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História Garoto do Andar de Baixo - Capítulo Único


Escrita por: interstelaire

Notas do Autor


OIOI! Okaaay sei que eu devia atualizar minhas antigas fics, mas não resisti em fazer está fanfic aqui, ainda mais sendo aridante 🥺

Espero que gostem e boa leitura :))

Capítulo 1 - Capítulo Único


Noite de sexta, nada para se fazer. Ari compreendia e respirava sua linha de raciocínio nesses momentos: melhor se entediar do que acompanhado, só que sua amiga de infância pé no saco não fazia questão de absorver essa ideia.  

Deitados no sofá, Ari passava os canais de tevê a procura de alguma distração enquanto Gina teclava alto perto de si. Suspirou, desistindo e jogou o controle ao seu lado, deitando a cabeça contra o sofá. A garota ao seu lado se encostou nele e continuou a rodar a internet. O rapaz fez uma careta fechada para Gina que nem sequer levantou o rosto para ele. O silêncio se instalou e Ari ouviu baixinho vozes do andar de baixo já que as portas de sua varanda estavam abertas e fez o possível para parecer normal e não ansioso em ir até lá. Gina o olhou sem entender e o seguiu. 

— Certo, certo. Vocês são muito chatos, credo. — falou a voz que Ari já conhecia e a encontrava nos fundos da sua mente. — Daniel, você pode parar com isso? É sério cara, seu sorriso vai acabar matando alguém um dia. 

— Isso era pra ser ofensivo? — Ari não reconheceu e pensou ser o garoto que o seu crush se referia. Crush. Isso o fazia ficar com as pernas bambas e gaguejar como uma criança aprendendo a falar.  

— O que foi Ari? — perguntou Gina e Ari fez um sinal com a mão para ela ficar quieta. Gina calou-se e inclinou-se na varanda, tentando avistar os rapazes estranhos que estavam abaixo de si. Ari espantou-se e a puxou. 

— Sua louca! O que pensa que está fazendo? — exclamou baixinho e Gina abriu um sorriso ladino. Ari sentiu o arrepio e gemeu, sabia que ia ser importunado por ela. 

— Quem é? — a animação evidente fez Ari esfregar o rosto. 

— Eu não sei. — Admitiu baixinho e não conseguiu evitar sua parcial tristeza aparecer.  

— Você tem um crush no seu vizinho, Ari?! — Foi a vez dela de exclamar e Ari tapou a sua boca rapidamente e a puxou para dentro, o coração batendo forte que doía em sua caixa torácica.  

Será que ele ouviu? 

Ele gemeu mais uma vez, dessa vez irritadiço e Gina revirou os olhos. As vozes por um momento se calaram e ambos se entreolharam, Ari mais temeroso, com receio de seu pensamento ter se tornado real. Ouviu-se um toque de vilão, como se fosse testado e o desconhecido começou a contar. Movido pela melodia e a voz de um cara que nem sequer viu na vida ainda, se sentou no chão da varanda e Gina logo o acompanhou e fez a ele o favor de ficar quieta, pelo menos por aquele momento, onde pela primeira vez soube que Ari estava a gostar de alguém, deixando-a cética a princípio e ao mesmo tempo maravilhada. Seu amigo nutria por alguém sentimentos lindos. 

— Você está sorrindo...isso deveria me assustar? — Gina bateu forte em seu braço e ele abafou sua voz, afastando-se da garota que não se incomodou e riu baixinho. 

Seja lá quem fosse o seu vizinho, Ari não pensou que fosse se apaixonar por um ser humano apenas pela voz, tinha coisas a mais que poderia elencar, como seu comportamento bem humorado e paciente. Não gostava de pensar nisso, se sentia um intrometido e ficou muitos dias longe da sua varanda, concentrando-se em seus treinos matinais e outras coisas. 

Ele fechou os olhos, preocupando-se apenas em ouvir a voz do seu vizinho.  
 

 

Na manhã seguinte, saiu para correr. Aristóteles tinha o hábito de sair bem cedo para cansar o seu corpo, ultimamente ele vivia a famigerada insônia. Ao voltar, checou sua caixa de correio, pegando seus envelopes e indo em direção a escadaria. Ele não gostava de usar o elevador, ainda mais quando voltava de uma corrida. Deixou as cartas sobre o balcão da cozinha e tratou de aliviar o calor corporal.  

Um tempo depois foi abrir seus envelopes e se deparou com um com outro nome gravado: 

Dante Quintana 

Condomínio El Sol, apartamento XX, El Paso. 

Outras informações foram adicionadas. Não sabia quem era e a conta chegou com toda certeza por engano. Ari não sabia dizer como funcionava o sistema de entrega do condomínio. Tratou de sair para entregar a correspondência, o apartamento no andar debaixo. Bateu a porta e esperou, sendo atendido por um rapaz uns centímetros mais altos que ele, preguiçosamente arrumado e muito bonito.  

— Pois não?  

Sua voz era rouca e Ari a estranhou de repente. Ele estendeu o envelope. 

— Olá, sinto muito em incomodar, mas isto aqui é seu. Foi posto na minha caixa de correio por engano. 

O rapaz chamado Dante pegou a correspondência, a checou e olhou para Ari. O moreno ficou imóvel sob o olhar do outro inquilino. 

— Bom, era só isso mesmo. — Virou-se para ir embora. — Tenha um bom dia.  

— Espere, qual o seu nome?  

Ari se virou e sorriu, não sabendo dizer porquê de tê-lo feito. 

— Aristóteles. 

Uma leve onda de arrepios correu pelo corpo de Ari quando viu Dante sorrir. 

— Obrigado, Ari. — Se atreveu a dizer e Ari pensou por seu nome ser grande. 

Acenou brevemente e seguiu de volta para o seu apartamento, o cansaço tomou conta do seu corpo por fim.  

Ele não conseguiu tirar da sua cabeça o outro inquilino e se reprimiu um pouco por já ter alguém por quem estava mais que atraído, curiosamente e questionavelmente.  

Será que ele é tão bonito quanto Dante? 

Ele pegou-se sorrindo e logo parou. Por segundos pensou que estava indo longe demais com seus pensamentos, por alguém que nem conhecia. Sentiu-se estranho em seu próprio corpo e mente, isso o consumiu mais que sua corrida e foi direto para a cama, mesmo com sua fome dando sinal de vida. 

Ele quis não acordar pensando no sorriso bonito de Dante.  
 
 

 

Gina conseguia ser insuportável. Sexta feira mais uma vez e ela não parava de beliscar Ari. A extensão do corpo do moreno já ficando dolorida de tantos apertos.  

— Você tem que falar com ele. — Gina conseguia ter a incrível capacidade de não deixar um assunto como aquele ir para o buraco, Ari resmungou e jogou uma batata frita nela. 

— Quem sabe quando eu parar de ser um estranho enxerido. Gina, eu nem sei o nome dele! — disse frustrado consigo mesmo. Ele detestava essa sensação mais do que detestava Gina o importunando.  

— Oras, é só perguntar. — Comeu a batatinha que fora jogada em si e Ari não sabia se ria ou se chorava. — Vamos, não é tão difícil.  

Ele fez uma careta e escutou vozes conhecidas do lado de fora da varanda. Gina foi rápida em se levantar e ir para fora. Ari não sabia como se sentir: com raiva pela insistência da amiga ou desesperado com o que estava prestes a acontecer.  

Por favor, que ela não… 

— Olá vizinho! Como vai!? 

Ari quis abrir um buraco no chão, na parede, no teto, mas Gina zoaria até no inferno pela falta de atenção dele com respeito às portas e as janelas. Ele quis mais do que nunca gritar. Andou de um lado para o outro e travou quando ouviu uma voz responder: 

— Olá…? Quem é!? 

Ari quis ouvir a voz do rapaz de novo, só para ter certeza.  

— Oi querido! Eu sou a Gina, prazer! Qual o seu nome?! 

— Prazer Gina, eu sou Dante!  Sabe, eu nunca conversei com alguém assim antes! Consegue me escutar?! 

— Com perfeição!  

Aristóteles agora cobria o rosto com o travesseiro do sofá e Gina olhava para ele com aquele olhar convencido. Vozes intercalando varando abaixo. 

— Sabe Dante, eu gosto muito de te ouvir cantar! E meu amigo também! 

Neste instante ele se levantou, indo até Gina que não parava de sorrir. 

— Nossa, sério!? Isso me deixou sem jeito! Não sabia que meus vizinhos gostavam de me ouvir cantar! 

— Gostamos sim senhor! Sabe, meu amigo mais ainda! Ele se amarra na sua voz!  

Ari jogou nela o travesseiro. 

— E quem é o seu amigo!? 

Gina tentou pegar o pulso de Ari e trazê-lo para perto, mas ele estapeou sua mão. 

— É um garoto maravilhoso! Ari, venha aqui! Deixar os outros esperando é falta de educação! 

— Ari!?  

Ele gemeu e se arrastou para o lado de Gina. 

— Oi Dante!  

— Aristóteles!? 

Gina olhou para ele com exasperação e ele fez um sinal para ela esperar. 

— E aí?! Sabe, seria bom você ignorar a Gina! Ela adora fazer cena!  

— Aristóteles Mendoza você está frito. — Gina o fuzilou com o olhar, mas logo se dissipou com a voz de Dante. 

— Ari! É um prazer conversar com você novamente! Obrigado pela semana passada! Eu esperava aquela correspondência há dias!  

Gina ligou os pontos e deu um soco fraco no braço de Ari. 

— Disponha!  

— Sabe, por que vocês não descem aqui?! Eu estou começando a ficar rouco!  

Gina deu um salto e gritou de volta: 

— Estamos chegando! — pegou a mão de Ari e saiu em disparada do apartamento, Ari tropeçando e reclamando. — Por que você não me disse que seu crush se chamava Dante? Oh garoto, eu quero te bater!  

— Eu não sabia. Quero dizer, sim, mas não sabia que ele era ele. — Se embolou na fala e Gina fez uma careta engraçada. 

— Agora mostre o caminho para os Elíseos. Tenho certeza de que você vai aproveitar bem. — Piscou um olho e Ari balançou a cabeça. 

Dante os esperava e antes mesmo de Ari bater à porta, ela foi aberta e foram recebidos pelo dono do apartamento, que sorria.  

— Onde arranjou um amigo tão bonito, Gina?  

A garota franziu e tentou conter a animação. Ari sentiu-se quente. 

— Numa loja de liquidação. E não estou brincando.  

Ambos riram, Ari os acompanhou. E então, ele não soube dizer quando foi que tudo se tornou lento. Ele captou os sorrisos estranhos dos amigos de Dante, as cotoveladas de Gina em sua costela, nos lábios onde continha o sorriso mais apaixonante e na voz reverberante do seu crush, bem, agora não mais crush. Ele sabia. Ele sentiu. Agora nada conteria o que pensou tanto. Ele se sentia desnorteado. Isso era mesmo possível? Essa noite seria um dos tantos encontros que Ari teria e em um deles, teria seus lábios colados nos de Dante e Ari pensou ter escutado errado quando Dante declarou: 

— Fui eu que coloquei a minha correspondência na sua caixa de correio.  

Ari piscou. Isso tinha acontecido há meses e Ari nem sequer tinha desconfiado. 

— Antes que você pergunte o porquê, meus amigos e eu somos loucos por nomes importantes, então apostamos se você seria um velho ou um cara de meia idade. Não contei com a ideia de que você seria tão jovem. —  Seus lábios lhe deram um sorriso admirador. — Isso soa bem intrometido, me desculpe. Mas sabe, não me arrependo nem por um segundo de ter sido assim. — Dante brincava com os próprios dedos e tentava não sorrir, hesitante. 

Ari ainda sentia a língua presa e tentou falar. Isso soava inimaginável, ao menos para Ari. 

— Eu não sabia quem era você. Isso nos deixa quites — Ari consegui dizer e Dante o puxou para perto. 

— Para alguém que também me espiava, você está sendo bem inocente, Ari.  

Ari o calou com um beijo. Um formigamento correu seu corpo e riu contra a pele de Dante. Não reprimiria o rapaz por ter sido mais rápido e esperto do que ele, afinal era Dante. Uma parte dele teria feito a mesma coisa. Claro, no caso deles foi pura sorte. Ari não recomenda fazerem outras pessoas fazerem o mesmo, poderia ser um desastre. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. A ideia nasceu de um caso no twitter onde um rapaz consegue o instagram do cara por quem ele sentia interesse, graças a amiga dele que grita pra esse cara do nadar de cima e consegue pro amigo dela o user do rapaz.

Quis fazer diferente e ficou bem fofinho.
Mas sendo séria, não façam isso 😹 vida real não é como fic 😢

Espero que tenham gostado e é isso.

Edit [20/05/20]: uma observação gente, a ideia de ser aridante não foi minhas e sim de outra pessoa no twitter, que me deu permissão pra escrever :3


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