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História Good Enough - Knockin' On Heaven's Door


Escrita por: SynthyaM

Notas do Autor


Oi, amores! Então, aqui está o penúltimo capítulo da primeira temporada de Good Enough. Muitas coisas serão reveladas nesse capítulo, preparem o coraçãozinho de vocês para tudo que acontece aqui.
Espero que gostem de verdade. Quero muito postar o último capítulo logo, então, não hesitem em favoritar e comentar. Seria uma ótima hora para vocês, leitoras fantasmas, aparecerem, não é? Façam essa autora felizinha.

Capítulo 40 - Knockin' On Heaven's Door


Fanfic / Fanfiction Good Enough - Knockin' On Heaven's Door

"Mamãe, tire esse distintivo do meu peito

Eu não posso mais usá-lo

Está ficando escuro, escuro demais para ver

Me sinto como se eu estivesse batendo na porta do céu"

 

 

Harry atrás de mim soltou um palavrão, ouvi um dos meninos sibilar. Maria Mason, irmã de Brad dada como morta, analisou as unhas ao se recompor em poucos segundos.

- Sabia que você não era só um corpinho bonito – sua voz tinha um tom implícito de ironia – E imaginei que provavelmente descobriria quem eu sou.

Enquanto ela falava, procurei algumas saídas para aquele túnel. Provavelmente, se seguíssemos por um dos lados daríamos em alguma rua, adoraria perguntar isso a Niall, mas ela desconfiaria, então esperava que ele pensasse nisso por mim e me dissesse através da escuta.

- Tenho que admitir, você realmente pensou bastante nisso – apontei para Anne e Des, ambos me olhavam apreensivos – Provavelmente esse seu plano B teve a ver com o fato de que eu matei seu irmão.

  Avancei um passo em sua direção seu maxilar travou, ao meu redor senti movimentos nas sombras, é claro que ela estava bem acompanhada. Estávamos todos tensos, coloquei o cabelo atrás da orelha lentamente, o costumeiro sinal que Louis e Liam compartilhávamos quando precisávamos mudar a ordem na qual estávamos posicionados.

- Você nos surpreendeu – admitiu calmamente, não deixando que à menção a morte de Brad fizesse com que perdesse a compostura – Mas, foi melhor assim.

- Na verdade, você tentou surpreender a todos nós. Realmente tive pena de quem seria Maria Mason, irmã de Brad morta em um acidente. Achei que queria matar Harry, assim Des sentiria tanta dor quanto seus pais sentiram. A meu ver, parece um pouco perdida.

Ela sorriu – Pareço? Você matou meu irmão, agora eu quero matar tudo que importa a você. Depois faço com que Des pague. Meu irmão não me deixou morrer.

Sabia que essa seria sua tática, por isso fiz sinal para que os meninos se movessem. Continuei um passo mais a frente, porém, ao invés de Harry estar ao meu lado, agora se encontrava atrás de mim, Louis e Liam ao seu lado, consequentemente Vic atrás dele.

- Oh – exclamei falsamente – Isso é porque eu matei seu irmão? Por favor, não leve para o lado pessoal – sussurrei a próxima parte, vendo seus olhos se estreitarem a cada palavra dita com sarcasmo - Sabemos que ele não é tão inteligente assim.

Foi a sua vez de aproximar-se, mais um passo e poderia sentir sua respiração – Brad era a única coisa que importava para mim. Permaneci viva por causa dele, ainda criança me levou a uma clinica clandestina e salvou minha vida. Tem noção do preço que ele teve que pagar?

- Ele vendeu um rim – Niall sussurrou através da escuta – Essa informação estava bem enterrada, Charlotte.

- Não existem registros de que você voltou para sua família, tem certeza que foi só um rim que Brad teve que vender?

- Fez seu dever de casa – apontou – Eu era a única coisa que Brad tinha. Se eu morresse, ele não teria nada – virou as costas para mim e suspirou, ao meu redor dois homens surgiram das sombras, não querendo que ela ficasse desprotegida.

- Por isso ele vendeu vocês dois ao tráfico, não é? – deduzi – Sua mãe se suicidou porque Brad foi egoísta o suficiente para afastar ambos da família. Esse era o preço, não é? Trabalhar para máfia, abandonar a família. Por isso seu pai virou um bêbado, porque vocês dois viraram as costas para eles!

- Ele era uma criança! – rebateu com um grito, virando-se em minha direção – Uma criança que foi manipulada, não tem culpa do que aconteceu! Jurei que ninguém jamais o manipularia daquele jeito.

- Você é uma hipócrita – fiquei em sua frente, meu queixo erguido – Você o manipulou, transformou seu irmão em alguém doente, aposto que disse a ele que não tinha problema em dormirem juntos, afinal, ele só podia contar com você e vice-versa. Como foi, Maria? Como foi beijar seu próprio irmão? Como foi transar com ele diversas vezes para garantir que ele só estivesse ligado a você? Ele era uma criança, mas você não era – seu corpo tremeu na medida em que eu falava, me lembrando das palavras de Brad no dia em que o matei – Você o manipulou para que ele fizesse o que mandava, fez com que ele não confiasse em ninguém, exceto você, enquanto tramava essa vingança, sabendo que ele é quem ficaria na linha de tiro e não você. No final, morrerá da mesma forma que ele.

Não vi sua mão chegando, apenas senti o impacto dela contra meu maxilar. Louis deu um passo à frente instantaneamente, no entanto, utilizei meu braço para mantê-lo no lugar.

- Não se atreva a dizer palavra alguma sobre meu irmão – Maria rosnou – E não venha falar de hipocrisia para mim. Afinal, você se apaixonou por aquele que devia proteger, você fracassou nessa missão e é por isso que Gemma está morta, é por isso que eu tenho Anne e Des e é por isso que todo seu time morrerá hoje.

Como se suas palavras fossem algum tipo de deixa, mais homens saíram das sombras. Dois deles se prostraram diante de Anne e Deus, cada um deles pronto para subir a corda que os prendiam, enforcando-os. Alguns ficaram ao seu lado e outros em torno do meu time.

- Graças às informações que Zayn nos deu antes de se apaixonar por você – me olhou com desprezo – Sabia que deixaria o irlandês na casa dos Styles, presumi que como Zayn não está recuperado também ficaria e mandei mais homens, além disso, uma das prostitutas também está lá, não é? – abriu os braços – Não sei se percebeu ainda, mas estamos em número maior que você e seu time, sem falar que ainda tem que se preocupar com aqueles dois ali – apontou para os pais de Harry – e também com seu protegido. Você perdeu.

Não tirei meu olhar do dela e não esbocei reação alguma enquanto tentava controlar a raiva que queria consumir meu corpo e minha sanidade, se aquilo acontecesse agiria no impulso e não podia arriscar aquilo. Eu não perderia meu time, muito menos deixaria que tocassem em Harry, pelo menos não viva e estava disposta a morrer para que eles ficassem vivos, se fosse necessário. De relance, vi Liam levar a mão até sua arma. Sabia que eles não abandonariam a missão, mesmo que fossemos minorias, ainda que não tivéssemos ideia alguma de como salvar Anne e Des.

- Nós não vamos morrer – Niall murmurou com toda convicção que tinha pela escuta, ouvi o som de uma arma sendo destravada – Eu e Zayn estamos com você nessa, Charlie.

- Ah, estoura logo os miolos dessa vadia – Louis cuspiu um incentivo e foi o suficiente para mim.

- Lamento estragar sua festa, Maria – meus dedos coçaram para estarem com uma faca entre eles – Mas quantidade não tem nada a ver com qualidade.

Segundos depois, estava com uma das facas em minha mão. Seus olhos se estreitaram quando a lancei em sua direção. Na minha mente, o percurso seria impecável, a faca acertaria seu peito, fazendo com que ela engolisse suas palavras. Mas soube que aquilo não aconteceria pela sua expressão, seu sorriso ia aumentado cada vez que a faca ficava mais perto, a distância não era grande então vi o movimento de um dos seus homens com o canto do olho.

- Não é só você que tem homens para jogar-se em sua frente – murmurou conforme a lâmina afiada atingia o peito do homem que tomou seu lugar.

- Então, veremos quantos homens serão necessários morrer até que eu acabe com você.

- Você pode ter um distintivo, ser uma agente famosa e, admito, que é realmente boa, porém, você não saberá lidar com o que virá a seguir – ela olhou para os homens que estavam ao lado de Anne e Deus – Uma ordem minha e os dois morrem. Posso fazer isso antes mesmo que você chegue mais perto de mim e em poucos segundos Niall e Zayn estarão mortos. Me pergunto, onde estará toda a sua glória quando perdê-los.

- Você realmente acha que eu me importo com eles? – apontei o queixo para os pais de Harry tentando tirar seu foco deles – Estou aqui para proteger Harry e não ele. Pouco me importa se irá matá-los.

- Lottie... – meu protegido sussurrou atrás de mim, a voz rouca repleta de temor.

Maria sorriu abertamente – Eu sei que não se importa com Des, ainda mais sabendo de tudo que ele fez em nome da amizade com Anthony, seu pai, especialmente uma coisa que mudou sua vida para sempre. Mas não sei se posso dizer o mesmo de Anne.

- Pouco me importa o que Des e Anthony fizeram, mas nada que esse homem tenha feito possui poder sobre mim. Não me importo com os pais de Harry.

Ela pareceu confusa por alguns instantes, franziu a testa e me observou em busca de alguma brecha provavelmente, mas, segundos depois, soltou uma gargalhada alta que durou por tempo o suficiente para me deixar incomodada – Isso é melhor do que eu esperava! Você não faz ideia do favor que Des fez a Anthony, não é? Não sabe o porquê Anthony te trouxe pessoalmente a essa missão?

Dei de ombros, mas, no fundo, suas palavras estavam tendo o efeito que ela queria – Pouco me importa.

Ela riu mais ainda e o pior daquilo era perceber que a risada era verdadeira, realmente estava se divertindo – Acredite, se soubesse, era a única coisa que te importaria no momento.

- Do que está falando? Ainda não cansou desse papo?

- Tire a fita da boca de Des – ordenou ao capanga – Não, não. Deixe que eu diga a ela, quero ter esse prazer.

- Estou cansada de você, vadia.

- Estou só começando, Charlotte. Acho que mudei de ideia, será mais divertido brincar com você – olhou para o capanga com os lábios puxados em um sorriso – Puxe a corda. Mate Des – foi a sua ordem seguinte.

No mesmo instante, Anne se debateu e Harry tentou correr até ele. Liam o segurou num aperto de urso e minhas mãos foram automaticamente para uma das facas, não sabia se daria tempo, mas a lancei mesmo assim. Mal tive tempo para mirar, o segurança arregalou os olhos e segurou a corda, impulsionando-a para cima. Os pés de Des foram deixando o chão e ele segurou o pedaço da corda em seu pescoço, tentando evitar aquilo.

Não vi o sorriso de Maria desaparecer porque estava com os olhos cravados em Des. A lâmina atingiu a corda um pouco acima da sua cabeça, a cortando, se acorda tivesse subido mais um pouco seria a testa de Des que a faca acertaria. O capanga ao seu lado mal teve tempo para pensar, pois, Des mal se recompôs e segurou a faca que caiu no chão aos seus pés, acertando sua barriga com um único golpe.

Foi minha vez de sorrir quando vi o capanga de Maria morrer.

- Vai se arrepender de tê-lo salvo, Charlotte – ela disse – Vai desejar tê-lo deixado morrer quando souber o tipo de favor que ele e Anthony trocaram.

- Como eu disse, estou cansada do seu papo – peguei-a de surpresa quando destravei a arma em minha cintura e apontei para o capanga que estava ao lado de Anne, atirei no mesmo instante.

A bala acertou o meio da sua testa e ele caiu quase que instantaneamente. Contudo, o que aconteceu a seguir não estava em meus planos, estava longe de ser o que eu previa.

Quando o corpo do capanga atingiu o chão, a corda que prendia Anne subiu.

- Achou mesmo que eu seria tola o suficiente de não tomar seguranças? – Maria sussurrou atrás de mim – Pensou que seria fácil salvá-la? Sabia que ela importava para você. Agora, assista enquanto ela morre.

Maria sabia que eu não podia correr até onde Anne estava, pois isso significava deixar a guarda de Harry livre. Pensei em lançar mais uma faca, mas sabia que não adiantaria, a corda já estava no topo. Harry gritou alto e jamais esqueceria aquele som, foi rouco e doloroso, repleto de medo e vindo de alguém que estava completamente assustado.

Vic abandonou a posição e correu até Anne, mas homens de Maria a seguraram, ela desviou do murro de um deles e tentou correr, contudo, não foi rápida o bastante para evitar ter o corpo jogado contra uma das paredes do túnel, ouvi o som da sua cabeça batendo contra algo de metal.

Niall gritou através da escuta na mesma hora que o corpo dela caia no chão desacordado. Tudo aconteceu de forma rápida, Maria riu e homens fizeram uma barreira entre Anne e meu time.

Meus olhos voltaram para Anne que se debatia e tentava manter os olhos abertos, vi quando eles cravaram-se em Harry, nem mesmo naquela hora ela deixou de olhá-lo maternalmente. Ouvi o choro alto dele quando os movimentos da mãe tornaram-se mais fracos, ela tentou falar alguma coisa, pude ver seus lábios se mexendo, mas o som que saiu foi apenas um gorgolejar da sua respiração que estava sendo roubada.

Seus olhos reviraram-se nas órbitas e os braços caíram. O som angustiante da sua última respiração sempre estaria em minha mente, seriam os motivos dos meus novos pesadelos. A cabeça de Anne caiu inerte e seus lábios sempre sorridentes estavam abertos e sem vida.

- Você foi a responsável pela morte dela – Maria disse após alguns instantes – Você tirou meu irmão de mim e acabei de tirar duas coisas que importavam para você – apontou para Vic e Anne – Quem sabe três.

Não consegui respondê-la, meus olhos iam do corpo de Vic no chão – sua cabeça repleta de sangue – para o de Anne. Ambas as mortes pesaram em meu coração e eu não sabia o que fazer a seguir, queria recolher-me, correr até elas e tentar fazer massagem cardíaca, rezar para alguém acima de mim salvar a ambas, queria chorar como nunca antes – era tudo o que meu corpo pedia, sentia a barragem prestes a romper e lembrei-me das mortes próximas a mim durante toda a minha vida.

Parece que todas elas foram se aglomerando, cada uma dando um peso maior a dor inicial, foi quando a lembrança da minha filha saindo de mim morta se juntou as outras que meu corpo ameaçou tombar.

- Acho que também tirei de você o amor que Harry sente – ela continuou – Você é capaz de perdoá-la, Harry? – dirigiu-se a ele e meu corpo ficou tenso – Sabendo que sua mãe morreu por causa dela.

Incapaz de olhar para Harry, absorvi seu silêncio. Não boa o suficiente para salvar minha filha, Gemma, Vic e Anne. Não boa o suficiente para o amor de Harry.

Assustei-me quando ouvi tiros e gritos, olhei para os lados e por um momento fiquei confusa por ver que todos estavam em seus lugares, mas, quando o rosto de Louis se apertou percebi que estavam vindo da escuta.

- Niall – sussurrei fechando os olhos – Zayn.

Não boa o suficiente para salvá-los também.

Permaneci com os olhos fechados e desejando que aquilo tudo acabasse, como iria conseguir lutar se não havia nada para ser salvo? Louis e Liam provavelmente perderam a fé em mim e não tinha mais o amor de Harry para me colocar de pé. Como viveria sem as risadas altas de Niall? Sem sua fome e seu rosto vermelho por causa de alguma piada com contexto sexual de Louis? Como conseguiria encarar o amanhã sabendo que fui responsável pelas maiores alegrias e tristezas de Zayn? Pela sua morte, pelo luto da sua família logo após ter provado que eu me importava com ele mais do que imaginava.

- Ainda não acabou – Maria parecia se divertir as minhas custas – Eu vou tirar mais de você. Não só o amor de Harry, mas ele. Estará viva para ver Louis e Liam morrerem, culpa própria deles por terem convivido com você, como alguém pode sequer achar que você dar conta de protegê-los se não consegue sequer proteger a si mesma? Eles sabem da forma com que aquele bebê saiu do seu ventre – a voz dela tornou-se mais ácida e apertei meu peito, Maria tinha encontrado meu ponto fraco – Pela expressão no rosto deles, principalmente na de Harry, eles não sabem. Charlotte Di Angello não foi boa o suficiente para sustentar a própria filha no ventre.

A verdade das palavras dela me atingiram como um soco, sentia meu corpo cambalear, minha sanidade se perder, minha força esmorecer. Era o fim, Maria tinha ganho. Podia enfiar uma faca em minhas entranhas e acabar logo com isso.

- Eu sempre irei amá-la – o som rouco da voz dele fez meus olhos abrirem-se repentinamente – Sempre. Pode achar que tirou tudo de nós dois, mas o amor que eu sinto jamais poderá ser tomado. Eu amo você, Lottie – dirigiu-se a mim agora e não consegui mais evitar olhá-lo. Seus olhos estavam vermelhos, a boca crispada e o rosto envolto numa máscara angustiante de dor – E sei que vai nos tirar daqui. Confio em você, sempre foi boa o suficiente para mim.

Meus olhos estavam cravados nos seus quando ouvi Liam falar a Maria – Nunca poderá nos tirar o amor que sentimos porque sequer sabe o que é isso, duvido que uma vez na vida tenha tido a sensação de ser amada pelo que é e não pelas coisas que pode prometer e fazer. Estamos com a Charry até o fim.

- E só para você saber – foi à vez de Louis falar – Agora fui eu que me cansei do seu papo - Ele sacou as duas armas e apontando uma para a direita e outra para a esquerda, atirou nos homens de Maria.

Ela perdeu o sorriso, na verdade, seu rosto parecia ter o oposto de sorrir – Isso não muda o fato de que todos eles estão mortos – Maria disse por cima dos tiros – Eu irei chegar até Harry e provaremos se esse amor realmente ainda existe.

- Sabe o que fez agora, Maria? – perguntei tentando manter minha voz acima da emoção das palavras deles – Você acabou de assinar sua sentença de morte. Eu não vou deixar que chegue perto dele, então, o que está esperando para tentar?

Ela tirou uma arma da cintura e apontou para mim, mas sabia que não faria nada, não era isso que ela queria, nada de um tiro para acabar logo com aquilo. Maria Mason queria me fazer sofrer tanto quando eu queria fazê-la.

Jogou a arma no chão enquanto ao meu redor Louis, Liam e Harry atiravam, nossos corpos formando um triângulo ao seu redor suficiente para que nenhuma bala chegasse até ele.

Maria correu até onde eu estava, suas mãos fechadas em punho e os olhos decididos. Desviei do seu primeiro murro e tentei acertá-la, ela era rápida e também esquivou-se, porém usei o outro braço – o que ela não estava esperando – para acertar sua mandíbula. Ela abaixou a cabeça por alguns mínimos segundos e, quando voltou a erguê-la, esmurrei seu nariz. Cambaleou para trás, mas desviou do próximo soco, acertando minha bochecha e chutando meu estômago.

Ela era boa.

Abaixei quando veio com tudo para cima de mim, tentando acertar meu rosto novamente e fechei a mão ao mesmo tempo em que erguia-me para esmurra-la. Girei o corpo e com a perna esticada acertei sua cabeça, ela ficou tonta e caiu sentada no chão, porém, ergueu as pernas e chutou-me antes que eu pudesse ficar por cima dela.

Aproveitou que eu estava no chão para correr até Harry, meu corpo todo pareceu funcionar por uma força maior que a autopreservação, conforme corria mais rápido que ela todos os meus instintos gritavam para mantê-la longe dele, era maior que o simples dever de proteção por ser sua Guarda-Costas.

Derrubei-a no chão com uma rasteira – Realmente acha que vai ser tão fácil assim chegar perto dele? – perguntei ecoando suas palavras anteriores e acertando um chute em seu rosto, o salto afiado da bota fazendo com que sangue jorrasse do seu supercílio. Ela travou o maxilar e segurou minha perna para evitar o próximo chute, tentou desequilibrar-me para conseguir levantar, mas não obteve sucesso, seus olhos foram para a faca que guardava dentro da bota.

Tentei puxar a perna porque era o inferno ter meus passos e segredos abertos para ela graças a época em que Zayn havia sido um traidor, porém, ela foi mais rápida e puxou uma das minhas últimas facas, segurou-a com força e enfiou a lâmina em minha perna, grunhi por causa da dor e cambaleei para trás.

- Você não é boa o suficiente para me matar – ela rosnou.

Não ser boa o suficiente me perseguia. Contudo, não era só a minha vida que estava em risco, mas a de Harry e do meu time, não iria fraquejar, não podia ou sequer queria.

- Isso é o que veremos – rebati tirando a faca da minha perna e sentindo o sangue jorrar dali. Lancei-a em sua direção, mas foi rápida o suficiente para esquivar-se, porém, nem tanto para desviar da última faca em minhas botas, antes que se desse conta a lâmina cravou-se em seu ombro – Parece que estamos empatadas.

Não a dei tempo para puxar a faca do ombro e segurei em seu longo cabelo enquanto esmurrava seu estômago repetidas vezes, a ferida em minha perna ardia e tentei colocar o peso na outra perna, Maria percebeu isso e  aproveitou para chutar exatamente o local que sangrava, meu gemido de dor foi alto e ela chutou a parte de trás de meu joelho, fazendo com que eu ficasse sobre eles.

Acima de mim agora, usou o braço que não estava ferido para esmurrar meu nariz, ouvi um estralar quando ele quebrou.

Antes que ela pudesse golpear novamente, alguém vindo de trás de mim, apertou a faca em seu ombro fazendo com que Maria gritasse.

Vi a parte de trás de sua cabeça repleta de sangue e por isso deduzi que a pancada que a fez ficar desacordada não a matou, o sorriso que surgiu em meu rosto foi aliviado, sentia que até poderia chorar naquele momento. Vic puxou a lâmina em seu ombro só para enfiá-la novamente – Deveria ter pensado duas vezes antes de ter se metido com minha amiga, sua vadia.

Mancando, com sangue escorrendo por minha perna e rosto, caminhei até ela, não tive tempo para saudá-la porque um dos homens de Maria tentou esmurrá-la, assenti para ela que suspirou antes de acertar uma cotovelada no olho dele, deixando-me sozinha com Maria.

Ela estava no chão, sangue escorrendo com mais força do seu ombro, sua visão captou alguma coisa e tentou arrastar-se. A segui e esperei que estivesse perto do que tanto queria para intervir, ela gritou de dor quando pisei com força em seus dedos que estavam a centímetros de uma pistola no chão.

Chutei seu rosto e pensei que agora cairia desacordada, mas ergueu sobre os cotovelos e cuspiu sangue no chão – Não está sequer curiosa para saber o porquê de ter sido chamada para essa missão? - sua voz estava entrecortada conforme se prostrava de joelhos – Garanto que não foi só porque um simples promotor ameaçou você.

- Sua voz me irrita – ergui o braço para esmurrá-la, mas ela usou toda força que ainda tinha para segurar meu punho fechado, levantando-se contra a minha própria força.

- Tem que ser eu a te dizer – murmurou ficando de pé – Des fez questão de cobrar um favor que fez a Anthony anos atrás, mais precisamente 05 anos atrás. Foi difícil conseguir essa informação, tive que torturar o pai do seu protegido por algumas horas, estou muito orgulhosa em te dizer o que descobri.

- Qual o problema com você? Não vou deixar que chegue perto de Harry então porque não cala a boca e...

- 05 anos atrás Anthony pediu para que Des sumisse com um bebê – me interrompeu em voz alta, pelo canto do olho Liam limpava o sangue em sua própria testa e nos observava, pronto para intervir caso fosse necessário – Uma menina.

- Cale a boca – ordenei sabendo onde aquilo ia dar – Eu não acredito em nada do que você diz.

- Sua menina – foi incisiva – Anthony mentiu para você, te disse que ela estava morta quando, na verdade, pediu para que Des sumisse com ela.

- Eu não acredito em você! – gritei estapeando seu rosto.

- Des, o homem que você odeia, responsável por tudo isso aqui – abriu os braços ensanguentados – Também foi responsável por você não ter conhecido sua filha. Por isso que quando Brad começou a ameaça-lo, cobrou a divida à Anthony exigindo a melhor e que puta de coincidência ser exatamente você a melhor.

- Mentirosa! – gritei sentindo meu coração bater cada vez mais forte – Cale a boca!

- Porque eu mentiria? É impagável a expressão em seu rosto! – ela riu e seu rosto transformou-se em uma careta de dor, sangue em seus dentes – Sua filha está viva, Anthony mentiu para você e Des Styles a escondeu esses anos todos.

- Isso não pode ser verdade...

Minha voz mal passava de um sussurro conforme absorvia aquilo, meu coração esperançoso parecia já ter aceito suas palavras.

- Eu achei que você já soubesse – ela riu e mal consegui focalizar em seu rosto – Como se sente sabendo que seu próprio pai te enganou e tirou sua filha de você? Qual é a sensação de ter sido traída? – ficou de pé e ergueu o queixo – Ainda se acha tão esperta assim?

- Minha filha está viva – sussurrei aquilo tentando compreender a verdade, se é que realmente era verdade.

- Aposto que queria ter deixado Des morrer, não é? Vou fazer um favor a você e matar a descendência dele – com uma diferença de segundos registrei o que queria dizer, felizmente foi a tempo de evitar que disparasse contra um Harry boquiaberto ao ouvir tudo aquilo, a arma estava apontada para ele quando a chutei, o tiro acertando o teto do túnel.

Minha filha estava viva. Era só nisso que eu pensava. Meu corpo agiu automaticamente quando ela conseguiu pegar a arma novamente, por descuido meu, mas minha mente não estava aqui, estava em anos atrás, quando minha menina saiu morta do meu ventre, será que tinham conseguido ressuscitá-la ali mesmo? Antes que eu tivesse apagado?

Brigamos pela arma, o dedo dela no gatilho. Minhas forças estavam me deixando na medida em que minha mente processava cenas da minha filha crescendo, qual terá sido a primeira palavra que ela disse? Maria me encarou com um sorriso e só entendi o motivo quando ouvi antes de sentir o tiro. Alguém exclamou um palavrão atrás de mim e meu corpo foi para trás, não acreditei quando olhei para baixo e vi minha roupa ensopada de sangue.

- Quem ganhou, ham? – Maria ainda estava com o dedo no gatilho quando cambaleei para trás sentindo meu interior em chamas. O tiro tinha me acertado no peito e já podia sentir minha respiração falhando.

Ela passou por mim e apontou a arma para Harry. Meus dedos cobertos com meu próprio sangue foram até a pistola de emergência que carregava na outra bota, tentei puxá-la, porém a dor em meu peito estava tomando conta dos meus movimentos.

Vi pontos escuros em minha visão quando finalmente consegui pegar a arma, tentei mirar, mas mal consegui erguer o braço. Maria estava prestes a atirar e Harry só conseguia me encarar, os olhos repletos de lágrimas. Não podia deixá-lo morrer, prometi isso a ele, prometi a Anne. Prometi a mim mesma.

Um, dois, três tiros. Três tiros nas costas de Maria foi o que consegui dar antes da arma escorregar por meus dedos e meu corpo cair no chão com um baque enquanto tudo ficava preto.


Notas Finais


Sim, eu segurei esse segredo até o penúltimo capítulo! A filha dela está viva!!
Sobre Anne... foi uma dor enorme matá-la e deixar Des vivo, mas, tinha que ser assim. Niall e Zayn... me digam vocês, o que acharam da invasão onde eles estavam?
E, finalmente, será que agora Charlotte morre? Depois de ter descoberto que a filha está viva, salvo a vida de Harry e matado Maria?
Comentem, okay? MIL BEIJOS!!


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