Eu sou invisível, as pessoas passam por mim neste corredor e simplesmente não me veem; e as que veem tão pouco me enxergam.
Há um ano possuía um número incontável de amigos, ia a festas e fumava uma plantação inteira de maconha se necessário. Porém, quando meus pais descobriram minha dupla identidade, trataram de imediatamente empacotar a mobília e fugir, antes que fosse motivo de piada na vizinhança. E aqui estou eu, o fantasma da High West, em Chicago, onde somente os professores e no máximo cinco alunos sabem meu nome; o que me deixa, de certa forma, aliviada.
-Preciso que me conte detalhadamente o que vêm passando, precisamos entender essa mudança de comportamento, Mizzle.
-Estou cansada. –Afirmo.
-Cansada de quê?
-Não há saída no que vivo. –Afirmo novamente.
-Por que pensa nisso com tanta convicção? –Irrito-me.
-Por que diabos você faz tantas perguntas?
-Porque sou seu psiquiatra.
-Finalmente uma afirmação!
-Mizzle, nosso horário acabou, mas preciso que esforce mais da próxima vez e me conte o que sente. Eu tenho certeza que quer se ajudar mais do que eu quero lhe ajudar.
-Tem razão.
-Promete que na próxima vez não bancará a durona?
-Ok, prometo.
-Amanhã as aulas retornam certo? –Afirmo com a cabeça. –Bem, boa sorte! Não se esqueça de manter a cabeça sempre erguida, e aproveite a chegada dos novos alunos e finja que é um deles, faça amizades; ou pelo menos tente.
-Tentarei.
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