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História Golden. - Red thread


Escrita por: ouxlouist

Capítulo 77 - Red thread


— Comprar café? — arregalei os olhos.

— Foi isso que ela disse para eu te pedir. — a assistente pessoal da Lisa Bonnie me informou antes mesmo que eu pudesse entrar em seu escritório. Não tivemos nenhuma simples boas-vindas ou bom dia. — E aqui está a sua escala de horários. — a moça de coque perfeito no cabelo e tão bem vestida quanto à família real falou me entregando uma pasta fina com informações sobre todas as regras e exigências do escritório e meus horários de trabalho devidamente grifados e organizados. Só não sei onde comprar café está incluso nessa lista.

— Tudo bem, e qual tipo devo comprar? — perguntei um pouco enfurecida.

— Expresso e sem açúcar, e acho bom não demorar porque ela não está em seus melhores dias. E quando voltar me mande mensagem, não entre na sala dela sem ser convidada nem para avisar caso o escritório pegue fogo. — Quem aqui está arrependida do estágio? Euzinha, que estudou feito uma condenada para servir café. Poupe-me!

— Pode deixar. — respirei fundo e sai de lá ainda indignada com tudo.

Só espero que os outros estagiários cheguem logo para podermos dividir as atividades. Será que vou ter que arrumar as unhas do pé dela, quando eu voltar com o café expresso e sem açúcar? Ódio me define!

Caminhei até a padaria mais perto, comprei o café seguindo as exigências de Lisa e voltei até o escritório. Antes mesmo de entrar já fui mandando mensagem para Amanda, secretária. Ela parecia até a própria Lisa, carregava tanta soberba e arrogância quanto, não sei como vou sobreviver a esse lugar se no primeiro dia eu já peguei ranço até de quem eu nunca vi.

— Ótimo, ainda está quente. — ela respondeu ao segurar o copo em sua mão.

— E agora, o que eu faço?

— A papelada está em sua mesa na sala 3. Você pode usar a biblioteca no segundo andar, se precisar, e qualquer outra coisa me chame. Depois de ouvir o cliente você precisa fazer um resumo e possíveis argumentos para serem usado no dia da defesa do mesmo. É apenas uma espécie de raio X antes que ele retorne ao escritório e converse diretamente com Srta. Bonnie.

— Tudo bem, posso fazer isso.

— Ótimo, às 9h ele estará no seu escritório. No seu email tem todas as orientações de como fazer as perguntas e a organização do resumo. — eu to chocada em como esse lugar tem tudo perfeitamente calculado e segue padrões. Deve ser daí que parte a excelência. Agora sim me sinto feliz por estar aqui.

Peguei minha pasta e todas as coisas que eu precisava e fui até a “minha” sala. Em um ambiente confortável, bem iluminado e totalmente organizado é impossível não sentir vontade de começar a estagiar. Sentei-me na cadeira enorme e giratória daquelas que geralmente só vemos em filmes e raramente temos prazer em sentá-las. Se a pessoa que cuida das câmeras das salas estiver me assistindo agora deve estar rindo da minha cara de boba e do meu entusiasmo. Certeza que estou como uma criança visitando à primeira vez um parque de diversões.

Liguei o notebook e abri meu email para que me preparasse para a conversa com o cliente. Estou mais do que ansiosa para me sentir útil e feliz fazendo o que gosto.

Faltando 10 minutos para as nove horas eu não parava de checar a tela do celular na esperança que o tempo passasse mais rápido, por fim comecei a jogar tetris, sim, melhor aplicativo já baixo por mim.

Toc, toc.

Ai meu Deus, aquelas duas batidas foram suficientes para acelerar meu coração.

— Catherine Svaizer, esse é o nosso cliente Bradley Simpson. — Amanda anunciou sorridente e eu engoli seco. E agora, José? Provavelmente pálida e suando frio, levantei-me rapidamente e estendi minha mão para cumprimentá-lo. Eu não faço ideia de quem está mais assustado.

— Bom dia, prazer em conhecê-la. — ele apertou firme minha mão e forçou um sorriso.

— Sente-se, fique a vontade! — respondi Bradley e o devolvi um sorriso mais sem graça ainda. Amanda saiu da sala e o clima ficou mais estranho ainda. — Bem, sou Catherine Svaizer McVey e estou aqui para ouvi-lo e ajudá-lo com qualquer que seja o conflito judicial que irá enfrentar. Desviando o olhar de 5 em 5 segundos eu seguia os procedimentos padrões do escritório.

— Bem... — respirou fundo. — Há alguns anos atrás eu tive um filho, e mesmo que as nossas relações sejam boas e tudo financeiramente já seja divido, quero oficializar essas questões com a mãe de Oliver.

— Hm, entendo. A mãe de seu filho está de acordo com o valor estipulado para a pensão? — que situação horrível, esse é um dos piores dias desde que eu soube da traição.

— Ela estava até a última vez que conversamos.

— Que foi...?

— Há 5 meses atrás, antes de assinar novamente o contrato com a gravadora e haver reajuste do meu “salário”, que apesar de não fixo já foi feito um orçamento avaliando minha renda mensal.

— Certo, e você trouxe esses documentos orçamentários? — eu simplesmente não consigo olhá-lo nos olhos. Fico o tempo todo ouvindo as coisas que ele diz e tentando processar esse momento. Mas estou vendo a hora eu fazer um resumo sobre como eu quero fugir daqui.

— Enviei todos para o email do escritório. Mas se você quiser posso pedir pra trazerem impresso.

— Não precisa. Já consigo vê-los aqui. Hmm... é preciso um reajuste se levarmos em conta que sua renda aumentou o suficiente para isso. Faremos apenas uma média de quanto deverá exceder, entretanto, apenas o juiz em sua decisão avaliará se é condizente e se satisfaz as necessidades de seu filho. Acredito que seu caso será de fácil resolução já que não há conflitos internos entre o senhor e sua...

— E a mão de Oliver, ela nunca chegou a ser nada além disso. — ele respondeu rápido. Ai Santo Deus, vai começar a entrar no lado pessoal.

— Ok, isso é importante para o andamento do processo, nenhum vínculo conjugal diminuí as burocracias. Enfim, acho que já tenho tudo que preciso.

— Têm? — ele arregalou os olhos. — Foi depressa. — não tanto quanto tu arrumou uma amante na turnê, mas foi rápido sim. Eita, que a vontade de alfinetar está grande.

— Ah, esse é um procedimento breve, Srta. Lisa quem levará seu processo adiante, sou mera estagiária. — triste ter que manter a postura depois de uma situação tão constrangedora quanto essa.

— Então já vou indo. Obrigada pelo atendimento. Até a próxima. — Bradley se levantou e estendeu a mão mais uma vez, agora para despedir-se.

— Até. Tenha um ótimo dia. — respondi-lhe e apertei sua mão. Só de tocá-lo eu sentia meu corpo estremecer. E o pior é que agora não consegui evitar de olhá-lo nos olhos, assim, abri uma passagem para um turbilhão de sentimentos e pensamentos nostálgicos. — Você precisa ir. — falei voltando do transe em que estava. — Desculpe parecer grossa, é que ainda tenho muito a fazer.

— Tudo bem. — Bradley virou de costas e foi caminhando até a porta. Cada passo seu acelerava mais meu coração. Ainda em pé, firmada no chão como uma estaca eu o vi virar de novo para mim.

— Cath. — puta que pariu, ouvir Bradley me chamando assim destruiu meu emocional. Nem chorei, só tremi que nem vara verde.

— Sim? — to quase para rançar meus lábios nesse nervosismo.

— Você não quer sair para almoçar depois do seu expediente? N-n-não precisa se for um incomodo para você. — não acredito que esse desgraçado teve a ousadia de gaguejar de nervoso na minha frente, logo depois de me convidar para almoçar com ele. Vai se foder Bradley Simpson.

— Desculpa, já tenho companhia e compromisso. — respondi seca. Meu Deus eu não acredito que respondi isso, eu não tenho porra nenhuma. Catherine por que você é tão burra? Você sabe que quer ir.

— Ok. Eu quem peço desculpas. — ele respirou fundo e não pensou nem duas vezes antes de virar de costas novamente e sair da sala o mais rápido que pôde.



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