História Give Me Your Love - Give Up

Point of View — Bianca Mackenzye 

— Até mais tarde, pequena. 

— Até, Daddy. 

O dei um beijo na bochecha e tirei o cinto, saindo do carro em seguida. Subi na calçada e pude escutar ele acelerar o carro para fora dali. Olhei para a entrada do salão e percebi como ele era grande. Sorri meio ansiosa e assim que entrei, as meninas vieram até mim. 

— Finalmente você chegou! — Nanda disse e sorri. 

— Eu sei que você não respira sem mim. — Disse empinando o nariz e elas riram. 

— Meninas, estou nervosa. — Raquel disse mordendo o lábio e juntando as mãos. 

— Relaxa, amor. Vai dar tudo certo. — Nicki disse a abraçando e ela assentiu sorrindo. 

— Meninas? — Nos viramos e Cher estava ali. — Prontas? 

— Sim! — Respondemos juntas. 

— Querem começar a fazer o cabelo, ou querem ver a Raquel colocar o piercing primeiro? 

— Agora?! — Quel gritou chamando a atenção de algumas pessoas que estavam no salão e Nicki tampou sua boca na hora. 

— Claro, queremos ver sim. — Respondi sorrindo e ela fez o mesmo. 

— Me acompanhem. 

Nicki ainda segurava a boca da Raquel quando começamos a seguir a Cher. Passamos por todo o salão e seguimos por um corredor, até chegar em uma salinha. Entramos nela e tinha um tio cheio de tatuagens ali com alguns equipamentos meio estranhos. 

— Meninas, esse é o Rick. — Cher nos apresentou e ele sorriu pra nós. 

— Muito bem, quem vai colocar o piercing? — Ele perguntou pegando uma agulha bem grande e pude jurar que a Raquel ficou branca. 

— Não sou eu! — Ela começou a gritar e fechei a porta assim que ela ia sair. — Não, amiga. Ele vai arrancar meu olho com isso! Com todo respeito, tio. 

— Fica calma, Quel. — Disse e peguei sua mão, levando-a até a cadeira.— É só uma espetadinha. Não é, Rick? 

— É. — Ele disse virando a cadeira, fazendo-a ficar de frente para ele. — Só vai doer se você bater em algum lugar, ou acabar puxando sem querer. 

— É mais fácil uma delas puxarem. 

— Para de ser cagona e deixa ele furar logo. — Nicki disse rude e ela abaixou os ombros. 

— Posso? — Ele perguntou sorrindo e ela assentiu. 

Ele pegou uma caneta e fez uma marquinha no nariz dela. Posicionou um negócio que não sei o que é, e passou a agulha no meio dele rapidamente. Raquel fechou os olhos, e uma lágrima escorreu lentamente. Rick pegou um piercing de bolinha e retirou a agulha, encaixando-o rapidamente. Logo em seguida, pegou um algodão com algo que não sei o que era e passou no nariz dela, sorrindo em seguida.

— Prontinho, moça.

— Ufa. Mais um pouco e eu ia ligar para a minha mãe.

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— Que cor vocês querem, meninas? — Uma das cabeleireiras perguntou e nos olhamos automaticamente. 

— Posse ser mais de uma? — Perguntei e ela assentiu sorridente. 

— Rosa e roxo. 

— Eu quero azul. — Nicki respondeu. 

— Quero platinado. — Raquel disse sorrindo grande. 

— Eu queria azul também. — Nanda comentou. — Mas em um tom mais frio, sabe?

— Nós damos um jeitinho. — Ela piscou e sorrimos juntas. — Vamos começar?  

—Sim! 

Point of View — Kaique Beadles 

Definitivamente, fui direto ao ponto. Ele colocou os cotovelos na coxa e pareceu pensar durante alguns segundos. Comecei a mexer minhas pernas insistentemente e, a cada olhada que ele me dava, eu ficava mais nervoso. 

— Justin, você quer fazer meu filho ter um ataque? — Meu pai perguntou e ele riu pelo nariz, enquanto eu permanecia estático. 

— Claro que não. — Respondeu se levantando e fiz o mesmo, levantando meu olhar para cima por conta de sua altura. — Se ele ter um ataque, como vai pedir a Bianca em namoro? 

— Você... Você está querendo dizer que... 

— Sim, Kaique. Eu permito que você e a Bianca namorem.  

Coloquei uma mão na boca só para não gritar e com a outra apertei forte minha coxa. Não acredito, não acredito, não acredito! Minha vontade era de sair correndo e gritar para o mundo inteiro ouvir. 

— Obrigado, Justin. Obrigado mesmo. — Disse sem conter o sorriso e ele e meu pai faziam o mesmo. — Eu... Eu... Nossa! 

— Não morre, filho. — Disse meu pai sorridente. — Se você morrer, vai aparecer um monte de marmanjos atrás da Bianca. 

— Coitado, eu passo com o carro por cima deles. — Justin comentou e acabei rindo. — Fica de olho em, Kaique. Agora somos nós dois, contra os pervertidos desse mundo. 

— Nós três, na verdade. — Meu pai falou em seguida. — Se alguém tocar na minha norinha, vai rolar pipoco. Pego minha metralhadora e furo eles. — Começamos a rir todos juntos e toda a tensão já havia sumido de mim. — Então, filho. Como pretende fazer o pedido? 

— Pensei em fazer aqui mesmo. 

— Então vamos ter que chamar o pessoal aqui. — Justin disse e arquei a sobrancelha confuso. — Imagina se Pattie, ou Ryan e Chaz perdem isso? É capaz deles fazerem você pedir outra vez só para eles verem. 

— Vamos chamar todos, então. — Meu pai disse dando de ombros. — Nós dizemos que precisamos ajeitar as coisas sobre a ida a casa amanhã e quando a Bianca chegar, já sabe. 

— Tudo bem. — Disse sorrindo. 

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— Está faltando alguém? — Perguntei discretamente e ele olhou em volta. 

— Vamos conferir. — Disse e levantou um pouco o pescoço. — Pattie, Chaz, Monique, Ryan, Raphael, Raíssa, sua mãe, Khalil, Camila, Lil Za, Lauren, Pedro e Josh. É, acho que está tudo certo. 

— E o Jeremy e a Erin? 

— Eles não vão mais com a gente. Foram passar umas férias na Irlanda. 

— Porque ele tinha que estar aqui? — Disse encarando o Pedro com raiva. — Você já sabe que não gosto dele. 

— Ele é filho do Lil Za, Kaique. Apesar da briga de vocês, o pai dele ainda é nosso amigo. 

Point of View — Pedro Backer 

Estava me cansando de olhar para o Josh e ele estar me encarando raivoso. A única coisa que fazia era ignorar e continuava quieto no meu lugar. Estava sentado no sofá da casa do Justin e observava todos ali em volta. Todos estavam aqui, menos ela. Mas tudo bem, acho que não me importava mais. Quer dizer, eu me importava. Ela foi a única garota que eu cheguei a gostar de verdade, mas ela não é e nunca foi para mim. Me comportei feito um idiota com ela e, bom, já tinha me conformado com o fato dela me odiar. 

Depois do que o Kaique fez, digamos que eu caí na real. Já estava me afastando do Josh e daqueles caras que me armavam as substâncias para cortar o efeito do Lítio, mas depois da surra — não tenho definição melhor — que eu tomei, decidi que ia me afastar de uma vez. Acabei contando para os meus pais que estava meio que me drogando e, como podem imaginar, eu me fodi. 

Depois disso, eles arrumaram outros medicamentos para me controlar. Agora, combinava Zyprexa e Abilify e conseguia me manter normal. Antes, tomava só um deles e não resolvia nada. Mas minha mãe achou uma matéria na internet, que dizia que se dois remédios fossem combinados, a chance de dar certo eram grandes. Como não tinha nada a perder, resolvi tentar. Bom, tenho me sentido muito bem esses dias.  

— O que acha de darmos uma lição pelo que o nerd te fez? — Josh perguntou ao meu lado, me desviando dos meus pensamentos e encaramos o Kaique ao mesmo tempo. 

— Porque não vai cuidar da sua vida, Josh? — Perguntei seco e me levantei, o deixando sozinho ali. 

Até parece que vou ficar aguentando mais uma vez esse moleque. Não, já me ferrei demais por causa dele. Agora é hora de seguir em frente, sem ter que ficar sendo cachorrinho de ninguém. Dei uma volta entre o pessoal ali e vi o Kaique sentado na escada. Não pensei duas vezes e fui até ele. Cansei de ter amizades erradas, agora é hora de tentar corrigir meus erros. 

— E aí, cara. — Disse me sentando ao seu lado e ele me ignorou. Normal. — Escuta, eu sei que já fiz muita merda com você. Entendo o fato de você nem querer olhar na minha cara. Mas, na moral, quero concertar as burradas que eu fiz. 

— Quantas vezes já repetiu isso? 

— Muitas. — Admiti baixo. —  Mas essa é a primeira vez que eu estou sendo sincero. 

— Você não engana mais ninguém, Pedro. — Ele se levantou e fiz o mesmo, enquanto o puxava pela camisa. 

— Kaique, me escuta. Pode perguntar para qualquer um que quiser. Eu me afastei do Josh, me afastei de todas as amizades ruins que eu tinha. Agora consigo ver o quanto estava sendo idiota. Qual é, Kaique. Você é a minha última salvação. 

— Ah, claro. — Disse sarcástico. — Porque quando não tem os amiguinhos fodões, vem rastejar atrás do nerd aqui, não é? Acho bom você ter tomado vergonha na cara, Pedro. Mas não estou afim de te dar uma chance para você fazer uma burrada logo depois. 

— Kaique...

— Desiste, Pedro!