História Garoto Riquinho - Almoço e Dança

 No fim da aula vou na sala do Wade para levá-lo para minha casa. Fico do lado da porta de sua sala e vejo ele sair conversando abraçado com uma garota rindo, senti muito ciúmes mas fico quietinho. 

–Wade, vamos?–Ele e ela param de rir e olham pra mim.–Mau momento? 

 –Que nada, Baby Boy! A Neena só tava me contando uma história. 

 –Ah, e...quem é essa Neena? 

 –Esqueci de apresentar vocês! Peter essa é a Neena uma amiga minha e Neena esse é o Peter ele é meu...–Wade fica pensativo provavelmente com medo do que dizer então completo por ele. 

 –Sou o namorado dele! Prazer em conhecê-la.–Estico o braço para uma saudação formal e ela aceita sorrindo. 

–Wadezito eu vou ter que ir mas a gente se fala depois né?–A garota diz manhosa. 

–Claro, vai lá!–Neena dá um beijo na bochecha do Wade que fica sem reação e vai embora. 

–Vocês são bem íntimos né?–Pergunto e vamos andando para a saída. 

–Mais ou menos, a Neena é meio...como posso dizer sem ser muito desrespeitoso? 

 –Atirada? 

 –Puta, ela é meio puta sabe? 

–Wade! É feio chamar as pessoas dessa forma. 

–Estou apenas falando a verdade.–Atravessamos o portão e o carro já estava a nossa espera. Abro a porta para Wade entrar e depois eu. 

 –Wow! É nesse carro que a gente vai?–Wade pergunta animado. 

 –Sim ué.–Falo rindo da surpresa do garoto por estar em um carro tão luxuoso.–Boa tarde, Happy! 

 –Boa tarde, quem é esse aí?–Happy pergunta preocupado. 

–Ah esse é o Wade!  

–Ata, tô de olho hein.–Dá a partida no carro e vamos a caminho da minha casa. Wade começa a cutucar meu braço constantemente e pergunto um pouco irritado: 

 –O que foi?

–Vai demorar muito? É que eu tô com fome. 

 –Daqui a pouco a gente tá chegando, Wade. 

 –Sabe, você tinha que me dar um apelido! 

 –Por que? 

 –Eu chamo você de Baby Boy, baby, Pete, você precisa me chamar de algo! 

 –Vou pensar em algum apelido, Wade.– Ficamos os poucos minutos até chegar em casa em um silêncio gostoso que eu aproveitei pois sei que logo vai acabar. Chegamos em casa e Happy estaciona na entrada. 

Eu e Wade saímos com nossas mochilas e como eu havia previsto o garoto escancara a boca e levanta a cabeça para enxergar melhor os três andares da mansão. 

–Meu Deus! Que casarão! 

–Não é pra tanto, Wade.–Ele olha pra mim indignado e eu continuo a frase.–Eu tenho uma maior em LA. 

–Quanta humildade hein?–Tiro minha chave do bolso e abro a porta dando passagem para Wade. 

 –Seja bem vindo à minha humilde residência.–Faço uma reverência digna de príncipes e Wade fica pulando no mesmo lugar.–Vai ficar aí parado? 

–Nossa, vir aqui por uma árvore e vir aqui pela porta da frente é muito diferente! A sua casa é melhor do que eu imaginei! 

–Sshhh meus pais não sabem das suas...visitas! 

 –Eles estão aqui? 

 –Vão chegar em três, dois...–No exato momento vemos meus pais descendo as escadas para a sala. 

Assim que eles nos vêem pops sorri largo e papi fica com a maior cara de deboche.–Oi papais! Eu trouxe o Wade! 

 –Olá, Wade.–Pops sorri apertando a mão de Wade.–Que aperto de mão forte, garoto! Você já deve conhecer meu marido e pai do Peter, Tony. 

 –Eu conheço ele dos jornais da televisão, revistas e quando eu vim aqui uma vez. 

–Wade então...? Quais são suas intenções com meu filhinho?–Papi pergunta com certa desconfiança. 

–Apenas amá-lo incondicionalmente.–Wade olha pra mim sorrindo e sorrio de volta com a mesma intensidade. 

 –Tá bom então, venha o almoço está pronto. 

 –Espera só uns minutinhos Papi? Nós vamos colocar as mochilas no meu quarto. 

–Ok, só não demorem se não a comida vai esfriar.–Afirmo e levo Wade para meu quarto. 

Abro a porta e depois a fecho, jogo minha mochila perto da mesinha de estudos e Wade joga no mesmo lugar. 

 –Lar, doce Lar!–Ele diz se jogando na minha cama e cruzando os braços atrás da cabeça em uma posição bem relaxada. 

 –Pelo menos tira o tênis antes de bagunçar toda minha cama!–Reclamo e Wade tira o sapato e joga de qualquer jeito no chão.–Você é muito abusado sabia? 

 –Você me ama assim.–Retiro os meus tênis e meias e vou pra cama tentar puxar Wade para voltarmos para a sala porém ele me puxa pra cima de si e começamos a rir. 

–Wade, a gente tem que ir almoçar! Você não tava com fome? 

–É eu tava mas eu não quero sair dessa posição.–Olho pra baixo e analiso a situação, eu sentado no quadril do Wade e nossos rostos quase colados. Fico vermelho e tento me afastar mas ele me mantém no mesmo lugar.–Fica aqui. 

 –Você pode não estar com fome mas eu tô, vamos! 

 –Ah não...sabe uma coisa que eu percebi? 

 –Aff o que? 

–A gente nunca se beijou. 

 –Que? Óbvio que já! 

 –Ah mas aqueles selinhos não valem. Eu tô falando de beijo de verdade! Com língua, animação, tesão... 

 –Ok, ok! A gente vai se beijar quando for o momento. 

 –E você não acha que esse é o momento?–Wade pergunta baixinho e bota as mãos em minhas coxas.

–Hhhmm...hãããnn...é...–Ouço meus pais nos chamando e saio do colo do Wade em um pulo.–V-Vamos, Wade!–Desco as escadas sem olhar pra trás e tentando arranjar um jeito de ficar menos vermelho. Sento a mesa e logo depois Wade chega e senta ao meu lado. 

–Peter, querido por que está tão vermelho?–Pops pergunta com preocupação mas para não precisar responder enfio uma garfada de comida na boca.

 –É que ele ficou pulando pelo quarto comigo, senhor.–Wade responde em meu lugar. 

 –Estranho, não ouvi os barulhos. Mas enfim... 

–Como veio essa ideia de namoro?–Papi Tony pergunta intrigado. 

–A-a gente...–Wade começa a gaguejar e tomo sua fala. 

–Nós gostamos um do outro! Então estamos juntos, não é um namoro oficial mas já é algo.–Foi difícil falar essa. 

 –E seus pais, Wade? Eles sabem disso?–Papi Tony pergunta novamente. 

–Eu...não tenho pais, só um adotivo.–Meus dois pais ficam em silêncio e param de comer.–Mas não precisam esquentar a cabeça eu tenho minha família adotiva eu só não visito muito eles... 

 –Wade, pode contar conosco para qualquer coisa okay?–Pops fala com carinho olhando nos olhos de meu parceiro.–Eu sei como é sentir que não tem ninguém ao seu lado mas a família Rogers estará sempre aqui para te apoiar. 

 –Pode contar conosco, mas nós somos a família Stark não a família Rogers!–Papi fala e bebe sua vitamina de gororoba. 

–É óbvio que nós somos a família Rogers! 

 –Nós somos a família Stark! Você é o único sem Stark no nome, Steve. São dois contra um! 

 –Mas isso não vale! Peter você concorda? 

 –Eu acho que nós somos a família Stark-Rogers.

 –Somos a família Stark e ponto final. 

 A discussão do nome da nossa família durou até o fim do almoço e até Wade se meteu no meio a favor do meu papi. Foi um dos almoços mais divertidos que eu já tive depois do dia que a Tia Nat jogou purê de batata doce na cara do Tio Clint. 

 Eu e Wade subimos e ficamos passeando pelo corredor sem ter nada pra fazer enquanto pops e Papi iam trabalhar em seus turnos da tarde. 

 –Você vive todos os dias nessa casa enorme sem fazer nada? 

 –Eu tenho uma sala de jogos! Você gosta de Just Dance? 

 –Do melhor jogo de dança do mundo? É óbvio que eu gosto!–Levo Wade até o fim do corredor e abro a enorme porta de vidro para entrar na sala. 

 –Seja bem vindo ao meu paraíso.–Ligo meu Xbox e boto no Just Dance.–Qual música você vai escolher?–Ele fica analisando as escolhas e aponta para Chantaje, Shakira feat Maluma. 

 –Eu quero ser o Maluma! 

 –Mas eu não quero ser a Shakira! 

 –Por favvooorr!–Wade fica de joelhos junta as mãos e faz olhos de gatinho.–Deixa eu ser o bonequinho do Maluma. 

 –Nossa que desgraça. Tá bom, tá bom você pode ser o Maluma aff.–Reviro os olhos e ele se levanta alegre. Seleciono a música e começamos a dançar. 

 Uma, duas, quatro, doze músicas foi a quantidade de vezes que dançamos com apenas uma parada. Nos jogamos deitados no chão, suando com a respiração desregulada e o coração batendo a mil.

 –Wow! Nunca...dancei...tanto!–Wade fala dando intervalos para respirar. 

 –Nossa, eu preciso urgentemente de um banho! Eu tô fedendo a suor! E você também. 

 –Eu tomaria um banho mas não trouxe roupa. 

 –Eu te empresto! 

 –E você realmente acha que suas roupas cabem em mim?–Aponta para si e percebo que seria praticamente impossível uma roupa minha caber em um ser humano como o Wade. 

 –Eu posso pegar dos meus pais! 

–Nesse caso...corrida até o banheiro principal?–Nem afirmo e saio em desparada para o banheiro. 

 –QUEM CHEGAR POR ÚLTIMO É O OVO PODRE!–Corro e vejo Wade logo atrás de mim quase me alcançando.–COMO ASSIM? 

–EU DOU CINCO VOLTAS NO MEU BAIRRO TODO O DIA!–Ele me passa e entra no banheiro.–Pra mim essa corrida é bobeira.   

–Mas...–Fecha a porta e me sento encostado na mesma.–Palhaçada... 

 –Eu ouvi! 

–Que bom!