História Girls in luv - Thank you!

MILA POV'S ON 

Fiquei estática quando ouvi os disparos. Senti o braço de HongBin afrouxar no meu pescoço e também senti a cabeça dele encostar no meu ombro. Aproveitei aquela deixa para sair de perto dele e ouvi o impacto do corpo dele no chão. 

Assim que virei, pude ver aquela figura de olhos abertos, imóveis e sem vida encarando o teto. Lágrimas começaram a sair descontroladamente dos meus olhos sem eu nem saber o porque daquilo. Olhei para o bebê em meu colo e, por incrível que pareça, ele ainda dormia sereno e tranquilo. 

Choi Minah estava com a arma em uma das mãos e tinha um sorriso vitorioso nos lábios. Ao ver aquela cena, algo dentro de mim temeu. E se ela tivesse surtado e quisesse matar todo mundo? Olhei para Ravi como sinal de desespero e foi aí que percebi que ele também havia sido baleado no ombro. Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. 

-Fica quieto, Ravi! Daqui a pouco essa bala vai se deslocar para um lugar perigoso. - Ken o alertou. 

-Eu preciso ver se o meu filho está bem... - ele disse com um pouco de dificuldade e dessa vez conseguiu ficar de pé. 

Ele veio na minha direção e toco meu ombro. 

-Você está b-bem? E o m-meu filho? 

-Estamos bem! E você precisa cuidar disso aí! Temos que chamar uma ambulância e... 

-Calma... Eu vou ficar bem. 

-Tá, mas também estou preocupada coma Minah. E se ela resolver matar todo mundo?! 

-Não... Acho que não fomos os únicos a ser vítimas do HongBin, e pelo que ele me contava, os métodos que ele usava para mantê-la ao seu lado não eram dos melhores. A-agora respira garota, que o baleado aqui sou eu! 

Voltei minha atenção para Minah e vi que ela tinha se ajoelhado junto ao corpo de HongBin e, além de sorrir, ela também chorava. 

-Eu jurei que um dia ia me livrar de você, seu desgraçado. Espero que você descanse... No inferno, maldito! - ela deu uns socos no peito dele e em seguida fechou os olhos dele.  

Ravi lançou um olhar para Hyuk, que acenou com a cabeça e foi em direção a Minah, tocando-lhe o ombro. 

-Tudo bem Minah, já passou. - ele pegou a arma da mão dela e também a ajudou a se levantar. 

-Vamos para casa! - Ravi anunciou. 

-No seu caso, para um hospital né? - falei. Estava preocupada com ele porque não queria ter que chegar na casa da Maya com o bebê e dizer a ela que o marido estava morto. 

-Você ligou pro Han Jin Hoon, Hyuk? 

-Liguei. Ele disse que ia cancelar as consultas e ir para o galpão. 

-Ótimo! E, Minah! Obrigada pela forcinha. 

-Não fiz isso por você. 

-Que seja! Só por isso, não vou cobrar por você manter meu filho em cativeiro. 

-Não foi como se eu tivesse escolha, Ravi. 

-O que você pretende fazer agora? 

-Não sei... Só quero ir pra bem longe daqui! 

-Vou te ajudar com isso. Te ligarei depois para resolvermos esse assunto. Preciso ir... Hyuk, leve a Minah até a casa dela. 

-Ravi, seu carro chegou. - Ken anunciou. 

-Ok. Ken, leve a Mila e o meu filho pra casa e já contatou o pessoal para dar um jeito nesse lugar e no corpo desse animal? 

-Já, eles estão a caminho. 

Assim que Ken se calou, pudemos ouvir uma buzina e uns cinco homens cumprimentaram Ravi e entraram na casa com materiais de limpeza, sacos plásticos  etc. 

Ravi nos colocou no carro e logo depois, entrou no dele. O caminho para casa foi silencioso. O bebê acordou chorando. Ele devia estar com fome e como não tinha nada para dar a ele, demorei algum tempo para fazê-lo se acalmar. 

Em poucos minutos,o carro parou. Ken saiu e abriu a porta para que eu saísse. 

-Tá entregue garota! Vê se para de se meter nos assuntos dos outros. Você teve sorte dessa vez, mas não vá contando com ela sempre... são raras as vezes que ela está do nosso lado. 

Apenas olhei feio para ele. Não tinha forças nem ânimo para dizer que ele não tinha nada a ver com a minha vida. 

Assim que passei pelo portão da entrada, vi a figura de Maya impaciente andando de um lado para outro. Apressei meus passos e assim que ela me viu, veio correndo em minha direção. Entreguei a criança para ela que pegou com o maior cuidado possível, enquanto lágrimas caiam de seus olhos. 

-Meu bebê! Achei que nunca mais teria a chance de ver seu rostinho novamente! - ela o ergueu e posicionou-o de um jeito que a cabeça dele ficasse no ombro dela, e o abraçou delicadamente. 

Ela dirigiu o olhar para mim e me estendeu a mão. Peguei-a e ela apertou. 

-Obrigada! Obrigada por trazer meu filho de volta! 

Comecei a balançar a cabeça tentando dizer que não foi nada e acabei chorando também. 

XXXX 

A criança já se encontrava dormindo e com Maya mais calma, contei o que havia acontecido naquela casa. 

-E como o Ravi está?- Ela perguntou apavorada. 

-Como ele estava falando e dando ordens e instruções, acredito que ele deva estar melhor que eu... 

-Típico dele... - ela sorriu, mas depois soltou um suspiro, no qual eu pude perceber um ar de tristeza. - Sabe Mila, o HongBin nem sempre foi assim. Na época em que nos conhecemos ele tinha ambições, mas a parte sentimental dele era a que prevalecia... Por isso me apaixonei por ele e manti esse caso, mesmo depois de estar casada. E eu ainda sonhava com o dia que nós íamos poder ser felizes juntos. Mas como nada dura para sempre, ele deixou a ambição e o poder subirem à cabeça e se tornou a pessoa que você teve o azar de conhecer. 

-Entendi. 

-E eu até peço desculpas, porque de algum modo, a culpa desse encontro entre vocês, foi minha. - ao ouvi-la dizer isso, tive a confirmação de que ela era a pessoa que mandava os emails para Bang. 

-Vamos esquecer esse assunto! 

-O que posso fazer para te recompensar por esse transtorno e por trazer meu filho de volta? Pode pedir qualquer coisa e mesmo que não esteja ao meu alcance, eu providenciarei. 

-Eu só quero poder visitar e conviver com o bebê. 

-Só isso? - acenei positivamente. - Pode vir sempre que quiser, querida! 

-Obrigada! 

-Não, eu que serei sempre grata a você! - ela apertou minha mão e eu retribuí. 

-Agora, eu preciso ir pra casa! 

-Já? Não quer ficar para um lanche ou para almoçar mais tarde? 

-Não posso. Tenho que ver minhas amigas, meu namorado... Mostrar para eles que estou bem! 

-Verdade! 

Estava me levantando, quando ela pediu que eu esperasse. 

-Mila, eu não vou cansar de te agradecer por toda a ajuda, mas se algo assim aparecer no seu caminho novamente, não pense duas vezes antes de recusar. Nós tivemos sorte dessa vez, mas nem sempre é assim... Você não faz ideia de quantas pessoas queridas já perdemos! Aproveite que você é livre e viva sua vida confortavelmente! 

-Obrigada pelo conselho. 

-Ah, e agradeça ao seu amigo por mim e diga que peço desculpas pelo jeito como me comportei com ele. - ela sorriu. 

-Pode deixar, darei o recado. 

Ela me acompanhou até a saída e instruiu Ken a me deixar em casa. Tentei dizer que não precisava, mas ela não me ouviu. Entrei no carro. 

- Eu moro um pouco longe daqui, mas se você pegar a rua principal e ir pela segunda rua à direita...- 

- Refresque a minha memória, por que você não vai de metrô, ônibus, táxi ou andando? - Ken me interrompeu e eu olhei para ele. 

- Olha só Ken, primeiro você não me conhece então pare de implicâncias desnecessárias, segundo sua patroa não quis me deixar ir andando e terceiro, não se preocupe, eu não vou roubar o seu lugar nem o do Hyuk junto ao Ravi e a Maya.-  continuei o encarando, mas ele olhava fixamente para estrada à sua frente. 

Houve alguns segundos de silêncio e depois, Ken resolveu falar. 

- É... Por quê se arriscar tanto? Você nem é parente e nem é paga pra isso... Eu não consigo entender. 

Tirei toda minha concentração da janela ao meu lado e voltei a olhar o garoto um pouco mais velho. 

- Por ele, aquele idiota do Bang YongGuk que me fez querer achar o Ravi e me meter nessa história mais que tudo... E agora ele não está aqui! 

- Vocês estavam juntos, porque ouvi dizer que você não saia da casa dele... 

- O que?! Não... É só amizade mesmo. -falei um pouco nervosa fazendo Ken rir. - Pra quem não queria conta comigo e agora tá rindo? Daqui a pouco viramos grandes amigos... 

- Tenho problemas maiores que uma garotinha metida a salvadora rebelde. - ele voltou a olhar sério para frente. 

-Idiota! 

- Você não deveria chamar um homem armado e no volante do carro que, supostamente te levará para casa, de idiota! -ele retrucou. 

- Idiota, idiota, idiota!!- gritei. 

Ken acelerava o carro a cada grito meu, tentando  me deixar com medo. 

- Se você acha que está me assustando, desista, tô nem aí...- dei de ombros. 

Ele voltou a dirigir normalmente e a viagem seguiu em silêncio. Quando finalmente chegou a porta da casa de Mila, ele parou. 

- Desce. -Ken falou quebrando o silêncio.  

Não respondi e apenas abri a porta. 

- Não vai me agradecer? -ele disse. 

- Pra que? Você tem problemas maiores do que receber o agradecimento de uma garotinha metida a salvadora rebelde. -eu disse e fechei a porta do carro com força. 

- ESPERA! -ele gritou enquanto eu me afastava. 

Vendo que eu não parei, ele desceu e veio até a mim. 

- Ta legal, você não é tão ruim quando eu pensava. Maluca, mas gente boa... 

- Já acabou, Ken? -eu disse de braços cruzados. 

- Só mais uma coisa. -ele retirou do bolso da jaqueta um pequeno papel.- Meu número, caso você precise de alguma coisa. 

Peguei o papel. 

- Por que? 

- Não sei, mas talvez você possa precisar e...-ele limpou a garganta. - Talvez você possa estar em perigo e Maya não iria gostar nada de saber que você está mal. 

Acabei rindo. 

- Você também não é tão ruim assim, mas não vou precisar de você tão cedo. Mesmo assim obrigada. - eu disse e nos despedimos. 

Parei na porta de casa e me preparei para entrar e ver as meninas. Assim que abri a porta, dei de cara com Lis tentando tomar o telefone da mão de Bia. 

-Já esperamos demais! 

-Mas ainda falta 5 minutos para a hora que combinamos, Lis! 

-E se ela já tiver sido morta na droga desses 5 minutos? 

-Não precisa se preocupar com isso, Lis! Não é dessa vez que vocês vão se livrar de mim. 

Elas olharam surpresas na minha direção ao mesmo tempo que deixaram o telefone cair. 

MILA POV'S OFF