mas eu não ando com loucos”, observou  Alice.
“Oh, você não tem como evitar”, disse o Gato, “somos todos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.”
“Como é que sabe que eu sou louca?”, disse Alice.
“Você deve ser”, disse o Gato, “senão não teria vindo pra cá.” (p. 84-85)


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