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História Garota Má - Drastória - Capítulo Setenta e Sete


Escrita por: Samm_Rockman

Notas do Autor


#Lumus

Capítulo 78 - Capítulo Setenta e Sete


Fanfic / Fanfiction Garota Má - Drastória - Capítulo Setenta e Sete


Mãos taparam seus olhos. Um sorriso enorme cresceu no rosto dela.

A sonserina se virou e enrolou seus braços no pescoço dele, o abraçando com força. O cheirou profundamente e levantou a face para beijá-lo.

Quando estava a centímetros de distância daquela boca, percebeu uma coisa:

Malfoy não tinha aquele perfume.

Se afastou imediatamente com os olhos arregalados de surpresa.

— Thomas! — acusou.

O melhor amigo piscou, ainda atordoado esperando aquele beijo que não veio.

Demorou para alguns segundos para retribuir a fala com um "Asty" soado em tom suave, mas meio desanimado.

Ele estreitou os olhos olhando para a companheira de monitoria de modo desconfiado que ainda estava em choque.

— Pensou que eu era outra pessoa? — questionou.

Ela coçou a cabeca enquanto ainda tentava crer no que estava acontecendo.

— Não — negou na hora. — Claro que não. Só... — pigarreiou. — Só estou surpresa pois você desveria estar em repouso.

Ele aceitou aquela desculpa já que ela mentia tão bem que era impossível não acreditar. E os olhos esmeraldas estavam tão cheios de falsa preocupação que era impossível não crer na verdade.

Turner deu de ombros ajeitando os óculos de armações quadradas sobre o nariz.

— Madame Pomfrey me liberou dizendo que eu estou melhor.

Mas é claro que Astória sabia disso pois ela estava parando de o dopar com uma ingrediente destabilizador que transmitia cansaço, sonolência e incapacidade física para algumas coisas.

Os dois ficam em silêncio por algum tempo.

A madrugada caia sobre Hogwarts e tarde demais a sonserina percebe o distintivo de monitor preso a capa negra do amigo.

A boca dela se escancarou.

— Voltou ao cargo? — perguntou com um fiapo de voz.

Ele assentiu olhando para o próprio distintivo que ela apontava onde o "Turner" estava riscado com um Malfoy logo a cima escrito.

Só que agora o Malfoy também estava riscado e outro "Turner" jazia caligrafado logo a cima, ficando ridículo.

Astória soltou um suspiro desanimado e encostou as costas na parede completamente desolada com tal informação.

Thomas se preocupou na hora

— Está tudo bem? — questionou.

Astória assentiu.

— Só... Só estou aliviada por não ter que aguentar mais o Babaca Malfoy — inventou. — Ele não servia para isso. Não sei nem porque Minerva o colocou no seu lugar já que não chega nem a seus pés.

O amigo sorriu por aquele elogiou e pegou na mão dela, acariciando suavemente os dedos da garota que queria para si.

Beijou a palma da sonserina com carinho.

— Ele ficou murmurando e reclamando que era um saco ser monitor por você sempre estar dando ordens e instruções quando me entregou o distintivo.

Aquilo chamou a atenção da Greengrass que imediatamente voltou e fixou seus olhos esmeraldas nos azuis cor do céu do amigo.

— Malfoy sabia que ontem foi o último dia como monitor? — a voz da rebatedora quando fez a pergunta era perigosamente baixa e calma.

Thomas fez um "sim" com a cabeça.

— Minerva o avisou na semana passada.

Os punhos de Astória se fecharam automaticamente ao saber daquela informação.

Na noite e madrugada de ontem eles fizeram a ronda normalmente como sempre faziam quando deviam contribuir como monitores, mas o apanhador não falara nada sobre sair do cargo na noite seguinte.

Absolutamente nada.

Filho de uma pu...

Se segurou para não xingar a Narcisa. Era horrível gostar da família de quem desejava xingar com todas as forças.

Respirou fundo para se acalmar.

Amanhã o mataria.

Não.

Não podia esperar tanto tempo. As esmeraldas brilharam de forma perigosa quando deu seu veredicto mentalmente para as palavra não vazarem por seus lábios:

Hoje mesmo Malfoy sofreria e seria enterrado vivo.

***

Draco estava deitado na cama enquanto olhava pelo vitral aberto da janela onde a lua brilhava imperativa.

Já era madrugada e já tinha tido sua cota de pesadelos diários. Não importava o que fazia sempre era seguidos pelos sonhos ruins da batalha de Hogwarts.

Temeu que jamais ficasse livre deles.

Para passar o tempo, pois não consguiria dormir mesmo, ficou relembrando a última ronda da sua vida.

Claro que sabia que era a última, mas não ousou falar nada com Astória.

Não queria que fosse uma monitoria de "despedida" queria que fosse normal como todas as outras.

Algumas palavras de repreensão que levava, algumas advertências aplicadas, muitos pegas, risadas que conseguia arrancar da Greengrass, vários sorrisos, beijos...

Ah, beijos.

Ele sorriu.

Foi assim que a pegou desprevenida. Chegou navegando os lábios por aquele enlouquecedor pescoço e recebendo uma forte cotovelada nas costelas.

Gemeu e massageou a área atingida.

— Pare de gracinhas, Malfoy — o repreendeu o fuzilando mortalmente com as íris esmeraldas perigosas.

Draco apenas soltou uma sorriso fraco com outro gemido de dor.

Quem a via, não pensava que Astória era forte pra cacete.

Mas a Greengrass sempre se fazia de difícil no começo, mas sempre acabavam aos beijos em algum corredor escondido.

Fizeram os trabalhos normais, patrulhando os corredores com total atenção. Às vezes Malfoy pegava na mão dela e entrelaçavam seus dedos, brincando suavemente com a palma da rebatedora.

A Greengrass não se importava pois sempre estava concentrada em busca de infratores já que era focada e fazia por merecer aquele distintivo.

Era incrível como um simples entrelaçar podia criar um aperto bom dentro de seu peito.

Quando ele a irritava (isso acontecia todas as vezes) o obrigava a patrulhar sozinho por algum tempo. E depois reclamava quando dava várias detenções para cada grifinório que ultrapassava seu caminho sendo que alguns deveriam levar apenas advertências em vez de uma pena mais severa.

Draco achava que não tinha problema nenhum, afinal eram grifinórios.

Revirou os olhos pensando a respeito.

Tinha que fazer da vida deles um inferno. Isso vinha junto com o pacote de sonserino, ao lado da ambição pelo poder.

— Viu Skay? — ela perguntou ofegante já que havia corrido na direção que ele estava.

Malfoy ficou a vendo respirar pesadamente achando aquilo muito excitante.

— Passei por ele a uns dois minutos... — falou ainda concentrando o olhar no peito dela que subia e descia rapidamente.

Se apenas desabotoasse mais alguns botões daria pra ver um pouco mais daqueles deliciosos seios.

Ela esperou que ele continuasse a frase, mas Malfoy não o fez.

— E...? — o incentivou a finalizar.

Draco piscou voltando a olhar nos olhos.

— E o quê?

— Deu uma detenção pra ele? — perguntou impaciente. — Mandou que ele retornasse pro dormitório?

O apanhador piscou mais uma vez.

— Éééé... Não — falou como se fosse óbvio. — É o Skay — disse como se isso explicasse tudo.

Ela o xingou tanto que Draco ficou com seus ouvidos doendo de tantos palavrões.

— Poderia ser até o Ministro da Magia, Malfoy — ralhou rugindo de fúria. — Mas não pode dar preferências para ninguém!

Ele apenas soltou um "Ah" como se não soubesse sendo que tinha plena consciência daquilo.

A Greengrass andou furiosamente atrás do fugitivo para que pudesse capturá-lo, mas foi segurada por uma mão que a agarrou.

Mas nem mesmo o charme de Draco Malfoy foi páriu para aplacar a raiva dela já que levava o trabalho de monitoria muito a sério.

Depois de uma hora conseguiu amolecê-la e foram alguns pegas desvairados que deram no Armário de Vassouras que marcaram a última madrugada sua como monitor.

Suspirou e se ajeitou no colchão que começou a parecer estremamente desconfortável.

Cochilou durante um pequeno período já que não conseguia dormir direto depois dos pesadelos. Seu recorde máximo de um breve sono foi quarenta e sete minutos o que foi um grande resultado já que geralmente só apagava por uns quinze minutos ou menos.

Essa falta de sono fazia uma grande diferença no seu dia.

Nunca demonstrava isso, mas tinha alguns momentos que desabava numa cadeira do Salão Comunal e dormia profundamente.

Ironicamente nunca sentiu falta de sono de dia.

Acordou sobressaltado com batidas na porta.

Os demais garotos se sentaram sobre as camas sonolantemente e nenhum pouco despertos. As batidas na porta continuaram fortes e violentas.

Pareciam que alguém queria arrombar a porta. Rapidamente Zabine, sempre alerta, desceu da cama com a calça do pijama e com o abdômen nu.

Pegou sua varinha debaixo do travesseiro e foi caminhando sorrateiramente até a porta que estava trancada magicamente e quem só tinha acesso a entrada era somente os garotos donos do dormitório.

Então era impossível ser Turner já que ele não estava no quarto e era só apontar a varinha para a maçaneta para que entrasse.

Draco pouco se importou só se remexeu e afundou a cabeça no travesseiro tentando se auto afixiar pois fora acordado do seu cochilo de poucos minutos.

Blásio agarrou a maçaneta e com um apontar de sua varinha para o objeto, a porta de destrancou.

Respirou fundo e abriu a madeira no mesmo milésimo de segundo que sua arma atirou um feitiço estuporante.

A pessoa a sua frente se defendeu com um rápido Protego mudo.

O goleiro soltou o ar que prendia, aliviado por não a ter aceitado.

— Merlin, Astória — exclamou passando a mão pelo rosto e depois pelo cabelo em total desespero. — Quase a machuquei...

A Greengrass revirou os olhos pensando que seu primo era um idiota por cogitar uma hipótese dessa e ainda não notar que ela não havia utilizado varinha alguma para fazer o Protego mudo.

Zabine não sabia o motivo da visita de sua prima, mas com certeza não era uma coisa bo...

De repente a postura de Blásio ficou rígida e seus olhos demonstraram o mais absoluto pânico.

— Aconteceu alguma coisa com Alexis?

A rebatedora abriu a boca, ligeiramente ofendida.

— Claro que não — cuspiu indignada por sequer ele pensar aquilo. E agora, irritada e zangada, o empurrou. — Me deixe passar, Zabine.

Draco ainda tentava se suicidar e por isso não ouvira quem estava na porta conversando com o capitão do time da Sonserina.

Só foi alarmado pelo grito:

— MALFOY! — a voz da garota penetrou alto em seus ouvidos. — ACORDE, SEU CRÁPULA REPUGNANTE!

Ele gemeu ouvindo David Morris berrar diversos palavrões e Theodore correr para o banheiro já que estava nu.

Se afundou mais no colchão querendo morrer.

A louca arrancou seu lençol.

Foi aí que Astória Greengrass descobriu que a bunda de Draco Malfoy era branca e totalmente malhadinha.

O palavrão que ele soltou não foi um dos melhores.

— P܆@ QUE PARIU, ASTÓRIA! — berrou ignorando o fato de que não a devia chamar pelo sobrenome na presença de terceiros.

Ele pegou o travesseiro para tapar suas partes querendo agarrá-la pelo pescoço.

Um homem não podia mais dormir nu em sua própria cama?

A Greengrass piscou ainda alarmada com a visão que viu da bunda do apanhador. Recuperou sua postura firme e suspirou.

— Seu miserável medíocre — o xingou com ódio nos olhos e raiva na voz. — Como consegue ser tão babaca, Malfoy? Um completo idiota que agora vai me escutar porq...

— NÃO — ele a cortou de maneira firme soltando fogo pelos olhos. Arrancou bruscamente das mãos dela o lençol que ela havia puxado e o enrolou na cintura. — Você é que vai me ouvir, Greengrass — apontou o indicador para a cara dela. — Você vem aqui como uma maluca, invade meu dormitório, acorda a todo mundo com seus gritos histéricos e como uma louca puxa meu cobertor — aproximou-se um passo de forma perigosa. — Não tem direito de falar uma palavra em sua defesa.

A sonserina não recuou somente estreitou os olhos se perguntando se realmente teve coragem de falar com ela naquele tom.

Pelo visto Malfoy era mais burro e suicida do que pensava.

Astória se aproximou com as esmeraldas tão possuídas de ódio, tão compactas de raiva que Malfoy recuou, Zabine que estava de pé e distante dos dois também, Morris deitado na cama se encolheu, e Theo que desesperadamente tentava colocar uma calça que não era sua, caiu de cara no chão.

— Se troque — a voz dela soou como um sussurro em meio ao silêncio. — E me encontre em dois minutos no final do corredor — se aproximou e ficou na ponta dos pés para murmurar em seu ouvido: — Prepare-se para seu enterro, Malfoy.

O olhou de uma forma tão miserável que Draco percebeu que realmente estava morto.

A porta foi batida com força com a saída da garota.

Malfoy ficou apenas cinco segundos, apenas cinco, pensando que não imaginou seu fim assim.

Pegou uma calça e nem de importou de por uma cueca. Colocou a camisa social as pressas e sequer abotoou os botões.

— Onde você vai? — Blásio perguntou quando o apanhador passou por ele.

Nott murmurou um "Ela sempre aparece quando eu estou nu" de modo ressentido.

— Não ouviu sua prima? — falou enquanto ajeitava a gola de sua camisa e abria a porta. — Tenho dois minutos para chegar no corredor...

***

Ela estava parada de braços cruzados e se recusava a olhá-lo. O pior de tudo era não poder ver como o rosto de Astória estava e nem perceber se os olhos estavam feridos, raivosos ou recheados de ódio.

Ele apostou nas três opções.

— Porque não me avisou que ontem seria seu último dia como monitor?

A boca do apanhador se abriu. Como ela soube que...? Os punhos dele se fecharam.

Maldito Turner.

— Porque não me contou? — a sonserina repetiu mais uma vez a pergunta depois de um minuto inteiro de silêncio.

O sonserino não conseguia identificar nada na voz, era somente um som vazio.

Draco engoliu um seco antes de responder:

— Eu não queria que você soubesse...

Ela soltou um exclamação de escárnio como se não acreditasse em tal desculpa repugnante.

— E eu não queria ter quase beijado Thomas — rebateu com certo humor negro no ar.

Draco parecia que tinha levado um soco no estômago. Deu um longo para trás com a face em completo horror.

— O que disse? — perguntou implorando para ter ouvido errado.

Ela se negou a repetir.

— Nada — rebateu encerrando esse assunto.

— Como nada, Astória? — questionou indignado. — Não pode me dizer algo assim e depois não falar mais nisso — a olhou com os olhos cinzentos feridos. — Você beijou Thomas?

Ela girou os olhos.

A Greengrass estava zangada demais para negar.

— O que importa é que deveria ter me contado — o repreendeu ainda em tom amargo. Levantou a face para encará-lo firmemente. — E que se falar comigo mais uma vez naquele tom — ameaçou o fazendo se arrepiar com a periculosidade na voz —, jamais encostará um dedo em mim novamente.

Tudo o que Malfoy ouve em seguida é os saltos de Astória estalarem contra o chão.

***

Os dois estavam brigados.

O que não era uma novidade, mas meio incomum já que fazia tempo que aquilo não acontecia.

Ele andava com Zabine ao lado pelos corredores caminhando para a aula de feitiços.

O goleiro estranhamente não tinha perguntado sobre o que discutira com sua prima na noite de ontem. Só acompanhava o ritmo furioso que seu companheiro de time caminhava.

Quando viraram uma curva, sentiu uma pessoa bater em seu corpo. Zabine continuou normalmente o seu caminho, não percebendo a parada brusca que o apanhador recebeu.

A garota o agarrou fortemente pela cintura para não cair. Draco tremeu com aquilo.

Não tremeu por ela o estar agarrando, mas porque sentia os seios da loira roçar em seu peito.

Merlin. Ela não estava usando sutiã.

A grifinória não o largou.

— Está apreciando a sensação, Malfoy? — a voz sedutora de Brigid Wonderly soou ao pé de seu ouvido.

O apanhador se arrepiou todinho enquanto Astória tremia vendo aquela cena.

Estava olhando a algum tempo e com ódio transbordando das esmeraldas verdes perigosas que agora queria arrancar a cabeça dos dois.

Aquela loira idiota que tinha o cabelo cortado em um corte channel estava quase o comendo com os olhos enquanto a mão dela vagava para outros lugares que envolviam a calça de Malfoy.

Quando Draco iria a empurrar, alguém o fez.

Astória os separou, levando Brigid a bater as costas na parede levando Draco a fazer o mesmo na outra.

Ele gemeu com dor.

— Saíam do caminho — a sonserina rosnou sem os olhar e continuando a marchar para frente.

Wonderly não entendeu o motivo daquilo. Não estavam tapando a passagem do corredor.

Mas Draco sabia muito bem porque a Greengrass os separou com brutalidade.

Não se deixou abalar.

Mas estava pouco se ferrando para o que ela estava pensando. Se afastou de Brigid que tentou novamente o atacar, mas desviou sentindo seu peito de encher de fúria e raiva.

Não quis saber de ir pra nenhuma aula naquele dia.

***

Drewanne estava paralisada.

Não conseguia sequer desviar o olhar da imagem a sua frente. Não respirava mais, só...

Não sabia nem explicar como se sentia.

Astória virou uma curva e parou abruptamente quando viu a colega de quarto. Seguiu o olhar arregalado dela e também sua respiração estancou.

Mas a Greengrass não ficou paralisada como McGuire. Ficou com raiva. Muita raiva.

Ah, aquela vagabunda da Wonderly de novo.

A loira de channel estava com Thomas encurralado na parede. Ela o tocava com muita intimidade até direcionar a mão dele para o próprio seio que não estava coberto por nada que não fosse somente a camisa social.

Ele não sabia muito o que fazer. Só tinha o rosto corado e gaguejava algo querendo desesperadamente sair daquela situação constrangedora.

A vadia grifinória somente começou a beijar o pescoço dele com fome enquanto direcionava a mão para dentro da calça do sonserino, fazendo movimentos quando envolveu alguma coisa com os dedos.

Mas a vagabunda não tinha escrúpulos.

Astória marchou determinada para lá e arrancou a corajosa de seu amigo, que pareceu aliviado ao se sentir livre.

A jogou contra a parede.

— Vadia — falou acertando um tapa certeiro no rosto dela.

A pegou pelos cabelos curtos e loiros e a arrastou por uma curva enquanto ela gritava de dor.

A jogou novamente contra outra parede.

— Seduza os seus machos, Wonderly — ordenou com os olhos ameaçadores. — E deixe Thomas em paz — aproximou seu rosto do dela e sussurrou só pra ela ouvir: — Se atacar ele novamente e ainda mais na frente de Drewanne se entenderá comigo.

Dito as últimas palavras a puxou e a jogou no chão com força.

Quando virou as costas, Brigid percebeu a multidão que viu a cena a encarando. Rugindo de raiva e vergonha se levantou e correu para a garota que a havia humilhado.

Antes de puxar os fios longos de Astória com as mechas verdes, a sonserina se virou e a agarrou forte o pulso da grifinória que trincava os dentes de raiva.

As esmeraldas verdes se tornaram ferozes.

— Não. Toque. Nos. Meus. Cabelos — destacou cravando as unhas na pele dela.

Sem mais nenhuma palavra apontou a varinha para a barriga da artilheira e a estuporou.

Saiu virando as costas e seguindo direto para Drewanne enquanto todos a olhavam com espanto e admiração.

***

Ela pegou um livro qualquer e começou a folheá-lo. Não estava muito certa sobre o quê desejaria ler.

Suspirou.

Minerva a havia afastado por uma semana de seu cargo como monitora depois do "incidente" com Brigid.

E ela não poderia jogar por três jogos.

Seu primo ficaria furioso quando soubesse, mas isso a deixou um pouco mais feliz já que veria Blásio se contorcendo de raiva.

O desprezava tanto.

Revirou os olhos e tentou se concentrar num livro de capa verde bonita. Leu a primeira frase de um capítulo qualquer:

“O condimento de ingredientes sobre a variada fontes de objetos armazenadores de calor é proporcional ao...”

Jogou o livro para longe, não se importando em ser repreendida pela bibliotecária.

Poções.

Bufou com escárnio. A coisa mais idiota de se aprender e compreender.

Ainda era aceitável na matéria mesmo com as aulas que Malfoy lhe dava. Mas sempre decaía terrivelmente nas provas e atividades quando estava brigada com Draco.

Não sabia porque. Somente acontecia.

Talvez não tivesse paciência naquele tema idiota que era obrigatório ser aprendido.

— Greengrass — um voz a chamou.

Ela o ignorou.

Draco não fez menção de chamá-la de novo só se encostou na estante se livros no corredor em que estavam.

— Pelo visto não é só de mim que tem que afastar as vadias... — a voz era amarga e ressentida. — Já que compartilha dessa mesma atitude com seu amiguinho...

Ela sequer lhe deu atenção. Só respondeu minimamente para encerrar aquele assunto:

— Não sei do que está falando.

O apanhador trincou os dentes.

— Claro que sabe — rebateu. — Pare de se fazer de desentendida...

Ela lhe deu as costas, pronto pra sair da presença de quem não a agradava.

Malfoy a pegou pelo braço.

Astória o encarou e viu insegurança nas íris cinzentas que apesar de frias, deixavam escapar esse sentimento.

— Vi quando deu um tapa, ameaçou e estuporou Wonderly — informou. — Vi quando defendeu aquele maldito Turner — o amaldiçoou em pensamento antes de continuar: — Então não é só de mim que sente ciúmes, não é?

Ela se soltou bruscamente da mão dele.

— Seu amiguinho desprezível, seu Thomas, seu Tom — acusou — Também faz parte das pessoas que gosta, não é? — questionou mais uma vez.

Astória não estava acreditando no que seus ouvidos estavam ouvindo.

— Você é desprezível — falou a única coisa de que estava absolutamente certa naquele momento.

Então a sonserina pensou em lhe dar as costas, mas não o fez.

— Não devia ter escondido que era sua última noite como monitor — murmurou. — Agarrei Thomas e quase o beijei pensando ser você — acusou sem dó algum. — Não devia ter falado naquele tom comigo quando invadi seu dormitório, não devia ter ficado um segundo a mais grudado com a maldita Wonderly — o cutucou no peito. Agora a raiva a consumia. — E não devia ter dito nem dirigido essas palavras para mim, Malfoy — estreitou os olhos. — Não enquanto preza pela vida.

Se manteve com o olhar colado ao dele até o apanhador fazer uma coisa que ela jamais sonharia:

Draco riu.

Riu escarnecentemente e com tanto deboche que ela recuou para não agarrá-lo pelo pescoço e enforcá-lo com as próprias mãos.

Maldito.

— Então é assim? — perguntou a ninguém em especial. — Você me ameaça e eu fico me tremendo como um trouxa assustado? Ficou sem reação? — sugeriu cinicamente. — Ou me ajoelho e peço seu misericordioso perdão?

Astória piscou.

— Desculpe se não te contei sobre o término do meu cargo, desculpe por aquele tom grosseiro, por ter ficado colado a tempo demais com a garota que me atacou, desculpe pelas palavras que lhe dirigi — pediu. — Está feliz agora?

Ela apenas o olhou dos pés a cabeça com desprezo.

Bufou, virou as costas e parou abruptamente quando ouviu:

— Você gosta dele.

Por um momento pensou que fosse outra pessoa falando a respeito dela e de Malfoy, mas depois se virou e só viu Draco parado com a expressão que não dava para ser lida.

Não reconhecera nem a voz dele. Havia soado em um tom tão diferente que não conseguia identificar os sentimentos impostos.

Raiva? Ódio? Desesperança? Indignação? Medo? Talvez um pouco de cada.

— Você gosta de Thomas.

Ela o olhou como se aquilo fosse óbvio.

— Gosta dele e ele gosta de você — falou. Bateu aos mãos na lateral do corpo. — Será que não percebe ou não quer enxergar que seu "amiguinho" é doido por você? Será que se faz de cega com tudo isso? — questionou realmente querendo saber. — Não há nada no mundo que impeça vocês de ficarem juntos — continuou a olhando com a face vazia e desprovida de emoções. — Porque não para de machucar os outros e vai ser feliz?

Um eterno silêncio pairou entre eles. A última frase ainda pesava entre os dois.

— Você gosta de Turner — ele repetiu mais uma vez não querendo acreditar.

— Claro que gosto — rebateu.

O mundo do sonserino desmoronou ao ouvir ela confessar com a própria boca.

— Gosto como meu melhor amigo — a rebatedora completou.

O mundo de Draco novamente se reergueu, mas não completamente. Ainda restou aquela dúvida que lentamente o mataria por dentro se não esclarecesse como da vez da sonserina misteriosa.

Se aproximou até ficar rente a ela, mas não a tocando.

— Então porque defendeu-o com tanto afinco e sentiu tando ódio por Wonderly? — perguntou. — Porque sentiu raiva quando outra garota o tocou?

Ela não sentiu raiva por causa disso, mas sim por causa de Drewanne.

A idiota da Brigid era uma das inúmeras garotas que queria Thomas para si. Apesar de ter assediado Malfoy, ela só o fez porque esbarrou nele e porque não perde a oportunidade de se esfregar em qualquer um que seja.

Mas ela queria Thomas, assim como Drewanne queria.

Nenhuma das duas poderia tê-lo, porque mesmo sem querer, ele já dava indícios que seria só de Astória.

Mas se pudesse escolher, preferia mil vezes McGuire do que Wonderly.

Não queria mal algum a sua colega de quarto. Por isso afastara a grifinória de seu melhor amigo.

Mas aquele segredo não era dela. Ninguém além da rebatedora e de Benedict sabia dessa paixão secreta que Drew tinha por Tom.

E não era Astória Greengrass que revelaria alguma coisa que não desrespeitava a sua pessoa.

— Vamos, Tori — ele pediu. — Só me fale porque sentiu ciúmes de Thomas que podemos ficar bem novamente... Só quero saber — sussurrou a abraçando com força. — Mais nada.

Ela respirou fundo.

— Não posso te contar, Malfoy — rebateu. — Isso não é da sua conta.

Ele fechou os olhos e, relutante, a largou.

— Precisa acreditar na minha palavra — a rebatedora continuou. — Precisa entender q...

— Mas não consigo — a cortou falando. — Não consigo, Astória — repetiu pouco se importando para o que ela sentiria com aquela revelação. — Não consigo acreditar em você, não sei se é porque mente e atua tão bem, que esconde coisas tão determinadamente de mim ou não as quer revelar porque não confia em minha pessoa e ainda pede para que eu faça isso com você  — acusou. — Quer que eu confie enquanto não faz o mesmo.

Ela se sentiu ligeiramente atacada por aquelas palavras, mas jamais confessaria uma coisa daquelas.

Malfoy suspirou quando a rebatedora acionou seu modo de defesa quando era ameaçada.

— Quem é você, Malfoy, para falar de mim? — perguntou com desprezo e ódio por ele. — Não sei nem porque falei para confiar em minha palavra. Não temos nada — jogou isso na cara do apanhador mais uma vez. — Não temos um compromisso, um relacionamento ou sequer fidelidade envolvida entre nós. Não tem direito de exigir explicações e eu não tenho obrigação de as dar — apontou o indicador firmemente para ele. — E pare de ser tão iludido ao ponto de convencer que eu sou su...

— Você é minha — interrompeu de maneira determinante antes dela terminar a frase. — É, e não há nada que prove o contrário.

A garota abriu um sorriso insolente e dramatizou:

— Quando chegou a esse conhecimento? Hein? Quando me beijou desesperadamente na Torre de Astronômia, aliviado por eu não ser a sonserina misteriosa de Benedict? Chegou a essa conclusão quando percebeu que a minha palavra tinha sido verdadeira quando jurei — o relembrou tremendo de ódio — a você que não tinha absolutamente nada com Sacage?

Ele se calou.

— Como você é lerdo, Malfoy — continuou o achando débil. — Lerdo e completamente iludido ao meu respeito — o olhou firmemente. — Jamais gostaria de você, jamais sentiria algum sentimento ou pelo menos uma mera afeição por sua pessoa... — riu com escárnio. — Sente ciúmes de Thomas porque por ele sim, eu sinto algo. Mesmo que seja uma sincera amizade ele tem algo que você não conseguiria nunca que é criar algum tipo de laço comigo — se aproximou um passo, se pôs nas pontas dos pés e o encarou face a face com um sorriso feliz nos lábios. — Não chega aos pés de Thomas, Malfoy — soprou seu hálito na boca dele de maneira provocativa e sarcástica. — Se conforme com isso ou morra tentando.

Dito, se afastou bruscamente da presença dele.

***

Ela chegou irada no dormitório querendo destruir tudo. Mas se manteve parada quando bateu a porta de madeira maciça do cômodo.

Ficou tremendo inteiramente de ódio.

Ele não confiava nela. Draco Malfoy não acreditava em suas palavras.

Maldito. Maldito seja por toda a sua desgraçada vida medíocre e miserável.

Levantou os olhos abaixados e contemplou a pessoa que não havia notado.

Drewanne estava sentada na própria cama e apontou para uma parte do quarto que estava quase toda dizimada.

— O que sobrou das coisas da Valenti estão ali — informou mordendo um pedaço de bolo que estava comendo. — Não quebrei tudo pensando que gostaria de ter um pouco para jogar contra o chão ou contra a parede.

Ela agradeceu a colega de quarto com um aceno de cabeça.

Depois pegou os perfumes caros, maquiagens, jóias e outros tipos de acessórios importados diretamente da Itália que foram brutalmente quebrados, jogados e bombardeados com a varinha.

Depois de terminar ofegante com tudo, se sentou cansada sobre a cama de Drewanne, mas com os pés ainda apoiados no chão.

Notou que no colchão estava pousado um enorme bolo redondo de chocolate.

— Quer? — ela ofereceu.

Astória fez uma careta. Drewanne apenas revirou os olhos e pegou um livro de capa cor vinho que estava no canto da cama.

— Aqui nesse livro diz que as garotas trouxas comem bastante chocolate quando estão estressadas, na TPM, com problemas com garotos e na... — parou quando descobriu que esqueceu a palavra. Consultou novamente o livro para se lembrar. — Bad — ela completou depois de ler o parágrafo procurando as três letras. — Ou qualquer coisa que isso signifique...

Astória piscou quando McGuire apenas franziu o cenho.

— Elas comem chocolate quando estão na bad? — questionou.

A colega de quarto assentiu mordendo mais um pedaço.

— Geralmente é sorvete, bombons, mas bolo também serve — McGuire acrescentou.

A Greengrass continuou com a careta no rosto.

— Isso é inútil.

Drew arregalou os olhos.

— Ah, sim — concordou veementemente com a boca cheia de bolo. — Completamente inútil — assegurou enviando mais um pedaço na boca.

Astória continou desconfiada, mas mesmo assim cortou um pequeno pedaço magicamente com a sua varinha e deu uma pequena mordida no doce.

Gemeu de prazer.

— Porra — ela exclamou.

McGuire assentiu concordando com o palavrão que resumia tudo.

O bolo tinha a massa úmida e deliciosa, além de ser completamente recheado por dentro de uma forma impecável e quase divina.

— Não foi em Hogwarts que foi feito esse bolo — afirmou já que jamais havia experimentado nada igual.

— Meu pai me mandou e ele chegou a alguns minutos atrás — revelou. — Sabia que não conseguia nem acreditar que garotas trouxas não podiam descontar a raiva estuporando alguém, mas depois que experimentei isso, divergi totalmente de opinião.

Astória parou de comer na hora.

— Esse bolo é trouxa?

Drewanne assentiu de maneira séria.

— Feito, confeccionado e vendido em uma loja trouxa da Rússia.

A Greengrass imediatamente cortou outro pedaço enorme e deu uma grande mordida.

Revirou os olhos com o sabor e ainda mais pela origem do que comia.

As duas ficaram comendo, em silêncio, até McGuire pegar o livro novamente e o olhar.

— Hã... — leu rapidamente algumas informações que não lhe interessavam até parar no que encaixava na ocasião. — “As garotas não-bruxas contam seus problemas, despejam seus sentimentos e choram ao lado de suas amigas que as consolam enquanto comem compulsivamente” — leu.

Astória e ela se olharam.

— Eu não vou chorar — as duas falaram em uníssono para deixar bem claro para a outra.

Se olharam ameaçadoramente e depois voltaram a se comer.

A comer, quer dizer.

O bolo estava quase pela metade quando Astória resolveu se manifestar:

— Se hipoteticamente você estivesse em maus lençóis com uma pessoa por causa do segredo de outra... — murmurou, não encarando McGuire nos olhos. — O que faria?

Ela estreitou os olhos cor terra, entendendo a situação.

— Eu não seria desleal com a pessoa dona do segredo — falou duramente. — Se ela o que quer que fosse não quisesse revelado, com certeza ninguém saberia por minha boca.

Astória também entendeu a resposta. A rebatedora pedira permissão para Drewanne contar sobre o que sentia por Turner para alguém que não sabia quem era e ela tinha negado.

Não sabia o porque da Greengrass ter criado algum problema com o fato do que sentia pelo amigo dela.

A rebatedora suspirou e deitou suas costas sobre o colchão enquanto os pés permaneciam no chão. Seria muito mais fácil se contasse para Malfoy que só separou Thomas de Wonderly por causa de McGuire.

Tudo ficaria bem novamente e no mesmo instante se aquilo fosse explicado.

Mas eles teriam que arranjar outra forma de se reconciliar.

— Por falar nisso — Drew a trouxe de volta a realidade —, queria agradecer pelo que fez essa manhã...

Astória deu de ombros e a olhou, virando a cabeça para focar no rosto dela.

— Acho que — McGuire continuou pigarreiando — eu posso resolver o seu problema só preciso... — respirou fundo e se deitou ao lado de Astória, encolhendo os pés. — De algum tempo pra criar coragem.

O cenho da Greengrass se franziu, mas ela assentiu de todo modo. Não precisava de explicações. Confiava plenamente em Drew.

Ficaram lá e depois de um tempo, repararam as coisas das Valentis.

***

O treino estava quase começando quando a Greengrass e Malfoy recomeçaram a discutir.

Fora um comentário mordaz da rebatedora referente a ela ser a melhor apanhadora do time devido o tempo que Malfoy ficou fora da equipe.

E isso bastou para outra guerra se criar entre os dois.

Eles estavam a flor da pele, querendo trucidar um ao outro.

O capitão não sabia o motivo daquilo pois desde o vestiário estavam agindo assim. Provocando-se com indiretinhas, respostas afiadas e atravessadas.

Todos já perderam as contas de quantas vezes ouviram um "O que está querendo insuar com isso, Malfoy/Greengrass" seguido de um arquear de sobrancelhas que gritava um "Se a carapuça serviu".

Os ouvidos dos sonserinos estavam fartos.

— CHEGAAAA! — Blásio tentou colocar alguma ordem naquela bagunça. Apontou para a rebatedora e para o apanhador. — CALEM SUAS MALDITAS BOCAS AGORA!

Eles apenas arquearam as duas sombrancelhas com arrogância.

— Não quero ouvir mais nenhum piu de vocês! — avisou ameaçadoramente.

Se virou de costas para pegar sua vassoura sobre o gramado e tremeu de ódio quando sua prima murmurou um "Piu".

Ele se voltou para Astória que sorria debochadamente.

— Não estou de brincadeira — falou severamente pela atitude infantil.

A sonserina apenas deu de ombros e jogou o cabelo sobre o ar, ficando destacado as mechas verdes que tinha pintado novamente para dar um tom mais vivo que o original.

Malfoy rugiu alguma coisa.

A Greengrass ainda não havia contado a Blásio que não poderia participar do próximo jogo e nem dos outros dois seguintes, formando três no total, já que fora castigada por McGonagall.

Esperava eles treinarem a semana toda para alguns minutos antes da partida informar ao capitão que não poderia participar e teria que chamar Porghateo as pressas se não quisessem perder por W.O.

Esperava ansiosamente por esse dia. Com certeza enfureceria Blásio ao seu limite.

— Vamos começar o treino — ordenou o capitão. — E nada de...

Skay pigarreiou. Zabine já ia o xingar por o interromper quando viu Theo apontar para trás do goleiro.

O sorriso bobo foi incontrolável após ver Alexis.

— Se aqueçam — ordenou enquanto caminhava para a namorada que estava no final do campo.

Ele sentiu seu peito encher de felicidade quando a abraçou e a girou em seus braços como se a muito tempo não tivessem se visto quando na verdade se falaram no café da manhã e no almoço alem de que fizeram duplas em todas as aulas.

Ela gargalhou suavemente no ouvido do goleiro e suspirou quando a apertou contra deu corpo.

Astória olhavam enojada para os dois, mas logo Malfoy soltou um "Odeio pessoas que não suportam a felicidade dos outros" e eles voltaram novamente a discutir e a brigar.

Alexis olhou preocupada para os dois. Blásio percebendo para onde sua pequena direcionava a atenção, a acalmou:

— Eles estão bem — assegurou. — Brigaram o dia todo assim...

Sua namorada soltou um muxuxo.

Blásio notou que ela estava de tranças e adoraria soltar aquele divino cabelo loiro, mas só o fazia quando estavam sozinhos.

— Ainda quer que os dois fiquem juntos? — perguntou.

A pequena sonserina pousou a cabeça no ombro dele e forçou um sorriso.

— Eles combinam — falou simplesmente. — Acho que Astória precisa de Malfoy e vice versa...

Zabine tentou, se esforçou para tentar ver algum traço afeto entre eles mas não conseguiu enquanto os dois odiosamente se xingavam com os mais variados nomes e palavrões.

— Sinceramente, Lexis, não sei se está muito certa sobre isso — comentou.

— Ah, mas eu estou — garantiu. — O retrato de Dumble... — parou de falar e pigarreiou. — Tenho um palpite muito forte sobre os dois, Blás.

Ele sorriu. Adorava quando a chamava assim.

A beijou profundamente.

Alexis suspirou e abriu os lábios imediatamente para que ele a explorasse com a língua.

O capitão enterrou mais os dedos na fina cintura da loira, a colando ao seu corpo de maneira irresistível.

Ela enrolou os braços no pescoço dele e retribuiu o beijo, fazendo a língua dos dois se encontrarem e lutarem para se saborear.

Blásio sorriu internamente. Ela não tinha mais receio de o beijar.

Tudo o que ele mais queria naquele momento era mais fôlego para continuar a beijando, mas logo tiveram que parar para respirar e logo tiveram que retomar o ato.

Ela se sentiu tremer quando a mão de Zabine desceu para suas costas e...

Os dois ainda discutiam ferreamente. Os outros sonserinos estavam com os ouvidos doendo pelos gritos da rebatedora e do apanhador.

Mas logo a atenção voltou para Skay que encarava algo com atenção.

O loiro com as íris verdes brilhantes de malícia estreitou os olhos de modo desconfiado.

— Aquela mão...? — tentou entender. — Aquela mão na bun...? — parou apenas para arregalar os olhos.

Todos voltaram a atenção para aquela direção.

O capitão realmente estava beijando a namorada loucamente enquanto tinha a mão na bunda da loira, onde apertava levemente a nádega dela empurrando-a mais contra seu corpo. Ela meio que gemia e ria contra os lábios do namorado.

Draco foi o único que murmurou um palavrão.

Até Zabine chegara na bunda da namorada com sua mão boba enquanto nem isso ele poderia fazer com Astória.

Porquê, Merlin?, perguntava olhando para o céu. Porquê?

Por que fora cometido de tamanho azar?

— ALEXIS! — o grito da Greengrass foi tão alto que foi ouvido até a sala da diretora que ficava no castelo.

Alguns pássaros que estavam nas árvores dos jardins, voaram para longe assustados.

O casal finalmente se separa.

A pequena loira corou inteiramente dos pés a cabeça, completamente envergonhada com aquela situação. Astória estava tão raivosa como nunca antes.

Marchou até a amiga, a pegou pela mão e a fez sentar sobre a arquibancada e ouvir um grande e demorado sermão.

Quando terminou a Cheever estava totalmente mortificada, sentada na platéia, com a postura ereta e a cabeça baixa.

Mas Astória não parou por aí.

Puxou Blásio pela roupa e falou duras palavras para o goleiro que permaneceu quieto e também com a face abaixada, não querendo encará-la nos olhos.

Os garotos do time não ouviram uma palavra sequer do que a rebatedora disse pois os dois primos estavam distantes demais, mas viram que o capitão voltou desconcertado e sem jeito para perto deles.

— Vamos treinar — ordenou pegando a vassoura com o braço tapando a cara torcendo para que nenhum deles visse o rubor em sua face.

***

Ela estava com os braços cruzados sobre o peito enquanto batia o pé no chão impaciente. Malfoy observava as costas dela já que parou um momento para a contemplar.

Astória tinha repintado as mechas que estavam se apagando só para o irritar já que ele falara que não havia gostado.

Suspirou.

Mas daria tudo pra tirar aquela duvida que tinha dentro de si que a Greengrass gostava de Turner. Preferia mil vezes que nunca tivessem se conhecido e se envolvido do que descobrir se verdadeiramente Astória via Thomas como muito mais do que um amigo.

No seu bolso, o ponteiro relógio deu meia volta indicando a mentira.

Ele pensou também sobre o que ela dissera. Não estava magoado com as palavras que a rebatedora utilizou, pois sabia que ela tinha mania de fazer isso para se auto preservar. Tinha a mania de jogar na cara que não tinham nada para que aquilo servisse de proteção.

Ser um cúpula para que nada a atingisse ou a machucasse.

Ou até mesmo se tratar de um aviso para si mesma. Para se lembrar que não havia coisa alguma entre os dois para que não se esquecer e não se apegasse.

Repirou fundo e tentou esquecer tudo antes de entrar na sala vazia de aula que não estava ocupada no momento.

— O que quer, Greengrass? — perguntou irritado. — Porque me chamou?

A rebatedora o olhou com raiva. Extrema raiva.

O apanhador se perguntou o que fizera agora para a deixar furiosa.

— McGonagall estava olhando as advertências quando me devolveu algumas e falou que talvez eu as apreciasse.

Ele abriu os braços, não entendendo nada.

— E o que eu tenho a ver com isso? — indagou. — Não sou mais monitor...

Ela o ignorou.

— Minerva nunca devolveu uma advertência minha porque eu sempre as deixava claras e destinadas aos respectivos donos que infringiam as regras... — tremeu de ódio enquanto falou. — Então eu acho que isso é seu.

Jogou no peito dele o que pareceu dezenas de folhas do bloco de advertências.

Ele ficou intrigado, mas depois pegou um punhado de algumas e começou a lê-las.

Mas nem devia se dar ao trabalho, pois a Greengrass ainda possuía algumas nas mãos e fez questão de falá-las em voz alta.

— Infração: Por ter os olhos mais esmeraldas do mundo, duas semanas se pegando comigo no Armário de Vassouras. Infratora: Astória Greengrass... — pegou outra e continuou: — Infração: Pelos melhores beijos, mais beijos a ser dados. Infratora: Astória Greengrass. Infração: pelos melhores gemidos expressados com o meu nome, mas gemidos a serem dados quando eu...

— Por favor — ele implorou estendendo a mão —, pare.

Ela apenas arqueiou a sobrancelha com arrogância. Malfoy estava quase corado, quase ao ponto de virar um pimentão.

— Esse foi muito indecente — confessou.

Astória leu o restante do escrito na mente e sua boca se escancarou.

— Realmente é muito indecente, Malfoy — exclamou com raiva. — Como pôde dar isso para McGonagall ler? — questionou indignada. — Pois além de ser uma coisa ridícula e infantil, é totalmente escandalosa!

Ele deu de ombros, ainda sem graça.

— Não sabia que ela iria ler — informou. — Pensei que você faria isso...

Astória tremia de raiva e ódio. Não falo mais nada, apenas lhe deu as costas.

***

Os garotos do time resolveram ir pra biblioteca estudarem juntos. Skay, Jace e Benedict estavam mais atrás que Malfoy, Zabine e Nott.

Petterson&Brousnton junto com Sacage faziam graças e zoavam uns aos outros, os outros três que abriram o caminho não estavam com muito humor para brincadeiras já que os N.I.E.M.s estavam chegando.

Malfoy era o único que não estava preocupado, pois era ótimo em todas as matérias, mas não se podia dizer o mesmo de seus companheiros de time.

Estavam de frente as portas fechadas da biblioteca quando Zabine acenou para o amigo conhecido. Malfoy acompanhou o olhar do goleiro enquanto erguia as mãos para as duas maçanetas já que as portas eram duplas.

As agarrou e sentiu uma textura diferente...

Os objetos que deveriam ser de metal estavam macios e... deliciosos.

Quando estava prester a ver o que acontecia, observou Blásio que estava em choque e com a boca escancarada além dos outros garotos do time que pareciam ter sido petrificados.

Não entendeu quando viu também Alexis, do outro lado, parada na mesma expressão que os demais junto com um Thomas horrorizado.

Durante o tempo que ficou se perguntando o que diabos havia acontecido com todos ao seu redor, não notou que seus dedos ainda acariciavam as maçanetas macias.

Arregalou os olhos e encancarou a boca que emitiu um ruído de pavor quando descobriu onde tocava.

Os seios de Astória Greengrass eram realmente deliciosos.

Draco tentou tirar a mão de lá, mas não conseguia. Parecia que elas estavam pressas no peito da Greengrass que tinha a face mais odiosa possível voltada a ele.

Tentou mais uma vez mas não conseguiu nenhum resultado. Estava em pânico tentando se livrar de seus dedos traiçoeiros que continuavam a acariciar aquela parte do corpo dela enquanto aproveitava o máximo que podia, mas ainda lutando para conseguir se soltar.

Mas só teve sucesso quando um tapa extremamente forte em sua cara o fez girar 360° graus completo.

Ficou parado, estático, por um minuto inteiro sem saber o que fazer.

Sua bochecha ardiam com a marca da mão de Astória.

Ela furiosamente saiu da presença de todos para logo ser seguida pela amiga e pelo amigo.

Um eterno momento sem sons se instalou por todo o corredor.

Skay o quebrou rindo descontroladamente.

***

Ele teve que tomar vários banhos frios. Vários.

Não conseguia para de sentir as sensações do seios delas em suas mãos. Não conseguia pensar em qualquer outra coisa que não fosse aquilo.

Ficou excitadíssimo e teve que se contentar com água fria e gelada para aliviar o calor infernal de seu corpo.

Merlin.

Gemeu só de lembrar.

Já era noite e ainda não estava aliviado por completo. Teria que tomar outra ducha para acalmar seus nervos mas mesmo assim não pensava que dormiria com tranquiladade depois daquilo.

Tentou se deitar, mas se revirou várias vezes na cama.

Ainda não eram nem dez horas.

Batidas da porta não o desagonizaram, mas ajudaram a se distrair.

Abriu a porta e por um momento pensou que fosse a Greengrass, mas apesar da falta de iluminação do quarto as luzes do corredor jaziam acesas.

Ela nem esperou um convite, só adentrou no recinto.

— McGuire — a cumprimentou.

Ela murmurou um "Malfoy" e olhou em volta com atenção.

O apanhador coçou a cabeça, meio desconfortável.

— Acho que se enganou — falou por fim. — Não divido o dormitório com Benedict.

Ela bufou com escárnio.

— Não estou procurando Sacage — respondeu. — Só tentando saber se há mais alguém no quarto.

Draco negou falando que estava sozinho. A observou por alguns segundos.

A pose, os cabelos, até a periculosidade nos olhos de cor diferente lembrava a Greengrass. Como podiam ser tão parecidas?

Viu Drewanne respirar fundo antes de falar:

— Astória só defendeu Thomas por minha causa — revelou com a voz fria.

Ele piscou.

— Como? — questionou pensando que não havia ouvido direito.

A garota revirou os olhos.

— Ela viu que Wonderly estava se jogando pra cima de Tom e a afastou porque eu estava em choque demais para fazer isso...

Draco abriu a boca repetidas as vezes mais não conseguia achar as palavras.

— E porque diabos vo...?

— Eu gosto de Thomas.

Ele teria ficado menos surpreso se fosse estuporado ou falasse que Voldemort recuperou o nariz.

A face dele estava em completo horror e nojo expressados.

— Quem gosta de Turner?

McGuire girou os olhos novamente.

— Se eu ganhasse um galeão a cada vez que ouço isso... — murmurou em um sussurro para logo aumentar o tom ao o dirigir a Malfoy: — Thomas é incrível. Vocês, idiotas, que não enxergam isso pois querem ter as garotas que o querem e o dão valor.

Draco recuou diante das palavras.

Aquela dose de verdade doeu. Bem no fundo. Mas doeu do mesmo jeito.

Ela se aproximou até ficar rente a ele. Malfoy imediatamente sentiu um cheiro de liberdade no ar.

— Isto é um segredo — não falou, mas ameaçou perigosamente —, que não irá sair daqui se não quiser consequências graves.

O apanhador engoliu um seco e assentiu.

A garota abriu a porta quando ele a interrompeu.

— E Benedict?

Drew o olhou e riu. Riu muito.

— Sacage é apenas uma diversão, um escape para mim — explicou. — Não — negou ao ver fechar os punhos com força. — Não precisa contar a ele o que sinto e nem ficar com raiva de mim, Malfoy, por pensar que eu o estou enganando. Seu amiguinho sabe. Sabe que jamais será algo para mim, pois tudo o que eu preciso é de Thomas — o olhou pela última vez. — E de mais ninguém medingando alguma atenção minha.

Bateu a porta com força, deixando-o no absoluto silêncio.

Draco não teve nem tempo de respirar aliviado com a informação que recebeu pois Zabine chegou segundos depois com um sorriso malicioso nos lábios.

— McGuire? — questionou. — Mas você gosta de um desafio, não é, Malfoy?

Ele o olhou.

— Já a experimentou? — perguntou surpreso.

O capitão abriu a boca, completamente indignado por ele estar espantado.

— Não queira ser o único cara que passa num corredor vazio quando essa sonserina está sedenta — murmurou enigmaticamente sem responder diretamente a pergunta do apanhador.

Malfoy cruzou os braços e notou que Blásio estava alegrinho demais para um dia normal.

— Vai se encontrar com Alexis?

Ele assentiu pegando uma toalha e se preparando para o encontro com a namorada.

— Parece Skay quando sai com Anne — o colega de quarto comentou.

Blásio o ignorou e entrou no chuveiros. Demorou muito para se arrumar, secar os cabelos, os pentear, escolher a roupa certa com ajuda dos palpites de Draco, calçar os sapatos e colocar a colônia que sua garota mais gostava.

— Ah, Zabine — reclamou Malfoy. — Pare de ser medíocre e passe mais perfume.

O goleiro apenas espirrou mais alguns jatos em seu pescoço e pulso.

Se despediu com poucas palavras, fazendo Draco o provocar murmurando um "Transem muito" pois sabia que não fariam nada demais por ser tratar de Alexis, o bolinho de Hogwarts.

Ficou só pensando em tudo o que McGuire dissera.

Então Astória não queria dividir o segredo porque pertencia a Drewanne. E que não sentiu ciúmes quando outra garota tocou em Thomas.

Só quero poupar a colega de quarto daquela cena.

Malfoy não pode deixar se ter pena de Benedict. Tinha certo aspectos da vida do artilheiro e a do apanhador que apontavam em uma única direção e solução:

A morte prematura de Thomas Turner.

Os problemas dos dois seriam resolvidos assim e em um piscar de olhos.

Suspirou.

Passou horas quando Morris e Theodore chegaram ao dormitório onde trocaram algumas palavras e riram da transa grupal que tinham acabado de fazer.

No dormitório de qualquer garoto do sétimo ano era normal falar de sexo, orgia, menáge (entre outros) enquanto escovavam os dentes.

Mas a madrugada veio e Malfoy pegou no relógio no momento exato que dera três horas da manhã.

O horário em que a ronda de Astória terminava.

Ficou pensando durante alguns segundos e imediatamente se levantou da cama.

***

Não havia necessidade ou porquê correr já que a alcançaria de qualquer jeito.

Mas assim que Malfoy saiu do quadro apressado, bateu seu corpo contra o dela.

Os dois se olharam por infinitos segundos sem desviar atenção dos olhos um do outro por nada.

Até encararem as bocas.

A de Astória estava implorando para ser beijada. A de Draco também.

Os dois voltam a atenção ao olhos mais uma vez e sorriem.

Se atracam como nunca antes.

— Tori, Tori, Tori, Tori... — murmurou beijando todo o rosto da sonserina e dando selinhos rápidos e carinhosos pelos lábios dela.

Mas Astória queria mais. Queria algo profundo. Queria línguas sobre línguas.

E ele a obedeceu. Ahhhhh, como a obedeceu.

A saboreou tão intensamente que ela gemeu seu nome ainda no começo do ato e o segurou firme pelos ombros para não cair devido a intensidade ser grande demais para se sustentar.

Malfoy a ajudou a colando ao seu corpo e agarrando a cintura dela de maneira firme e controladora com um braço enquanto a outra mão dele pressionava a nuca dela, dando mais vivacidade para aquele gesto enlouquecedor.

A pressionou contra a parede do corredor e os dois gemeram se agarrando com mais vontade.

Oh, Merlin.

O ar era a coisa menos importante naquele momento. As mãos de Astória o deixavam louco já que tinham adentrado dentro de seu roupa e arranhava com as longas unhas as costas do apanhador, o deixando insano de prazer e desejo.

Navegaram um no outro até não terem pulmões para aguentar a falta de oxigênio.

Mas mesmo assim Malfoy não abandonou suas carícias. A mordeu inteirinha; pescoço, ombros, peito, queixo e beijou toda pele branca que lhe era permitida.

As mãos dele rapidamente encontraram e alisaram as coxas dela que ofegou de prazer com os toques quentes e totalmente sensuais.

— Malfoy — tentou o avisar enquanto respirava pesadamente. — Estamos de frente ao quadro...

Ela tinha um ponto. Qualquer espertinho que tentasse sair do dormitório os iriam ver.

Mas Draco pouco se importava com o fato.

A sonserina soltou uma exclamação quando ele lambeu o peito dela, subindo a língua pelo pescoço até o queixo dela.

Deu leves mordidas naquela parte deliciosa a chupou intensamente.

Astória queria rir, mas estava tão inebriada que nem ao menos conseguiu fazer isso.

Ele capturou a boca dela novamente e foi movido por um gemido rouco que saiu de sua própria garganta.

Não havia se esquecido que ela beijava maravilhosamente, mas sentira saudade se sentir a prova daquilo nos beijos.

A Greengrass praticamente o devorou. Devorou todinho sem dó nem piedade.

Não queria nem saber se conseguia acompanhar seu ritmo, só o queria beijar desesperadamente mas com cada gesto intenso de língua que não podia ser menos do que calculado.

Ela afastou seus lábios por um segundo e os direcionou ao pescoço dele. Imitando cada carícia que havia recebido. Cada mordida, beijo, chupão dado nos ombros, peito, pescoço ou queixo do apanhador.

Em outras palavras, o enlouqueceu.

Mas o único problema é que Thomas ainda não havia voltado para o dormitório.

***

Ele e Astória estavam de bem.

Havia feito as pazes e que pazes fizeram.

Draco tremeu só de lembrar. Cada beijo que poderia ser levado ao algo mais se ela permitisse...

Mas mesmo assim o sonserino estava mais do que feliz.

Ele tomou seu café da manhã olhando quase indescritivelmente para Astória. Ela apenas tomava o chá de canela de sempre e o olhava por cima da xícara quando ninguém a estava encarando com um sorriso malicioso nos lábios.

Merlin. Como aquela garota o enlouquecia com um simples sorriso.

Quando a sonserina terminou a refeição Draco a seguiu. Deram alguns amassos relativamente bons no Armário da Vassouras e depois seguiram para as primeiras aulas do dia.

Zabine não chegou nem a comer, só estava parado e sentado em seu devido lugar na sala de aula.

Estava mais quieto do que o costume. Durante toda a manhã não dirigiu uma palavra a ninguém. Só se mantinha frio e distante de tudo e todos.

Quando estava a caminho da quarta aula com ele na liderança já que sempre seguia na frente com Malfoy e Theodore do lado, pararam abruptamente ao encontrarem outras três pessoas.

Astória estava na frente como a líder suprema do trio, mas os olhos de Zabine estavam focados em Alexis. Ninguém se importava ou encarava a Thomas.

A pequena Cheever sustentou o olhar frio e duro de Blásio com determinação e força, sem fraquejar ou retroceder, mas somente por um curto período.

O lábio inferior da pequena tremeu e logo algumas lágrimas caíram sobre a bochecha da loira, escorregando pela adorável pele e caindo no chão. As lágrimas eram pequenos cristais que saíam de um coração partido.

Ela não aguentou mais ver a face fria e indiferente para o sofrimento dela por parte do garoto que um dia falou que a amava.

Saiu da presença de todos soluçando alto e correndo ao prantos pelos corredores de Hogwarts.

Astória se aproximou, não ameaçadora, mas sim de maneira perigosa perigosa. Mas mais do que isso era a mensagem que transmitia ao primo:

Eu avisei.

Não era para zombar de nenhum deles, mas sim o recordar.

Ela avisara que aquilo terminaria assim. Avisara a ambos. Nenhum deles acreditou e agora sofreram as consequências.

O desprezo a invadiu por completo quando deu um passo para trás e olhou para os três garotos do time a sua frente.

O goleiro, o rebatedor e o apanhador.

Sentiu nojo por todos. Nojo, nojo, nojo e nojo. Os olhos esmeraldas indicavam outra frase diferente e acusatória:

Vocês são todos iguais.

Ainda em silêncio, deu as costas e caminhou por onde a amiga desolada havia seguido. Turner a acompanhou depois de fuxilr cada um com o olhar, especificamente Malfoy.

Blásio continou sério, a face dura e com os lábios selados. Parecia anos mais velho e infinitamente mais parecido com seu Cavender.

Zabine estava mais amargo, tanto por fora quanto por dentro. E sem nenhuma palavra, deixou Malfoy e Nott parados no corredor.

***

Draco tinha que encontrá-lo.

Procurou a Blásio no campo, vestiário, pelos corredores menos frequentado e em tudo, menos na Sala Precisa já que não suportava entre ali sozinho.

Mas vasculhou cada canto de Hogwarts para tentar encontrar algum sinal do goleiro que pareceu ter sumido da terra quando...

Como fora burro.

Correu diretamente para as Masmorras, falou a senha, entrou pelo quadro, correu pela Sala Comunal, adentrou na ala masculina e depois ficou parado enfrente ao próprio dormitório.

Não sabia se devia bater ou entrar de uma vez.

Pensou e optou pela segunda.

— Zabine — falou.

Blásio estava sentado na própria cama. Draco só podia ver as costas dele da onde estava.

Fechou a porta devagar e se aproximou lentamente. Caminhou alguns passos até chegar perto de Blásio que ainda tinha a postura severa de um general.

Respirou fundo e o encarou já que antes só via as costas dele.

A boca de Draco se abriu em um espanto perfeito.

Lágrimas vertiam dos olhos de Blásio, corriam abundantemente como se não cabessem mais nos olhos castanhos claros e vazassem para fora.

A expressão do goleiro estava destruída, estilhaçada e desmoronada.

Os ombros dele tremeram e ele desabou em soluços.

Draco estava estático, não sabendo o que fazer naquele momento. Nunca ficara antes tão sem reação e sem palavras.

Por fim, apontou com a varinha e a arrastou magicamente a cama mais próxima, fazendo-a ficar enfrente da de Blásio.

Se sentou e o tocou no ombro.

Zabine parou de soluçar e o encarou com a face desolada.

Malfoy apertou os lábios em uma linha reta e o esperou desabafar:

— Porquê, Draco? — perguntou voltando a se engasgar e soluçar. — Porquê?

Foi um choque o apanhador ter ouvido seu primeiro nome saindo da boca do capitão.

Blásio não o chamava assim desde que eram amigos, antes da Guerra.

— Me conte o que aconteceu, Zabine — pediu com calma. — E depois resolveremos.

O goleiro negou com a cabeça, sem esperança nos olhos derrotados.

— Não — falou. — Você não pode fazer nada, eu não posso fazer nada... — tentou controlar as lágrimas em vão. Draco não vira Blásio tão devastado desde a morte de Samira Zabine. — Porque, Draco? — perguntou mais uma vez. — Estava tão perfeito quando...

Novamente, ele desabou.

Os braços do capitão caíram sobre os joelhos e a face dele abaixou enquanto chorava miseravelmente.

Draco o segurou firme pelos ombros com as duas mãos.

— Zabine — o chamou eu tom decidido, o fazendo voltar a encará-lo. — Está assim por Alexis, não é? — o viu tristemente assentir. — Então me conte o que aconteceu e depois pensaremos em uma solução...

Blásio afundou seu olhar no de Draco. As íris tempestuosas estavam suavizadas e por um momento pensou que tudo ficaria bem.

Apenas por um momento.

O sonserino se levantou da cama, se afastando do apanhador. Levou as mãos aos cabelos e quase os arrancou de frustração e raiva.

— Você não entende! Não há solução! — gritou a plenos pulmões. — Eu e Alexis... — a voz tremeu quando citou o nome dela e novas lágrimas brotaram em seus olhos. — Eu e-e A-Alexis... — gaguejou. — Não há mais volta para nós dois...

Os lábios do goleiro tremeram assim como todo o corpo dele.

Blásio era gigante, forte, alto, imperativo, mas naquela hora parecia mais um miserável sem consolo.

Os olhos molhados, tentando prender as lágrimas enquanto elas caiam em cascata por seu rosto.

Estava sem esperança e solidão.

Tudo o que desejava era ficar ali, naquele estado deplorável e morrer em posição fetal. A qualquer momento cairia de joelhos por suas pernas e o resto dos membros estarem fracos.

Se sentou mais uma vez sobre a cama.

Draco se manteve a sua frente, de pé e o olhando com compaixão.

Não era pena, só um olhar compadecido, preocupado, um olhar que falava que estava sofrendo por ele também.

— Me conte, Blásio — pediu o chamando, e não se referindo a ele, pela primeira vez pelo primeiro nome na frente do capitão.

Seu irmão levantou os olhos para os encarar, mas não havia mais solidez nas íris castanhas. Não havia mais probabilidade, possibilidade, esperança, fé.

Não havia porque não era possível sentir tais sentimentos.

Uma única lágrima verteu do rosto dele.

— Alexis é trouxa.



Notas Finais


#Nox


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