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História Golden. - Ele tem cheiro de catástrofe.


Escrita por: ouxlouist

Capítulo 62 - Ele tem cheiro de catástrofe.


— Bom dia, Cath. — Wren disse ao me ver chegar a sala. — Você está linda com essa carinha de sono.

— Bom dia. Carinha amassada que você quis dizer, né?

— Claro que não, bobinha. — ele riu.

— Onde está Lottie? — eu demorei alguns minutos para perceber que ela não estava mais deitada no sofá.

— A levei para a delegacia logo cedo, foi dar mais alguns depoimentos e disse que tentaria conversar com os pais de Liam. — ele explicou os motivos pelo qual antes das 8h da manhã Lottie já não estava mais ali. — Na volta comprei coisas para tomarmos café, quer comer algo agora?

— A situação me deixa sem fome, mas sei que meu corpo está precisando de alguma coisa. — forcei um sorriso. — Acha que acordo Cecília?

— Bem, é melhor não, deixe-a descansar mais um pouco. Acho que será melhor para ela. — consenti com a cabeça e caminhamos até a cozinha.

Peguei a xícara de tamanho médio e a enchi completamente com o café bem quentinho que Wren acabara de tirar da cafeteira.

— Hmm!!! Está muito bom, nem parece que foi feito em uma máquina. — brinquei e arranquei mais um dos belíssimos sorrisos desse doutor que mais posso chamar de anjo da guarda.

— Quer dizer que você é do tipo que tem preconceito com cafés de cafeteiras?

— Não é bem um preconceito, só sou acostumada com o cafezinho tradicional brasileiro.

— Me desculpe, garota de gosto exigente. — sorriu. — o próximo atenderá a sua preferência.

— Não se preocupe, a partir de hoje tentarei te manter longe dos meus problemas.

— Ihh, não me venha com esse papo mais uma vez, e outra, pode-se manter por perto seja lá por quais forem os motivos. É bom ter você. — agora ele está tão próximo de mim que sinto minha respiração pesar e meu coração a pulsar mais forte. Não que eu sinta algo por ele, só estou nervosa por que não quero ter que ser ou parecer rude depois de tudo.

Assim como antes, eu me mantinha escorada no armário onde estava a cafeteira. Via o rapaz se aproximar e junto com ele meu corpo se revirar todinho. E antes que ele chegasse mais perto...

Trummmm...Trummm...Trummm...

O meu celular no bolso do casaco vibrava ao receber uma ligação.
Ufa, salva pelo gongo!

— Desculpa, preciso atender. — falei pegando o celular e retornando até sala para atender a ligação.
Agora respirando aliviada.

— Oi Lottie, está tudo bem? — perguntei ao aceitar a chamada.

— Sim, Cath. Está tudo bem. Eu sei que você já fez demais, mas poderia trazer Cecília até mim?

— Claro que posso, me envie o endereço por mensagem e daqui alguns minutos estaremos ai, ok?

— Muito obrigada. — ela agradeceu e encerrou a ligação.                     

Lottie me parecia aflita, mas eu não quis interrogá-la. Quando vê-la pessoalmente tentarei fazer algumas perguntas breves.

— Está tudo bem? — Wren perguntou quando chegou à sala.

— Sim sim, ela só pediu que eu levasse Cecília onde ela está. Já vou acordá-la e chamar um táxi.

— Táxi? Nada disso! Preciso estar no hospital somente às 10h, e ainda nem são nove. Até lá estarei à disposição de vocês.

— Não precisa disso, mas agradeço.

Acordei a pequena menina que parecia estar dormindo um sono tão bom, deu até pena tirá-la dali. Levei-a ao banheiro, penteei seus cabelos e depois fomos até a cozinha para que ela tomasse café antes de ir.

— Cath, onde está a mamãe? — Cecília perguntou.

— Ela precisou resolver algumas coisas, mas nós já vamos levar você até ela. Tudo bem?

— Tudo bem. — a garotinha respondeu e sem nenhuma razão aparente, levantou-se e me deu um abraço apertado. Foi um dos mais sinceros, por isso a peguei no colo e retribui o carinho.

— Vai dar tudo certo. — sussurrei enquanto a abraçava.

— Hey mocinhas, vamos lá? — Wren estava certo, era hora de irmos.

Entramos no carro e cm o auxílio do mapa do celular chegamos ao endereço que Lottie havia me passado. É um bairro pequeno e humilde, me parece pacato também.

— Número 417, é ali! — falei ao avistar a casa que procurávamos. Estacionamos na frente e logo liguei para Charlottie avisando que havíamos chegado.

— Mamãe! — Cecília exclamou ao vê-la.

— Oi, meu amor. — ela disse abrindo a porta do carro e pegando a filha no colo. — Muito obrigada, Wren. Muito obrigada, Cath. Um dia ainda conseguirei devolver toda essa ajuda.

— Não precisa disso, sabe que estou aqui para qualquer coisa. Mas o que vocês farão agora? Com quem ficarão? — perguntei.

— Filha, vá entrando, vovô e vovó te esperam. — Lottie colocou Cecília e a garota de cabelos castanhos correu para dentro da residência. — Essa casa é da bisavó de Liam. Já conversei com os pais dele, mesmo inconsoláveis sabiam que o filho estava passando por problemas de novo. Que em um bar próximo a casa deles no interior, quando sob efeito do álcool ele já havia dito coisas sobre tirar a minha vida. Mas no fundo ninguém nunca acreditava que ele fosse realmente capaz de fazer algo do tipo.

— E você está melhor? — Wren questionou.

— Acho que ainda não consegui digerir isso tudo, mesmo que há todo instante as cenas ruins se repitam na minha cabeça. Mas me sinto menos pior de saber que a família dele não se virou contra mim, me ofereceram abrigo aqui por quanto tempo eu precisar. Então é isso. — ela ainda estava aflita, o rosto inchado provavelmente após muito choro. — Mais tarde iremos para a cidade que eles moram atualmente, a mãe de Liam quer que seu corpo seja enterrado por lá. Não me sinto confortável de ver esse episódio fúnebre, nem que minha filha tivesse que participar, mas não há mais o que fazer. — ela desabafava.

— Eu sei como você se sente, Lottie. Por isso eu não medirei esforços para ajuda você e te apoiar com isso tudo. O que você precisar, basta me ligar ou ir em minha casa. — disse-lhe e mostrei um sorriso meio sem graça.

— Faço das dela, minhas palavras. Você pode ir ao hospital, ir em minha casa, o que eu puder fazer por ti, eu farei. — Wren disse gentilmente.

— Eu nem sei mais o que dizer além de milhares de agradecimentos. Agora preciso ir, vamos tentar comprar algumas roupas antes de irmos para onde o corpo será enterrado.

— Tudo bem, qualquer coisa me liga. — repeti e então nos despedimos.

Agora era hora de ir finalmente para casa, minha família já deve estar preocupada.



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