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História Goodbye - Nunca o suficiente


Escrita por: waldorfstyles

Notas do Autor


heyyyy
fiz esse capítulo pra postar ontem, mas o que aconteceu? isso mesmo, eu dormi
MAS eu fiz esse capítulo com foco em caíque e bia(ou seja, cadê as #teamcaique?)
"ah, gaby, mas não vai ter terror nesse capítulo" "nossa, você ta focando muito em romance e deixando o terror de lado"
GENTE, CALMA
NÃO É NADA DISSO. Talvez algumas pessoas já se toquem do que possa acontecer, não sei
e não to focando só no romance, é PRECISO DELES, okay?
espero que gostem, meus amores
xoxo

Capítulo 12 - Nunca o suficiente


Tinha falado com a minha tia no começo da semana. Ela reclamou por a viagem estar muito próxima, mas felizmente ela deixou depois de muitas conversas. Já é daqui 3 dias e admito estar um pouco ansiosa, mesmo que for pra tentar saber sobre esse terror que está acontecendo entre nós.

Fecho meu livro quando meu celular tocou. Era semana de provas finais, e eu estava focada. Pelo menos por meia hora.

Assim que pego o celular, a pessoa que ligo é a mãe de Emanoel. Eu estava sentindo faltas das suas brincadeiras, mesmo a maioria sendo maldosas. Ela demorou um pouco pra atender, e quando atendeu disse que estava tudo indo bem. Emanoel estava em tratamento e ela não teve reclamações dos médicos sobre o comportamento do filho. Às vezes, parecia que Emanoel estava ainda entre nós.

Mas eu sabia que esse pensamento não passava de uma mera ilusão. 

- Bia? - Minha tia chamou. Saí do meu transe a abri a porta do quarto. - Se arrume agora, a sua prima tá vindo pra cá. 

- Minha prima? Hoje? - Me surpreendi. Minha prima mais próxima se chamava Anne, e nós aprontamos todas quando ela passa as férias aqui em casa, que, no caso, são todos os anos.

- Sim, ela entrou de férias mais cedo. Não ficou de recuperação igual a uma pessoa. - Minha tia me lançou um olhar chato. Ah, não. Não quero ouvir sermão agora. 

- Eu vou me arrumar. - Dei um sorriso e fechei a porta. Ela queria falar mais alguma coisa, mas ainda bem que não saiu nada de sua boca.

Achei estranho o fato da minha prima não falar nada sobre estar vindo. Não nos falamos diariamente, mas pelo menos ela deveria ter avisado que vinha para minha casa. Nem deu pra fazer uma programação legal pra gente.

Pego uma roupa arrumadinha e a visto. Depois disso, fiquei um pouco no quarto e pensei em como Mila reagiria com Anne aqui. Elas se dão muito bem, mas depois daquilo acho difícil Camila ainda gostar de qualquer pessoa da minha família, por mais que o problema só fora comigo.

(...)

- Anne! - Dei um abraço assim que elas colocou os pés dentro de casa.

- Senti muita falta sua. - Ela falou. Nos separamos e ela foi dar um abraço também em minha tia.

- Também senti sua falta, querida. - Minha tia disse carinhosamente, a abraçando de volta. - A sua mãe não veio? Já é o terceiro ano seguido que ela não vem mais aqui. 

- Ah, ela tá trabalhando muito esses últimos anos. Ela tá mal parando em casa. Sabe como é, né? Vida de médica não têm férias.

Isso até poderia ser verdade tudo o que Anne tá falando, mas desde que a minha mãe morreu, a minha tia mal fala a gente. Ela teve depressão depois do acontecido, e desde então nunca mais a vi. 

Quando chegava as férias de julho, nós reuníamos toda a família em alguns dias. Teve férias que viajamos ou que ficamos em casa mesmo. Mas era algo maravilhoso. Isso me dava ma saudade enorme junto com algumas lágrimas. 

Só que dessa vez eu consegui me segurar. 

- Quer comer alguma coisa? Vir da Bahia pra São Paulo deve ter te deixado com fome. - Minha tia oferece. Anne negou.

- Eu comi no aeroporto quando cheguei. Não precisa se preocupar, eu só quero dormir um pouco. O voo foi cansativo. 

Minha prima fez uma careta de sono e minha tia assentiu. Pelo que conheço bem da minha prima, ela não está com um pingo de sono.

- Vem, vou te levar pro meu quarto. 

Peguei na sua mão e subi as escadas correndo. Ela queria me dizer algo importante e eu queria saber logo o que era.

- Vou pedir pra Verônica levar as suas malas pro quarto de hospedes já já, está bem?

- Claro!

Assim que chegamos no meu quarto, tranco a porta. 

- Por que não avisou que vinha? - Dei um tapa no seu ombro e ela riu.

- Você vai ter que se deitar porque a história é longa.

(...)

- Eu ainda não acredito que vou pra uma balada em plena quarta-feira. - Resmunguei mais uma vez. Só a minha prima pra me fazer sair um dia antes de quatro provas.

- Você repõe essas provas na sexta, Bia! 

- Você só diz isso porque não vai ter que precisar fazer oito provas num dia só. 

Concordei ir em uma balada aqui perto só porque ela me contou a sua história. Desde o começo do ano ela tá de castigo, só saindo pra ir pro colégio. Depois de Anne me insistir umas mil vezes eu cedi. Eu poderia fazer essas provas na sexta, não é? 

- Acho que não vou beber. - Disse, enquanto tirava meu último cacho do babyliss. Eu adorava ver ele todo cacheadinho. - Ainda eu tenho esperanças de ir pro colégio amanhã.

- Menos, Beatriz. Bem menos. Sua tia já dormiu?

Lógico que dessa vez nós íamos escondido. Minha tia nunca na vida ia deixar eu sair assim enquanto eu ainda estava tendo aula. Olhei no meu celular, eram onze da noite.

- Já. Ela sempre vai dormir às dez.

Saímos escondidas do quarto indo em direção a porta. Não vou mentir, eu estava ansiosa pra isso. Agora não existia ouija nem demônios. Só eu voltando a fazer loucuras como uma adolescente normal.

- Já chamou o táxi? - Ela sussurrou quando fechou a porta atrás de mim. Assenti.

- A gente teve sorte de não encontrar a Verônica rondando por aí. - Comentei, abrindo o portão de entrada com cuidado. O táxi já estava nos esperando. Enquanto eu me arrumava, quase que ia ligando pra Mila sem querer. Ela sempre fazia essas loucuras com a gente, era ela que tinha as ideias. 

Anne estava agitada no banco. Ela ainda não acreditava que depois de meses ela estaria de volta numa balada. 

- Foram meses de sofrimento, você não tem noção.

A mãe dela descobriu que ela estava se relacionando com um garoto não muito bom pra sociedade, então deixou a filha de castigo pensando que esse era o melhor pra ela. E bom, acho que realmente foi.

Demorou em média uns dez minutos para chegarmos ao nosso destino. A balada não estava tão lotada na frente.

Já deve ter aberto.

Ainda enfrentamos um pouco de fila pra entrar, e depois de conseguirmos, fomos logo ao bar.

Eu estava um pouco enganada. Tem muita gente aqui.

– Pensava que ia ter poucas pessoas. – Comentei.

– As férias já começaram, Bia. Menos no teu colégio, né.

Revirei os olhos e consegui arranjar uma cadeira sem ninguém. Anne sentou do meu lado esquerdo.

– Vai beber o quê? Energético primeiro? – Ela perguntou com uma cara pensativa. O grito da galera aumentou, é isso me deixou feliz, sem nenhuma explicação.

Acho que eu estava ficando muito em casa, era isso. Eu tava perdendo o que o mundo tinha a me oferecer.

– Sim, energético. – Confirmei.

– Não, não. Já sei de outra bebida que você vai amar.

Perguntei qual era, mas ela não me respondeu. O barman fez as bebidas em menos de um minuto. O drink era transparente, e um limão acompanhava o copo enfeitado.

– O que é isso? – Perguntei novamente.

– Bebe.

A vi dar um gole só ao beber. Eu não conheci a minha prima assim. Ela deveria tá na seca mesmo.

– Anda logo, Bia!

Ela pediu mais dois enquanto eu tomava meu primeiro. Era ruim o gosto, não sei como ela conseguia engolir aquele negócio.

– Eca, Anne? Como você consegue tomar isso?

Sendo meu estômago queimar. Pelo visto isso era bem forte, o que me fez pensar em como eu a levaria pra casa depois disso. Eu tinha que pedir ajuda a alguém. Paulo? Caíque?

– Você vai se acostuma com o gosto depois de umas doses. Fica calma e só bebe.

Quando chegou novamente os dois copos cheios de bebidas, nós trocamos olhares. Dei um sorriso de lado, assentindo silenciosamente e ela fez o mesmo. Afinal, eu estava em uma balada com vários drinks no meio. Por que não se jogar um pouco?

Eu não tenho memórias boas quando eu pensei nisso, mas agora nada de errado poderia acontecer.

Senti o líquido mais uma vez descer pela minha garganta. Fiz uma careta pior do que na primeira vez que tomei.

– Minha bebezinha cresceu!

– Eu sou um ano mais velha que você. – Rebato.

Minutos depois, eu quase que não lembrava do meu nome. Essa sensação, por alguns instantes, era sensacional. A bebida não era nada fraca, a minha prima tava rindo até com o vento do ar-condicionado batendo no rosto dela.

É, ela não estava nada bem. Mas eu também não.

– Vou ali, já volto. – Avisa com uma cara maliciosa. Olho pra onde ela está olhando e vejo um cara bem alto olhando para nós.

Me lembrei agora de Paulo. Como ele se sentiria se me visse aqui e assim nesse estado? Não temos nada, mas sei lá. Às vezes parece que temos.

Anne saiu e foi em direção ao cara. Me virei e pedi mais um drink ao Barman. Ele parecia bem mais atraente agora, com uma barba perfeitamente desenhada.

O celular que estava preso no cós dá minha calcinha vibrou. Parecia até outra coisa. Ri com esse pensamento.

Ai, ai. Eu não presto.

Não atendi o celular, só bebi mais uma dose.

– Mamãe? – Olhei pra trás quando ouvi uma voz muito perto da minha pessoa. Não me assustei quando vi um  garoto, mesmo sem rosto, quase me abraçando. – Eu quero o papai.

Eu sou mamãe desde quando? Senti seus braços na minha cintura junto com um desespero. Não, isso não era real. Eu passei da conta no quesito de bebidas. O afastei de mim e, esbarrando sem parar nas pessoas, fui em direção ao banheiro que ficava do outro lado da balada.

Quem era aquele garoto? E como ele conseguiu entrar aqui, se é pra maior de dezoito anos? Pensei na possibilidade de ele ter uma identidade falsa igual a mim e Anne. Só podia ser isso.

– Bia? O que você tá fazendo aqui? – Senti um braço me puxando. Olhei para cima, onde vi Caíque sorrindo. Acho que ele também estava feliz igual a mim.

– Eu não sei. – Tinha me esquecido.

Que eu me lembre, Caíque não tinha como ficado de recuperação como a minha pessoa, ele devia ta se divertindo mesmo.

Abaixei meu olhar para o seu pescoço, que parecia bem convidativo.

– Ei, eu vou ali e já volto. Fica aqui. – Disse um loirinho ao lado de Caíque. Eles deveriam estar juntos.

– Okay.

Sorrio pra Caíque quando estávamos sozinhos.

– Você é bonito. – Digo.

Ele me olhou um pouco estranho pela primeira vez da noite. Talvez por eu ser sincera demais. Mordi meu lábio e peguei na sua mão, o puxando para o banheiro.

– Bia, você tá bem?

Olhei para ele mais uma vez. A sua expressão eu não conseguia decifrar, ela feliz e ao mesmo tempo confuso. Eu também estava assim.

O joguei para dentro do box. Podíamos ouvir os outros gemidos dos mais diversos cantos do banheiro, mas não liguei. Não dessa vez.

– Eu sempre quis fazer isso. – Falei.

Tranquei a porta e subi no seu colo, rebolando um pouco de início. Caíque fechou os olhos.

– Você não tá bem. – Ele falou, mas não fez nada pra me impedir. Acho que ele não tinha condições pra isso.

– Eu gosto de você. – Admito com facilidade, passando a mão pelo seu peitoral.

Rebolei mais uma vez em cima do seu colo, e já podia sentir o seu membro criar vida.

– Você não tinha ficado de recuperação? – Ele perguntou, ainda com os olhos fechados.

– Nem lembro.

Ele abriu os olhos e pude sentir eles queimando dentro de mim. Eles estavam desejando, e eu desejando a eles. Passei a minha mão por dentro de sua camisa branca, enquanto aproximava minha boca da sua.

– Isso é errado. – Sussurrou.

– O errado é sempre o melhor.

Quando choquei as nossas bocas, parecia que o mundo tinha parado novamente. Minha chama acendeu quando ele massageou a minha perna com uma mão. Seu hálito tinha gosto de vodka. Eu não gostava muito dessa bebida, mas na sua boca o gosto ficava incrível.

Coloquei minha mãos no seu pescoço para aprofundar mais o beijo. Aquele momento era perfeito.

Era.

– Bia! Você tá aí?

Ouvi uma forte batida na porta. Não só nas minhas, mas as de todas que tinham no banheiro.

– Bia! – Era Anne me chamando. E a voz dela tava embargada, parecendo que ela tava chorando.

– Quem é? – Parecia que Caíque tinha acabado de acordar, estava bem desnorteado.

Bufei com raiva da minha prima.

– Anne.

Seus olhos se abriram mais um pouco. Acho que ele também ficou um pouco surpreso.

Saí em cima do seu colo e abro a porta rápido. E eu tinha razão, ela estava chorando.

– O que aconteceu? – Perguntei, dando um abraço nela.

– Quero ir pra casa. Agora.

Vi que Caíque apareceu atrás de mim, ajeitando a blusa na sua frente para não aparecer o que ele tanto temia. Mas não tinha jeito.

– Vocês vieram de quê? – Perguntou.

– De táxi. – Repondi quando vi que Anne não ia falar mais nada.

– Vou pedir pro meu amigo levarem vocês.

Olhei pra Anne que estava confusa enquanto chorava. Ela assentiu devagar e saímos do banheiro.

Antes disso, olhei pra trás pra ver como estava o meu estado pelo espelho. Mas vi aquele menino novamente nos olhando, sorrindo.

O sorriso dele era macabro, e é só disso que eu consigo ver em seu rosto.



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