Caminhava naquela noite pela ponte, a caminho para “God Save Me”. Reparei que William seguia-me com alguns metros de distância. Parei e olhei para ele.
- Precisas de algo? – Perguntei severamente.
- Não, eu apenas queria ter certeza que já estavas recuperada. – Disse ele indo embora.
Eu fiquei ali a pensar “que idiota”… mas pronto ele não tem nada haver comigo, por isso estou bem. Entrei no “God Save Me”, parecia que aquilo estava fechado… eram apenas 22:07 e parecia que estava lá um fantasma a assombrar.
- O que é isto? – Perguntei pondo a mão na anca.
- Sara! – Disse Sam vindo correr para mim.
- Parece que ainda tenho muita coisa para fazer aqui. – Sorri eu.
- O mundo ainda te quer. – Disse ele sorrindo.
Eu, o Sam e as garotas metemos as cadeiras no sítio para abrirmos as portas. Mandámos sms para clientes e logo vieram um por um. Elas começaram a servir bebidas, Sam começou a fazer misturas no bar e mandar trazer mais bebidas, God Save Me ficou completamente cheio apenas em uma hora. Eu estava nos bastidores a colocar o meu batom vermelho rosa.
- Sara, entras daqui a 5 minutos. – Avisou uma das raparigas.
- Obrigada, gatona. – Disse piscando o olho.
Aqueci o meu corpo e calcei o salto alto, foi quando 5 minutos passaram-se e eu tive que entrar naquele palco com um varão no meio.
A música “I’m a good girl” do filme “Burlesque” apareceu e eu tive que ir dançar, os homens inclinaram-se para verem-me melhor, outros já tinham caído nas tentações de colegas minhas, outros estavam lá apenas para conviver e beber whiskey. Um, dois, três salta, um, dois, três, quatro, gira no varão. Eu pensava em cada movimento que dava até acabar encostada no varão. Coloquei o meu chapéu de volta e fui para os bastidores. Estava a olhar-me no espelho, quando veio uma garota com uma bandeja na mão.
- Precisamos de ajuda! Como sempre. (sorriso)
- Eu já vou. – Disse eu sorrindo também.
Troquei de roupa e de saltos altos, olhei-me mais uma vez no espelho, arregalei os olhos e fui.
- Jeitosa! Dançaste muito bem lá. – Disse um cliente.
- Ainda bem que gostou. – Disse sorrindo.
Subi quatro degraus e fui para os sofás mesa… quando alguém segurou-me pelo pulso.
- Podias largar-me! – Parei no meio da frase supressa.
- Este não é um lugar para ti. – Disse ele.
- William! O que estás aqui a fazer? Eu estou no meu trabalho! – Disse eu séria.
- O meu pai queria que eu cuidasse de ti, eu não posso permitir que trabalhes aqui. – Disse ele levantando-se.
- Larga-me! Tu não sabes de nada! Além disso eu trabalho para sustentar-me, o problema não é teu. – Disse eu confrontando-o.
- O dinheiro que o meu pai mandava não é o suficiente?! – Perguntou ele.
- Eu nunca usei o dinheiro que o teu pai deu-me, estou a usá-lo agora para pagar estudos ao meu irmão! Satisfeito? – Disse eu saindo da beira dele.
Fracamente, o que eu tenho que aturar! Porquê que ele veio aqui? Ahh quero matá-lo, ainda por cima armar uma cena aqui… ah espero não ouvir mais tarde.
Senti o meu pulso ser segurado novamente, eu virei e ia gritar outra vez, quando ele beijou-me. Eu recuei apressadamente e dei-lhe um estalo.
- O que pensas que estás a fazer?! – Perguntei furiosa.
- Casa comigo. – Disse ele sério.
- Hã?! – Perguntei perdida.
Naquele momento, se eu soubesse o que sei hoje não teria aceitado logo à primeira, é por isso que hoje eu voltei ao passado para mudar essa história infeliz e torna-la numa história feliz.
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