História Goodbye, My Love - Markhyuck - A Previsão de Donghyuck

No dia seguinte, Donghyuck acordou por volta do meio-dia. Tinha dormido tarde por causa do evento e seu corpo pedia por mais tempo de cama, mas ele resolveu não escutar o pedido. Sentou-se na cama e ficou encarando o armário à sua frente, com vários pensamentos dançando em sua cabeça, porém sem prestar atenção em nenhum deles, até que a sua fome se manifestou junto com sua bexiga. Foi ao banheiro, se trocou e foi até a cozinha, onde já tinha um almoço pronto. Os pais tinham uma reunião de amigos naquela tarde e como sabiam que Donghyuck não gostava muito de acompanhá-los nessas ocasiões, deixaram que ele descansasse e tivesse o dia livre.

Enquanto comia, sentiu-se um pouco solitário, então mandou uma mensagem de texto para Jaemin, seu amigo de longa data, pedindo para que fosse passear com ele depois do almoço. Jaemin rapidamente respondeu que iria e combinaram um ponto de encontro. Donghyuck logo acabou seu almoço, lavou a louça, foi até seu quarto se arrumar melhor e saiu de casa, andando até onde eles tinham combinado. Jaemin já estava ali, distraído com seu celular, e não viu Donghyuck se aproximar, tomando um susto após notar sua presença.

— Hyuck! Quantas vezes eu disse para você não fazer isso? — O repreendeu indignado, enquanto massageava o seu próprio peito, fazendo o amigo rir — Para de rir, cara! Doeu esse!

— Ninguém mandou você ser tão distraído. Vamos andando.

Os dois começaram a caminhar pelas ruas movimentadas de Nova York, conversando sobre o que tinha acontecido durante o tempo que não se viram. Donghyuck sentia muita falta de seu amigo. Queria vê-lo todos os dias, mas ambos tinham obrigações para fazer — eles eram nestudantes de faculdades —, então muitas vezes os horários livres dos dois não coincidiam.

Donghyuck contava para Jaemin sobre o evento do dia anterior, narrando sobre como seus pés doeram de tanto andar junto se seu pai, a vontade que tinha de ingerir uma garrafa inteira de vinho e como ele se sentiu sozinho sem nenhum de seus amigos junto com ele.

— Só tinha você de jovem mesmo?

— Não, eu vi mais dois que não eram muito sociáveis, tentei falar com eles e foram meio grossos comigo, e o Mark.

— Hum, esse cara. Ele é muito bonito e gentil.

— Sim, ele é — Respondeu, com um sorriso bobo.

— Acho que ele deve ser legal — Comentou Jaemin, olhando para as paisagens ao seu redor e deixando escapar a expressão apaixonada de Donghyuck — Já falou com ele?

— Só ontem, mas eu já encontrei ele outras vezes. Nossos pais são amigos e tal.

Donghyuck não havia contado nem para seu melhor amigo sobre Mark. Por algum motivo, ele achava que seria errado, uma péssima escolha. Portanto, as palavras sobre a verdade se agarravam nas paredes de sua garganta e nunca saiam de sua boca.

— Que bom! Fique mais amigo dele para vocês não ficarem sozinhos nas reuniões. Só não se esqueça de mim. Nossa, você não sabe quem eu conheci!

E Jaemin começou a contar sobre o novo amigo que fez em uma de suas festas que ele frequenta, organizadas pela turma da faculdade que havia estudado. Donghyuck não entendia como o amigo tinha tanta disposição para sair das aulas e ir festejar de noite, ainda mais no meio da semana. Ele mesmo já tinha pouca disposição quando o céu começava a ficar escuro, mas deixava esses pensamentos de lado para ouvir as histórias engraçadas de pessoas bêbadas.

— Foi incrível, Hyuck, você tem que conhecê-lo! Na próxima festa ele irá, e você também vai, não aceito desculpas.

— Você sabe que às sete horas da noite eu já estou morrendo de sono.

— Nada que uma boa música e um álcool de má qualidade não resolvam.

Os dois amigos continuaram andando sem rumo pelas ruas, parando em algumas lojas para ver as coisas que o interessavam, para comer ou apenas para ir ao banheiro. Depois de saírem da última loja, eles andaram até o famigerado Central Park e logo Jaemin se animou.

— Hyuck! Aqui é onde aquele vidente fica!

— Que vidente? — Perguntou Donghyuck, confuso. O olhar que recebeu de Jaemin por essa pergunta quase o deixou mal de tão carregado de julgamento.

— Você não entra na internet? Cadê o fofoqueiro que te habitava?

— Eu entro, mas não vi nada sobre isso. O que tem?

— Ultimamente, um mendigo começou a fazer previsões sobre tudo. E por incrível que pareça, todas deram certo! Ele previu o acidente de ônibus que aconteceu há uma semana com muitos detalhes corretos, também previu o placar de um jogo de basquete, previu que um vaso ia cair na cabeça de alguém que eu não lembro o nome.... Enfim, ele é incrível, todas as suas previsões se realizaram, eu acho. E ele fica aqui! Nós temos que assistir ele fazer uma previsão!

— Vamos, vamos — Donghyuck revirou os olhos e o acompanhou. Ele não aparentava estar surpreso por achar alguém assim, pois não era muito de seu feitio acreditar nessas coisas, mas dessa vez ele se permitiu crer que essa pessoa tinha algo de interessante a mostrar apenas porque seu melhor amigo estava muito animado.

Eles procuraram o tal homem e o acharam ao verem uma aglomeração. Se aproximaram e conseguiram ver o velho mendigo perto deles, soltando as previsões para seu público com bastante entusiasmo e convicção, dando várias cédulas de dinheiro a cada frase que o homem profetizava.

— Se preparem todos! — Ele gritava — Uma tempestade chegará nesta madrugada! Terá granizos quando der uma hora da manhã!

—Nem acredito que estou ouvindo essas palavras vindo dele — Comentou Jaemin, seus olhos estavam vidrados no homem a sua frente.

— Até parece que você está ouvindo seu ídolo falar — Disse Donghyuck, irônico.

— Mas o cara é demais! Previsões que são certo, Hyuck, que dão certo. Nenhum vidente que eu fui acertou meu futuro, mesmo que fossem coisas simples. Ele acerta umas ocasiões tão imprevisíveis que o queixo até descola do rosto.

Donghyuck riu e voltou a prestar atenção no homem.

O mendigo por sua vez, se calou e olhou para o céu. Depois, olhou para o tanto de gente à sua frente, procurando alguma pessoa específica.

Um silêncio dramático havia se instalado no parque, apenas os carros por perto que faziam algum som. Até os esquilos e as pombas pareciam ser seu público, ficando parados enquanto o mendigo analisava cada um que estava o assistindo. Seus olhos pousaram em Donghyuck. O homem o encarou por segundos, suspirou alto e começou a andar manco em sua direção, fazendo as pessoas se afastarem para ele passar.

Ele ficou de frente para Donghyuck, o olhou de cima a baixo, fazendo com que o mesmo estranhasse e ficasse muito ansioso. Um arrepio percorreu sua espinha e ele estava prestes a perguntar o que estava acontecendo.

Por fim, o mendigo o olhou com grande pesar e declarou:

— Desculpa, meu filho, estão dizendo que você vai morrer daqui a 10 dias.