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História Garoto Na Janela (Tobidei) - Batente verde escuro e paredes amarelas


Escrita por: amariasss

Notas do Autor


Bom dia, boa tarde ou boa noite para todos aqueles que não estão presos no Tsukuyomi Infinito
Outra Tobidei, pra variar. Fazer o que, eu amo eles demais
Eu estou com saudades de uma prainha e juntei isso á uma ideia que me veio enquanto andava de carro e vi um homem parado na janela, então surgiu a história!!
Ela vai conter algumas músicas que vou deixar os nomes no fim para quem quiser ouvir. Traduzi as letras das que são em inglês para não dar problemas com o titio Spirit hehe
Sendo assim... boa leitura<3

Capítulo 1 - Batente verde escuro e paredes amarelas


Era uma ilha no meio do atlântico, a cinquenta quilômetros de distância do continente e cercada por um mar azul cristalino. Tinha um formato ovalado e, logo após a faixa de areia fofa, possuía uma pequena mata tropical; no centro, as construções ferviam, casas coloridas e lojas bonitas abrigavam uma população alegre e convidativa.

Nessa ilha existia uma particularidade: todos os dias, ás cinco e vinte da manhã, um garoto de longos cabelos dourados se escorava na janela de seu quarto, voltada para o leste, na direção da praia conhecida como “praia dos morrinhos” (separada dessa apenas por mais uma fileira de casas e pela mata), apreciando o nascer do sol. Apoiava os cotovelos no batente e degustava a maresia contra seu rosto, enquanto sentia a quentura nos primeiros raios. Deidara era seu nome.

Todos os dias, também, passava pelo local um florista. Este florista levava pelas manhãs antes de trabalhar, um buquê de flores de hibisco para a avó doente que morava na Rua de Deidara. Então, acabava acenando e desejando um simpático “bom dia” todos os dias para o garoto na janela; posteriormente adquiriu o hábito de lhe entregar um ramo de gailárdia e trocar algumas palavras. Seu nome era Obito Uchiha.

Daquelas pequenas conversas, acenos e entregas, surgiu uma grande amizade entre os dois, a rotina ficou menos chata ao saberem que sempre se encontrariam pelo caminho para admirar o sol juntos, separados apenas pela parede que sustentava a janela do loiro. Naquela manhã, não foi diferente.

Deidara estava sentado na janela, balançando seus pés e encarando o horizonte, tocando as pontas dos dedos descalços na pedra fria dos paralelepípedos da rua; apesar de estar com sono, sentia as cores alaranjadas do céu renovando suas energias. Obito passou pelo local cinco minutos depois do convencional, quase perdera a hora, mas jamais perderia o sorriso do rosto.

-Bom dia, Dei!

Atravessou a rua sem nem se preocupar em olhar para os lados, nenhum carro passava naquele horário. Parou na calçada em frente à janela do garoto e estendeu-lhe a flor diária.

-Bom dia, Tobi! Obrigado, hn.

-Continua com este apelido estranho?

-Fazer o que, é fofinho, admita.

Os dois riram a começaram a jogar conversa fora. De vez em quando, Obito passava os dedos das mãos pela parede externa, pintada em um tom amarelo vibrante, e pelo batente verde escuro, admirando a composição de cores da casa de Deidara iluminada pela luz do sol.

-Bom, preciso ir ver a minha avó.

-Tudo bem, o sol já nasceu e eu preciso pegar o barco.

-Até mais tarde, Deidei.

-Até, Obi.

Quando o Uchiha sumiu no horizonte, Deidara pulou para dentro de seu quarto e se jogou sobre seus lençóis branquinhos e finos, esticando a coluna. Tinha quarenta minutos para pegar a balsa que o levaria ao continente, onde cursava artes cênicas. A tarde, cumpriria seu horário das duas às quatro horas em uma lanchonete pé na areia muito bonita, em uma praia na parte sul da ilha, “praia das arraias”, para poder pagar seu curso.

Ele gostava da vida que levava, era calma e paradisíaca. Gostava de seu curso, de seu trabalho, de poder passar seu tempo livre curtindo o oceano com seus amigos, de morar com sua irmã mais nova e seus pais, gostava de tudo. Então sorriu e se levantou rápido, tinha mais um dia para cumprir.

 

=

 

Obito fechou a floricultura mais cedo naquele dia, queria ter tempo para aproveitar a tarde. Andava tranquilamente pelas ruas do sul, cumprimentando qualquer um que cruzasse seu caminho, estava com muita fome e isto fez uma ideia piscar em sua mente.

Andou em direção ao restaurante cafeteria que havia na praia seguinte, cantarolando uma música qualquer e empolgado para ver seu atendente preferido.

Chegou no recinto charmoso e retirou os sapatos logo na entrada, depositando-os em um espaço próprio. O estabelecimento era ao pé da areia, bem próximo à praia, composto por uma parte fechada e outra como um deque, aberta e arejada. Foi até o externo e puxou uma cadeira próxima à cerca que separava o restaurante da praia, retirou os óculos escuros e os dobrou sobre a mesa, encarando o já conhecido cardápio e sorrindo ao notar exatamente a presença que queria.

-Boa tarde, senhor, gostaria de fazer seu pedido? –Deidara sorria, estando adorável com a camisa completamente aberta de fundo ciano e estampada com flores roxas e rubras, seu peito estava amostra e suas pernas, do joelho para baixo, também, pois usava uma bermuda branca; os cabelos presos em um coque bagunçado e os pés descalços completavam o visual que usava, padronizado para todos os atendentes trabalhantes no local.

-Olha só, um garçom que nunca vi na vida! –gracejou Tobi- Trabalha aqui desde quando?

-Baka! –Deidara riu e acertou um tapa leve as costas do homem- O que vai querer?

-Bom, uma torta de laranjas com calda de caramelo, um ensopado de camarão com mariscos e um suco de melancia com gengibre, por favor.

-Cara, são duas e meia da tarde, você não almoçou não?!

-Não, e nem tomei café da manhã! Acordei atrasado como você bem percebeu hoje cedo... –coçou a nuca e sorriu torto- Estou morto de fome.

Deidara negou e acertou mais um tapa em Obito, saindo após anotar tudo em sua prancheta para preparar o pedido do homem.

O Uchiha encarava as ondas do mar enquanto esperava, o azul cristalino refletia o sol e as pessoas conversavam na areia, outras permaneciam na parte rasa da água para brincar com os peixinhos. Naquela praia, não se podia ir muito fundo em decorrência ao número de arraias, apesar de muitas serem mansas. Analisando o ambiente e embalado pela música tocada no estabelecimento, “Águas de março”, teve uma ideia brilhante.

Depois de comer e na hora de pagar a conta, convidou Deidara para surfar na praia dos Morrinhos quando o expediente acabasse. O universitário aceitou de prontidão, fazia tempo que não tirava um tempo para pegar ondas com algum amigo, empolgou-se mais ainda quando Obito disse que convidaria também mais alguns amigos em comum.

Despediram-se com um abraço e o moreno prometeu buscá-lo quando o turno acabasse. Seria um fim de tarde divertido para ambos.

 

=

 

Os dois andavam descalços enquanto carregavam os chinelos pela areia fofa, vestiam as roupas de surfe e carregavam as pranchas na mão, portando cada um uma mochila nas costas. Acenaram animadamente para Hidan, que sorria para eles balançando os braços enquanto estava sentado em uma esteira de praia sob um guarda sol; ele parou de se sacudir apenas quando Kakuzu bateu em suas costas, o jashinista fez bico e esperou o namorado terminar de passar protetor em suas costas para poder sair no sol, afinal sua pele era muito branca e queimava com facilidade.

Deidara e Obito riram ao se aproximarem e notarem Konan tentando ensinar Pain a surfar, frustrando-se pelo ruivo falhar miseravelmente e cair da prancha a cada dois segundos. Ainda no mar, Itachi e Kisame estavam sentados em um banco de areia com a metade dos corpos submersos, conversavam aleatoriedades. Inclusive, a praia se chamava Morrinhos por sua enorme quantidade de bancos de areia e pelas ondas ótimas para quem estava aprendendo a surfar ou não profissionais.

Deixaram as mochilas próximas ao guarda sol de Kakuzu e Hidan e montaram seu próprio ao lado.

-E aí, loiro, suave? Faz tempo que não te vejo na praia. –Hidan comentou, esmurrando de leve a mão de Kakuzu que passou um pouco de protetor nos cabelos grudado na nuca do namorado- Vai zoar meu cabelo, Kuzu!

-Calado, já estou te fazendo um favor! Mas enfim, e aí Dei!

-Oi e oi, eu sumi um pouco mesmo, precisava estudar. –posicionou a mão na cintura e apoiou a prancha na areia- Mas o semestre acaba semana que vem, então nada mais me tira dessa praia.

Eles comemoraram batendo palmas, logo depois acenando para Zetsu e Sasori, os dois chegaram no meio da conversa. Assim que o casal de malucos terminou de passar protetor, vestiram suas roupas de surfe e os quatro correram para água. Os recém chegados não iriam surfar naquele dia,  então pediram sorvetes e ficaram rindo dos amigos.

Ficaram na água até as cinco e cinquenta, quando o sol ameaçava começar a se pôr no lado oposto ao mar; era verão, então ele se poria efetivamente as sete da noite. Todos já haviam saído do oceano e vestido as roupas normais de praia, menos Tobi e Dei, que guardaram as pranchas e foram mergulhar, brincando com os peixinhos coloridos e jogando água em uma guerrinha quase infantil.

-Dei, vamos sair? É bom vestirmos as roupas de banho comuns, daqui a pouco a pirralhada chega para o luau.

-Minha irmã e os amigos?

-Sim.

Deidara assentiu e começou a descer o zíper, fazendo Obito pular desesperado em sua frente.

-Pirou, Tobi?

-Você vai arrancar a roupa e ficar pelado na frente da praia inteira?!

-Homem? Eu estou de cueca por baixo, animal, sem contar que todas as outras pessoas já foram embora, só sobrou nossa gangue. Qual o problema? Espera... não me diga que você tá pelado por baixo da roupa de surfe!

Obito se encolheu constrangido, acenando positivamente.

-Obito, você é idiota?! –Deidara ria como uma criança- Você tem que usar ou cueca ou bermuda de banho por baixo, praga!

-Ahh, eu não sabia! O que eu faço, Senpai?!

-Tadinho... não precisa ficar desesperado. Vai atrás das pedras e se veste.

-Tá bom...

Quando ele saiu, Deidara terminou de retirar as vestes e colocou sua bermuda azul marinho, soltando o cabelo e balançando a cabeça para tirar o excesso de água dos fios. Olhou o céu começando a adquirir tons de amarelo e sentou na roda formada em torno de uma fogueira montada por seus companheiros. Conversavam calmamente, até ouvirem uma risada alta, berros e a voz de alguém ofendendo a mãe de outra pessoa em vinte idiomas diferente.

Observaram rindo Sasuke, caçula de Itachi, chegar andando todo torto e com o melhor amigo, Naruto, montado nas costas. O loiro batia o calcanhar na lateral da coxa do Uchiha e apontava para frente, berrando para ele andar logo, enquanto o moreno mal aguentava o outro em seus ombros e xingava o mesmo de todos os nomes possíveis. Atrás, vinha Sakura quase chorando de rir enquanto carregava o violão de Sasuke em uma das mãos.

Chegando na roda e completamente irritado pelas risadas, o moreno jogou Naruto no chão recebendo como resposta um “ai” acompanhado de “taca a mãe pra ver se quica” e mais uma série de risadas compulsivas. Os três se ajeitaram em seus lugares, mas mal tiveram tempo de começar uma conversa, pois Ino chegou arrastando Sai pelo pulso, gritando irritada pelo irmão mais velho.

-Deidara! –bradou- A mãe me encheu o saco perguntando onde tu tava, moleque! Você sumiu depois do restaurante!

-Ai, meu bem, culpa do Obito que me arrastou pra cá. Falando nisso, cadê aquele gay? Foi trocar de roupa e foi arrastado pela Moana?

-Ele tá ali. –apontou Sakura. Olharam para o lado oposto e viram Tobi já vestido com sua bermuda preta, ele vinha acompanhado de três adolescentes.

-Olha quem eu achei no caminho! –gritou por estar longe, apontando para os três. Shino Aburame, que pela primeira vez era visto com poucas roupas, mas não abdicava de seus óculos escuros; Kankuro, que vinha usando um short e uma regata branca, carregando uma garrafa de bebida em uma mão; Kiba Inuzuka, vestia uma sunga e ria alto, com um braço passado ao entorno do pescoço de Kankuro.

Todos recomeçaram a gargalhar quando os quatro se aproximaram, ao notarem Kiba e Kankuro cantando pessimamente, quase gritando:

-Tu já curtiu a dz7? Eu sim, eu não! –batiam palmas e tentavam dançar falhamente o passinho do romano- No beco pagou boqu...

-Nem termina! –Shino levantou a voz irritado, sentando-se perto de Sai e Ino- Credo! Arrumei amigos funkeiros!

-É mesmo. –todos pularam de susto ao perceberem a voz de Tenten logo atrás de Konan.

-Que susto, mulher! –bradou a mestra de origamis- Sentem aí, pestes.

Tenten estava acompanhada da namorada, Temari, e do cunhado, Gaara. O ruivo vinha de mãos dadas com Rock Lee, que completou a letra da música baixinho, ganhando um olhar mortal do Aburame.

-Tá, agora só falta o folgado do Shikamaru chegar com o Neji e a minha princesa Hinatinha. –suspirou Naruto, levando um “pescotapa” de Sasuke.

-Gado demais. –zombou o Uchiha.

-Pelo menos eu não falo da Sakura o dia inteiro, né seu Uchiha safado?

Todos assobiaram em resposta, deixando Sakura com as bochechas da cor de seu cabelo e Sasuke com vontade de esganar o amigo.

-Tá bom, tá bom, -interviu Itachi- antes que alguém cometa um crime de ódio, vamos começar até os Hyuuga chegarem com o bicho preguiça. Puxa, cunhada!

-Certo! –Sakura se levantou- Antes de começar, quero dizer que vocês estão um bando de piteis hoje!

As meninas vestiam biquínis coloridos, com exceção de Konan, esta usava um maiô decotado e azul turquesa. Os garotos vestiam bermudas lisas e estampadas, salvo Kiba e Gaara, vestindo sungas que marcavam até... demais?

-Mas enfim... toca “Animals” do Maroon 5, Sasu!

Ele assentiu e começou a tocar os acordes ditados pela namorada, assim, Sakura pôde começar com sua voz melodiosa.

 

Baby, serei seu predador essa noite

Te caçarei, te comerei viva

Como animais, animais, como animais

 

Talvez você pense que pode se esconder

Mas eu consigo sentir seu cheiro de longe

Como animais, animais, como animais

Baby, eu sou

 

Alguns balançavam com o ritmo da música, embalados pela sensualidade da letra e curtindo o céu alaranjado do fim de tarde, juntamente com o calor da fogueira.

 

Então o que está tentando fazer comigo?

Não conseguimos parar, somos inimigos

Mas nos damos bem quando estou dentro de você

Você é como uma droga que está me matando

Eu te elimino totalmente

Mas eu fico nas alturas quando estou dentro de você

 

Sim, você pode recomeçar

Pode correr livremente

Pode encontrar outro peixe no mar

Pode fingir que era pra acontecer

Mas não consegue ficar longe de mim

Ainda ouço você fazendo aquele som

Acabando comigo, rolando no chão

Pode fingir que era eu, mas não, oh

 

Ela iria continuar, se não fosse Naruto gritar e sair correndo:

-Hinata!

Viram a garota chegar correndo com um pacote grande de marshmallows para assar em mãos, juntamente com o primo e o namorado dele, Shikamaru. Ela logo abriu os braços, sabendo que Naruto pularia. Dito e feito.

-Que saudade, minha princesa! –bradou, fazendo Neji revirar os olhos enciumado e Shikamaru suspirar. Apertou a menina em seu abraço e a rodopiou no ar, fazendo o biquíni dela quase descer e ela infartar de vergonha.

-Na-Naruto-kun! Eu te vi hoje cedo...

-Eu sei, -deu um selinho nela- mas já fiquei com saudades.

-Ou, o clima tá fofo, ok... mas puta que pariu em Neji! Você que ia cantar, carai, tá atrasado, filho! –berrou Hidan.

-Entra na rodinha! –Deidara puxou os dois para sentarem perto de Sasuke e Sakura e escolherem a música.

Ficaram comendo os doces assados enquanto esperavam, se acomodando completamente. Obito estava encostado no ombro de Deidara, Hidan e Kakuzu estavam sentados com os pés esticados e ficavam tocando seus dedos, Pain e Konan riam em seu mundinho próprio, Kisame e Itachi cantarolavam um ritmo baixinho, Zetsu e Sasori fumavam e conversavam. Por outro lado, Naruto não parava de abraçar Hinata todo meloso, Sasuke abraçava a cintura de Sakura e sentia o cheiro natural dos cabelos róseos, Kiba e Shino e Kankuro estavam viajando olhando as nuvens, Lee e Gaara trocavam selinhos apaixonados, Neji pensava em que música cantar recostado no peito de Shikamaru, Tenten e Temari estavam de pé dançando alguma música com os fones de ouvido compartilhados.

Todos prestaram atenção, porém, quando Neji se levantou junto com Sasuke, pronto para começar a cantar. A esta altura, o céu atingiu um tom alaranjado escuro, então ele aqueceu a voz e começou a interpretar a versão em inglês de “Garota de Ipanema”, Frank Sinatra.

 

 Alta, bronzeada, jovem e encantadora

A garota de Ipanema está andando

E quando ela passa, todos dizem "ohh" 

Quando ela anda, parece samba

Balançando de um jeito bonito e gracioso

Quando ela passa, todos dizem "ohh" 

 

Os outros cantarolavam conforme a voz grave do Hyuuga ressonava, de olhos fechados e sentindo o clima.

 

Oh, mas eu a vejo tão triste

Como posso dizer que a amo?

Sim, daria com prazer o meu coração

Mas cada dia que ela anda para o mar

Ela olha para frente, não para mim

 

Alta, bronzeada, jovem e encantadora

A garota de Ipanema está andando

E quando ela passa eu sorrio, mas ela não vê

Ela não vê

Não, ela não vê

 

-Deidara, -sussurrou Obito- vem comigo.

-Agora?

-Vai ser legal, prometo!

Ele se levantou e estendeu a mão para ajudar o amigo a se levantar.

-Estão indo aonde? –perguntou o caçula de Itachi caçoando- Vão se pegar?

-Cala a boca Sasuke, tua namorada sabe que você já pegou o Naru? –desafiou Tobi.

Todos lançaram um clássico “ôôô”, mas não contavam que ela iria responder.

-Sei sim, Obi, inclusive eu já peguei a namorada do Naruto, a Hinatinha. Então estamos quites! –respondeu Sakura rindo, deixando Hinata completamente vermelha e fazendo a roda explodir em euforia.

-Rá, se fodeu Obito! –riu o Uzumaki, batendo nas costas de Kiba enquanto gargalhava- Todo mundo conhece a saliva de todo mundo nessa bagaça.

-Tá tá, por essa não esperava... –o Uchiha inclinou a cabeça, puxando Deidara pela mão e saindo dali constrangido- Já voltamos.

-Ai, que dor! O Neji pode finalmente voltar a cantar?

-Obrigado por ser o único que me valoriza nessa porra, Pain.

Enquanto o florista e o atendente se afastavam, a roda voltou a irromper ao som da voz do garoto.

 

=

 

Obito e Deidara atravessaram as pedras e subiram uma pequena inclinação para logo descerem do outro lado. Pararam em um tipo de mini praia: um banco de areia rodeado pela mata e pela água límpida do mar em um dos lados. Ainda era possível ouvir Neji cantando ao longe, então formava um clima bem confortável.

-Que lugar lindo! Você já conhecia aqui, Obi?

-Não, descobri enquanto saia para trocar de roupa. –sentou-se na areia e puxou o loiro para sentar ao seu lado- Por isto eu demorei, hehe.

-Entendo... valeu a pena então!

-Eu quis te trazer aqui agora porque é o melhor momento para ver isso. Olhe!

Deidara encarou o mar e ficou maravilhado: algas noctiluca! Este tipo de alga aparece em algumas épocas do ano nos oceanos, quando as ondas quebram elas liberam um brilho azul metálico, iluminando as águas. Por o sol estar quase posto e as estrelas já iluminarem o céu, o fenômeno ficava ainda mais bonito.

-Tobi... é tão...

-Lindo né? Olha só, -Deidara encarou o moreno, que puxava algo dos bolso- para você.

Estendeu uma coroa de orquídeas e jasmins para o Loiro, colocando em sua cabeça e sorrindo com a visão.

-Nossa, agora a Ino vai me irritar me chamando de princesa, hn! –sorriu- Brincadeira, eu amei! Mas... pra que tudo isso?

Obito não respondeu, apenas segurou o rosto do garoto a sua frente com carinho, sem deixar seu sorriso morrer, e beijou tranquilamente os lábios bonitos. Não fechou os olhos para poder encarar os azuis arregalados em sua frente, ainda mais bonitos graças às luzes vindas do mar. Trocaram um selinho que já respondia um milhão de perguntas.

-Dei-senpai, -Tobi se afastou, ainda olhando nos olhos claros- artista explosivo, meu atendente favorito, meu menino da janela... eu não sei nem como isso aconteceu, mas acho que olhar para você sem te amar é impossível. Eu... te amo, sabe?

Deidarn tocou suas testas, fechando seus olhos e esfregando seus narizes em um beijo de esquimó.

-Eu também te amo, Uchiha idiota! Meu Tobi...

Beijaram-se com todo o amor que tinham, pela primeira de muitas vezes.

 

=

 

Quando voltaram para o círculo, já estava tudo escuro, com apenas as luzes da lua crescente, das estrelas, da fogueira e das excêntricas ondas do mar. Todos estavam de pé e cantavam “Apesar de você” de Chico Buarque com fervor, dançando felizes, nem notando o recém formado casal chegando de mãos dadas.

A felicidade que sentiam ali era mágica, nada poderia estragá-la, nada mesmo. O amor unia cada um ali, assim como o céu se misturava ao oceano em outra típica noite na pequena ilha. Ah, mas uma noite onde tinham a certeza...

 

Mesmo estando todos os dias na mesma janela, tudo era uma caixinha de surpresas.


Notas Finais


Músicas presentes:
-Águas de Março (Elis Regina)
-Animals (Maroon 5)
-The Girl from Ipanema (Antônio Carlos Jobim e Frank Sinatra)
-Apesar de Você (Chico Buarque)
-Bônus: Eu Sei que Vou te Amar (Antônio Carlos Jobim)

Aqui um link com uma imagem do fenômeno das algas: https://4.bp.blogspot.com/-wFy8Ul0L7cQ/WDW4Ts9f5II/AAAAAAAACmE/DKhLjbgu3OE5fj-VhQjjbAH_jaC5R1xBgCLcB/s1600/pic5.jpg

É isso, espero que tenha gostado <3


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