Já era a segunda semana que eu chegava pela manhã do meu novo emprego. Eu trabalhava a noite e a madrugada inteiras fora de casa; logo, por volta das sete horas da manhã, retornava para casa cansado e com muita saudade.
Desci do ônibus e caminhei por minha ruazinha íngreme praticamente me arrastando, tendo como linha de chegada a minha caminha macia e um beijo do meu moreno.
Subi as escadas do velho prédio e, enfim, abri a porta, retirei meus sapatos e joguei minhas roupas pelo chão. Eu precisava de um bom banho e um café. Pela lógica, pus o café e o deixei para coar enquanto tomava a ducha.
Após o banho, me senti renovado. Liguei o rádio novo que havia comprado dias atrás em uma estação qualquer.
Abri as janelas da sala e percebi que, pelo cansaço, enquanto andava pelas ruas, não tinha reparado no dia bonito que iria se seguir. O clima estava ameno e uma brisa agradável atingia a cortina fazendo-a farfalhar como numa dança suave.
Com a caneca de café forte e quentinho, caminhei pelo corredor do antigo apartamento até ver a porta do quarto entreaberta. E lá estava ele na cama. A pessoa pela qual me apaixonei perdidamente havia cinco anos e dividia meu dia a dia havia quatro. A cabeleira castanha já grandinha em meio aos lençóis branquinhos, que presumi terem sido trocados na noite anterior, e o baixo ressonar denunciava que ainda não tinha percebido minha chegada.
Bati três vezes na porta já aberta apenas esperando o baixinho acordar. Um suspiro e dois olhinhos sonolentos me encararam. Como ele era lindo…
Sorri contido quando percebi a música que tocava na rádio se encaixava perfeitamente com a cena que Baekhyun protagonizava. Rolava e se espreguiçava tranquilamente tendo, no final, um grande bocejo e um doce sorriso. Ele realmente era um gatinho manhoso. Pensei comigo que se fosse para assisti-lo acordar todas as manhãs, eu ficaria feliz em trabalhar toda a madrugada só para chegar naquele horário.
Ele sentou de joelhos na cama e deu dois tapinhas no colchão me chamando. Caminhei até a cama, não esquecendo de deixar a caneca no criado mudo. Deitei com a cabeça apoiada em seu colo e, imediatamente, senti seus dedos graciosos no meu cabelo fazendo um gostoso cafuné. O Byun me fazia carente demais, e isso não era nem um pouco errado. Como se soubesse do que eu precisava, ele cantou o restante da música com sua voz terna. Em meio às frases cantadas, distribuía beijinhos castos por todo o meu rosto, e não vou mentir, eu me sentia no paraíso.
Baekhyun ainda me faz sentir no paraíso.
E acho que, talvez, no final, ambos sejamos gatinhos manhosos.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.