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História Gasolina - Já Era Hora


Escrita por: Echerrevia

Notas do Autor


Olá!!! Desculpem-me pela demora, aconteceu e está acontecendo tanta coisa em minha vida que eu acho que interferiu logo no final do capítulo, bom, apesar de tudo encaixou com o que eu queria passar e aqui já vamos ver algo que todos irão concordar comigo, o que diz respeito ao nome do capítulo.
Boa leitura.

Capítulo 17 - Já Era Hora


E sem duvida alguma, eu fui banhada pelo sangue demoníaco de Murphy e Ohm, por quê? Primeiro, que tal irmos por partes?

Bom, houve o incrível baile com o tema Cassino. A Doutrina Akemiana chamou atenção ao chegar ao lado de seu belo e esbelto par, quem? Itachi Uchiha. Você que está se perguntando se eles conseguiram ter sossego, afinal, Akemi ganhou o coração de alguns coleguinhas de minha classe e até o charme de alguns professores - como o tio Oroch - e Itachi... Itachi já tem força só com esse nome, tire suas conclusões da polêmica que ele causou com aqueles longos cabelos negros lavados com Pantene e aquele terno Armani preto que o deixava terrivelmente sexy, não, eles não conseguiram ter sossego, mas não foi isso que os impediu de proferir uma animação fora do comum com direito a Baby One More Time e Like a Virgin no meio da pista de dança.

Um exemplo óbvio e nato de como mostrei meus dotes artísticos voltados à dança foi durante a música, segurem os fornos: Gimme More. Sim, aquela música da Britney Spears que ela parece estar tendo um orgasmo cantando, triste não é? E se você está achando que minha dança envolveu todos os dotes sensuais existentes em meu íntimo, saiba que foi uma série de desgraças voltadas a alegria de Murphy e Ohm que não obtiveram nenhum êxito sexual quiçá minha alegria.

Não, seres sedentos por sexo, não foi daquela vez que Sakura Haruno perdeu o cabaço.

Ademais, para você que recorda da invasão de Ino, durante a reunião, em relação ao suposto aparecimento de Sasori no baile saiba que os deuses ficaram à meu favor, graças a eles, e fizeram-me ter uma noite de sono sadia além de parte da madrugada infestada de risadas, cachorros-quentes e até uma dança com o professor de Física. Um minuto e vamos pirar juntos. SIM!!!! EU DANCEI COM SASUKE! Quer saber que música? Quer? Sei que quer! Quer não?? Mas eu digo já que faço a linha teimosa, sabe qual?

Let's Marvin Gaye, and Gaye it all!

Fala sério, acompanha comigo o clipe daquela música já exprimi todo ar de sensualidade embutido, imagina isso eu e Sasuke, dois seres-humanos que sofrem constantemente o fato de terem que se aguentar durante períodos escolares, e ainda, como se não fosse suficiente, terem que alimentar todo o fogo com a Gasolina tendo que esconder as chamas dessa combustão, dançando agarradinhos, essa bendita música do Ken de sobrancelha falha e da Barbie gordinha! É um tipo de tortura, queridos, os toques durante aqueles passos, o desejo ardente de queimar tudo e a vontade súbita que queimava minha calcinha de beijar aquele homem, pouco me fodendo para o fato de ter diretores, professores, coordenadores e alunos nos observando!

Eu quase o beijei ali mesmo, se não houvesse uma Akemi para ter me puxado para longe discretamente, do modo que só ela sabe fazer, provavelmente, naquela segunda-feira, eu estaria bem encrencada.

E falando em segunda-feira, eu recebi uma notícia que remexeu meus órgãos, sabe qual era? Bom, abrindo meu aplicativo de Calendários em meu celular eu reparei em duas coisas: o Efeito Estufa está atrasando o Inverno e o aniversario de Akemi já é semana que vem, ou seja, eu não sei o que é pior.

E agora vamos ao grande motivo de eu ter falo logo no início que fui banhada pelo sangue de Murphy e Ohm: aniversário + Akemi + Japão levemente quente = Fujam para as colinas.

É sério, parem de ler por aqui enquanto vos resta vida, eu tenho amor a meus leitores e eu acho seriamente que eu me enganei quando disse que a reunião dos pais era um exemplo manifesto de catástrofe, eu me enganei, sabe por quê? Porque a voz de Akemi é a voz da reencarnação de Murphy e Ohm, olha eu ainda acho que essa mulher surgiu aqui pra ser possuída por esses dois e não só mandar sua má vibração para mim e sim para cooperar com todos ao meu redor, indiretamente é claro, para desgraçar minha vida!

É como dizem: há uma linha tênue entre a voz de Akemi e a dos mortos.

Ninguém diz, mas a gente começa a falar agora.

E como agora, Ino gosta de nos nomear as maiores Pirigóticas de Konoha - se bem que ninguém, repito NINGUÉM, teve capacidade mental para pensar nesse nome inusitado e muito criativo então acho que somos as únicas, ocasionando nas maiores - juntando o fato de Ino e Karin já terem apelidado a morena de Kemi, enquanto Tenten e Hinata preferem aderir à nacionalidade da Sul-Americana como apelido, sendo este o país da zoeira (sem ofensa, Brasil).

Soma-se tudo e qual o valor da equação? Lembrando que a ordem dos fatores não altera o produto, o resultado é? D. E. S. G. R. A. Ç. A.

E QUAL FOI A GRAN-IDEIA DE AKEMI PARA COMEMORAR??? Nada melhor que um fim-de-semana na casa de praia dos avôs de Akemi, certo? Certíssimo.

-Não vou. - Foi a minha resposta aos olhares atentos das meninas ao redor de minha mesa, após minha chegada atrasada graças à minha ida ao ginecologista na tarde anterior a qual obrigou-me a fazer um Hemograma Completo além de outros exames como a ultrassonografia pélvica, e sim, a médica fez uma Citologia e não eu não quero falar sobre isso.

-Olá, senhorita Haruno. - Disse a médica assim que adentrei a sala ao lado de minha mãe. O medo me consumia primeiro eu iria lançar uma mentirinha para, quem sabe, conseguir um anticoncepcional, segundo - se lembro bem de minha primeira e única vez aqui - eu vou me arregaçar toda em uma cadeira, será colocada uma lanterna gigante entre minhas pernas e a médica vai olhar e pra completar ela vai apalpar meus seios e vai apertar muito! Em suma, eu não estava psicologicamente pronta pra isso.

-Oi - Ela me cumprimentou e então deu um abraço em minha mãe, exclamando seu nome em seguida.

-Já estava na hora da Sakura vir, huh? - Disse sorridente e então sentou-se em sua cadeira acolchoada do outro lado da mesa de mogno.

-Pois é, Naomi. - E sorriu fraco.

A doutora olhou para mim é sorriu juntando as mãos sobre os papéis. E foi ali que eu vi que eu estava terrivelmente lascada nas mãos daquela mulher, e infelizmente não havia como voltar atrás, eu teria uma lanterna em minha vagina é um apalpar nos seios, que não seria de quem eu queria.

Desgraça.

-Então, Sakura, como está seu ciclo menstrual?

-Desregulado.

-Isso é normal, mas diga, está vindo mais de uma vez ao mês? - Cocei o queixo olhando para o teto e concordei em um murmuro.

-Quando foi, por favor?

Ela já ‘tá forçando, mas respondi todas as perguntas o mais breve que podia, com poucas palavras e tremendamente nervosa pela hora da mortificação sob a cadeira da ginecologista, porém, todavia, contudo, mas ela fez A pergunta:

-Você é virgem, Sakura?

Como diabos essa mulher INVENTA DE FAZER UMA PERGUNTA DESSAS PARA UMA POBRE ADOLESCENTE NA FRENTE DA MÃE?!?!? ELA FAZ ISSO COM TODO MUNDO OU MURPHY E OHM ESTÃO CONSPIRANDO CONTRA MIM?!?

-Sakura? - Minha mãe acrescentou após os segundos de meu silêncio, aí eu percebi que havia fodido tudo com minha pausa.

-SIM! - Berrei descontrolada, tossi, pigarreei e então abaixei meu tom de voz - Sim, sou sim.

Só sei que em minha lápide ao invés de uma frase linda e fofa de como eu era um ser - humano legal, inteligente, carismático e blá-blá eu garanto a todos que estará algo do tipo Pagou Micos Desde 1999.

Minha mãe me olhou torto e voltou os olhos a médica que sorriu mandando-me ir para a saleta acoplada a dela dividida por uma parede de blocos de vidro, mandou-me despir e vestir a roupa que havia em uma cestinha dentro do banheiro.

E assim fiz.

Ao término da cadeira da morte, sentei-me ao lado de minha mãe com um sorriso envergonhada, as bochechas vermelhas e as mãos nos peitos de dor.

-Tudo normal, Sakura. Mesmo assim vou pedir alguns exames.

-Hemograma, pélvica... - Mamãe comentou e a médica concordou anotando na caderneta para então entregar-me.

Aí eu fui embora dali com a mais pura cara de vergonha, pensando como seria meu plano para fazer com que aquela médica me passasse um anticoncepcional para eu perder o cabaço sem ter medo de ficar grávida. Aí você fica: Sakura, camisinha!!! Aí eu respondo: E se estourar? Gente me deixa, eu sou louca com essas coisas de virgindade!

-Como assim? - Karin perguntou levantando os orbes âmbar da lixa de unha tirando-me de meus devaneios.

Fechei meus olhos e respirei fundo procurando as palavras certas para explicá-las que eu não tenho tanta certeza em ir para essa festa, não é que eu não queira ir, mas algo lá no fundo está gritando que vai ser uma péssima ideia. Vai ter bebidas e eu não bebo, vai ter drogas (sem dúvida alguma) e eu sou totalmente contra, vai ter muita pegação e eu não vou me sentir confortável em um lugar assim, não sei se lembra, mas na festa dos universitários, naquela segunda-feira de início de aulas, eu... eu me senti um verdadeiro peixe fora d'Água! Aguentei o cheiro de maconha, aturei ver meu ex se agarrando com uma loira, minhas amigas me abandonaram e eu ainda fui cantada por meu professor! Olha não foi uma noite que eu queira repetir, aliás, eu nunca fui tão fã de festas e a única alegria, sem dúvida alguma, foi todo o lance com Sasuke, se bem que no momento eu estava odiando e me sentindo violada, mas hoje vejo como algo interessante.

-Eu não... - Tentei procurar argumentos, mas eu não queria mentir para minhas amigas, minha cota de mentiras já se estourou quando eu disse a minha mãe para marcar no ginecologista porque estava sentindo necessidade de tirar algumas dúvidas com uma, sendo que eu tenho uma amiga que pode me explicar até na teoria as posições do Kama Sutra. Então respirei fundo e agradeci mentalmente ao ver Sasuke entrando na sala.

As meninas saíram de meu redor, mas ainda há uma atrás de mim que prometeu a Deus e o mundo não me deixar em paz enquanto não descobri o que me fez dizer que não vou.

Cruzei minhas pernas e abri meu módulo de Física pronta para mais uma aula, só que quando eu levantei o rosto a única coisa que eu vi era o que eu não queria.

-Atividade? - Resmunguei.

Sasuke olhou para mim e sorriu de canto, provavelmente meu bico está tão grande que ele achou graça. Concordou e tirou as folhas de dentro da pasta, aproximou-se de minha cadeira e pigarreou chamando a atenção da turma.

-As provas finais serão em duas semanas e como eu espero que todos vocês se saiam bem trouxe uma atividade com algumas questões, resolvam no primeiro horário e no segundo corrigiremos , certo?

Encarei Sasuke lançando-lhe meu melhor olhar de reprovação e o que ganhei foi uma folha em minha carteira e meu coque desfeito. Infelizmente, quando o professor diz "atividade em sala" há seres humanos que ouvem "juntem-se com seus amigos e baguncem" e ao meu redor se juntou uma gangue de meninas frustradas com minha negação em ir a tal festa de Akemi.

-Por que você não vai? - Hinata perguntou.

-É bom ter um excelente argumento! - Karin acrescentou.

-Você vai sim! Vou falar com seus pais daqui a pouco! - Só quero saber como vou explicar que não quero ir para essa festa, quero mesmo.

-Sério que você quer deixar esse pedaço de mau caminho sozinho em um fim-de-semana na praia? - Tenten exasperou-se apontando para Sasuke que já se sentava na mesa.

Respirei fundo e decidi responder de vez todas as perguntas das meninas, melhor elas saberem por minha boca que não quero ir do que chegarem lá em casa e descobrirem que eu nunca sequer falei com meus pais sobre festa na praia nenhuma.

-Eu não vou porque eu não quero. Meus argumentos são: eu não vou ficar à vontade, vou ficar qualquer coisa exceto à vontade com toda a festa e as pessoas, as bebidas e todo resto, prefiro me poupar de tudo isso. Eu nem falei com eles nem nada, simplesmente não quero ir. - A última parte eu vi necessidade de cochichar - E Sasuke? O que eu tenho haver com ele? Ele já é grandinho, não acham?

As meninas se olharem surpresas com minha resposta, o que eu podia fazer? Não gosto de festas, não vou me sentir bem lá, eu já me conheço, já sei como vou ficar e prefiro passar minha noite de sábado estudando do que parecendo uma barata tonta em uma festa.

Peguei meu lápis e iniciei a primeira questão:

-Sakura - A voz de Sasuke atravessou meu corpo, olhei para ele e ouvi-o - Preciso falar com você no final da aula.

Engoli em seco e concordei.

-Sakura! - Dessa vez Temari gritou, olhei para ela assustada e vi a loira bufar - Sério que você vai deixar toda sua insegurança impedir você de aproveitar uma festa? Sakura você só vai saber se vai gostar se for! Nós vamos estar lá, os meninos vão estar lá, Itachi, Akemi e até Sasuke.

-Saky, você não precisa ter todo esse medo. Caso você se sinta mal nós te levamos de volta para a casa ou você vai para um quarto, não sei como vai ser a festa, mas pra tudo damos um jeito. - Ino acrescentou.

-Por favor, Sakura. - Hinata pediu.

Respirei fundo e lembrei-me de meus pais e o quanto meu pai é protetor, aproveitei para usá-lo como segundo argumento e até mesmo contar com sua futura negação para fugir dessa festa. Eu não quero ir e pronto! Será possível?!? Que desgraça!

-A atividade - Sasuke lembrou-nos e lembrei dele.

Olha aqui, eu não tenho nada com o Sasuke inclusive não sinto nada por ele, digo atração não conta, mas eu não vou impedir ele de ir a uma festa só porque eu não quero! Ele não é meu namorado para que eu tenha alguma coisa de autoridade perante as decisões dele, entendeu? Ele é solteiro, é bonito, é gostoso, e... Aí gente que tristeza, deixar um homem desse sozinho em uma festa pra qualquer sirigaita é foda, SOBRETUDO eu não estou me importando, ele faça o que bem entender.

Isso aí.

Resolvi algumas questões e ajudei as meninas, elas não escondiam o desgosto por minhas palavras e demonstravam sutilmente, por meio de indiretas, que estavam realmente decepcionadas comigo. Peguei minha folha e aproximei-me do professor, que a esta altura estava sentado na cadeira mexendo no computador.

-Professor - Chamei-o, ele murmurou um "hm" e me olhou, perguntei sobre uma questão de Potencial Elétrico ele me explicou e então apontou para um cálculo.

-Depois reclama quando zero sua prova. - Franzi e aproximei a folhe de meu rosto procurando meu erro, aí vi: errei o sinal, de novo. - Seu pai me ligou ontem à tarde, marcou para eu ir a sua casa no sábado.

Até tentaria me recordar de algo relacionado a meu pai jogar meu professor gostoso, o qual eu costumo dar uns beijos, em minha cama e tirar meu cabaço, mas um ser das trevas enviado dos demônios nomeados Murphy e Ohm resolveram atacar novamente, porque caso eu tenha um dia normal estando na presença de Sasuke Uchiha eu devo estar morta e no paraíso.

-Oi, professor, posso... - Sasori parou no meio do caminho e sorriu largamente para Sasuke - É você, Sasuke! – Não! É o papa! Vai dar merda! Vai dar merda!

Vai dar merda!

Olhei para o professor assustada com toda aquela cena que ocorria diante de meus olhos, meu ex com um buquê de rosas gigante nas mãos e um violão Giannini nas costas. E vamos à palavra que todos sentimos falta: desgraça! Puta que pariu! Que desgraça Sasori quer fazer na desgraça de minha sala de aula com a desgraça de um violão nas costas? E, como se não fosse suficiente, carregando a desgraça de 30 rosas vermelhas? HEIN?!

-Posso falar aqui com a Sak...

-Não - Respondeu Sasuke sem ao menos deixar o ruivo completar a frase.

Sasori perdeu o sorriso, Sasuke estava sério olhando para meu ex, os cotovelos apoiados na mesa e as mãos entrelaçadas frente a seu nariz, ele estava explicitamente com ciúmes e não fazia questão de esconder. Porém, há aquele detalhe, quem não sabe de nosso rolo só acha que o bonitão está com raiva pela interrupção na sala.

É aquele ditado né? Graças a Deus.

-Qual é, Sas, parceria, mano. - Revirei meus olhos em níveis orbitais e sentei-me em minha cadeira, comecei a desenhar uma casinha no canto da folha enquanto esperava Sasuke expulsar Sasori, e acredite pelo ciúme do teacher é evidente que vai tirar à cadeiradas.

Olhei para o professor e vi Sasuke fuzilar, pelo canto do olho, o ruivo, as mãos na mesma posição séria e os olhos amaldiçoando o coitado do Sasori, na boa se eu estivesse sendo alvo daquele olhar ônix eu iria pra casa, me enrolar no lençol e chupar dedo.

Já Sasori, bom... Ele se aproximava com um sorriso de palhaço na cara (sim, porque ele é um cavalo) e me entregando as flores:

-Pra você, meu amor.

Eu acho... Eu acho que alguma coisa fez com que Sasori esquecesse o fato dele ter tentado arrancar minha calcinha com os dentes! Minha calcinha de ursinhos, só pra ressaltar!

-Sakura, eu... Eu pensei em zilhões de formas de falar isso com você, então lembrei da música que tocou quando nos beijamos pela primeira vez....

OI? Teve trilha sonora meu primeiro beijo? Sabia disso não, e já que teve como eu pude esquecer? Cara, não teve música! Teve sim, anta, você que não lembra então ajuda consciência! Vamos lembrar a música que tocava enquanto beijava esse ogro.

Olhei para as meninas a procura de uma ajuda básica durante esse futuro vexame e só vi a cara maliciosa delas em cima de Sasuke, e falando nele... Er, digamos que ele não esteja muito contente.

Sasori se ajoelhou, respirou fundo, bagunçou o cabelo, puxou o violão e começou a tocar alguma coisa. Rapidão, alguém me ajuda, DONDE ELE TIROU A IDEIA DE QUE TOCOU UMA MÚSICA ENQUANTO NOS BEIJÁVAMOS?!? Num to entendendo! A única música que não sai de minha cabeça é aquela desgraçada e chata: Like a Virgin.

MEU DEUS! Que música tão chata! Digo, a música era super legal, sim no passado, era! Mas aí o que foi acontecer? Bom, como já dito, tocou algumas da Madonna no baile, dentre elas a da virgem e a reação de meu grupo de amigos não pode ser pior, afinal quando se tem dois encostos fica difícil ter alguma coisa de paz.

-PRECISAMOS SACRIFICAR UMA VIRGEM! - Akemi gritou no meio do baile assim que ouviu os primeiros toques da música, e como eu sabia que era a única virgem com a qual ela tinha alguma afinidade eu vi que eu estava fodida e infelizmente, não do jeito bom.

Todos na mesa me olharam e eu garanti se estava bem presa a cadeira. Naruto gritou:

-O que vão fazer com a Sakura?

Akemi riu maliciosamente e se aproximou de minha cadeira - A dança do acasalamento, conhece? - E foi nesse momento que eu senti falta de Sasori e sua invasão para tentar fazer uma declaração, acredite seria melhor do que a dança do acasalamento, seja lá o que diabos for isso.

-Não - Naruto riu, e eu fiquei olhando para o teto esperando um mandamento divino que me fizesse sair ilesa dessa.

-Bom, alguns animais fazem a dança do acasalamento para atrair seus parceiros, esta noite Sakura Haruno irá tirar o cabaço que a envolve e a deixar liberta para qualquer cara.

PORRA, O QUE TÁ ACONTECENDO AQUI? Akemi, meu amor, você é feminista demais para mim, não é assim que as coisas funcionam não! relaxa na brisa, Sakura ENTÃO VENHA CONSCIÊNCIA, SAIA DE MINHA CABEÇA E FAÇA A DANÇA DO ACASALAMENTO POR MIM!

-Eita - Neji exclamou rindo de minha feição.

-ATÉ EU QUERO A DANÇA! - Temari gritou se levantando.

-Temari, a dança do acasalamento e para a iniciação de uma virgem, algo que você não é há tempos.

-Vai nessa - Shikamaru reclamou devidamente frustrado recebendo um olhar rancoroso da namorada.

-Como assim?! Temari, ao menos paga uma pro coitado!

Esse assunto tá indo pra outro rumo, um rumo o qual não estou gostando! Pelo amor de santo Cristo, alguém faz isso parar.

-Eu amo essa mulher! - Itachi disse gargalhando e levando todos os homens juntos.

Ela sorriu levemente rubra, guardem esse momento é para poucos!, e me puxou para a pista.

-Se nos dão licença, Sakura irá encontrar seu macho alfa.

-Ou chamar a atenção dele - Ino acrescentou rindo maliciosa, olhando furtivamente para o professor Sasuke que conversava com Kakashi e Assuma.

Só sai de meus devaneios durante o baile e a maldita dança do acasalamento quando vi Sasori me cutucando freneticamente e ainda me olhando preocupado, ergui uma sobrancelha esperando a explicação para aquele desespero e o que recebi foi:

-Tava pensando em que?

-O que quer aqui, Sasori? - Perguntei impaciente.

-Ahh sim, a música de nosso primeiro beijo, talvez isso te faça pensar no quão feliz fomos...

-Será que preciso te relembrar o que me fez?

-Só quis tentar algo diferente, poxa! Eu não sabia se devia ou não tomar uma atitude.

-Você tem boca? - Perguntei sabendo o óbvio, ele assentiu franzido e continuei - Então por que não me perguntou se eu queria?

-Sakura, você não falava nada! Parecia que só eu estava preocupado com aquele relacionamento! - Exasperou-se e eu me controlei para não elevar minha voz algumas oitavas, achei mais seguro permanecer em silêncio a falar algo que não devia e estragar minha integridade.

-Sasori, vai embora. Nada que tente fazer vai apagar a mágoa que senti quando tentou aquilo.

-Caralho, Sakura...

-OKAY! – Repara nela nervosa, levantei-me e cruzei meus braços – Eu volto com você se disser qual é meu tipo de flores preferido.

Ele sorriu ironicamente e apontou para as rosas. Ahh Sasori, nós fomos amigos por tanto tempo e nem pra lembrar uma coisa tão simples como o nome de minhas flores preferidas? Será que eu pareço ser do tipo tão clichê ao ponto de achar as tão famosas rosas vermelhas as flores mais lindas de um jardim? Ledo engano, deveria saber que não sou clichê a esse ponto.

-Tulipas. – A voz de Sasuke se fez presente cortando minha posterior frase. – Então turma, alguma duvida com as questões da folha?

Dei as costas ao Akasuna e sentei-me em minha carteira, observando-o de relance deixar a sala.

Ao termino da aula, esperei ansiosa a conversa que teria com Sasuke. As meninas ainda tentaram me convencer a ir e deixar de insegurança, mau elas sabem que meu problema não exatamente insegurança e sim todo o contexto que acarretaria aquela situação.

-Sakura. – Mordi meu lábio e então levantei meus olhos, Sasuke sentou-se na cadeira em minha frente e me analisou minuciosamente com seus orbes ônix.

-O que foi? – Perguntei abaixando os olhos para os papéis que Tsunade me deu com alguns informativos extras sobre a futura semana de provas e por falar em semana de provas:

-Quando serão as aulas? – Questionei o olhando franzida.

-Sábado. – Respondeu sem rodeios.

Olha, não é por nada não, mas eu acho que este sábado será super interessante, talvez porque exista uma chance grande de acontecer uma desgraça tendo sob o mesmo teto Kizashi, Mebuki, eu e Sasuke entre parênteses meu atual ficante e cara que eu almejo perder o cabaço, pronto falei!

Quem sabe, né? Vamos sonhar, sonhar é bom e é de graça.

Ficamos em silêncio por um tempo, contudo, aquele silêncio escondia algo em todo o tempo em que trocamos olhares e bufos. Cansada daquele silêncio perturbador joguei-me na cadeira e abri os braços:

-Vai dizer que sou fraca? Tímida, insegura? Que não tem coragem de sair com os amigos por medo das outras pessoas que estarão lá e até das coisas que se farão? – Esperei sua resposta, mas ele continuou impassível – Diga, Sasuke! Eu sei que sou fraca, que sou insegura!

Porra, eu sou insegura! Quando dei por mim estava chorando e me segurando para não lamentar toda pressão que coloco em mim mesma para tentar ter alguma coragem de sair com meus amigos.

-Por favor, diz algo – Supliquei.

-A aula será às dez horas – E ele disse algo, mas infelizmente não tinha relação alguma com minha inquietação, o que me deixou mais frustrada.

-Será que não dá pra você me ajudar em algo?!

-Eu ajudo quando posso Sakura, mas há coisas que você precisa fazer sozinha.

-TIPO? – Exasperei-me cansada de toda situação.

-Superar seus próprios demônios, seria um bom começo.

E saiu me deixando extasiada naquela sala vazia e melancólica, perdida em minha própria perturbação a respeito de meus demônios interiores.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, até o próximo.


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