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História Girls Like Girls - Não queria sentir part. 2


Escrita por: UNICORNIO_D4RK

Notas do Autor


Sentiram minha falta?

Capítulo 44 - Não queria sentir part. 2


Continuando....

— respirei fundo tentando pensar em algo que não fosse a dor aguda no meu seio, muito provável aquela região ficaria roxa.

Caminhei rapidamente até a enfermaria, precisava de uma bolsa de gelo o quanto antes.

A enfermaria estava vazia, apenas a senhora Rodriguez que era a nossa cuidadora estava sentada na maca lendo algumas revistas.

Ela se mostrou prestativa me entregando um tubo de pomada para dor enquanto caminhava até a cantina para pegar gelo.

Minutos mais tarde com a dor já suavizada agradeci ainda dolorida, e caminhei para fora, meu macacão estava com as fivelas arriadas.

O corredor estava vazio, o sinal já tinha batido e eu queria voar para longe dali. Camila estava tomando atitudes muito acima do que eu poderia suportar.

Mas de uma forma tão absurda, ela de alguma forma voltava, e se instalava de uma forma que era surreal, aquela velha sensação de impotência.

Ela tinha o meu mundo em suas mãos, minha dor e felicidade, e tudo o que fazia era me sujeitar ao seu sarcasmo e ironias dolorosas.

Ainda tinha alguns colegas ali aguardado, alguns me olhavam com sorriso falso, e outros possuíam meros semblantes de desconforto.

Que porra estava acontecendo?

A cada passo que eu dava era como se todos quisessem aguardar minha reação, então eu vi a Mani abraçada a Vero. A garagem estava mais cheia do que eu me lembrava, puxei as minhas chaves do meu bolso e apertei o bipe. Alguns se distanciaram e eu pude ver o meu baby, o meu reluzente BMW completamente riscado, acho que se estivesse num desenho animado eu teria virado uma gosma e escorrido pelo chão.

— a gente não sabe quem foi Laur... — Vero irrompeu a minha frente. — chamamos a diretor... — neguei com a cabeça enquanto sentia o meu sangue se esvair do meu corpo. As portas estavam cheias de círculos, assim como o capô, com alguns desenhos aleatórios.

Todo ele estava riscado, e ainda com os pneus furados, toquei de leve o retrovisor e aos poucos a drama de ver o meu primeiro carro completamente riscado deu lugar a uma raiva, eu sabia quem tinha feito.

E isso me doeu, porque de novo ela me acertou da forma mais baixa possível, dei uma volta pelo meu carro, os burburinhos aumentaram enquanto eu buscava naqueles rostos a autora.

Camila estava a alguns metros, quase abaixo da pequena árvore, ela sorria enquanto gesticulava com Lucy.

Finalmente, ela tinha conseguido o que queria. Me humilhar de diante de todos como eu havia feito a anos com ela, Finalmente ela conseguiu me atingir, Finalmente eu a estava odiando.

Meu coração batia quase que querendo explodir dentro do meu peito, o inferno me dizia que tinha sido ela. Todas as setas apontavam para o seu rosto.

Fechei os meus punhos, e a minha respiração ficou lenta, mas os meus passos não, e quando dei por mim, eu a tinha empurrado.

Camila estava leve em minhas mãos, o tombo que eu tinha evitado minutos antes agora era duramente desferido contra ela.

Seu corpo esguio estava tombado no chão, seus traços latinos contorcidos, todos ali tinham se apagado enquanto eu lutava contra mim mesma de não bater nela. Não me jogar contra ela e deferir socos que eu não me importaria de dar se fosse outra pessoa.

Seus olhos estavam arregalados, eu podia sentir seu medo, e mais uma vez eu me odiei.

— VOCÊ É UMA PUTA CABELLO! UMA PUTA COMO SUA AMIGA! EU QUERO VOCÊ LONGE DE MIM E DA MINHA FAMÍLIA! DESSA VEZ VOCÊ FOI LONGE DEMAIS!

Eu iria desferir outro golpe quando senti alguém me puxando. Esperneei querendo me soltar mas ainda assim consegui entrar em seus olhos.

— VOCÊ CONSEGUIU O QUE QUERIA! AGORA EU ODEIO VOCÊ.

Vero me puxou para longe dali, alguns ainda riam, outros imploravam para que eu voltasse e quebrasse ela.

— não... — eu tentei me soltar mas ela apertou o abraço. — não, você precisa se acalmar...

— ela fodeo comigo... — gemi controlando as lágrimas — e com a minha moto, e agora com o meu carro...

— vamos... — ela me obrigou a sentar no banco do carona do seu carro, travando a porta e dando a volta. — você está com a cabeça quente...

— ela riscou... — solucei enxugando algumas lagrimas teimosas — o bebê... Eu adoro aquele carro...e agora...

— eles vão arrumar Laur... Seu bebê vai ficar muito melhor que antes...

— eu acho que é melhor eu fazer aquela viagem... Eu não consigo mais ficar aqui... — que se fodesse tudo... Virei meu rosto e não evitei mais as lágrimas.

— calma Laur... Você está apenas nervosa, não tome nenhuma iniciativa que vá se arrepender depois...

Me arrepender? Ah essa palavra agora fazia mais parte da minha vida do que eu mesma.

O arrependimento estava guardado, e agora ele bateu em mim, certeiro na minha cara. Eu não iria dar esse gosto aquela maluca, ela iria se arrepender amargamente de tudo, e quando o ano finalmente terminar, ela vai implorar para fugir, ela não eu.

A Michelle Morgado agora teria uma vez de opinar, e agir, com forme ela desejasse.

— chegamos... — ela parou de frente a minha casa, e eu me neguei a virar o rosto.

— me desculpe... — pedi sem conseguir olhar em seus olhos. — na briga eu...

— você estava de cabeça quente, mas não achei justo você chamar a Lucy de puta... Ciúmes?

Suspirei agradecendo por ela não ter percebido a minha finalidade, Lucy e Vero tinham algo, e eu não tinha o porque de me intrometer e causar a discórdia.

— talvez...

— OK.... — ela respirou fundo me olhando, e eu senti a sua tristeza. Merda, ela estava cheia de problemas e eu mesma era mais um em sua vida.

— vou pedir para o meu pai resolver isso... a sua reunião com a Ally será onde?

— no meu apartamento... Em duas horas...

— você pode conhecer a pequena Heda...

— aquela bebê que você fez o inferno para os seus pais adotarem? — sorri afirmando.

— se eu ficar com o meu irmão, os dois vão crescer juntos...

— nem vem... Quero seu irmão com as mãos longe da minha pequena! — gargalhei secando as lágrimas.

— e se for uma menina? — ela sorriu com as mãos na cintura.

— então que fique com os dedos longe da minha filha... — agora foi...

Vero sorriu de lado me abraçando devagar.

— seremos duas mães com filhas de 40 anos e virgens...

— sim, ninguém toca na minha bebê...

Minha mãe estava com o meu pai, me esperando, com rostos nada bom. O meu também não.

— Vero, Alycia está no quarto da Lauren, espere lá. E Michelle... Precisamos conversar. — minha mãe deu as ordens, Vero a beijou no rosto e seguiu para o meu quarto.

— e então...

— toda ação tem uma reação... As câmeras da escola vão informar que foi a Camila quem danificou o meu carro, e os pais dela vão pagar o concerto. Quanto a eu ter empurrado ela...

— hey, não sabemos dessa parte... — meu pai interrompeu.

— eu fiquei com muita raiva dela... E juro por deus, que se eu a ver por perto vou arrancar aquele sorriso dela, nem que seja no soco!

Meu pai meneou a cabeça e eu minha mãe me olhou furiosa.

— não criamos você para pensar com os punhos ao invés do cérebro. Amanhã eu quero que você converse com a Camila — minhas sobrancelhas iriam se fundir. Wtf? — eu e seu pai chegaremos a um acordo com os pais da Camila, e ai de você se tocar nela. Camila não é santa, assim como você não é um demônio, mas ela não iria fazer algo assim sem ser ameaçada, e vamos averiguar se você causou algo a ela. E sinceramente Lauren, você deixou muito a desejar. Nem parece a Lauren que eu vi crescer...

— acho que você não viu direito mãe, e se viu ignorou, porque eu agora estou muito melhor a anos trás. E faça o que quiser, apenas mantenha aquela Latina ordinária longe de mim, ou irei perder o resto de deiscência que ainda me resta.

— Lauren!!

— Você vai conversar com ela, e vai perdir desculpas, ou caso contrário vou me desfazer do seu carro, da moto, e adeus festinhas e dinheiro.

— não me importo. — dei de ombros.

— Você a partir de segunda feira irá frequentar um estagio no meu escritório — meu pai espalmou a mão na mesa de centro fazendo todos os objetos estremecerem — é isso ou vai sair da minha casa! Não quero uma filha estúpida ou irracional. Não sei que merda está acontecendo com você, mas manter uma posição arrogante não vai te ajudar. Se quer ajuda, eu e sua mãe seremos seus melhores amigos, mas peço que assuma o seu erro e o conserte, e não banque a garota mimada para o meu lado.

— pai...

— agora sou seu pai? Achei que fosse lançar seu ódio em mim também... Vá para o banho, cuide de Alycia. Vou com a sua mãe na escola, enquanto isso repense nas suas atitudes!

Ambos levantaram e eu vi a face triste do meu pai. Porra merda, tudo por conta daquela bastarda! Minha mãe parecia feliz com o meu pai e ao mesmo tempo furiosa comigo.

Deixei que eles fossem e segui para o meu quarto.

Alycia estava esparramada na minha cama, ela estava com aqueles olhinhos tristonhos enquanto uma Vero mostrava a ela videos da galinha pintadinha. Fechei a porta devagar para que ela não se assustasse e me sentei ao lado da Vero, Aly virou o rostinho para mim e eu toquei suas bochechas rosadas.

- eu acho que ela me odeia.

- sim, todo mundo odeia a sogra – gargalhei jogando meu pescoço para trás e pegando a pequena no colo.

- nem brinque com isso! – a menina estava vermelha prestes a chorar. De novo. Tirei seu macaquinho, estava fazendo calor naquele final de tarde.

- me conte como que essa criaturinha fofa prefere a Camila do que esses seus olhos verdes? – ela perguntou risonha e eu revirei os olhos.

- todo mundo prefere uma latina... – resmunguei enquanto desabotoava a pequena peça cor de rosa, a deixando apenas de fralda.

- verdade... Lucy é caribenha, isso a deixa na lista de latinas?

- acho que não, mas a deixa na lista de garotas quentes. – sorri maliciosa me levantando, a mamadeira da pequena estava pronta dentro do isopor em cima da minha estante, meu pai ainda iria adaptar um armário para ela e um trocador, ela tinha seu quarto adaptado, mas ainda assim eu preferia ficar com ela no meu quarto.

- só espero que ela não faça parte da sua lista de garotas quentes! – ela rebateu frisando o olhar em mim.

- não, é bem capaz da Lucy meter a mão na minha cara na próxima vez que nos vermos.

- eu daria, não achei justo você colocar ela no meio...

- foi injusto mesmo, ela não tinha nada a ver com aquilo tudo... – suspirei me sentando na cama e imitando a posição que Camila usou para dar mamadeira aquela pequena.

A menina estava faminta, era bem capaz da minha mãe não ter conseguido amamentá-la quando fomos embora. Ela sentia falta da Camila, e inferno, ela não podia me fazer querer colocar ela de novo na minha casa.

Ela me olhava assustada enquanto tomava o leite morno, toquei de leve na sua testa suada, os poucos cabelos castanhos que caiam pela sua face.

Talvez por ela, apenas ela eu cederia para a latina.

- é minha flor... acho que a vida não está fácil para ninguém... – beijei suas bochechas e ela resmungou algo, sorri, aquela parecia a reencarnação da Camila num recém nascido.

- ainda acho que você tem merda na cabeça por fazer algo assim... porque não adotou um cachorro? Ai você teria guarda compartilhada com a latina, agora uma criança, como aguenta?

- não sei, acho que quando você tem uma vida nas mãos, você tem que regá-la, para crescer e lhe dar frutos, e Alycia estava sozinha, eu não achei que meus pais conseguiriam logo de cara, Ally foi implacável em dar a guarda para nós.

- sim foi, e isso me deixa triste, porque logo ela fará algo parecido com o meu bebê, e eu não sei se vou estar nos padrões que ela utiliza para conseguir a guarda.

- é claro que irá! – beti no seu ombro – vamos dar um jeito! Ele vai ficar com você, nem que para isso a gente tenha que sequestrar seu irmão e levar ele para um pais sem intervenção americana!

- as vezes você fala cada melda!

- mas, eu só quero ajudar você miga!

- vai é me foder! – Vero gargalhou negando com a cabeça – talvez eu seja obrigada a comprar uma casa enorme no subúrbio, adotar um cachorro e vender limonada na calçada para pagar as contas...

- a gente pode vender biscoitos com uniformes de abelhinhas da época de escoteiros! – sorri, iríamos parecer duas putas oferecendo boquete de porta em porta.

- as vezes a pessoa está louca na droga... – ela negou com a cabeça.

- há! – dei um grito que assustou Aly, a pequena fez bico me olhando assustada, e eu a levantei a embalando para que parasse do chorar – você é bom em química, podemos fazer um laboratório de metafetamina, e vender no México!

- sim, você seria a mafiosa russa, Lauren Romanov, a mais procurada pelo FBI, e eu seria o Heisenberg, a mother fucker do crack!

- Sim! Vamos ficar milionárias e tocar o terror na área dos três estados! E juntá-los dando o nome de: Laurenberg...

- viu só, você consegue estragar a vibe, nada de Laurenberg, ou crack, seu pai te daria uma surra de cinto antes mesmo de você comprar um trailler, e sua mãe me daria uma surra sem que eu tenha feito nada!

- hum... talvez seja melhor a gente ir com calma...

- isso, muita calma, vamos pensar em várias saídas, que não seja trafico, prostituição e sequestro...

- você é gostosa, e eu seria uma ótima cafetina!

- uma cretina isso sim!

[n/a: uma miga vive me chamando de cretina, huahuah eu sou um amor <3 ]

- o que acha de colocar essa bolinha redonda para dormir? Ela já está quase desmaiada no seu colo...

- hum... bom saber que ela dorme com barulho... – sussurrei me levantando e caminhando para fora do quarto, ela não podia acostumar em dormir na minha cama, por isso a deixei no seu berço, o quarto estava limpo e arejado, as paredes estavam pintadas em cor branca, o berço também branco ficava ao centro, uma completamente coberta com um armário que já estava cheios de roupinhas até que ela tivesse dez anos, assim como o carrinho que ficava ali.

A deitei devagar no cochão forrado com um edredom cor de rosa, deixando ela no centro do berço, a bebê se remexeu tocando seus olhinhos, voltou a resmungar alguma coisa antes de se entregar ao sono, puxei o cobertor fino a cobrindo até metade do corpinho, ela era calorenta, por isso meu pai já tratou de equipar o quarto com um climatizador.

- viu só, não precisei chamar a Cabello, e é bem capaz de uma hora dessas ela estar convocando um exercito de advogados para me prender – sussurrei me jogando no sofá quando desci as escadas, Vero estava sentada mudando os canais da TV.

- Alycia é muito fofa – Vero me abraçou devagar, fazendo minha cabeça repousar no seu colo.

- ela é um amor, mas ainda está muito novinha, e só chora, come e dorme... – mas com a Camila ela sorrir. – me explica uma coisa... o que Lucy estava fazendo na escola, com a Camila em questão?

Ciumes eu? Magina...

- não sei, Lucy é minha amiga Laur, mas isso não quer dizer que eu vá saber tudo o que ela faz, e ela estava com a Camila... não comigo... – suspirou dando de ombros, senti as irritação ali, ela estava com ciúmes, assim como eu.

Nosso caso era sério de amores não correspondidos, talvez essa seja a nossa fonte de força para evitar o perigo.

- desculpe se te deixei desconfortável... – sussurrei tocando seu queixo.

- a gente descutiu... Lucy está longe do que eu posso oferecer a ela, e nesse momento eu quero alguém que me compreenda, e me dê o espaço que preciso, está tudo confuso demais para eu ser cobrada... eu juro que queria ela, mas assim não dá.

- o que realmente aconteceu? – perguntei a afastando para que eu conseguisse fitar seus olhos.

- ela se culpou por não estar presente quando fomos conversar com Ally, e me culpou por não tê-la chamado... – suspirou – eu não queria incomodar ela com meus problemas... ela ficou chateada e me mandou andar, disse algo sobre confiança...

- você não confia nela? Digo... eu deveria ser sua pior inimiga, já que vivo te metendo em enrascadas, mas olha só... vamos ser comadres...

- eu confio nela, pra caralho, até levei ela para minha casa quando minha mãe ainda estava lá... mas ela não me deixou explicar, ela nunca deixa, sempre tira suas próprias conclusões e me deixa no vácuo... – [n/a: quem tem/já teve namorada assim levanta a mão!! n/ ]

- é amiga, deveríamos abrir um bar e chamá-lo de "não compreendido" pra pessoas submissas a suas mulheres que vão encher a cara enquanto voltam a conversa mentalmente mil vezes para saber onde errou. Por que eu com a Camila é assim... acho que eu tenho que rever as minhas palavras mil vezes antes de pronunciar... isso é tão doloroso...

- aquele medo de dizer uma besteira e ganhar um olhar feio, sempre se manter calada e apenas confirmar com a cabeça... – gargalhei, era exatamente assim que eu me sentia, nunca conseguia encontrar nada perfeito que eu pudesse dizer e simplesmente faria mágica.

Camila nunca cederia as minhas expectativas, isso estava bem claro, meu pai foi o único sortudo que conseguiu ficar com quem ama, minha irmã também, até mesmo a Mani tinha finalmente dado razão ao coração.

Mas a mim e Vero estávamos a bordo de um barco, no meio do oceano, sem remo, e vela, apenas o vento gelado e a certeza de que estávamos perdidas, e encontrar a terra firme seria tão complicado quando nos manter viva dentro do barco a deriva.

A apertei com força em meus braços sentindo seus músculos tensos aos poucos relaxarem.

- vamos dar a volta por cima, e esfregar na cara dessas garotas quem é Lauren Jauregui e Veronica Iglesias... podemos chamar as garotas para irmos naquela boate gls... Mani adora e a Sel também...

- ela ficou com a Demi no final de semana... e agora não quer ver o rosto da Demi pintado de ouro...

- ótimo, mais uma para o nosso bonde dos corações partidos...

- a Miley é a única espírito livre... – Vero se queixou e eu sorri, aquela louca nunca se acertaria nunca.

- a única sortuda – dei de ombros – por enquanto...

- você bem que poderia chamar aquela sua prima Ashley... ela é tão gostosa... – Vero ronronou fechando os olhos e eu sorri acertando um tapa na sua testa.

- gostosa mas não é para o seu bico!

- ain... ela é mais rodada que você... – bufei lhe dando outro tapa – ai mulher! Ela já ficou com a Momsen... e com a aquela nerd que vem aqui... a tal de Yasmin... – meu queixo caiu, então os boatos eram verdadeiros? Merda.

- como você sabe?

- da Ash com a Yas? Eu vi as duas nas férias, sua prima praticamente molestando a coitada... e com a Momsen... bom essa daí se gaba da quantidade de garotas que já ficou...

- minha tia vai matar ela... e a minha mãe vai me matar! – Ash era alguns meses mais nova que eu, e isso remetia a mim como guardiã da buceta Benson, se minha mãe ou a minha tia soubessem, eu estaria perdida.

- se você não contar, eu também não conto...

Ficamos ali por mais um tempo, até eu escutar o miado de Alycia que vinha do babá eletrônica, Vero deu a desculpa que precisa voltar para sua casa, e me deixou sozinha com aquele pequeno corpinho que estava fedendo.

Quase joguei o meu almoço para fora quando me vi sozinha na enorme casa, e obrigada a trocar aquela fralda que estava cheia e fedorenta demais para aquele pequeno corpinho.

- acho que você deveria pegar leve – pedi enquanto tirava a fralda descartável suja, e a jogava no cesto de lixo, ela se remexeu para o lado, deixando a pequena bunda suja exposta, torci o nariz, a levantando ainda sem jeito e a deitando devagar na banheira que aos poucos se enchia de água, minha mãe era quem dava banhos nela, e como a madame não estava no momento, eu aproveitei e tirei minhas roupas também.

Me sentei na enorme banheira do meu quarto, deixando a pequena entre os meus seios. Ela se aninhou ali cós as mãozinhas fechadas e aos mordias me olhando como se estivesse gostando do pequeno carinho.

Agitei a água para que criasse várias bolhas de sabão, ela parecia gostar quando a fiz ficar submersa na água morna, apenas seu umbigo para baixo estava afundado, e ela batia as perninhas como quem queria liberdade. Negue com a cabeça voltando a aninhá-la no meu colo e passando o shampo em seus cabelos rasos, ela suspirou fechando os olhinhos e aproveitou o banho.

Eu não podia demora com ela ali, Alycia tinha apenas uma semana de vida, seu umbigo ainda cicatrizava e ela parecia uma pequena bola vermelha com um pouco de cabelo. Logo seu choro insistente se fez presente enquanto eu tentava secar seus pezinhos, minha cintura estava enrolada numa toalha branca, e eu agradeceria se ninguém me visse naquelas condições.

- você é tão impaciente, juro que você se parece muito com a sua mãe... – Camila, neguei com a cabeça, ela mais uma vez se fazia presente, e inferno eu queria ela ali.

Mas ela tinha feito merda, eu tinha feito merda, e agora eu tinha acabado de lavar a merda que saiu da Aly.

- Camila é bem doidinha... – comecei, e ela se virou me fitando, aos poucos parando de chorar – gosta de fazer as coisas por si mesma, não consegue estender a mão querendo ajuda, e quando não tem o que quer, chora... – sussurrei, eu parecia malvada, mas minhas palavras fez a pequena parar de chorar, talvez fosse o efeito voz rouca sexy, que tinha efeito também com as crianças – mas quando ela sorri, deus aquela boca é meu inferno... sua voz doce me deixa zonza, e quando a beijamos... – suspire passando pomada nas suas dobrinhas e vestindo sua fralda. – ela enlouquece qualquer um com aqueles lábios travessos, o olhar infantil e insistente, que busca por seus defeitos, e quando você se perde na intensidade dos castanhos... – toquei seu rostinho de leve – a única forma de voltar é entregando o coração, que será dolorosamente esmagado por suas mãos frias... – imitei o gesto na frente dela, que parecia hipnotizada com os meus sinais. A levantei devagar, indo até a prateleira pegando o isopor com a mamadeira reserva que minha mãe tinha deixado junto com a anterior que já estava vazia.

Alycia parecia mais tranquila enquanto eu conversava com ela, talvez a presença de Camila nem se tornasse necessária, já que aos poucos eu conseguia encontrar meios que impedisse o seu choro.

A deitei de forma confortável no meu colo, eu estava apenas no roupão e com a tolha nos meus cabelos, ela me olhava curiosa e se remexia devagar, talvez quisesse que eu continuasse falando, ajeitei a mamadeira a sua frente, agora ela mamava enquanto mantinha seus olhinhos tristes em mim.

- sua mãe é sexy... – continuei enquanto a olhava – não gostosa do tipo, garotas da play boy, e sim sexy na quantidade certa... seu corpo deveria ser esguio, exceto pelo par de bundas – sorri – que merda eu tenho na cabeça? Falando esse tipo de coisa com uma criança? –– sorri para ela negando com a cabeça – as dela são um pouco grandes, suas pernas torneadas nem parece que ela come tanta besteira... eu gosto quando ela fica com a cabeça no meu peito, assim eu posso ter a certeza que ela de alguma forma escuta o meu coração... ela resmunga até dormindo... é bem engraçado... talvez eu seja presa algum dia por isso, por escutar sua respiração enquanto dorme, algumas vezes ela chora antes de dormir, e isso me quebra, porque eu era sempre a culpada por suas lágrimas... como hoje... eu não deveria tê-la machucado, eu a empurrei, e quase perdi o resto de compostura, eu não deveria ter colocado um bem material acima dela... mas sua mãe me magoou tanto que eu fiquei num estado irracional... estava tudo tão perfeito... – suspirei tirando a mamadeira da sua boca, ela ainda prestava a atenção em mim, juntei todos os meus travesseiros e a deitei de forma que seu tronco ficasse inclinado para cima. – eu deveria pedir desculpas a ela, como meu pai proferiu... quem sabe aos poucos ela volte... ou melhore... temos que sonhar pequena Alycia...

Puxei algumas roupas do guarda roupa e me troquei rapidamente, logo meus pais chegariam, e eu precisava por a limpo a nossa conversa.

- vem... – a levantei – talvez algum dia eu me livre dessa maldição, ou talvez eu me torne mais uma velha resmungona, por que eu sempre estarei perdida sem os castanhos para me conduzir ao caminho certo... – parei de falar quando escutei um enorme chiado vindo do aparelho babá eletrônica, dei alguns tapas no objeto, mas ele aparecia com defeito, dei de ombros o jogando de volta em cima da cama, descendo as escadas devagar com a pequena Alycia que agora estava enrolada no lençol rosa.

Quase tomei um sususto quando vi todas aquelas pessoas no sofá da sala, minha mãe assim como meu pai me olhavam com um sorriso nos lábios, enquanto Camila tinha seus olhos baixos, Sinu e Alejandro me olhavam espantados.

Que infernos estava acontecendo?

Engoli em seco quando Mike me jogou o outro aparelho do babá eletrônica, e senti minhas bochechas esquentarem, eu estava fodida.

 

- hum... eu... ah... – gaguejei olhando meu pai que parecia querer explodir em gargalhadas a qualquer momento.

- não estamos aqui para discutir os sentimentos de sua filha com a minha minha... – Dona Sinu começou – estamos aqui para resolver o motivo pelo qual Camila arranhou o carro da Lauren...

- ela jogou suco em mim, eu já disse... – Camila sussurrou ainda sem querer levantar a cabeça e me olhar.

- isso não é motivo para você fazer o que fez mocinha... – minha mãe a interrompeu.

- ela jogou suco em mim por dez anos... uma hora a gente se cansa... – ela deu de ombros e minha mãe recuou me olhando com uma grande incógnita nos olhos.

- por que você nunca... – Sinu e Clara disseram ao mesmo tempo.

- essa daí manda naquela escola... e banho de suco era melhor do que apanhar das colegas dela...

- Lauren... – dessa vez foi Mike, que já não sorria, e seus olhos estampavam a decepção.

- eu era criança também... e ela me irritava! – tentei manter a calma enquanto segurava Aly – eu sei que fui covarde, me arrependo de tudo... merda...

- olha a boca! – minha mãe exclamou, seu rosto agora estava vermelho e ela parecia confusa.

- Camila se arrepende de ter arranhado seu carro... – Alejandro começou – ele já esta na minha oficina, em dois dias ele estará novinho em folha para você... quanto a sua agressão...

- Lauren irá a partir de hoje estagiar todos os dias no meu escritório de advocacia... não terá tempo para agredir ninguém – meu pai começou. Senti meu estomago embrulhar, passar o ultimo ano da escola lendo e estudando não estava nas minhas expectativas. – e por ventura encostar num fio de cabelo da Camila, vamos tomar medidas drásticas, não aceito isso em minha casa, com nenhum de meus filhos, e se fosse ao inverso, eu iria querer que o culpados respondessem. Fiquem tranquilos Sinu e Alejandro, minha filha irá ficar longe da sua.

- por mim tudo bem – dei de ombros – não quero saber dessa daí, e nem do que vier dela!

- também não quero saber de você! – ela rebateu voltando seus olhos para a pequena que estava no meu colo.

Respirei fundo, a pegando devagar e a deitando em seus braços. Aly abriu os olhinhos e admirou a latina que agora sorria bobalhada para a bebê.

Sinu começou a acariciar a cabeça da menina, e eu suspirei, é eu era trouxa por Camila, e agora eu seria trouxa pela pequena, e as duas juntas me deixava com as mãos e bocas atadas.

- ela é uma florzinha... – a mulher sussurrou tocando a bebê.

- sua filha nos ofereceu uma boa grana por ela – eu disse dando de ombros.

- espera essa é aquela bebê que você queria filha? – Sinu perguntou baixo, meus pais agora tinham levantando e conversavam no outro cômodo.

- sim... mas Lauren como sempre, conseguiu corromper quem eu queria...

- você sempre acha motivos para me tornar a vilã da história Camila, e quer saber, eu já não me importo mais. Fique com suas paranoias, talvez ela te deixe feliz.

- não comecem tudo de novo mocinhas – a mãe dela pediu – já resolvemos tudo isso... você terá seu carro, e ficará longe dela na escola.

Não me importei com aquilo, eu já não teria mais vontade de continuar vivendo mesmo, minha vida agora seria trabalhar num escritório, e depois tentar sobreviver na selva do ensino médio.

A tristeza já me tomava, eu não teria mais escapadas com a latina, e muito menos a vontade de conseguir de uma forma mágica e absurda reconquistá-la.

Ainda sem querer ir embora, Camila me devolveu a pequena, que parecia sonolenta demais para chorar com a partida da latina, Sinu informou ao meu pai do almoço em família que ela dará no final de semana para conhecer Taylor, e formalizar o namoro dela com Sofia, eu estava sendo duramente ignorada, então dei as costas e segui até o meu quarto.

No final das contas aquele foi o melhor final, ela ficaria distante, como sempre quis, e eu poderia lamber as minhas feridas em paz.

Deitei Alycia no berço, e fui para o meu quarto, eu não estava no meu melhor para continuar uma discurssão com o meu pai sobre o estágio, se ele me queria lá com ele, por mim tudo bem, eu não tinha mais motivos para escapar daquela prisão, e nem forças para lutar contra.

Assim seria a melhor forma de afundar aquele sentimento que ainda me consumia, e quem sabe construir algo duradouro com a Vero, ela sim necessitava de todo o meu esforço em parecer séria para a sociedade.


Notas Finais


Capítulo grande... affs, eu deveria ter cortado e deixado vc's no vacuo, espero que me recompensem com comentário :v ou vão demorar para saberem do plano maligno que a Camila vai aprontar pra cima da Lauren [risada fatal do mal, MUA HA HA HA HA]

Fiquem bem '-'


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