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História Give me love, please - Capítulo 40


Escrita por: Mellarkisses

Notas do Autor


Oie bebês

Boa Leitura

Capítulo 41 - Capítulo 40


Fanfic / Fanfiction Give me love, please - Capítulo 40

A pequena dorzinha que eu sentia antes, havia se transformado em uma dor quase que insuportável. Era como se eu estivesse com uma escola de samba dentro da minha cabeça, acompanhada de um zunido insuportável, que me deixava levemente zonza e um pouco enjoada. Eu só não tinha certeza se a tontura e o enjoo eram por culpa da dor de cabeça, ou se por culpa da fome, que agora, depois de, talvez dois dias inteiros sem comer - eu não tinha certeza -, se manifestava com uma força absurda, fazendo até mesmo a boca do meu estômago doer.
Era difícil dizer onde eu me encontrava, já que a escuridão do ambiente seria quase constante, se não fosse pela madeira usada para lacrar a pequena janela, que estava levemente lascada em uma das pontas, deixando, o que parecia ser a luz do sol, entrar por algum tempo, naquele período em que eu me encontrava amarrada naquela cadeira de madeira, que eu já havia desistido de tentar sair. Mas pela minha percepção, eu estava presa em um porão, só por sentir o ar úmido e quente ao mesmo tempo, e a pequena sensação de estar presa em um buraco abaixo da terra. E ainda tinha o fato de ouvir um barulho constante de encanamento, que parecia percorrer por sobre a minha cabeça.
Eu havia ficado histérica quando acordei. Porém, quando tentei gritar, logo me dei conta da mordaça, que machucava os cantos da minha boca, e ressecava a minha garganta. Então, vieram as tentativas de soltar as minhas pernas presas nas pernas da cadeira, e meus pulsos presos aos braços da mesma, mas depois de senti-los doloridos demais, e sentir que eu estava me esforçando à toa, já que eu estava muito bem amarrada, acabei desistindo, torcendo para que, de alguma forma, alguém me tirasse daquele terrível pesadelo.
Com o corpo dolorido, e a mente cansada, acabei apagando em alguns momentos. Quando acordava, eu ainda permanecia sozinha, naquele escuro sufocante, com lágrimas desesperadas caindo de meus olhos.
Respirei fundo, mais uma vez naquele dia, e como sempre, eu soltava o ar com dificuldade pela nariz, de maneira tremula, que quase chegava a machucar meus pulmões.
Nada mais vinha em cabeça nas últimas horas, a não ser um possível psicopata, que gostava de garotas caipiras - não que eu fosse uma, claro -, mas o fato de eu estar a tanto tempo sozinha, me fazia duvidar daquela ideia. Eu só ainda não havia chegado em uma que fizesse sentido, até que passos chamaram a minha atenção, obrigando-me a mover a cabeça em direção ao som, por mais que eu não enxergasse nada.
Alguns segundos se passaram, até que os passos cessaram, e o local se iluminou, ferindo minhas retinas, e me causando uma dor intensa nos olhos, o que me fez fecha-los em reflexo.
- Desculpe demorar tanto para vir visita-la. - a voz masculina, que eu sabia conhecer de algum lugar, chegou aos meus ouvidos. - Mas estive ocupado com algumas coisas.
Era um psicopata? Um psicopata conhecido?
Forcei as minhas pálpebras a se abrirem, e demorei algum tempo, para conseguir focar o olhar na figura que estava a minha frente, mas a alguns passos longe de mim.
Arregalei os olhos com o reconhecimento.
Marvel.
Eu passei a ofegar com dificuldade, movendo meus braços, em uma nova tentativa de me soltar, mas ele riu de mim.
- Fique tranquila, Everdeen. Não vim te machucar. - garantiu com um sorriso.
Por algum motivo, eu aquietei na cadeira, enquanto meus olhos agitados e assustados, vasculhavam o rosto que eu tanto vi nos últimos meses, pelos corredores do colégio. Meus olhos pararam nos dele, e mesmo longe, consegui notar que o azul em suas íris, era completamente diferente do que eu vi, antes de cair na inconsciência. 
Ou seria coisa da minha imaginação?
Teria sentido estar com Peeta na cabeça, naquele momento de tensão. 
Fechei os olhos com força, tentando controlar a vontade de derramar novas lágrimas. 
Era inevitável controlar os pensamentos que me levavam a um fim, sem ter conseguido me acertar com as pessoas que eu amava, e, para ser sincera, aquilo doía tanto quanto as dores físicas em meu corpo.
Ouvi um toque de celular, que me fez voltar a abrir os olhos.
Marvel, ainda com um sorriso na boca, alcançou o aparelho no bolso da calça, e o atendeu, despreocupadamente.
Sem forças para tentar gritar, eu apenas o observei falando com alguém, sobre mim.
- A chefe queria saber como você está. - ele comentou, jogando o celular no bolso, depois de desligar a chamada. - Ela pediu desculpas por ter te deixado tanto tempo sozinha, e por não estar presente no momento, mas disse que logo estará aqui, e vocês poderão botar o assunto em dia. 
Chefe? Botar o assunto em dia?
Mesmo que eu conseguisse questionar, eu não teria tempo, pois Marvel logo me deu as costas, e, deixando a luz acesa, ele passou a subir os degraus.
- Se precisar de mim, é só chamar. - soltou, com sarcasmo, e eu podia jurar que ele sorria, antes de sumir pela porta no alto da escada.
O tempo parecia passar mais devagar naquele inferno, mais ainda, quando eu me sentia completamente perdida, e esgotada.
Não sei quanto mais eu fiquei sozinha, mas já não havia mais nenhum resquício de luz vindo do lado de fora, quando a porta voltou a se abrir, e por ela, passou uma mulher que eu nunca tinha visto na minha vida, e mesmo assim, parecia haver algo familiar nela.
Seus cabelos ruivos eram longos, e tinham uma cor vibrante, que não parecia muito natural. Seu sorriso, parecia tão frio, que eu poderia dizer que a temperatura do ambiente havia caído alguns graus, quando ela o lançou pra mim.
- Finalmente nos encontramos. - sua voz carregava uma ponta de falsa simpatia, que revirou o meu estômago vazio. 
A mulher parou a minha frente, mais próximo do que Marvel fizera, permitindo-me analisa-la melhor, e foi justamente em seus olhos, que eu decidi focar os meus.
Azul. Azul turquesa. Azul como os olhos que vi, antes de inspirar o que estava naquele maldito pano. Azul, que me fizeram pensar no meu mauricinho.
Com os olhos horrorizados, e carregados de lágrimas, a nova ideia invadiu a minha cabeça, obrigando-me a sacudi-la levemente.
Eu só podia estar louca.
A mulher parecia curiosa, enquanto me fitava com atenção, até que pareceu se lembrar de algo.
- Que cabeça a minha. Prometi que botaríamos o assunto em dia, e nem tirei esse negócio da sua boca. - comentou, puxando a mordaça sem muita delicadeza.
Movi meu maxilar dolorido algumas vezes.
- O que você quer? - uma voz estranha e rouca soou baixa pelo lugar, e eu demorei para perceber que era eu mesma quem fazia a pergunta.
- Interessante você fazer essa pergunta primeiro. Achei que gostaria de saber quem sou eu. - disse ela, cruzando os braços magros. 
Engoli a saliva que não tinha em minha boca, sentindo a garganta doer com o ato. Tentei umedecer os lábios com a língua, mas também não obtive muito sucesso.
A verdade, é que eu tinha medo de descobrir quem era aquela mulher, e o que ela realmente queria comigo.
- Está com sede, Katniss? - ela perguntou, e eu apenas empinei levemente o nariz, o que a fez rir. - Achei esse ato interessante, quando assisti você fazendo o mesmo com Peeta. Ele é um garoto paciente, não é? - questionou, me fazendo franzir o cenho. - Pra aguentar suas infantilidades. - explicou. - Eu vi bastante disso, no tempo que observei vocês dois. Devo confessar que não esperava que ele fosse se sair tão diferente de mim, mas a criação de Haymitch parece ter feito um bom trabalho.
E as minhas suspeitas se concretizaram, deixando-me mais atordoada.
- Você...?
- Sim. Sou a mãe do Peeta. - respondeu, me impedindo de terminar a pergunta. - Pode me chamar de Alma. E respondendo a sua outra pergunta, o que eu quero, não será você quem poderá me dar.
- Então... Por que eu estou aqui? - questionei, quase sem voz.
- Porque você é importante pra família, e era a mais fácil de ser sequestrada. - disse Alma, sem rodeios. - Tão magrinha... - ela sorriu com certo desprezo, enquanto me analisava. - Deve estar com fome, não é? 
Não respondi, mas o meu estômago traidor, roncou dolorosamente, tirando outro riso da mulher.
- Tudo bem. - disse ela, descruzando os braços, para alisar sua blusa. - Depois o Marvel irá trazer alguma coisa pra você comer.  
- Como pretende escapar, depois de me dizer quem você é? - soltei de supetão.
Alma ergueu o olhar pra mim, deixando de prestar atenção em suas próprias roupas, e sorriu. Um novo sorriso gelado, que chegou a arrepiar a minha pele, e me causar um grande desconforto.
- Minha querida. Com 10 milhões de dólares, que é o valor que pretendo pedir por você, eu posso, simplesmente, ser outra pessoa, longe de toda essa merda de cidade, e de toda essa merda de vida. - respondeu ela, com a voz contida. 
Pisquei algumas vezes, e sem conseguir formular nenhuma resposta inteligente, decidi permanecer calada.
- Preciso resolver algumas coisas. Marvel cuidará de você. - Alma disse, já me dando as costas. - Depois te conto, se a sua família decidiu negociar a sua vida, ou se você é importante demais, para nem cogitarem a ideia de discordarem de mim. - comentou, com um tom divertido, subindo os degraus. - Acredite... Se eles discordarem, nem que seja um pouquinho, quem irá arcar com as consequências, será você. - completou, passando pela porta.
Quando a mulher sumiu de vista, eu me sentia mais desesperada do que antes. 
10 milhões de dólares. Era isso que eu valia? Pagariam pelo meu resgate? 
Inquieta, e com os pensamentos a mil, só fui perceber que estava acompanhada novamente, quando um barulho chamou a minha atenção.
Marvel havia colocado uma bandeja prateada, feita de um material pesado, sobre um caixote de madeira, que ele tinha puxado pra perto de mim.
Eu estava faminta, mas também estava enjoada com toda aquela situação, então relutei um pouco, enquanto ele tentava me fazer comer. 
- Preciso de água primeiro. - pedi, com a voz baixa, sentindo-a arranhar a minha garganta.
Pacientemente, Marvel pegou a garrafa já aberta, e me ajudou a beber longos goles, antes de voltar a levar o sanduiche, que cheirava a pasta de amendoim, até a minha boca, o que acabei aceitando dessa vez, na esperança de acalmar o meu estômago, ainda enjoado.
O celular de Marvel fez um som de mensagem, que ele ignorou, enquanto me fitava.
- Eu preciso ir ao banheiro. - pedi, quando a ideia surgiu em minha cabeça.
- Não vai comer o resto? - perguntou ele, ignorando a minha fala. 
Neguei com a cabeça.
- Marvel... Eu realmente preciso muito ir ao banheiro. - insisti, assistindo-o colocar o sanduiche de volta na bandeja. 
Ele parecia dividido, por isso, decidi continuar a falar.
- Você não pode ser tão mal, a ponto de me negar isso... Olha o meu estado. Eu só preciso de um vaso sanitário. - apelei para a minha melhor cara de coitada, que eu não tinha ideia se funcionaria.
Ele soltou um palavrão baixo, antes de coçar a cabeça, e me dar as costas.
- Marvel... Por favor. 
- Droga, Everdeen. - reclamou, voltando a me olhar, e sem dizer nada, começou a desamarrar a minha mão esquerda, e depois a direita. - Apenas não faça gracinhas, ou eu...
Sua fala morreu, assim que eu acertei a bandeja com toda a força que ainda restava em mim, em sua cabeça, fazendo-o cair desacordado no mesmo instante.
Demorei alguns segundos pra perceber o que eu havia feito, e quando percebi, o sentimento de pânico apenas aumentou dentro de mim. 
Com as mãos tremendo, eu consegui desamarrar as minhas pernas, e mais do que depressa, quase me joguei sobre o corpo de Marvel, procurando por seu celular. Quando o encontrei, usei sua própria digital para desbloquear a tela, e logo comecei a digitar o número que eu já tinha decorado em minha cabeça.
Minha respiração estava tão pesada, que eu sentia dificuldade para deixar o oxigênio entrar em meus pulmões, enquanto subia cautelosamente os degraus, e ouvia o som da chamada sendo completada.
- Por favor... Atende. - supliquei, abrindo a porta devagar.
A casa estava, aparentemente, vazia, por isso, praticamente corri pelos cômodos, indo em busca da saída.
Precisei colocar o telefone pra chamar novamente, sentindo o desespero aumentar a cada som do toque, que não era atendido.
- Alô? - a voz saiu sem forças do outro lado, mas foi o suficiente pra eu sentir o coração bater mais rápido.
- Peeta? - soltei, e pude ouvi-lo ofegar.
- Katniss! - ele exclamou. - Onde você está?
Forcei a maçaneta da porta que parecia dar pra fora, porém, ela não cedeu, obrigando-me a correr em direção a janela.
- Eu não sei. - disse, com desespero, tentando mover o trinco, mas também não obtive sucesso. - Eu... Eu consegui fugir do porão, mas a casa está trancada. - minha voz saiu mais baixa, e as lágrimas voltaram a cair, sem que eu nem percebesse, enquanto eu voltava a andar pelos cômodos, tentando encontrar outra saída.
- Everdeen! - ouvi Marvel gritar, fazendo todo o meu corpo se retrair.
- Katniss? - a voz de Peeta denunciou seu desespero.
- Eu não tenho como sair daqui. - soltei, apertando o celular contra o ouvido, depois de tentar outra porta. 
Ouvi passos vindos do porão, aumentando a intensidade do meu choro.
- Peeta. Eu preciso que você diga a minha mãe que eu a perdoo. - falei, com dificuldade.
- Katniss! Quem fez isso? Quem é o responsável? Eu preciso que me dê informações... - seu desespero pareceu aumentar com as minhas palavras.
A minha cabeça estava zonza, e a minha respiração descompassada, apenas me ajudava a perder mais o raciocínio.
- Não... Me escuta. Eu não tenho muito tempo. Ele está vindo atrás de mim, e ela pode voltar a qualquer momento. - murmurei, com a voz embargada, e percebi a respiração pesada de Peeta do outro lado. - Se nunca mais eu tiver essa oportunidade, quero dizer que você foi a melhor coisa que me aconteceu, e que eu te amo.
Ele ficou em silêncio, e eu só ouvia a sua respiração descontrolada do outro lado.
- Você me ouviu, ursinho? - soltei, quase em um sussurro, abrindo um sorriso fraco, em meio as lágrimas. - Eu te amo.
- Meu amor... Não fale como se...
Não tive tempo de ouvir sua resposta, pois o celular foi arrancado da minha mão.
- Eu disse “sem gracinhas”. - Marvel rosnou, e antes mesmo que eu pudesse vê-lo, uma pancada forte atingiu a minha cabeça, me fazendo cair.
Sem forças pra resistir a escuridão que começou a me envolver, eu deixei meus olhos se fecharem.


Notas Finais


Agradecimento mais do que especial a minha Miga/Beta/Alma Gêmea na escrita: @nsbenzo
Miga, sem você esse capítulo não seria o mesmo. Na verdade sem você, eu jamais seria a mesma. Obrigada viu, tinhamo.

Link da música:
https://youtu.be/2WixIHiUc9o



Um beijo ❤


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