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História Golden. - Its dangerous.


Escrita por: ouxlouist

Notas do Autor


Espero que gostem, obrigada por acompanhar minha fic! Grande beijo. - Karla.

Capítulo 35 - Its dangerous.


Semanas depois... 

O mês de outubro já está quase acabando, e minha ansiedade só aumenta. Nesses últimos dias eu e Felipe saímos muito, começamos a fazer academia depois das aulas e ainda ficávamos estudando as matérias que tínhamos mais dificuldade (as de exatas). Nós fomos umas duas vezes para a balada, mas dessa vez não aconteceu nada entre a gente. Nossa amizade estava fluindo perfeitamente. Eu estou extremamente nervosa, hoje é o dia em que vou ao aeroporto comprar minhas passagens para o dia 25 de novembro. Ansiedade está à mil. Ainda são 12h20 da manhã, nem sai da escola.

Está tendo aula de biologia, mas meu nível de concentração está zero, nem sei do que esse professor está falando. Faltam 5 minutos para tocar o horário, mas está demorando uma eternidade. Hoje é sexta-feira então nem terá contra turno. Vou pegar um táxi daqui direto para o aeroporto. 
-Cath. - Mariana sussurrou meu nome.
-Oi. - respondi tentando não chamar a atenção do professor.
-Vamos almoçar juntas hoje? - Dessa vez Mariana falou mais alto e alguns alunos viraram de costas pedindo silêncio, nossa sorte foi que felizmente bateu a hora da saída.
-Eu não posso, desculpa. Preciso resolver algumas coisas, mas se quiser você pode ir lá em casa essa noite. - eu falava e guardava meus materiais na mochila.
-Tudo bem, só vive ocupada agora. - Mariana falou meio emburrada. 
-Sem drama, por favor. Vem cá. - falei puxando-a para um abraço. - Você sabe muito bem que estou arrumando minhas coisas para voltar á Londres. Essa tarde vou comprar as passagens.
-Sério? Af Catherine, você é cabeça dura mesmo. Achei que fosse desistir dessa ideia, não vejo motivos para você retornar, aquele lugar só te trouxe problema.
-Lição de moral a essa hora não, please. Parece até minha tia Alicie falando desse jeito.
-Falando em tia Alicie, eles estão sabendo que você vai voltar? - nós duas descíamos as escadas da escola. 
-Bem, ainda não. Mas vão ficar sabendo. Agora preciso ir, beijos. - falei e fui me afastando para que ela não começasse a perguntar mais coisas.

Peguei um táxi e fui direto ao aeroporto internacional. Não queria comprar nada pela internet, por mais que seja mais fácil eu prefiro o modo tradicional. Depois de uns 20 minutos resolvendo as burocracias no aeroporto, enfim eu terminei o meu serviço por ali. Metade do meu corpo se sentia aliviado, mas o outro carregava o peso de mais uma vez estar fazendo algo que magoe alguém. Foco Catherine, foco. É necessário que eu fique me lembrando dessas coisas, senão eu deixo os sentimentos tomarem conta de mim e falto me acabar em lágrimas.

Mandei mensagem para Felipe e avisei que tudo tinha dado certo, mais tarde sairemos para comemorar, acho digno. Essas últimas semanas Bradley têm estado muito ocupado na gravadora, mas ele sempre arruma um tempinho para me mandar mensagem ou fazer uma  ligação rápida. O mais legal é que já nos adaptamos as diferenças de fusos e sempre achamos um tempo intermediário que seja bom para os dois. Conversamos apenas sobre como foi o dia de cada um e essas coisas do tipo, também ficamos indicando músicas e filmes um para o outro, isso nos torna mais próximos. Temos que agradecer muito pela tecnologia, nem me imagino sem ela. 

Por muitas vezes eu pensei em tocar no assunto do nosso relacionamento, mas ainda não acho que seja a hora certa. Prefiro deixar assim, tenho medo de afastá-lo mais uma vez, e se ele ainda não falou nada sobre, é porque não se sente confortável. Durante essas conversas já rolaram vários momentos constrangedores, as vezes escapa um "amor" pra lá, um "meu bem" pra cá, mas a gente pede desculpa e dá risada para disfarçar a vergonha. Enfim, só quero sair desse lugar e procurar algo para comer, meu humor está agradável.

Pedi ao táxi que me levasse á um restaurante próximo dali, depois de uns 20 minutos de viagem chegamos ao estabelecimento. Era estranho chegar num restaurante e me sentar sozinha, mas assim eu fiz. Sentei-me num lugar mais reservado e fiquei observando as pessoas se relacionarem entre si, assim como eu fazia quando era criança. Passei alguns minutos naquela de tentar traçar um perfil psicológico das pessoas que eu observava, até que fui interrompida pelo lindo e maravilhoso garçom que me atendeu.
-Seja bem-vinda. No que posso ajudá-la? Já quer fazer o seu pedido? - o rapaz de pele parda e olhos claros perguntou.
-Eu vou querer uma água mineral e... hm... você escolherá o meu prato, pode ser? - confesso que cairia muito bem esse garçom a milanesa, mas acho que isso não está ao meu alcance. Credo! Eu tentava conter os risos, as vezes fico surpresa com a capacidade que eu tenho de pensar abobrinhas.
-Tudo bem. Então vou oferecer a senhorita uma  das especialidade da casa. Picanha bem assada, acompanhada de fritas e legumes, o que acha? 
-Acho perfeito, obrigada! - falei sorridente. Isso é estranho e meio safado da minha parte, mas eu estava dando mole para aquele garçom.
-Deseja mais alguma coisa? - ele perguntou e eu não pude resistir, me sentia confiante.
-Sim. - respondi rápido e fiquei observando o imenso sorriso que o jovem havia no rosto. - Você poderia me dizer o seu nome? - Socorro, estou prestes a flertar com esse garçom, o que foi  que me deu? eu estava em risos por dentro.
-Carlos, meu nome é Carlos. - ele não conseguia conter o sorriso.
-Obrigada, você é muito gentil. - eu falei e o vi se afastando da minha mesa direto para a cozinha do restaurante.

Passei um bom tempo rindo sozinha de mim mesma, as vezes eu tenho umas atitudes que vou te contar viu. Mas até que foi legal. Desculpa Brasil, mas as vezes eu tenho esses surtos de ousadia. Deixei um pouco o garçom bonitão de lado e me concentrei em uns artigos que estava lendo na internet. Quase 30 minutos depois vejo meu pedido chegar, e dei Graças a Deus porque eu estava com muita fome. 
-Está aqui o seu pedido. - Carlos falava e servia as porções na mesa. - Bem, me desculpe, mas acho que ocorreu algo injusto.
-O quê? - perguntei. Ele servia tudo sem pressa, tentando disfarçar para que não notassem que ele estava de papo com a cliente.
-É que você sabe o meu nome, mas eu ainda não sei o seu.
-Ah, mas nós podemos resolver isso. Me chamo Catherine. 
-Que belo nome, faz jus à você. - ele falou e olhou sedutoramente em meus olhos e saiu da minha mesa. Olha, acho isso uma sacanagem comigo,  como é que um homem desses olha pra mim dessa forma e simplesmente sai? 

Enquanto eu saboreava a deliciosa picanha, resolvi entrar na onda do tal Carlos e ser bem mais ousada. Quando terminei de comer o chamei para pedir a conta. Dois minutos depois o rapaz volta com o 'envelope' da conta nas mãos e me entrega, se distanciando mais uma vez para atender um outro cliente. Abri minha bolsa para pegar o dinheiro e aproveitei para pegar uma caneta. Peguei também um guardanapo de papel e anotei o número do meu celular e o coloquei juntamente com o pagamento.
-Está aqui. - falei entregando o 'envelope' quando ele já estava de volta à minha mesa, e então o vi virar de costas. - Espere! - o chamei.
-Me desculpe, o que deseja? - perguntou meio sem entender, já que eu já havia pagado minha conta.
-Não vai conferir o dinheiro? Talvez eu possa ter errado. - falei e mostrei um sorriso e observei Carlos abrir o 'envelope'.
-Bem, acho que está tudo ok. - ele falou tirando discretamente o guardanapo de dentro e o colocando em seu bolso. - Para ser sincero, está mais do que certo. Obrigada. - ele falava todo sorridente.
-Tchau, obrigada pelo belíssimo atendimento. - peguei minha bolsa e sai do restaurante.

Senhor me ajude, mas eu estou me sentindo muito piranha, mas não deu pra resistir. Apesar de me sentir meio impura, ainda não conseguia parar de rir de tudo aquilo. Será se ele vai mesmo me ligar ou me mandar mensagem, ele é lindo e tudo, mas eu fiz isso mais por zoação. Mas nunca se sabe, né? Enfim, deixei toda essa história de lado e fui ao hospital fazer uma visita à Sophie. Vi na internet que ler e conversar , ou seja, 'interagir' com os pacientes em coma pode ajudar muito não só na recuperação dos mesmos, como na dos familiares e amigos. Isso torna o ambiente mais leve. Então é isso que venho fazendo quando vou ao hospital visitá-la.

Passei 2h com ela, lia revistas e as vezes eu levantava, fazia carícias nela e cantarolava baixinho nossas músicas preferidas. Meu emocional vem melhorado bastante desde que me envolvi mais com os estudos e o projeto de Londres, não tenho mantido minha mente vazia, estou sempre na ativa. O que têm me ajudado bastante também foi a minha harmonia na amizade com Bradley e Felipe, pela primeira vez na vida as coisas parecem conspirar ao meu favor.

Do hospital eu fui direto para casa. Cheguei e passei direto para o meu quarto, tomei um bom banho e fiquei deitada relaxando. Felipe me mandou uma mensagem avisando que esta noite ele não poderia sair porque tinha que ajudar o pai em algumas coisas, enfim, me deu cano. Era por volta das 18h quando recebi uma outra mensagem, mas agora de um número desconhecido.
xxxx-xxxx: Oi, aqui é Carlos do restaurante. Me desculpa por estar sendo tão precipitado, mas é que você viu e já sabe onde eu trabalho e esse  é meu único dia de folga. Ai fiquei pensando se talvez você queria sair para comer algo comigo essa noite? Só se você estiver afim, claro. - Fiquei meio sem reação, mas não tenho nada para fazer essa noite então não vejo o por que de não aceitar.
Me: Seria ótimo, onde deseja ir? 
Carlos: Estava pensando em um programa mais calmo, quer ir ao cinema comigo? Mas se estiver com vontade de ir para outro lugar, me avisa. - seria legal, não to com saco para badalação, além do mais boate nem da pra conversar direito. 
Me: Por mim está ótimo, vamos na sessãoa das 20h, tudo bem?
Carlos: Perfeito! Te espero lá, beijos. 

Daqui até o shopping que nós vamos é meio distante, então eu começaria a me arrumar agora. Joguei água no corpo e depois fui dar uma arrumada no meu cabelo. Fiz uma maquiagem simples e depois fui para uma das partes mais demoradas, escolher o que vestir. Peguei meu jeans claro, uma blusa cinza de mangas médias cheia de pequenas estampas em azul claro, calcei uma tênis e por último vesti um casaquinho preto. Estava usando um look casual, afinal, só vou ao cinema com um cara que mal conheço. Esperei dar 19h30 e pedi para tio Roberto me levar.

Cheguei e Carlos já estava lá, e segurava em suas mãos os ingressos do filme que iríamos assistir. Comprei uma pipoca média e uma garrafa de água mineral e entramos na sala de cinema. O filme já estava quase saindo de cartaz, era uma de suas últimas sessões, era um filme adulto, então tinha pouquíssimas pessoas lá dentro. Eu assistia ao filme atenciosamente, estava gostando, até que senti Carlos por uma de suas mãos em minha coxa. Não estava me sentindo confortável com a situação, então delicadamente fui retirando sua mão dali. O filme só estava na metade e o meu desejo era de que acabasse logo, era o pior encontro de todos. 

Diminui o brilho de tela do celular e mandei uma mensagem para Felipe "Hey, estou no cinema com um cara que conheci hoje, não está sendo um dos meus melhores encontros. Fique com o celular por perto, qualquer emergência eu te ligo." Enviei a mensagem e em seguida minha localização. Durante o resto do filme Carlos ainda tentou me beijar, mas nós não tínhamos trocado uma palavra se quer, e eu ainda estava com um pressentimento horrível, só queria me ver livre dele e daquele lugar. Quando o filme acabou, eu glorifiquei aos céus pelo término. Saímos da sala de cinema e Carlos colocou sua mão em volta da minha cintura, mas eu não quis ser indelicada e deixei, já estávamos em um lugar visível para a sociedade.
-Vamos comer alguma coisa? - ele perguntou.
-Sim, aqui pelo shopping mesmo. - respondi rápido.
-Ah não, é que eu já tinha planejado outro lugar, até peguei o carro do meu pai para te levar. - eu não estava gostando nada da ideia.
-Mas é que eu estava afim de comer um sanduíche por aqui mesmo.
-Não tem problema, nós comemos no Happy Burger, ou em qualquer outro lugar. Vem, não faça essa desfeita comigo, tenho um lugar incrível para te mostrar.
-Ok. Mas me espera ir ao banheiro, é que bebi muita água... - falei e forcei um sorriso. Usei a pior desculpa do mundo mas eu precisava ir até lá e ligar para o Felipe.
-Tudo bem, vou até lá perto com você. - o idiota parecia estar me controlando.

Fomos até o banheiro e Carlos ficou praticamente na porta me esperando, havia poucas mulheres lá dentro, mas eu me sentia mais segura. Entrei em uma das cabines e liguei para Felipe mas só dava na caixa postal, então mandei outra mensagem avisando que eu estava saindo do shopping com o cara, mas que não estava gostando nadinha das atitudes dele. Lavei as mãos e sai do banheiro.
-Pensei que não fosse sair nunca. - ele falou e deu um sorrisinho.
-Pois é, mas você sabe como são as mulheres... - mais uma vez forcei o sorriso.

Descemos ao estacionamento e entramos no seu carro, aquela situação estava se tornando macabra. O papo dele era estranho, eu só queria sumir dali.
-Bem, aonde estamos indo? - perguntei curiosa.
-Calma amorzinho, você logo saberá. - ele falava totalmente focado no trânsito.
-Hm... tudo bem. - falei e liguei o som para tentar distrair um pouco. Demorou mais uns 5 minutos para que chegássemos á rua deserta na qual ele estava me levando.
-Enfim chegamos. Você gostou? 
-É inusitado. Mas o que temos para fazer aqui? - perguntei. Eu confesso que já estava com muito medo. -Hey, estaciona mais ali na frente. - falei para que desse tempo de mandar mais uma mensagem para Felipe.
-Tudo bem, você quem manda. - A rua estava escura, apenas os faróis do carro iluminavam o local. Mais uma vez mandei minha localização para Felipe.
-Ah, você ainda não me respondeu o que viemos fazer aqui... 
-Eu te trouxe aqui para nós dois nos curtirmos mais, te senti muito retraída no cinema e pensei que aqui seria um bom lugar sabe? - ele foi se aproximando mais de mim. E pela segunda vez colocou a mão em minha coxa, mas agora ele fazia movimentos para cima e para baixo, colocando uma certa pressão na ponta dos dedos. Ele fazia isso e beijava o meu pescoço. Eu não sabia como reagir, estava com medo, não queria transar com ele dentro daquele carro fedido a cigarro, e nem em lugar nenhum. 
-Será que podemos ir com calma? - perguntei e fui o empurrando para longe de mim.
-Ah, não vem dizer que você quer conversar... Porque não me avisou antes? Se eu soubesse não teria gastado meu dinheiro com você. - ele falava em um tom grosseiro.
-Você nem me deu chances de falar nada. E se eu soubesse que você era desse tipo nunca teria perdido meu tempo vindo até aqui. - retruquei.
-Mas agora não tem mais jeito, princesa. Você tem duas opções, ou você me dá o que eu quero, ou você me dá o que eu quero... - ele falou e mais uma vez começou a passar a mão em mim, só que agora em meus seios.
-Me larga! - eu berrei.
-Pensa que alguém vai te ouvir? Só estamos nós dois aqui, morena. Grita a vontade. 
-Me leva embora, por favor. Vai ser melhor para você, vamos resolver isso numa boa. - falei isso e ele deu uma gargalhada.
-Cala essa boca e tira a blusa! - Carlos falou mais alto.
-Não! 
-Você não tem amor a vida não garota? - ele falou apertando o meu pescoço. - tira logo essa blusa! - o imbecil falava em meu ouvido. Eu sentia nojo dele, e então quando ele largou meu pescoço, eu cuspi em sua cara.
-Você perdeu a noção do perigo? - falou esfregando a mão e limpando o rosto. - Essa aqui é pra você aprender à obedecer as pessoas. -  ele disse e deu uma bufetada em meu rosto, pude ver meu mundo girar.
-Socorro! Alguém me ajuda por favor. - eu chorava e gritava por ajuda, mas aquilo era em vão. O carro era velho demais, não havia maçaneta pelo lado de dentro, aquela merda só abria por fora e para melhorar as janelas estavam fechadas.

Não queria mais apanhar, então fiz o que ele mandou e fui tirando a minha blusa, até que vi a porta do carro se abrindo do lado em que ele estava e alguém o puxando para fora. Passei por cima do banco do motorista e sai do carro, e então pude perceber que Felipe quem estava ali e tratava uma luta com aquele ser repugnante. Quando percebi que Carlos havia dominado a luta e já tinha jogado Felipe no chão e batia nele sem piedade, corri até o carro de Felipe  que estava logo atrás, e peguei no bagageiro uma das ferramentas de trocar pneu. Carlos estava de costas para mim, então acertei com toda força aquele objeto pesado em sua cabeça e o vi cair desmaiado no chão. Felipe também estava no chão, e machucado por sinal. 

Eu chorava muito, mas mesmo assim arrumei forças para ajudá-lo e o levei até o carro. Felipe estava sem a menor condição de dirigir, então o cloquei no banco do passageiro e tomei o controle. Sei que ainda não tenho carteira de motorista, mas desde que eu era pequena tio Roberto me ensinou a dirigir, dizia que precisávamos saber em caso de emergência, e ele estava certo. Liguei o carro e meti o pé no acelerador, me sentia aliviada de ter saído daquele lugar ruim, mas me sentia muito mal por todo o resto.
-Acha que precisamos ir ao hospital? - perguntei a ele. 
-Claro que não, não estou tão machucado assim, dirija até a minha casa e lá você me explica isso tudo. 
-Ok. - respondi desapontada, me sentia um lixo.

Chegamos na casa do Felipe e eu estava muito constrangida. Os pais dele já estavam dormindo, então subimos silenciosamente para o seu quarto. Ele me emprestou uma toalha e eu fui tomar um banho, me sentia imunda só de lembrar que aquele infeliz passou as mãos em mim. Eu não sei o que teria acontecido se o Lipe não tivesse aparecido no momento certo. Depois do banho sai enrolada na tolha e ele já estava lá no quarto, e também já havia tomado banho. 
-Hey, vista essa minha camisa - ele disse e a arremessou para mim. 
-Bem, e o que eu vou vestir por baixo? - indaguei.
-Acho que isso vai quebrar seu galho. - ele falou e dessa vez arremessou uma de suas cuecas samba canção, e sorriu vendo a minha reação.
-É, acho que isso resolve, apesar de não ser muito higiênico. - falei.
-Não reclama. - ele falou sorrindo e eu fui ao banheiro vestir aqueles trágicos trajes, a última coisa que eu queria na vida era usar aquela minha roupa novamente. Mas claro que não descartei minhas peças intimas. 
-Minhas roupas ficam melhor em você. - ele disse quando me viu sair do banheiro, e eu sorri.
-Obrigada. Mas eu quero te agradecer mesmo por ter me salvo daquele cara horrível. - falei cabisbaixa.
-Ei, não precisa me explicar nada agora, acho que esse dia já foi longo demais. Deita na minha cama e descansa um pouco. 
-Você, é o melhor amigo do mundo. - mostrei um sorriso e fui deitar em sua cama. - Posso te pedir mais uma coisa? 
-Claro. - ele respondeu me encarando da poltrona em que estava sentado. 
-Você pode deitar aqui comigo? Eu só quero me sentir segura. Não se aproveite da minha inocência.
-Pare de ser boba, é claro que eu posso. E durma tranquila, estarei aqui sempre para te defender. - ele falou se deitando ao meu lado e depois dando um beijo em minha testa. - Posso? - ele colocou sua mão sobre a minha.
-Espera. - me virei de bruços e apoiei minha cabeça e um de meus braços em seu peito. - Assim é mais confortável. - falei me aconchegando em seu corpo. Esse é o lado bom de ter um melhor amigo homem.
-Durma bem, não se preocupe. - ele disse isso e eu me senti ainda mais segura, procurei dormir e tentar esquecer mais um dos piores dias da minha vida.



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