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História Garotas Perigosas - Vamos cuidar dela


Escrita por: TudoHarmony e chickensgirl

Notas do Autor


Boa leitura.

FOTO: Luna com a mãe e o padrasto (Foto que a Lauren vê.)

Capítulo 67 - Vamos cuidar dela


Fanfic / Fanfiction Garotas Perigosas - Vamos cuidar dela



  P.O.V.  CAMILA

Eu não sabia o que fazer, eu andava de um lado para o outro tentando manter a calma,o que estava sendo difícil.

Eu estava esperando trazerem a Alycia e eu estava me segurando ao máximo para não voltar a chorar, eu estava angustiada, triste. Afinal,nenhuma mãe quer ter um filho nessa situação.Escutei um barulho e olhei através das grades da porta e me deparei com uma cena que cortou meu coração.

Alycia estava alí, algemada e de cabeça baixa.A dor em meu peito me atingiu em cheio, eu senti minhas lágrimas escorrendo por minhas bochechas mas eu nem liguei. Eu só queria abraçar o meu denguinho e foi exatamente isso que eu fiz quando Alycia entrou naquela sala.
 
Eu só abracei ela e senti ela me abraçando apertado...
 
- Mãe... - Ouvi ela murmurar com a voz chorosa. - Me perdoa - Pediu. - Por favor mãe, me perdoa.
 
- Tá tudo bem filha, calma. - Pedi saindo do abraço e quando eu olhei para seu rostinho,só ai percebi que ele estava todo machucado. - O que é isso ? Quem te machucou ? - Perguntei passando meus polegares com muito cuidado por cima das marcas que tinha alí. - Seu nariz filha. - Falei e ela sorriu de lado.
 
- Eu...eu cai,mãe - Falou e me abraçou outra vez.
 
Abraço que eu logo retribui.
 
- Eu quero que você me conte o que aconteceu,tudinho. - Pedi e ela me abraçou mais apertado.
 
Eu queria ficar naquele abraço,mas tínhamos pouco tempo.
 
- Vamos sentar - Falei e ela se separou de mim.

Olhei para Dinah que estava parada alí nos olhando,mas logo me virei e fui até a mesa que tinha alí. Me sentei de um lado e Alycia do outro.
 
- Agora conta tudo. - Pedi e ela assentiu.
 
- Eu estava com a Malu, eu fiquei lá com ela a tarde toda - Falou - Só que tinha uma festa e eu acabei indo. - Assenti e ela continuou. - Só que quando eu cheguei lá, um cara pediu um favor.
 
- Que favor ? 

- Ele pediu pra eu levar um carro em um lugar aí e eu fui,não custava nada - Deu de ombros - Mas eu saí da casa e já fui parada pela tia Vero, e acharam um monte de coisa no carro que eu nem sabia que tinha.

- Que coisas ?

- Eles acharam drogas, eu juro que eu não sabia,mãe.

- Meu Deus,Alycia!

- Mãe... Acredita em mim,eu não sabia.
 
Eu olhava fixamente nos olhos de minha filha e via eles brilhando em lágrimas,ela em nenhum momento desviou o olhar do meu e alí eu soube que ela não estava mentindo,ela realmente não sabia.
 
- Eu acredito em você,filha.
 
- Eu acho que a papa não acreditou, eu sei que eu dei motivos pra vocês não confiarem em mim,mas eu realmente não sabia,se eu soubesse o que tinha nesse carro nem aceitado fazer esse favor eu tinha aceitado.
 
- Ela acreditou meu amor é que...
 
- É...Camila,o tempo acabou - Dinah disse e eu assenti.
 
- A Vanessa vai chegar logo e a gente vai resolver isso meu denguinho. - Me levantei e Alycia fez o mesmo. - Mamãe te ama - Falei e ela me abraçou.
 
                   
 P.O.V.  ALYCIA

Depois que eu falei com a minha mãe, eu fiquei um pouco mais calma.Mas ainda sim tinha consciência que eu não iria sair dessa nem tão cedo.
 
Agora eu estava aqui, sentada no canto da cela pensando na única pessoa que pode me fazer esquecer tudo, todos os problemas. Minha loira. 
 
Mas despertei dos meus pensamentos com minha madrinha me chamando. Olhei para ela e ela estava abrindo a cela,o que me fez levantar rapidamente.
 
- Visita pra você - Disse pegando a algema,fui até ela e suspirei esperando ela me algemar. - Desculpa,é o regulamento.
 
- Tudo bem - Respondi e sorri de lado. - Quem é ? - Perguntei e ela apenas sorriu. - Não pode falar ? - Perguntei e ela negou.
 
Assim que chegamos na sala eu senti meu coração bater mil vezes mais forte quando vi minha loira.Ela olhou em minha direção e eu respirei fundo,esperando minha madrinha tirar as algemas.
 
Quando eu entrei eu não sabia o que fazer, eu queria abraçar ela,beijar mas ela estava com uma carinha tão tristinha.
 
- O que aconteceu ? Quem te machucou ? - Ela perguntou se aproximando em passos lentos,e eu senti vontade de sumir quando percebi que ela havia chorado.
 
- Ninguém,eu... - Parei de falar quando ela tocou meu rosto e ô acariciou.
 
Seus toques delicados me fizeram fechar os olhos,é tão bom poder sentir o carinho dela.
 
- Eu deveria te bater, isso sim - Ela disse e eu abri os olhos. - O que deu em você ? Eu pedi pra você ficar lá comigo,eu praticamente implorei meu amor e do nada eu acordo com minha mãe me chamando dizendo que você foi presa. - Falou e eu me apressei em secar as lágrimas que escorreram de seus olhos.
 
- Desculpa - Pedi e ela se aproximou mais e de mim segurando meu rosto com toda sua delicadeza e selou nossos lábios.
 
- Eu te amo tanto - Falou ao separar nossos lábios.

- Me perdoa - Pedi e ela suspirou - Eu te amo muito, muito meu amor.

                     
P.O.V. LAUREN
  
Eu caminhava pelos os corredores daquela sede sem nenhum pingo de paciência,Camila e Malu ja tinham ido embora e eu estava a ponto de explodir desde que Justin falou aqueles absurdos da minha filha na minha frente e eu não pude fazer nada, e o pior de tudo é saber esses agentes se acharam no direito e íntimos de falar da minha vida, acham que eu sou alguma idiota e não percebi que estão fuxicando sobre a minha vida e dos meus agentes pelos corredores. Até porque né, as filhas das agentes presas. Mas na real? Eu não me importo com nada,eu só quero tirar a minha filha daqui o mais rápido possível.
 
- Agente Jauregui, eu já estava indo atrás de você, aqui está a ficha de alguns que foram pegos hoje – Agente Issartel apareceu em minha frente com uma pasta na mão, assim que eu entrei na área aonde ficava as celas da sede. Puxei a pasta da mão dela. – Essas são as pessoas que não tem nenhuma passagem criminal, então provavelmente são só corredores e eu preciso da sua autorização para liberar o telefone para que eles possam fazer a ligação deles – Explicou e eu abri pasta e passei os meus olhos meio por cima daquelas folhas e fechei a pasta e entreguei para a Agente Issartel novamente.
 
- Pode liberar – Falei e sai andando em direção a mesa em que Bella e Trina estavam. – Como ficou as coisas com as meninas? – Perguntei assim que me aproximei e Trina me olhou com os seus olhinhos vermelhos denunciando o choro,o que me fez suspirar.
 
- Eu puxei a ficha delas como me pediu, e como esperado Débora não tinha nenhuma passagem, e a Trina já resolveu toda as papeladas e agora Débora está com Megan. – Olhei para a Trina com o cenho franzido.
 
- Ela levou um tiro Lauren,um tiro – Trina disse desesperada – No que essas meninas se meteram? Eu não acredito que a minha filha foi baleada e eu não fiquei sabendo. – Desabafou e eu vi a lágrima escorrer pelo o seu rosto.Eu sentia o meu coração despedaçado com toda aquela situação e eu nem ao menos conseguia falar nada, eu até queria, mas as palavras não saiam da minha boca. E quanto eu finalmente achei que iria conseguir falar algo, Bella resolveu se pronunciar.
 
- Só que tem um problema Lauren – Olhei para a ruiva – Quando puxamos a ficha da Luana – Franzi o cenho confusa, quem diabos é Luana? – A Luna – Explicou a ruiva ao notar a minha cara e eu assenti entendendo – Ela já havia passagem aqui por corridas ilegais e segundo ela,ela não tem ninguém para tirar ela daqui as únicas pessoas no qual ela poderia recorrer ajuda seria a sua filha e a Débora, mas elas estão no mesmo barco.... – Deixou a frase no ar e me encarou – Eu até me ofereci em ajuda-la, só que ela foi bem cabeça dura então... quem sabe se você falasse com ela,talvez ela aceitasse, vocês são bem parecidas nesse quesito de teimosia.... – Deixou a frase no ar novamente e me olhou de um jeito estranho, mas logo ignorei. 
 
Bella não perde a oportunidade de soltar uma provocaçãozinha para o meu lado, principalmente em momentos inoportunos como esse, quando eu não estou nas condições de rebater. Sempre foi assim, esse trocadilhos de farpas entre nós, desde que entrei para o FBI.
 
- Onde ela está? – Perguntei suspirando e Bella sorriu.
 
- Cela quatro – Apontou e eu sai andando até a cela.

Parei na frente da grade e cruzei os meus braços. Havia dois homens deitados nas camas que havia ali,e Luna estava sentada no chão ao canto da cela,com o rosto enterrado em suas mãos, os homens que estavam alí me perceberam,mas Luna não. E eu não chamei, eu fiquei parada ali por não sei quanto tempo esperando que ela me notasse, mas ela só fez isso, quando um dos homens resolveu se levantar e cutucar ela apontando para mim. Luna levantou a cabeça e me encarou, assim que ela me viu ela praticamente pulou do chão e caminhou em passos rápidos até a grade e conforme ela foi se aproximando eu percebi que os seus olhos estavam vermelhos e banhados em lágrimas.
 
- A Alycia e a Deb estão bem? – Perguntou quase em desespero e eu não contive o sorriso torto que escapou de meus lábios. Era visível o quanto ela se preocupa com as meninas, por um momento eu me vi nela, eu também estaria da mesma forma se algo acontecesse com Vero e Dinah.
 
- Eu quero falar com você – Digo de forma séria e sinalizo para o agente abrir a cela em que ela estava – Não precisa algemá-la – Avisei quando ele foi pegar as algemas – Vem comigo – Falei assim que Luna saiu da cela.
 
Levei ela até a pequena sala reservada que tinha ali, com apenas uma mesa e duas cadeiras, indiquei para que ela se sentasse.
 
- Agente Thorne me disse que você recusou a ajuda dela – Comentei enquanto puxava a cadeira e me sentava de frente para ela.
 
- Não me leve a mal, eu nem conheço ela, que tipo de pessoa gastaria sei lá quantos mil reais para tirar uma desconhecida da cadeia? Ela é até gostosinha e tals, mas ela é estranha, e me fez umas perguntas bem estranhas também – Disse e eu arquei as sobrancelhas e me ajeitei na cadeira.

- Que tipo de perguntas? – Perguntei com as sobrancelhas arqueadas.
 
- Sobre a minha família, sobre a minha mãe, se eu conheço o meu pai, se eu tenho alguém da família, interessada demais, a minha família é a Deb e a Lyci, se ela está querendo sei lá... me adotar, eu sinto muito, porque já sou bem grandinha para isso,mas se ela me quiser pra outra coisa,tô a disposição, mas não pergunte da minha vida. – Disse indiferente e eu soltei uma risadinha baixa.
 
- Você é muito marrenta garota – Comentei me encostando na cadeira e cruzando os meus braços.
 
- A vida me ensinou a ser assim – Deu de ombros – Dominic sempre disse que não se pode dar confiança para as pessoas, principalmente quando são boas demais com a gente sem ao menos nos conhecer, então... – Completou e eu arquei as sobrancelhas.
 
- Quem é Dominic? – Perguntei curiosa.
 
- Meu padrasto, mas isso não vem ao caso, creio que você não me chamou aqui para falar do meu padrasto certo? - Respondeu eu sorri, era como se eu estivesse comigo mesma de anos atrás.

- Não... – Falei sorrindo e me ajeitei na cadeira mais uma vez – Eu te chamei aqui por causa de Alycia – Completei e ela assentiu cruzando os seus braços adotando agora uma pose séria – Eu preciso que você me fale exatamente tudo o que aconteceu até vocês chegarem na casa do Drew, e porque estavam armadas, essa história toda, eu preciso entender – Digo tudo em um folego só e Luna suspirou.
 
- Eu acho que se eu dizer tudo a senhora não vai gostar muito – Falou e eu arquei as sobrancelhas – Tudo bem, tudo bem. – Levantou as mãos em rendição – Bom...um dia desses ai,eu estava no bar bebendo sozinha, isso virou rotina para mim, sair sozinha desde que a Deb e Alycia começaram namorar – Revirou os olhos e eu continuei lhe encarando – Bom, naquela noite eu não peguei nenhuma mina,na verdade eu não estava em um dia bom, e ai quando eu cheguei no meu apartamento eu percebi que havia algumas motos paradas lá na frente, de início eu ignorei até porque aonde eu moro, não é um lugar lá essas coisas, mas de manhã quando eu acordei e fui abrir as cortinas, percebi que aquelas mesmas motos estavam ali paradas e eu achei esquisito – Deu uma pausa e eu assenti para que ela continuasse – Ai a Alycia mandou mensagem no domingo dizendo que precisava da ajuda minha e da Deb para fazer uma surpresa para Malu, porque aconteceu aquele barraco lá na casa de vocês, sabe né? – Perguntou e eu assenti novamente me lembrando – Então, ai ela e Deb como sempre fazem ficaram de passar em casa para a gente poder ir junto ao shopping compra uma aliança para a Malu... – Sorri com aquilo – Enquanto eu esperava elas eu fiquei olhando a moto que ainda estava lá parada,depois de tantos dias e eu percebi que estavam armados e aquilo me intrigou ainda mais, só que quando a Alycia e Deb chegaram,elas começaram a conversar e eu acabei me esquecendo da moto, e ai quando estávamos descendo para os nossos carros para ir ao shopping, eu tive um pressentimento muito estranho, e de longe eu pude ouvir o barulho da moto vindo e eu só tive tempo de gritar para que as meninas abaixassem e eu só consegui empurrar Alycia para o chão junto comigo, e as motos passaram atirando na gente, e quando eles foram embora a gente viu que a Deb tinha levado um tiro,graças a Deus não foi nada grave, havia pegado de raspão, mas quando eu vi a minha amiga sangrando eu nã... – A interrompi.
 
- E ninguém chamou a polícia, nem nada? – Perguntei curiosa e Luna rapidamente negou com a cabeça.

- Como eu disse, aonde eu moro não é um lugar lá essas coisas, sabe? – Falou e eu logo assenti. Pois me lembrei de quando Alycia estava bêbada e eu tive que ir lá ajudá-la. – Bom, continuando.... Quando eu vi a minha amiga sangrando, eu senti todo o meu corpo esquentar, porque Débora e Alycia são tudo para mim, e eu não pensaria duas vezes em protegê-la, então a minha única reação foi pegar o meu carro e correr atrás daqueles filhos da puta, naquele momento eu não estava ligando para nada e nem ninguém, eu só não deixaria que ele fugisse daquela maneira, ele havia machucado a minha Debinha, e por sorte a avenida que eles seguiram estava quase que deserta, e eu consegui parar uma das motos e ele me disse que aqueles tiros haviam sido um presente do Chris para Alycia... – Disse eu suspirei sentindo o meu coração disparar, só de imaginar que o pior poderia ter acontecido. 

- Quem é Chris? – Perguntei e Luna bufou.
 
- Chris é um babaca, que não sabe correr, e uma vez ele apostou o carro com a Alycia em uma corrida, e ela ganhou. Dai ele pediu revanche, e ela ganhou de novo e ele perdeu dois carros para Alycia, porque durante a corrida ela acabou com o carro dele – Explicou e eu suspirei passando a mão em meus cabelos.
 
- Eu falei, eu sabia que as coisas iriam terminar assim, eu sabia que ela iria criar inimigos, eu sabia! É isso que vocês querem para a vida de vocês? – Perguntei.
 
- Se te conforta, a Alycia e nem a Deb correm, desde que a senhora colocou a Alycia de castigo – Luna falou e eu suspirei – Eu não me importo em criar inimigos, eu cresci naquele meio, meu padrasto tinha inimigos eu tinha inimigos, eu não me preocupo em morrer ou algo do tipo, eu gosto dessa adrenalina e se eu morrer, eu vou morrer feliz porque sei que vou encontrar a minha mãe e meu padrasto lá em cima, sei que eles estão esperando por mim então... Diferente da Alycia e Deb, elas tem vocês para se preocuparem com elas, essa família linda, e é por isso que chegamos na casa do Drew aquela noite, porque eu queria proteger Alycia, e aquela arma estava na minha cintura porque se fosse preciso eu mataria o Chris, porque a última coisa que queria era gente perseguindo a Alycia, perseguindo Deb, a última coisa que eu queria, era que minhas amigas vivessem presas dentro de casa com medo, e eu faria qualquer coisa para protegê-las, eu sabia do risco que estávamos correndo, eu me preparei, eu preparei elas, eu estava segura de que nada iria acontecer com elas, comigo tanto faz, como disse, eu não me importo. 
 
Eu escutava tudo o que ela dizia, e a cada palavra que ela falava eu ia sentindo como uma martelada no peito, os meus olhos iam se enchendo de lágrimas...

Tanto faz? Como que ela podia falar assim da sua própria vida?
 
- Garota, como que você... como... – Eu não conseguia falar. Eu não podia acreditar em suas palavras. 
 
Eu só conseguia pensar em mim quando era mais nova, no meu desejo de ser mal, no meu coração de pedra, na minha forma de pensar, de agir sem ter medo do que viria pela frente, de me importar apenas com minha irmã e Dinah, de não ligar para a morte, pois sabia que encontraria meus pais e meus irmãos, de não ligar para nada. Era como se eu estivesse diante de um espelho, podendo enxergar aquela Lauren que fui um dia. E naquele momento eu senti uma vontade imensa de abraçá-la e dizer que ela não estava sozinha, eu não deixaria ela se sentir sozinha, eu não deixaria ela se afundar daquele jeito, eu sentia que precisava salvar ela e eu vou salvá-la.
 
- Quando chegamos na casa do Drew – Luna chamou a minha atenção, me despertando dos pensamentos – Ele nos chamou para a sala dele e disse que precisava de um favor, que ele precisava entregar um carro para um parceiro dele mas a Erin não queria deixar que ele saísse de lá, e que ele não confiava em dar aquele carro na mão de qualquer um, e ele confia na gente, somos as melhores pilotos das corridas dele e nunca arrumamos confusão então... ai a Alycia disse que iria,e eu achei melhor assim, até porque Chris estava na festa e eu sabia que ela estava com medo de ficar ali, então ela foi, e ai vocês chegaram.... 
 
- Eu vou te tirar daqui – Falei assim que ela parou de falar e ela me olhou negando com a cabeça.
 
- Não, você não pode gastar o se.... – A interrompi.
 
- O carro que Alycia estava levando, estava cheio de drogas,vocês sabiam? – perguntei em um tom alto sobressaindo a sua voz.
 
- Como? – Perguntou com a voz baixa e eu sorri internamente.
 
- É isso mesmo que você ouviu, estava cheio de drogas, nós havíamos rastreado ele, e adivinha só, ela está trancada em uma cela agora, e eu não posso fazer nada para tirá-la daqui agora, a advogada que eu chamei a essa altura deve estar em um avião para chegar aqui, e quando ela chegar aqui, para ela pensar em fazer qualquer coisa ela vai ter que saber mais sobre o caso dela, e isso pode demorar horas ou dias, e a qualquer momento a Alycia pode ir para um presídio, e não Luna, não pense que eu vou gastar o meu dinheiro com você, eu vou gastar o meu dinheiro com a Alycia, porque eu sei que ela vai precisar de você para passar por tudo isso, que ela vai precisar da gente, e você trancada em outra cela não vai poder ajudar em nada, então sim, eu vou tirar você daqui, você está me entendendo? – Perguntei com a voz alterada. 
Eu sabia que havia sido baixa ao ponto de usar a Alycia como desculpa, mas eu precisava tirar ela dali, e eu sabia que esse era o único jeito de convencê-la. 
 
- Sim senhora. – Me respondeu com a voz baixa depois de um longo minuto de silêncio e eu sorri.

[...]

Eu disse que tiraria ela daqui e tirei, agora Luna estava pegando seus pertences enquanto eu fui até a cela onde minha filha estava e à encontrei sentada no chão com a cabeça encostada na parede.

Assim que ela notou minha presença ela rapidamente se levantou e veio até a grade...
 
- A Débora e a Luna já foram soltas - Digo e vejo minha filha sorrir. - Elas pagaram fiança, eu paguei a da Luna,ela não tinha a quem recorrer e como vocês são muito amigas,eu quis ajudar...
 
- A Luna é como se fosse minha irmã papa, que bom que a senhora ajudou ela, obrigada.
 
- Eu sinto muito não poder tirar você, seu caso... 
 
- É complicado - Alycia disse me interrompendo. - Eu sei...
 
Alycia colocou a mão na grade e eu coloquei minha mão por cima da dela.
 
- Já está quase amanhecendo,eu vou levar a Luna em casa mas a Dinah está ai e eu já ...
 
- Papa - Disse me interrompendo mais uma vez e segurou minha mão. - Eu vou ficar bem,pode ir. - Disse e eu assenti.
 
[...]

- Na próxima rua,vira a esquerda. – Luna falou indicando com a mão e eu assenti.
 
O silencio voltou a reinar naquele carro. Eu estava levando a garota para a sua casa, apesar de já ter ido lá uma vez eu não me lembrava muito bem do endereço, e minha cabeça também não estava lá essas coisas,eu pensava na Alycia lá naquela cela, eu pensava nos meus filhos em casa, na Camila e também pensava na garota ao meu lado, nas coisas que ela me disse.
 
- Vocês não vão mesmo devolver meu carro? – Perguntou quebrando o silêncio e eu suspirei.
 
- É complicado, ele vai pro pátio junto com os outros e vai ter todo aquele processo para ver se encontramos mais alguma coisa neles, mas acho que daqui algumas semanas você pode entrar com a papelada para tentar tirá-lo de lá. – Respondi e virei para esquerda, como ela havia me indicado.
 
- Vocês não vão desmontar o meu bebê não,né? – Perguntou e eu pude sentir o desespero na sua voz.
 
- Esse carro parece muito importante para você – Comentei com um sorriso discreto no rosto.
 
- Ele é, o Dominic montou ele para mim, na verdade montamos juntos – Disse com um sorriso no rosto e quando eu olhei para ela, ela fechou o sorriso – Agora, vire a direita – Explicou o caminho e eu assenti, virando aonde ela havia mandado.
 
- Desculpa perguntar, se não quiser me responder fique a vontade. Mas é que... você parece bem apegada com o seu padrasto e... o que aconteceu com ele? – Perguntei curiosa. E ela suspirou e passou a mão em seus cabelos.
 
- O carro foi a última coisa que fizemos juntos – Disse com a voz baixa e eu assenti – Ele e minha mãe morreram em um acidente de carro – Completou e um clima estranho exalou naquele carro.
 
- Eu sinto muito – Digo baixo, sem saber realmente o que falar.
 
- Não sinta, já passou e eu sei que agora eles estão muito melhores aonde eles estão... é aquele prédio ali – Apontou para o prédio a frente e eu assenti estacionando o carro ali. Eu percebi que ela muda de assunto com uma facilidade, aquilo era bom. – Valeu por me trazer – Ela disse tirando o cinto e eu já fui tirando o meu também, e ela desceu do carro e eu abri a porta do carro descendo também.
 
- Não vai me chamar para entrar, tomar um café, um suco, sei lá. – Digo já trancando a porta do meu carro e ativando o alarme.
 
Luna me olhou e arqueou as sobrancelhas confusas e eu cruzei os meus braços.
 
- Bom... eu acho que suco e café não vai ter, deve ter algumas garrafas de cerveja se as meninas não tomaram – Disse sem graça.
 
- Água tem, certo? – Perguntei rindo e ela assentiu – Então eu aceito uma água – Digo já começando a andar até o portão do prédio.
 
- Tá? – Ela respondeu meio incerta e eu segurei a minha vontade de rir.
 
Quando eu me aproximei do portão, eu pude ver algumas marcas de tiros. Passei as pontas de meus dedos ali e senti um calafrio só de imaginar que aquela marca poderia estar na minha filha agora. Luna me olhou e rapidamente abriu o portão e deu passagem para eu entrar.
 
- Olha, a senhora me desculpe a bagunça eu sai apressada e não tive tempo de arrumar e... enfim – Ela dizia nervosa enquanto subíamos as escadas.
 
- Não tem problema, acho que se não fosse a Camila lá em casa você iria ver o que é uma casa bagunçada – Soltei uma risada baixa e Luna abriu a porta e entrou deixando a mesma aberta. Dei de ombros e entrei também e vi ela pegando algumas roupas do chão e colocando atrás da almofada do sofá, aquilo me fez rir.
 
- Fica à vontade, eu vou buscar a sua água – Ela disse apressada,e ela já estava saindo mas travou e voltou pegando uma caixa de pizza e algumas garrafas de cerveja de cima da mesinha no centro da sala e sumiu pelo o corredor que eu deduzi ser a sua cozinha.
 
Analisei o apartamento brevemente e caminhei até o sofá, e quando eu me sentei senti algo em minha bunda, rapidamente me levantei e puxei o que estava embaixo de mim, era uma caixinha de cigarro, vazia. 
 
- A água não está muito gelada, eu não tomo muito água e... – Luna chegou na minha frente e puxou a caixinha da minha mão e sorriu amarelo – Desculpa – Disse e eu sorri pegando o copo de água e tomando um gole.
 
- Não tem problema, obrigada – Digo e tomo o resto da água em um gole só – Agora, pode ir arrumar as suas coisas que eu te espero – Sorri e me ajeitei no sofá cruzando as minhas pernas.

Eu não sabia na verdade o que eu estava fazendo, eu me deixei levar pelo o meu coração, eu sentia que precisava protegê-la e de alguma forma essa casa,tudo isso,parecia tudo muito solitário.
 
- Como? – Luna me olhou confusa.
 
- Você vai ficar na minha casa. – Avisei e ela soltou uma risadinha fraca eu permaneci séria.
 
- Você está brincando,não é? – Perguntou e eu neguei com a cabeça.
 
- Nunca falei tão sério em toda a minha vida, você vai ficar na minha casa, pelo menos até a Alycia sair, você sabe, eu posso precisar de você – Digo tentando achar as palavras certas para convencer que ela fosse comigo – Você está sem carro, e lá em casa você vai estar sempre ciente de tudo que está acontecendo com a Alycia – Falei como quem não quer nada e ela ficou me olhando – Eu tenho todo o tempo do mundo – Digo me ajeitando no sofá e Luna suspirou rendida.
 
- O que eu não faço por você Alycia – Escutei ela resmungar consigo mesma e saiu andando quase se arrastando para um pequeno corredor.Ri com aquilo.
 
Me ajeitei apoiando os meus braços nas costas do sofá. Olhei para aquela televisão desligada e pensei em liga-la. Eu não sei porque, mas eu me sentia em casa naquele lugar, talvez porque aquele apartamento lembra a minha casa quando era solteira, agora eu entendo do porquê a Alycia viver aqui o tempo todo.
 
Mas algo ao lado da TV chamou a minha atenção, franzi o cenho e me levantei caminhando até lá.
 
Era um porta retrato, um homem com a aparência fortão tinha o seu braço atrás das duas mulheres, mas o que me chamou mais atenção foi o sorriso delas, principalmente o de Luna, acho que em todas essas vezes em que vi ela, eu nunca cheguei a ver um sorriso como aquele da foto, e aquela mulher.... Aquela mulher não me é estranha, era como se eu já tivesse a visto, era como se eu já a conhecesse de algum lugar, mas ao mesmo tempo eu não me lembro de onde, ou talvez eu esteja apenas confundindo com a semelhança que ela tem com Luna.
 
- Essa foi a última vez em que vi eles – Pulei assustada ao escutar a voz atrás de mim,até pensei em esconder o porta retrato em minhas mãos, mas já havia sido tarde demais.
 
- Essa é sua mãe? – Tentei agir normal, eu ainda estava meio sem graça pelo o flagra.
 
Luna caminhou até a mim e pegou a porta retrato de minha mão e olhou para a foto e sorriu.
 
- Sim, ela é linda não é? Dominic dizia que ela era a mulher mais linda do mundo e ele estava certo.  – Respondeu sorrindo boba e colocou o porta retrato no lugar novamente. Acabei sorrindo com o seu comentário.
 
- Como ela se chamava? – Eu ainda estava intrigado com aquele rosto conhecido e ao mesmo tempo desconhecido por mim.
 
- Leticia – Luna respondeu e me olhou – Leticia Mello – Disse e eu assenti franzindo o cenho buscando em minha mente se conhecia alguém com esse nome, mas não consegui me lembrar de nada, e quando eu pensei em comentar algo ela me cortou – Eu já arrumei, não vou levar muita coisa pois sei que vão tirar a Alycia de lá logo, então... podemos ir?
 
Assenti e ela ajeitou a mochila nas costas.
 
[...]

O caminho até minha casa estava sendo em completo silêncio e aquilo de certa forma estava me incomodando. Olhei para ela rapidamente e voltei a olhar a pista.

- Você gosta muito de tatuagens né ? - Perguntei na tentativa de puxar assunto.
 
- Eu amo,sempre que posso eu estou fazendo uma - Ela disse me fazendo sorrir.
 
- Eu também gosto bastante, queria fazer mais algumas mas minha esposa diz que não tenho mais espaço no corpo pra isso - Digo e ouço a risada dela.
 
- Eu já tenho uma próxima em mente sabe ? Alycia também quer fazer uma,estávamos planejando fazer juntas um tempo atrás - Comentou e eu sorri.
 
- Quando ela sair podemos ir nós três fazer,que tal ? - Perguntei parando no sinal e olhei para ela.
 
Luna assentiu com um sorriso enorme enfeitando seu rosto.
 
- Legal,vai ser divertido.
 
O restante do caminho fomos falando sobre as futuras tatuagens que ela queria fazer e quando eu menos percebi já havíamos chegado em minha casa.
 
Assim que estacionei o carro dentro da caragem, eu sai do carro e Luna saiu logo depois.
 
Fechei o portão da garagem e sorri para Luna que estava parada,agarrada com sua mochila.

Alí eu vi uma menina completamente indefesa, diferente da que conversou comigo na sede e falou aquelas besteiras.
 
Fui até a porta que dava acesso para dentro de casa e abri, entrei e assim que Luna entrou eu tranquei a porta.
 
- Fique à vontade - Falei e franzi o cenho ou ver as luzes da casa acesa.
 
Com certeza Camila não estava conseguindo dormir.
 
Assim que chegamos na sala me deparei com a televisão ligada,porém estava sem som.Camila estava sentada no sofá e Malu deitada com a cabeça em suas coxas.
 
- Amor ? - Chamei e Camila me olhou, assim como Malu que se levantou rapidamente.
 
- Luna - Malu disse vindo na direção da morena e a abraçou.
 
Já Camila ficou parada olhando para mim.
 
- Luna é amiga da Lyci, lembra dela né ? - Perguntei e Camila assentiu e sorriu para Luna que havia acabado de sair do abraço com Malu. - Ela vai ficar aqui por um tempo,até a Alycia sair.
 
- Eu vou arrumar o quarto de hóspedes pra você - Camila disse e sorriu de lado.
 
- Pode deixar que eu arrumo - Malu disse e Camila assentiu. - Vem ... - Malu disse segurando a mão de Luna e as duas foram em direção as escadas.
 
Fiquei olhando as duas subirem e assim que as duas sumiram do meu campo de visão,eu olhei para Camila que estava com os braços cruzados me encarando.

- Como assim ficar aqui até a Alycia sair ? Aconteceu alguma coisa com ela ? - Camila perguntou e eu me aproximei dela.
 
- Eu tive uma conversa com a Luna na sede e fiquei muito assustada,amor - Falei e beijei a testa de minha esposa,que logo me abraçou, envolvendo seus braços em minha cintura.
 
- Que conversa ? - Perguntou apoiando a cabeça em meu peito.
 
- Eu chamei ela pra conversar porque queria entender o que tinha acontecido sabe ? Queria entender melhor tudo isso - Suspirei e Camila se afastou um pouco e me olhou. - Mas ela me disse umas coisas que eu me vi nela quando era mais jovem,eu vi nela a Lauren que você conheceu anos atrás. - Senti meus olhos arderem ao lembrar de cada palavra que Luna disse. - Ela disse que não se importa se morrer, não se importa de criar inimigos e que ela sabe que se morrer vai encontrar a mãe e o padrasto lá em cima.
 
- Ela disse isso ? 
 
- Disse e falou muitas outras coisas que não valem a pena repetir,fico mal só de lembrar - Digo e Camila me abraçou novamente - Eu me vi nela Camila e eu não sei... Eu senti uma vontade enorme de proteger ela, meu coração de mãe falou mais alto e eu tive que trazê-la comigo, eu fiquei com medo de deixar ela sozinha.
 
- Fez bem em trazer ela,uma menina tão nova com esses pensamentos é realmente assustador - Camila disse e me deu um rápido selinho. - Confesso que a primeira vez que eu vi ela,fiquei meio assustada,mas cada vez que ela apareceu aqui eu percebi que ela é só uma menina,tão louquinha quanto nossa filha.
 
- Alycia e ela são como irmãs e eu sei como é essa ligação, afinal... Dinah é como se fosse minha irmã.
 
- Vamos cuidar dela - Camila disse e eu fechei os olhos e à abracei apertado.

- Eu sabia que podia contar com você,meu amor.


Notas Finais


Até o próximo...


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