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História Golpe Trocado - Era melhor dizer isso do quê "finalmente"


Escrita por: chishiya

Notas do Autor


mc froguerrr

Capítulo 1 - Era melhor dizer isso do quê "finalmente"


— Uau. — Não há surpresa no tom de Chiaki. — Quando você chegou a essa conclusão? 

Era melhor dizer isso do quê “finalmente”.

Então, ela faz a juliet de tiara, abandonando a visão parcialmente rosa. Delicadamente, Chiaki projeta o pescoço para a esquerda.

Hajime coça a nuca, um tanto quente e suada devido ao calor do Rio de Janeiro. Ele evita contato visual, aquecendo a garganta com burburinhos até achar as palavras certas. 

— Isso importa? — Ao pronunciar a última sílaba, Hajime sente uma pitada de culpa pelo tom quase grosseiro. — Não, calma! É que, tio, achei que tava na cara...

Hajime dá uma risadinha tensa. Chiaki já sabe no que aquilo dará.

— Não tô com um anel do dedo, Hinata. — Seus lábios se curvam suavemente. — Cê que é emocionado.

Hajime bufa e ri ao mesmo tempo, cruzando os braços e amassando suavemente sua camiseta do Palmeiras. 

— Tá de caô, Chiaki? — Ele dá mais uma gargalhada, aproveitando o clima amigável. — Não sou vacilão, queria esclarecer as coisas.

— Saca aquele lance de telepatia? — indaga Chiaki, que acaba agachando para amarrar os cadarços do Mizuno rosa. — Nóis têm isso, só sucesso.

Hajime abre um sorriso e ignora todo calor infernal. Ele faz um agradecimento silencioso a Deus, completamente aliviado por Chiaki não estar brava. 

Acontece que a adolescência chega para todos. Com a dupla obviamente não seria diferente. A luta afobada para ter uma lista inacabável de contatinhos, perder a virgindade, enfrentar o ensino médio ou ir a um baile funk quando fosse possível era a prioridade para muitos na favela da Rocinha.

Para os mais chegados, Quebrada Esperança. 

E, claro, cada um segue o caminho que quiser na Quebrada Esperança. Kokichi está dando os primeiros passos para se tornar o dono da boca, Nekomaru está feliz com seu barzinho e Hajime não aguenta mais os stories de ostentação do Mondo, cada um em uma moto diferente.

Hajime decidiu jogar suas notas medianas ao alto e se dedicar ao futebol. O seu lema é um só: Deus no céu, Palmeiras na terra. Ele ficou tão bom naquilo que foi apelidado de “Jaimão, o Mestre” pelos colegas de time. 

Todos têm o costume de assistir aos jogos no barzinho do Nekomaru. O caos só nasce quando o Palmeiras e o Corinthians entram em campo, porque Nagito é, sim, corintiano e faz questão de apontar todas as falhas dos porcos. Hajime sempre teve uma grande vontade de sair no soco com Komaeda. Talvez com risco de perder a amizade.

Por outro lado, Chiaki não era a rainha do baile, como a Miu, ou uma versão atualizada do Restart, tipo a Ibuki. A corrida de Chiaki envolvia mesclar streams na Twitch e as aulas de informática. No entanto, ela não deixava de ter um jeitinho mandrake. Afinal, o rosa cai bem nela.

Obviamente, esse combo atrai. Por mais que Chiaki não gostasse de selecionar, ela dava atenção especial a uma loirinha da rua de baixo. Sônia é linda, delicada e encantadora. Uma visão que desfocava toda irregularidade daquela favela.

Portanto, além de vizinhos, Hajime e Chiaki eram amigos desde sempre. Há pouco evoluíram para uma amizade colorida. Culpa dos hormônios e da curiosidade! 

Talvez os outros achassem que eles realmente namoravam e, por algum tempo, eles também acharam o mesmo. Quer dizer, Hajime conheceu a família dela e vice-versa, eles formaram casal na festa de 15 anos da Celestia e tiravam fotos com juliet combinando.

Embora trocassem palavras fofas, não se amavam daquele jeito. E os dois já sacaram. Tanto sua situação atual, quanto os interesses amorosos mal-ocultados.

Chiaki pisca os cílios mergulhados em rímel e um sorriso colgate e recém-alinhado — ela tirou o aparelho há duas semanas — toma conta do seu rosto. Deu uma piscadela e disse:

— Golpe trocado não dói.

— Golpe trocado não dói — repetiu Hajime.

Em um piscar de olhos, os dois estavam partilhando uma crise de risos. Um sentimento amigável assola o espírito deles, que acabam por conversar sobre seus sonhos de consumo (interesses amorosos). 

— Tá de resenha, Hajime? Cê só gosta de rival! — grita Chiaki, alternando os funks no celular.

Eles estavam sentados na calçada. Hajime só dá mais uma bebericada na coca-cola que ele comprou em uma lanchonete qualquer, depois dá de ombros. 

— Não se envolve nisso, menó.

— Eu sou flameguista, tu sabe. Depois vem o Nagito, gambá do Corinthians — conclui. —  Qual é? É algum tipo de requisito pra namorar Jaimão, o Mestre? 

Mais ardente que o calor do Rio de Janeiro, Hajime sente a coca-cola sair pelas narinas. E, merda, como isso arde! 

Chiaki deveria ter ligado para um hospital. Ao invés disso, ela só gargalhou como se não houvesse amanhã.

— Que ódio… 

— Sua camiseta tá toda manchada! Melhor lavar antes que a mancha vire permanente.

Aquilo obviamente foi uma brincadeira.

O desespero atinge Hajime em cheio. Aquilo é uma camiseta de time. Convenhamos, elas não são nada baratas. Ele decide arrastar Chiaki até sua casa, onde joga a peça de roupa na máquina de lavar o mais rápido possível.

— Mano, era só coca-cola... — pontua Chiaki, de ombros caídos.

— E era só a camiseta do timão. Como o pai taria devidamente trajado pros jogos? O Oakley não é suficiente!

— O caralho, menó. Tu só tá nervosinho porque é com ela que você vai discutir com o Nagito!

Hajime não negou.


Notas Finais


eu só consegui escrever metade das gírias e termos por causa do meu melhor amigo, convívio de ouro

antes de me esculachar nos comentários, essa história não tem objetivo de ofender cariocas, palmeirenses ou corintianos! muito menos romantizar traição. hajime e chiaki nunca namoraram. levem na esportiva, tropinha da esperança 🤸‍♀️

hajime cariocarrr

música: https://www.youtube.com/watch?v=pQ9VFu-wgio&ab_channel=FunkdeBH


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