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História Gorila estúpido, se apaixonou pela cerejeira? - Presente de Natal


Escrita por: kkwans

Notas do Autor


se eu não fizesse esse caítulo em minha anual comemoração de fim de ano com vocês, eu jamais me perdoaria

feliz natal, cara pessoa que está lendo!! 💗🎄

Capítulo 6 - Presente de Natal


Sendo completamente inusitado para aquela época do ano, uma tempestade se iniciou em pleno inverno na região litorânea do Japão.

Todos que estavam nas ruas correram para se abrigar em algum estabelecimento, alguns tinham coragem o suficiente e confiança em seus guarda-chuvas para seguirem o trajeto que faziam, e os que simplesmente desistiam de qualquer objetivo e voltavam para casa.

O parquinho estava consideravelmente cheio pelo início do recesso de fim do ano, mas com as primeiras gotas despencando, os pais presentes já recuperaram suas crianças dos brinquedos e saíram às pressas, uns mais rápidos do que outros, mas havia os pequenos fujões que estavam ali sem a supervisão de seus adultos responsáveis.

E o título de fujões estava entregue para Kaoru e Kojiro, que ao notarem os primeiros pingos de chuva, se esconderam no castelinho por acharem que seria uma garoa passageira que iria embora em instantes. Mas isso não aconteceu.

O que os obrigou a tomarem uma decisão mais drástica para se salvarem daquele alagamento; Kojiro segurou Kaoru pela mão e o puxou para fora, ambos começando a correr com o máximo de velocidade que suas pernas da segunda infância permitiam.

A residência do Nanjo era a mais próxima, então esse foi o caminho selecionado por eles para se abrigarem até que aquele pé d’água diminuísse e o Sakurayashiki pudesse retornar para sua própria casa.

Assim que entraram na rua que estaria a casa do rapaz, já puderam visualizar sua mãe os procurando com um guarda-chuva grande, que correu até a dupla quando os avistou e os escondeu de baixo daquela grande proteção, abraçando-os apertado e vendo como estavam gelados, quase os empurrando para entrarem na casa.

Receberam roupas secas e uma água quentinha para tomarem banho, passaram um bom tempo brincando com a espuma da banheira antes de saírem e irem até a sala, onde viram o jornal passando e informando que a chuva não iria parar tão cedo e que todos deveriam retornar para suas casas o mais cedo possível.

— Kaoru, você quer passar a noite aqui? Ou seus pais ficam magoados se você não passar o Natal com eles? – o de fios rosados balançou os ombros.

— Eles não comemoram o Natal assim. Talvez fiquem bravos por eu não voltar pra casa. – se sentou no sofá logo ao lado do pai do amigo, que passou um braço sobre seu ombro como sempre fazia; como se fosse seu pai.

— Não seja por isso! – o homem falou enquanto o balançava pelos ombros — Eu ligo para sua casa e aviso que vai passar a noite aqui.

— Se não for incomodar, obrigado. – os mais velhos se encararam sorridentes.

— Então vá telefonar, querido. Vou separar alguma roupa bonita do Kojiro para você usar hoje na ceia conosco! – a mãe dizia empolgada enquanto ia ao quarto do filho.

— Mas mamãe, e a minha roupa? – o filho biológico perguntou com um beiço dramático.

— Você sabe escolher suas próprias roupas; principalmente as que fazem a vovó não querer te apertar como uma gominha de mascar. – após o comentário da mulher e ver que o homem já tinha entrado em outro cômodo para fazer a ligação, o rosado se preocupou.

— Vovó? É um momento em família de vocês? – embora fosse jovem, sempre tivera um vocabulário e preocupações maduras demais para a idade.

— É sim, e estou muito feliz por saber que meu filhinho do coração vai poder participar desta noite conosco. – saiu do quarto com roupas já em mãos — Não precisa se preocupar, Kaoru. Você já é de casa.

Os olhinhos cintilaram com a fala da mulher, abrindo imensamente um sorriso gratificante e correndo até ela para ver se a roupa escolhida iria servir em si. Era um pouco mais magro que o amigo, mas nada que atrapalhasse o caimento ótimo das vestes.

Em pouco tempo, a figura paterna da residência voltou com um sorriso, afirmando que os pais do rosado haviam concordado em deixar ele passar a noite ali. O Nanjo mais velho era uma figura muito feliz e cativante, tanto que após a sua fala, foi até o amigo do filho e o pegou no colo, balançando em felicidade para ver seu sorriso aumentar ainda mais.

Ainda era meio da tarde, os parentes deveriam chegar no começo da noite, então Kojiro e Kaoru foram escalados para ajudar na culinária.

O Sakurayashiki ficou admirado com a precisão do amigo, como ele sabia selecionar exatamente o que a mãe pedia e descascar com facilidade, enquanto o próprio rosado estava sofrendo para cortar as maçãs em cubinhos.

Aos poucos toda a residência era dominada pela fragrância da deliciosa comida sendo preparada sem pressa, com os temperos certos e um pequeno cronometro em formato de galinha que cacarejava quando dava o tempo para desligar o fogo.

A mãe deixou os rapazes responsáveis para terminar a receita agridoce que envolvia a atual inimiga de Kaoru; a maçã. A dupla se divertia tentando atingir o cubo mais perfeito possível, estavam tão entretidos que pareceram não escutar a conversa que acontecia na sala, logo ao outro lado do balcão.

— Eu não gosto daquela mulher. – o homem afirmou com os braços cruzados.

— O importante é que ela deixou. O máximo de tempo que o Sakurayashiki passar conosco, melhor para ele. – a mulher tentava acalmar o marido.

— Eu sei disso, por isso quis mandar aquela megera à merda quando ela bufou no telefone por eu perguntar se o filho dela poderia ficar conosco. – aquilo também irritou a esposa, mas ela ainda tentava manter sua postura.

— O rapazinho é uma boa pessoa, seja lá o que acontece naquela casa, ele não se deixa influenciar por aquela energia ruim. – aquela afirmação era muito jovem, o verdadeiro caos se iniciava no período da adolescência, mas ela sempre preferia manter o otimismo para o futuro.

Quando foram se arrumar, Kojiro vasculhou suas roupas para encontrar as peças que sua avó mais detestava para evitar receber o excessivo carinho dela, acabando por colocar uma estampa de bolinhas verdes acima de um xadrez preto e branco. Sua mãe iria detestar.

Para Kaoru foi selecionado um suéter vermelho, provavelmente um presente de Natal do ano passado para o amigo, e uma calça moletom preta. Confortável e bonito, ele estava sorridente com o que recebeu emprestado para usar aquela noite.

Os parentes chegaram praticamente todos juntos, uns mais molhados do que outros ao terem que enfrentar a chuva que ainda não tinha parado de cair, mas todos igualmente sorridentes. Devia ser algo familiar tamanha alegria.

A parte feminina da família havia adorado conhecer o Sakurayashiki, ainda mais com a roupa adorável que a senhora Nanjo havia selecionado para ele, todas queriam conversar com ele e agradecer por ele ser um amigo bom que “colocava Kojiro nos eixos”.

Quando a mesa havia acabado de ser servida para todos, batidas foram ouvidas na porta, os anfitriões se prontificaram para ver quem era.

— Koharu, você veio! – a mulher abriu um sorriso — Esse é...?

— Kusu. Ele é meu namorado. – a garota apresentou com uma felicidade sem igual, fazendo os tios se entreolharem confusos.

— Não sabíamos que estava namorando, mas ficamos felizes. – deram espaço na porta — Acabamos de servir a mesa.

— Obrigada. – Koharu entrou como se fosse sua casa, deixando o namorado completamente confuso para trás, sem saber o que falar para os parentes que o encaravam da cabeça aos pés.

Os dois mais jovens encaravam curiosos o desenrolar da cena, a prima de Kojiro apresentando o rapaz que estava tão pálido quanto uma folha de papel para a família, o constrangimento, as acusações sem vergonha da família, e comentários que eram jovens demais para entender.

Além de tudo o que foi preparado pela mãe do esverdeado, cada parente ainda fez questão de trazer algo a mais, não demorou muito para que o estomago infantil da dupla se enchesse logo.

Com os adultos distraídos conversando entre si, os mais novos saíram de suas cadeiras e foram até a sala, onde se jogaram no sofá e olharam para a televisão ainda ligada, passando um clássico programa de desafios com participantes caindo contra a própria palavra, a diferença dos demais episódios era o tema natalino.

Estavam deitados lado a lado acompanhando a trajetória catastrófica de cada participante, alguns caindo em uma piscina gelada em pleno inverno e outros despencando de altas alturas para serem capturados por uma rede antes de atingirem o chão.

Estavam tão imersos no programa que pouco ligavam para o que acontecia nos arredores, apenas foram retirados de sua bolha quando viram Koharu passar junto do rapaz que chegou com ela; eles pareceram não notar as crianças ali.

A garota era extrovertida como toda sua família, já o outro era extremamente tímido, onde quer que ela o puxasse, ele iria em seguir em completo silencio, e foi assim até pararem no canto ao lado da árvore de Natal.

— Não acha que está faltando algo? – Koharu perguntou com um pequeno sorriso.

— O que? Falei algo errado para seus tios? – Kusu se mostrou assustado, mas ela negou.

— Preste mais atenção. – ela tirou uma decoração da árvore e levantou seu braço com ela — Estamos de baixo de um visco... – a expressão do rapaz era clara dúvida, mas logo pareceu recordar.

— Nos filmes estadunidenses... – ela concordou sorridente, finalmente sendo compreendida.

Com certa vergonha, o parceiro segurou as bochechas dela, se encararam risonhos por alguns segundos, rapidamente deixando um selinho em seus lábios e se afastando, totalmente envergonhado e com medo de ser flagrado e notarem a decoração posta de volta de um jeito completamente assimétrico.

— Agora que já recebi meu presente de Natal, podemos voltar para pegar a sobremesa. – arrastou o rapaz de volta para a mesa repleta de familiares, em momento algum notando as duas pequenas figuras que encaravam a cena com certa confusão.

Os rapazes não falaram nada, pareciam nem mesmo escutar mais a televisão. Kojiro enfrentava o choque de ver sua prima com outra pessoa, e Kaoru, a demonstração “sem vergonha”. Eram as palavras que lembrava de sua mãe dizer quando via duas pessoas fazerem isso nas ruas.

O Sakurayashiki foi o primeiro a sair do choque e ir até a árvore, pegando a decoração que havia sido posta em um local errado para a arrumar.

— O que vai fazer? – o pequeno Nanjo perguntou curioso enquanto parava ao seu lado.

— Vou arrumar. Sua mãe pode ficar irritada se ver a decoração errada. – constatou enquanto tentava se lembrar da posição original do item, mas ele foi roubado de suas mãos — Ei!

— Minha mãe não se irrita com esse tipo de coisa. – falou enquanto se esquivava da tentativa falha do amigo de recuperar a decoração — Não seja tão chato, Kaoru!

— Me deixe arrumar, Kojiro! – mesmo tendo praticamente da mesma altura, o rosado tinha um péssimo equilíbrio e não conseguia se esticar muito para alcançar as folhas artificiais levantadas no alto pelo amigo.

— Olha só! – falou empolgado enquanto olhava para cima — A Koharu falou que essa coisinha precisa estar assim para dar um beijinho, não é?

— Não vou te dar um beijinho, Kojiro. – cruzou os braços irritado, mas o amigo ainda mantinha o item no alto.

— Por que não? Você é meu melhor amigo! Qual o problema nisso? – eles sabiam o que era um beijo, mas não a malícia dele.

Beijar, para uma criança que não consome nada de idades mais avançadas, é nada mais do que demonstrar o afeto de forma mais próxima de alguém que você gosta muito. Mãe beija o filho, Vovô beija netinho, era apenas uma forma de mostrar carinho.

— ...É aquilo que ela falou de ser presente de Natal? – o Sakurayashiki ainda tinha os braços cruzados, enquanto o outro seguia firme e forte com o braço erguido.

— Isso!

Toda criança é curiosa, depois que passavam de certa idade e os pais paravam de os dar beijinhos, chegava uma curiosidade de relembrar como é esse carinho.

Com um biquinho, Kaoru se aproximou do amigo, que ao notar o ato também fez um biquinho.

Os dois biquinhos se encostaram rapidamente, arrepiando os dois garotos que rapidamente se afastaram envergonhados.

— Feliz? – Kaoru perguntou envergonhado.

— Muito! – antes que enchesse mais o saco do amigo, ouviu a avó o chamar para ir ajudar a servir os docinhos, indo quase como uma bala para poder consumir o mais rápido possível a imensa quantidade de açúcar que suas veias poderiam suportar.

Quando cresce, as lembranças de sua infância são poucas; ou mantém as mais traumáticas, ou as mais felizes.

Aquele Natal nunca foi esquecido por nenhum dos dois. Foi um dos momentos mais felizes juntos. Mesmo que o dia seguinte do rosado tivesse sido horrível, não impactou; a noite anterior fora a melhor que conseguia se lembrar em anos.

 

 


Notas Finais


um feliz natal (caso seja de sua religião) e uma ótima virada de ano!! espero continuar com vocês em 2023 💗🎄🌟
obrigada por ler!! espero que tenha gostado :)


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