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História Golden. - Sem ressentimentos.


Escrita por: ouxlouist

Capítulo 48 - Sem ressentimentos.


– Cath? Você está melhor? – Wren perguntava enquanto passava delicadamente suas mãos pelos meus ombros. 

– Sim, eu acho. – respondi ainda com a voz  rouca, eu acabara de acordar. – Que horas são? – perguntei enquanto esfregava minhas mãos pelos meus olhos. 

– São exatamente uma da tarde. 

– O quê? Uma hora da tarde? – levantei desesperada e corri até a sala procurando minhas roupas, para poder trocar-me e ir embora. 

Enquanto eu, ainda atormentada pelo susto perambulava pela casa procurando minhas vestes, Wren apenas assistia minha correria dando boas gargalhadas. 

– O que você está fazendo? Porque ficou assim? 

– Onde estão as minhas roupas? Porquê estou assim? – respondi com perguntas e ele continuava a caçoar minha pessoa. 

– Calma meu bem. – ele falou me puxando pelo braço e me trazendo para mais perto de seu corpo. 

– Wren, eu preciso ir embora, já incomodei por tempo demais. – respirei fundo e agora falei um pouco mais calma. 

 – Olha, para com esse papo de incômodo. Eu gosto de você e te ajudei por isso. Não fique com esses pensamentos! Agora volte até o meu quarto e pegue suas roupas que estão dobradas e limpas ao lado da cama.

– Limpas? – indaguei. 

– Coloquei-as na máquina de lavar ainda ontem à noite, hoje cedo estavam prontas para o uso. – mostrou-me um sorriso. 

– Você não pode ser desse mundo. – falei enquanto caminhava até o seu quarto a procura das minhas vestimentas. 

***
Tomei um segundo banho e escovei meus dentes com uma escova extra que Wren entregou a mim. 

Não demorei muito para ficar pronta. Cerca de 10 minutos eu já vestia minhas roupas originais e trazia um cheiro melhor em meu corpo. 

Penteei meus cabelos e sai do quarto. Eu me sinto uma invasora. 

– Isso, gosto de você assim, bem mais calma. – Wren falava enquanto olhava em minha direção e exibia um sorriso exuberante em sua boca. 

– Eu também prefiro assim, eu acho. – forcei um sorriso e sentei-me ao seu lado no enorme e macio sofá. 

– Onde você quer ir almoçar? – perguntou. 

– Estou sem fome, vou voltar para o prédio e mais tarde como alguma coisinha. – disse-lhe. Na verdade mesmo, eu não iria voltar ao prédio coisa nenhuma,  não estou afim de encontrar com ninguém. 

– Claro que não, vai comer mesmo que não esteja com muita fome. Nem pense em contestar, é para seu próprio bem, Catherine Svaizer. Agora levante-se e venha comigo. 

Entramos em seu carro, e mantínhamos o silêncio. Quando paramos no primeiro semáforo, Wren abriu o porta-luvas que fica do meu lado e retirou um envelope de dentro. 

 – Veja o que guardo aí. – falou me entregando o objeto que estava antes em suas mãos.

Abri devagar, mesmo que estivesse bastante curiosa. 

– Nossa, sério que você guardou isso? – perguntei surpresa ao ver que ele ainda tinha os ingressos do show Coldplay que nós iríamos juntos. 

– Sim. – sorriu. 

– Você não deveria tê-los desperdiçado, deveria ter ido ao show e levado outra companhia. – sugeri. 

– Não teria graça. Eu queria ter levado você, e somente você. Então resolvi guardar como uma forma de lembrança sua. Não imaginei que fosse te encontrar de novo por ai... 

– Muito menos que ia me encontrar bêbada jogada no chão. – completei sua frase e ele deu uma gargalhada. – Enfim, isso foi muito fofo da sua parte, você é uma ótima pessoa. Prometo que ainda vou retribuir todos esses favores. 

– Não estou fazendo favores, Cath. Não quero ser recompensados por isso. – ele falava serenamente. – Apesar dos pesares, fiquei muito feliz em te reencontrar. 

Depois disso, me mantive em silêncio, e assim fiquei até que chegássemos ao nosso destino. Ele colocou a música do Michael Teló, que tocou quando saímos juntos pela primeira vez.

Eu me sentia um pouco melhor em sua companhia. Ele estava me ajudando a desfocar um pouco dos meus problemas. Mas uma vez ou outra, foi inevitável não pensar em minha mãe e em tudo que descobri. 

Chegamos ao restaurante de comidas brasileiras, o mesmo que viemos juntos meses atrás. 

 Nos acomodamos em uma das mesas de canto do local, e então, diferente da noite anterior, Wren começou a me fazer algumas perguntas. 

– Eu sei que não é da minha conta, o que diz respeito à sua vida particular. Mas é que eu fiquei realmente preocupado contigo. – ele disse me olhando nos olhos, parecia sincero. 

– Eu entendo, e acho que te devo satisfações. 

Enquanto os nossos pedidos não chegavam, contei tudo o que havia ocorrido no dia anterior e os motivos que me levaram até o álcool. 

Ele parecia abismado com toda a história. E me olhava de uma forma penosa, coisa que particularmente odeio. Mas não posso fazer nada, é a reação que a maioria das pessoas têm, justamente por isso que não quero voltar àquela casa. 

Terminamos o almoço, e Wren continuava a me tratar da melhor forma possível, ainda mais agora depois de descobrir o que acontecera comigo. 

Ficamos perambulando um pouco de carro pela cidade e ele me perguntou se eu queria voltar ao prédio. Minha vontade era de dizer não, e pedir ele me adotasse por uns dias em sua casa, mas eu nunca faria isso. 

Confirmei com a cabeça e nós seguimos em direção ao prédio da escola.

Antes que eu descesse do carro, Wren me deu um abraço apertado. Daqueles que você pensa que seus ossos irão se partir, mas que ao mesmo tempo você não quer desgrudar da pessoa. 

Retribui com um beijo em seu rosto e desci do automóvel. 
Fui caminhando a passos lentos, para que desse tempo de Wren seguir o seu destino e eu mudasse o meu percurso. 

Quando vi o carro dobrar a esquina, dei meia volta e não entrei no edifício. 

Agora eu caminhava pela rua, mais uma vez sem saber pra onde ir. Minha vontade é de correr e gritar por aí todo o meu ódio e magoa, mas eu não faria isso. 

Meus passos eram lentos, no meu rosto eu carregava uma expressão melancólica, direcionando os meus olhares para o chão. Mas antes que eu esbarrasse em alguém, ergui meu olhar para ver exatamente onde eu estou. Afinal, de tanto passear por aqui, conheço todo o bairro.  

Ao levantar o meu olhar, ele foi exatamente de encontro ao do garoto de cabelos cacheados e olhos castanhos que vinha em minha direção. 

Bradley parecia desapontado, mas correu até mim e me abraçou bem forte. E então eu tive uma das melhores sensações da minha vida, eu não queria sair de dentro daqueles braços, me sentia segura, protegida. 

– Catherine, não faça mais isso. – ele falou com voz de choro. – Por favor, eu estive tão preocupado meu amor. 

Não podia acreditar que tinha o feito chorar. Agora mesmo é que terminei de foder com o meu emocional, tudo que eu menos queria era afeta-lo dessa forma. 

– Me desculpe meu bem. – falei afastando-me de seu corpo, e enxugando com carinho às lágrimas que corriam em sua face. – Eu só precisava de um tempo sozinha. – respirei fundo e olhei diretamente em seus olhos. – Mas estou aqui, e... Eu te amo. – disse-lhe de uma forma tão sincera quanto da primeira vez que trocamos juras de amor. 

Em resposta às minhas palavras, Brad apenas selou os meus lábios. Melhor resposta do que essa ele não poderia me dar. 

Apesar de me sentir um pouco constrangida por estarmos nos beijando daquela forma na frente de todas as pessoas que passavam, mudei a rota dos meus pensamentos e mantive o foco apenas na felicidade que eu sentia por estar com ele.

 

 

 

 



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