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História Grand Chase - A Jornada - Floresta da Vida - Sieghart, Mari, Azin, Holy, Dio e Ryan


Escrita por: KorolevaF

Notas do Autor


*As luzes estão apagadas, a autora está sentada no quarto escuro com o wolrd aberto, ela está frustrada e olha para tela em branco acabada.*

Eu sei. Eu sei. Mas minhas desculpas são boas eu garanto. Vou listar topicos.

-Formatura
-Primo acidentado correndo risco de perder o movimento das pernas.
-Problemas com os amigos.
-Vô as portas da morte

Juntem tudo isso com minha saude fisica meio duvidosa e meu emocional todo fodido e tadãm Autora tendo duas crises fortes ao ponto de desmaiar de cansaço emocional.

Sério gente ta foda, Se eu me fodo no emocional isso reflete no meu corpo, eu não consigo mais digitar um paragrafo sem meus dedos gritarem de dor.
Escrever se tornou um martirio ao mesmo tempo que permanece sendo minha fuga. Dói demais vocês não tem noção.

Como eu disse minha avó está muito mal de saúde e ela é minha segunda mãe. Quando ela fizer a passagem pode ser que eu me ausente um pouco, mas venho avisa-los sobre.

Eu ainda estou no wifi do vizinho, so que nas festas desse fim de ano vim pro meu tio, wifi que eeu tenho a senha logo pude postar pelo notebook. Se os próximos caps vierem estranhos já sabem que foram postados pelo celular e a formatação ficou fodida.

Eu fiz o melhor que eu pude nesse capitulo. Mas ainda não me agradou. Resolvi postar hoje em sinal de que eu também estou recomeçando nesse ano novo.

Tem uma mensagem para vocês ali no meio.
Obrigada pelas mensagens no Twitter e aqui mesmo, me ajudaram a ter animo pra escrever. Pessoal vocês são ótimos.

Estamos quase batendo 10000 visualizações, eu não achei que fosse chegar a tantos assim. Obrigada pessoal de verdade.

Até lá embaixo.

Capítulo 57 - Floresta da Vida - Sieghart, Mari, Azin, Holy, Dio e Ryan


SIEGHART

 

“Longas amizades continuam a crescer,

 mesmo a longas distancias.

- William Shakespeare

 

Nos sonhos mais sombrios de Ercnard ele sonhava com Mari.

Sonhava com seus olhos especiais e com os cabelos com cheiro de produtos químicos. Sonhava com seus olhares impacientes e com seus sorrisos raros que eram direcionados apenas a ele.

Sonhava com seus beijos desajeitados e toques calmos.

Mas eram aquilo, sonhos, apenas sonhos e o Imortal sabia que seria assim ela eternidade. A princesa Mari Ming Onette de Canalt estava morta como tudo que o moreno já havia amado.

Sua Mari estava morta e perdida abaixo de algum escombro de Canalt visto que ele próprio não havia recuperado o corpo.

Então como era possível ela estar ali, deitada na enfermaria a poucas camas de distancia.

Ele achava que era uma piada de Periet, mas visto que o Deus estava tão fodido quanto ele Sieghart sabia bem no fundo que apesar de filho da puta Periet não brincaria com aquilo.

Estava tudo confuso, havia dado o golpe final em Periet na tarde anterior e agora já era noite do dia seguinte. Havia ficado desacordado por quase um dia, deu a maldita sorte de Periet ainda ter um pouco de controle, o suficiente para não interceptar seu golpe ou com certeza estaria estirado sem os braços em algum lugar do deserto.

Sieghart se sentia um lixo humano.

E ele odiava se sentir deste jeito.

Humano.

Queria conversar com alguém, queria poder recorrer a Graham ou as palavras de Alethia, mas estava sozinho e só tinha uma opção. Muito contrariado esticou as mãos para sua bagagem que estava no chão e puxou a orbe.

— Dio?

Demorou alguns instantes para a orbe acender em respostas em um tom vinho que só o Asmodiano conseguia usar. Dio não o xinga ou algo do género, ele o conhece bem o bastante para saber que a coisa estava feia.

Ele havia chamado o nome do Asmodiano e não algum apelido.

— O que houve? — Dio perguntou em tom agitado.

— Me distraia um pouco, me fale o que anda fazendo, eu preciso pensar em como lhe falar alguns detalhes. — Sieghart pediu.

— Apenas fugindo de Rey e fechando os portais. — Dio informou claramente contrariado.

— Rey ? Rey Von Crison? Aquela Rey que você sempre foi louco? — Sieghart perdia o amigo, mas não perdia a brincadeira.

— Que sempre foi louca isso sim! Eu nunca gostei dela. Você sabe quem eu amo e sempre amarei. — Dio bufou com certo riso na voz.

—Eu, é claro.

— Obviamente. — Dio respondeu desta vez rindo baixo.

— Você não pode surtar com o que eu vou dizer está bem? Não quero saber de você em Xênia entendeu Dio? Você precisa me jurar que não vai tentar nada até eu chegar em Arquimídia. Me jure por seu bem mais precioso. — Sieghart pediu com a aflição retornando a voz.

— Não vou jurar.

— Dio, por favor, se eu não contar a ninguém isso vai me corroer, você é o único em que eu posso confiar no momento. Prometa-me. — ele tornou a pedir.

— Não vou, se você me contar algo que seja sobre o risco que você e Alethia estão passando em Xênia eu não vou me segurar e vou ai. Não vou prometer Sieghart. — Dio bateu o pé.

— Desgraçado teimoso dos infernos. — Sieghart soltou a onda de maldições com um sorriso azedo nos lábios.

— Me diga.

— Prometa-me.

Dio ficou em silencio por um longo período antes de suspirar e gritar para Alfred lhe trazer uma bebida quente.

— Prometa-me que não está em perigo eminente e eu lhe prometo não correr até vocês. — Dio barganhou.

— Juro que não estamos em risco de morte, nem eu ou Alethia, ela está segura e eu consigo me virar. — Sieghart viu as palavras saírem de sua boca.

Alethia havia dito estar bem e ele conseguiria se virar até chegar a Thanatos, não era de todo uma mentira.

— Então eu juro não ir atrás de vocês até chegarem em Arquimídia. Agora conte-me.

Sieghart suspirou e decidiu começar pelos acontecimentos mais antigos.

— Karina estava aprontando novamente em Vermencia e Elia, como eu lhe disse no ultimo encontro, os pirralhos de Lothos cuidaram dela por hora... — Sieghart começou bem lá de trás tentando prolongar as noticias estranhas.

— Temos que dar um fim em Karina, em definitivo entendeu? Depois que a poeira abaixar, caçamos e matamos. — Dio foi frio e duro na declaração.

— Sim eu concordo deixamos a bruxa livre por muito tempo, mas voltando ao assunto, a equipe chegou até o fim de Elia conseguiram algumas coisas bem interessantes. Acharam o caçula de Regis, Karina estava usando a criança como hospedeiro. — Sieghart iniciou a sequencia de noticias que fariam Dio xinga-lo até a oitava geração de sua família.

— O caçula...? Lass? PUTA QUE PARIU! Como assim ela estava com o Lass? — Dio berrou tão alto que a orbe quase saltou da cama de Sieghart.

— Calma caralho sem estresse o pirralho está bem, está inteiro e está até se apaixonando. — Sieghart assegurou ao amigo histérico.

— Ai eles crescem tão rápido...Não espera, continua esse conto que eu vou guardar meus surtos para o fim. — Dio respirou fundo enquanto Sieghart olhava para os lados para se certificar de sua solidão.

— Serre morreu.

Silencio.

Mais silencio.

Um silencio preocupante que só foi quebrado por um estilhaçar de vidro na parede do lado de Dio, seguido por mais três barulhos suspeitos até terminar em uma enorme explosão de algo que Sieghart achou melhor nem perguntar.

— Prossiga.

— Vermencia foi atacada por um espirito da natureza corrompido, Amon Negro, lembra dele? — Sieghart interrompeu a narrativa.

— Cara alto, pele negra, pelos brancos e que gostava de conjurar campos magnéticos que me arremessaram três vezes de cara na terra? Lembro vagamente. — Dio pingou sarcasmo.

— Isso, ele mesmo, atacou Serdin e destruiu tudo. Muita morte, dor e sofrimento aquelas situações de praxe sabe? Então a maior baixa foi Serre, ao fim Sansara entrou em contato com Lothos e pediu ajuda a Grand Chase, então eles vieram a Xênia para salvar os Deuses. — Sieghart se sentia um bardo cantando as vitorias de outros heróis.

— Achei que salvar os Deuses fosse seu trabalho?

— E não achamos todos? — Sieghart debochou azedo — Durante o ataque a Vermencia eu estive impossibilitado de ir ajudar, usaram  Alethia para me distrair, assim não atendi os chamados de Lothos. — ele finalmente havia chegado a parte onde ele largava bomba e torcia para Dio não destruir meio mundo.

— Alethia? Achei que ela estivesse com você? Lothos disse que vocês estavam para se encontrar...

— Eu mencionei que ela está desaparecida há tipo...Cem anos? — Sieghart coçou a cabeça rindo de nervoso.

Silencio.

Silencio.

Silencio.

Silencio.

Sieghart considerou se Dio não havia desmaiado do outro lado da linha, porem quando ia chamar o nome do amigo ele só teve tempo de sair correndo com a orbe no banheiro ao detectar o brilho aumentando gradativamente.

Torceu para o isolamento acústico ser bom ou meia Xênia acordaria com o surto que o Asmodiano daria a seguir.

— SEU FILHO DA PUTA INCOPETENTE DO CARALHO COMO VOCÊ PERMITIU ISSO SEU ACÉFALO MALDITO!? VOCÊ SÓ TINHA A PORRA DE UM TRABALHO PARA ETERNIADADE E VOCÊ FALHOU SEU DESGRAÇADO! QUAL É A DIFICULDADE EM GUARDAR A PORRA DE UMA MENINA PELA ETERNIDADE?

— Mas Dio...

— Porra nenhuma Sieghart, como caralhos a porra da sua melhor amiga, praticamente sua irmã, que cuidou de você, de mim e do mundo inteiro por seiscentos anos some e você só percebe depois de cem anos seu animal? — Dio havia abaixado o tom de voz, agora era mortífero com o dono.

— Eu achei que ela estava com você!? — Sieghart respondeu/perguntou na defensiva.

— Ela me disse que iria te ver e iria para Xênia! Achei que nesse século ela estava com você caralho. — Dio desandou a xingar.

Era uma característica dos dois, quando nervosos a cada cinco palavras seis eram xingamentos. Dio provavelmente estaria no modo palavrão pelos próximos anos.

Alethia era um assunto estressante para ambos afinal.

— Calma que isso é o menos pior, tem mais coisa ainda. — Sieghart tentou seguir com o andar da carruagem antes que o amigo descobrisse um modo de lhe estrangular via orbe.

— Ah piora então? — Dio parecia meio homicida no tom de voz.

— Mari está viva.

Dio riu, na verdade foi um som como se ele estivesse engasgado com o ar e estivesse morrendo asfixiado, mas logo virou o som de uma gargalhada de desespero. Logo Sieghart o acompanhou no riso nervoso por que era aquele ditado.

Rir é o melhor remédio.

— Como assim a alteza está viva desgraçado? — ele perguntou em meio a crise de riso.

— Cheguei em Periet, encontrei ela com os robôs dele. Encontramos um gigante, entrei em modo fúria e acordei em uma enfermaria da fortaleza do Deus. — Sieghart acalmava o corpo dos espasmos por rir tanto.

— Como isso é possível? — Dio questionou confuso parando de rir aos poucos.

— Eu acho que sei como...Encontrei com Azra recentemente, acho que ela usou um método parecido com o que pode ter salvo Mari nos últimos momentos dela...

— Azra....A rainha Azra de Dives? A mãe da filha da puta da Alethia? — Dio parecia prestes a desmaiar.

— Desmaia depois da ultima noticia por que essa sim é de cair o cu da bunda.

E Sieghart contou o que Azra havia feito e tudo que ouviu ao final foi o baque do corpo de Dio contra o chão.

 

 

 

 

MARI

 

Um grande amor nunca é apagado do coração,

 apenas esquecido pelas suas memória”

-Vinicius de Campos Ribeiro

 

A menina de cabelo loiro estava ao seu lado quando Mari acordou, ela mantinha as mãos em movimento enquanto costurava uma camisa verde.

— Ah, você acordou! Graças aos Deuses, já fazem dois dias. — a loira disse afobada largando sua costura.

Mari aceitou sua ajuda para se sentar na cama recostando nos travesseiros, olhou ao redor confusa vendo tudo meio fora de foco.

— Meus óculos? — ela pediu fracamente.

A loira se apressou em entregar a ela as lentes douradas e arredondadas e aproveitou para lhe trazer um copo de agua.

— Meu nome é Lire, sou a arqueira da Grand Chase, somos uma Guilda que viajamos por esta ilha ajudando os Deuses. Estamos nos domínios do Senhor Periet, ele é o Deus da Destruição, achamos você enquanto lutávamos no deserto. — Lire despejou a informação rapidamente.

— Mari...Meu nome é Mari, eu só acordei neste lugar. Não me lembro de nada. — ela achou melhor se sincera, a menina não parecia querer lhe fazer mal.

— Sem memorias? Tem alguma ideia de como possa ter chegado aqui? — Lire se aprumou na cama se sentando aos pés da mesma olhando para Mari fixamente.

— Apenas acordei aqui, não tenho ideia de quem eu sou ou de onde eu sou. — Mari explicou com sinceridade.

Lire avaliou seu rosto com os olhos verdes profundos como a floresta, Mari se sentiu meio constrangida mais manteve o contato visual. Lire era uma menina bonita demais e pessoas bonitas incomodavam Mari.

— Consegue puxar algo na memoria? — Lire pediu delicadamente.

— Sei apenas alguns aspectos de minha personalidade e que sou muito boa com tecnologia no geral. — Mari de ombros sem ligar muito.

— Entendo, acho que lhe achamos em boa hora então, já está na hora do jantar. O senhor Periet irá finalmente se juntar a nos está noite, venha comer conosco e conversamos sobre suas possibilidades o que acha? — Lire propôs.

Mari não tinha nenhum outro compromisso mesmo então aceitou a muda de roupa que Lire lhe deu e seguiu a Elfa pela fortaleza.

O Deus Periet, como Lire havia lhe contato ser a autoridade da Destruição, tinha um palácio de paredes claras com pedras preciosas incrustradas nas paredes e detalhes dourados. Tudo inspirava riqueza e glamour, até a madeira do chão parecia rica e mais cara que o rim de Mari.

Havia algumas tapeçarias com um ser gigante retratado em toda sua gloria sendo adorado por pessoas ou lutando com monstros. Mari supôs ser Periet. Havia também imagens de banquetes com vários outros seres gigantes rindo e comendo, eram absurdamente lindas e quando Mari reparou que todas eram trançadas com fios de ouro por isso brilhavam.

Um trabalho de mestre.

Ao entrar na sala de jantar Mari se deparou com uma mesa de diamante brilhante repleta de comida, cadeiras de madeira com cristais brilhando e um lustre que provavelmente custearia a vida da mesma para sempre. As lâmpadas eram esmeraldas que dentro continham uma chama fraca lançando uma luz verde pelo local.

Porem Periet era uma imagem estranha.

A forma humana – Lire havia comentado que os Deuses costumavam assumir esta forma para eles. – era de um homem de meia idade com cabelos castanhos avermelhados aparados a risca tal como a barba e olhos vermelhos sangue. Ele vestia roupas simples demais para um dono de um palácio como aquele. Apenas uma calça preta justa e uma blusa branca de botões com uma capa cinza por cima, estava descalço.

Mas o que chamava a atenção no Deus era a mascara que cobria todo lado direito do rosto do Deus, deixando apenas visível seu olho esquerdo e parte da boca. Uma mascara feita de material prateado brilhante era muito chamativa.

Apesar dessa peculiaridade Periet estava muito simples e a vontade, claramente exausto, mas sorria para os convidados.

Lire sentou-se ao lado de um rapaz de cabelos azuis e Mari sentou-se logo após. Havia uma cabeceira vazia enquanto a outra era ocupada pelo Deus.

Mari estava curiosa.

— Se recuperou bem em minha enfermaria eu espero, minha querida? — Periet perguntou sem olhar para Mari mantendo o olho vermelho no lustre.

— Meu corpo ainda doí um pouco, mas calculo não haver ferimentos graves...Senhor. — acrescentou o honorifico de respeito meio incerta.

— Ah isto me alegra. Onde está Ercnard Sieghart? Esperava enfrentar sua fúria no jantar, tinha até meu discurso pronto e ele ousa me fazer esta desfeita. — Periet parecia muito divertido com isso.

Mari franziu a testa pela menção ao nome, já havia ouvido em algum lugar tinha certeza. Talvez fosse algum parente ou amigo que pudesse lhe dar uma luz sobre quem era.

— Não sabemos, ele parece estar nos evitando desde que lutou com o senhor. — a menina ruiva, Mari lembrou vagamente de Lire descrever Elesis como uma pessoa temperamental.

— É justamente por isso que ele deveria estar aqui. Preciso me desculpar com ele por aquilo, fazer um Imortal estourar a fúria com mortais por perto é muito perigoso. — Periet ponderou.

Houve um estalo na mente de Mari.

Ela conhecia Periet! Lembrava vagamente de já ter visto o Deus em alguma ocasião, mesmo que não em essa aparência, mas a forma como ele falava como se tudo estivesse sobre controle e ele estivesse se divertindo era vagamente familiar.

— Já nos encontramos senhor Periet? — ela perguntou olhando para o homem.

— Receio que não pessoalmente menina, mas nos conhecemos sim. Da ultima vez que te vi estava de cabelos mais curtos do que este. Combinava mais consigo se me permite a opinião. — Periet direcionou o olho vermelho vivo para Mari sorrindo, sem sentimento algum apenas um sorriso.

Mari passou a mão pelos cabelos azulados que caiam até abaixo dos seios em reflexo, sentia o olhar da sala em si, as bochechas ficaram vermelhas embora ela não sentisse vergonha. Parecia que seu corpo não correspondia a suas emoções, talvez efeito da perda de memoria?

— Lançando ofensas disfarçadas de elogio a esta hora da noite? Parece-me totalmente recuperado senhor Periet. — uma voz grave retumbou na sala.

Mari se perguntou se o moreno que estava se dirigindo a cabeceira vazia da mesa era humano ou uma pintura.

Quando os olhos pratas batem com os olhos coloridos de Mari a menina sente as pernas tremerem o pescoço queimar, deu graças aos Deuses por estar sentada ou teria ido ao chão. O rapaz lhe sorriu.

Mari piscou confusa.

Sorria para ela de uma forma tão pura que a menina se perguntou se era mesmo com ela. O sorriso era tão sincero que chegava as bilhas prateadas que lhe encaravam com uma quase adoração.

— Que porra é essa? — Elesis soltou acabando totalmente com o momento.

— Sieghart você estava me insultando pelo que lembro, podemos retomar e depois você lambe a cadeira dela sim? — Periet parecia no mínimo entediado.

— Ah sim, onde estávamos? — o moreno perguntou piscando como se nada tivesse acontecido.

— Insultos disfarçados de palavras doces, agora é a minha vez, meu querido Imortal. Continua uma companhia tão adorável quanto seu pai. — Periet sorriu, desta vez maliciosamente.

— Porra botar a família no meio é sacanagem! Mas o que esperar de um Deus que nunca teve ninguém, não é mesmo? — Sieghart bufou devolvendo a ofensa.

— Tenho a Gaia. — Periet exclamou orgulhosamente.

— Gaia é a Deusa da vida, matrona dos Elfos. — Lire sussurrou vidrada na discussão.

Mari agradeceu a informação mentalmente.

— E para ter Gaia, quantas pessoas fez mal? Mas o que esperar da Destruição não é mesmo? Destruiu a pessoa que mais cuidou de você para ter Gaia. —Sieghart soltou.

Mari reparou que havia certa raiva em suas palavras e que ele estava claramente se controlando para não atacar o Deus.

— E você não matou milhões por amor também? — Periet atiçou.

— Asmodianos que eu não conhecia, Asmodianos que queriam acabar com a minha dimensão. E você? Qual sua justificativa para ter esquecido completamente de sua Avatar? — Sieghart praticamente rosnou.

Mari sentiu o corpo amolecer e logo retornar ao estado normal. Apena sum flash de um rapaz de chifres rindo consigo em uma mesa cheia de bebidas, havia mais pessoas na mesa mais Mari não conseguiu identificar.

Apenas um par de olhos pratas olhando fixamente para si.

— Ela sabia no que estava se metendo. — Periet pareceu atingido pela primeira vez na conversa.

Mari achava que aquilo já havia evoluído para uma discussão, mas preferia manter o silencio.

— E você sabe onde ela se meteu agora? — Sieghart relaxou a postura finalmente engolindo um pouco do suco em sua taça.

Periet franziu a testa confuso, fechou o olho vermelho como se ponderasse algo e logo abriu com uma expressão espantada e meio raivosa.

— Papai me disse para não acha-la. Ele disse “Deixe Sieghart cumprir uma missão a altura dele finalmente.”. Durante meu tempo corrompido falei com ela, mesmo não me respondendo sabia que me ouvia, o que significa que esta intacta. Deve acha-la e depois ambos cumprirem a tarefa dada. — Mari podia não ser boa em emoções, mas era claro que Periet estava com certo temor.

— Adoro uma tarefa do Criador. — Sieghart resmungou para si.

— O senhor sabe de Gaia? — um rapaz de cabelo laranja perguntou corajosamente.

Ryan, Lire havia menciona que ele também era um Elfo, parecia uma pessoa bem humorada, apesar de no momento usar um tom serio.

— Esta segura, se trancou em uma arvore para fugir de Thanatos. Vocês só precisam abrir a casca da arvore e retira-la de lá. — Periet pareceu estranhamente terno.

— Quais são as chances desta arvore está corrompida e tentar nos matar? — Albino, olhos azuis e cara de tedio a perfeita discrição de Lire surgiu na mente de Mari quando Lass abriu a boca.

— 86% — Mari respondeu no ato.

A mesa lhe encarou e Sieghart pareceu conter um sorriso.

— Pessoal, está é a Mari. Ela não se lembra de nada sobre seu passado. Ela apenas sabe que é boa com tecnologia e cálculos no geral. — Lire apresentou a mesa.

— Ótimo, mas uma para clube. — Lass sorriu desgostoso com algo.

— Não sabemos se ela irá querer vir conosco ainda, a senhorita gostaria? De se juntar a nós e conhecer mais sobre o mundo enquanto tentamos ajuda-la a lembrar? — Sieghart propôs, tão gentil e com um sorriso cortes que Mari se perguntou se era o mesmo rapaz que discutia com Periet há minutos.

— Desculpe, já nos conhecemos? — Mari teve que perguntar, era uma sensação constante de que poderia acreditar naquele cara de sorriso bonito e olhos estranhos.

Mari sentia que poderia confiar sua vida a ele. E isso assustava.

— Sim, em um passado que deveria estar morto como eu e você. Mas para nossa sorte estamos ambos aqui. Eu graças a minha imortalidade e você graças a um milagre...Como chegou nesta época Mari? — o tom havia mudado e de leve  gentil para algo cheio de rancor.

Sieghart a olhava com tanta dor que Mari se perguntou o que teria feito com aquele cara. Espere, ele havia dito época?

— Eu só acordei e sai da capsula. — ela respondeu acuada pelo olhar pesado.

— Capsula? As capsulas de fuga do castelo? Mas como? Você deveria estar no subterrâneo com sua mãe...Como você chegou a sala de... — Sieghart arregalou os olhos com clara confusão.

— Suficiente. — Periet o puxou de volta cortando sua fala.

— Você é imortal não é? Como isso é possível? Quer dizer, cientificamente é impossível para um humano atrasar seu envelhecimento ou apenas parar o tempo. Como seu corpo suporta? Aliás de onde nos conhecemos? — Mari soltou a horda de questões sobre tudo em ordem de importância.

Ciência primeiro, seu passado poderia esperar.

— Não posso contar de onde nos conhecemos, é uma lembrança que apesar de boa é bastante dolorosa e temo que talvez você não suporte a verdade, mas garanto que mais a frente talvez você se lembre de algo. E sobre meu corpo...Por que não descobre? Venha conosco e me estude. — Sieghart deu um sorriso ladino como se insinuasse algo.

— Claro!

Mari aceitou no ato, não era todo dia que tinha uma oportunidade de estudar uma cobaia viva e que poderia lhe narrar fatos.

Mas ela queria entender por que Lire e Arme estavam lhe olhando estranho com os rostos vermelhos.

 

HOLY

 

Superiores tendem a mandar

seus subordinados para a morte.

Mesmo sem querer é claro.”

-Lothos para Anyu.

 

— Quer que eu vá para o campo? — Holy perguntou confusa ao Papa.

Constantino, o dito homem mais perto dos Deuses, lhe olhou com certo pesar e assentiu com a cabeça.

— Você é a melhor medica que temos e uma lutadora habilidosa. Me dói lhe pedir isso minha filha, mas essa expedição é algo especial. Uma que só os guerreiros mais habilidosos devem ir. Eu não lhe pediria se não fosse essencial Holy. Sabes que e dóis mandar qualquer um para fora da Ilha da Luz. O mundo é um local cruel minha menina. — Constantino olhou para o além com seu olho azul vivo e o outro completamente branco indicando a cegueira.

Holy tratara do Papa quando a doença lhe atingiu, não conseguiu para toda infecção mais impediu de se alastrar, porem já era muito tarde e um olho já estava fora do alcance. Constantino parecia não ligar muito para aquilo “Dois olhos são demais para o ser humano.” Ele dizia rindo pelos corredores da igreja.

— A missão que ninguém retorna, quer que eu vá com os próximos enviados não é? — Holy sentia as pernas fraquejarem só com a possibilidade de sair da Ilha da Luz para qualquer missão.

Especialmente para aquela missão.

— Eu deixei os documentos sobre o local em sua sala no convento. Confio que se sairá bem e que finalmente teremos sucesso. — Constantino parecia falar mais para si do que para Holy.

A garota tomou aquela frase como sua deixa para sair e ir ver os tais documentos em sua sala.

— Vossa Santidade. — ela se curvou e saiu do escritório.

 

Foi um dia exaustivo, Holy ainda atendeu algumas pessoas antes de dar seu plantão por encerrado e ir para pequena construção que chamava de casa.

Holy havia sido criada no Convento pelas irmãs, seus pais haviam morrido de uma epidemia forte de gripe e a mesma ficado órfã ainda um mero bebe de colo. As freiras a criaram e educaram até a mesma completar dezenove anos quando decidiu se desligar do convento para ter seu próprio lá.

Holy queria um pouco de privacidade e por mais que amasse cada lugar daquele convento ela sentia que precisava “cortar o cordão umbilical” com as freiras. Precisava provar um pouco da solidão e da responsabilidade.

Tudo bem que ela trabalhava na enfermaria do convento mais agora ela já não era uma noviça ou acolita do local.

A menina de longos cabelos verdes entrou na construção simples que tinha apenas um andar e foi direto para o banheiro onde a grande bacia de agua estava aquecida exatamente como a moça que arrumava o local deixava todo dia.

A Serenity não via necessidade de ter uma empregada, mas o filho da mulher havia sido seu paciente e Holy ouvirá da criança que estava difícil manter a casa depois que o pai faleceu nas missões. Ela apenas uniu o útil ao agradável e achou um uso par ao dinheiro que sobrava no fim do mês.

Holy soltou um suspiro longo quando o corpo relaxou na agua morna e começou a pensar em seu dia.

Os documentos que Constantino havia mencionado estavam em sua bolsa e ela pretendia estuda-los antes de dormir.

A missão, carinhosamente chamada pelos Paladinos de “Missão Maldita”, era o pesadelo de qualquer membro da Ordem. De dois em dois meses o Papa reunia um grupo de Paladinos habilidosos e mandava na missão que ninguém fazia mínima ideia do que era, de todos os grupos nenhum retornou.

Holy as vezes achava que o Papa os mandava descer ao inferno, pois não era possível nenhuma vivalma retornar.

A menina se levantou da bacia e se enrolou na toalha indo em direção ao quarto no fim do corredor. Holy vestiu roupas quentes rapidamente para evitar uma gripe forte e retornou a sala indo direto para o balcão da cozinha fazer um chá para acompanhar sua leitura.

Quando a chaleira apitou Holy serviu o liquido e sentou-se no sofá coma pasta no colo.

— Covil de Berkas, local de repouso do dragão mais poderoso do mundo cujo qual a lenda diz que irá engolir o Eclipse e trazer o Apocalipse. Berkas é tido como a encarnação do mal no mundo.

Holy sentiu a xicara escorregar das mãos e se espatifar no chão com tudo.

No dia seguinte pediria licença do convento e voltaria a treinar, Berkas poderia tentar mais no que dependesse de Holy Serenity aquele dragão engoliria sua própria língua.

 

AZIN

 

O mundo conspira contra todos.”

-Desconhecido

 

— Majestade.

Azin sentiu a cabeça se curvar em direção a Anyu quando a mesma entrou no escritório do palácio para onde Azin havia sido convocado.

— Azin Mujin suponho? — Anyu sorriu sentando-se na cadeira atrás da mesa ficando de frente para o rapaz.

— Em carne e osso. — Azin deu um sorriso cortes e ganhou uma risada em troca.

Ele tinha que passar uma boa impressão para a mulher custe o que custasse, Anyu poderia significar seu ingresso para a Grand Chase, ele só tinha que posar de bom moço naquela conversa.

— A Comandante Lothos entrou em contato comigo está manhã, ela mandou uma carta para o senhor e pediu que eu entregasse em mãos. Não entendi bem, mas Lothos é uma pessoa que não entendemos nunca. — Anyu explicou rapidamente enquanto mexia em uma gaveta de sua mesa polida de madeira.

Azin franziu a testa confuso estendendo a mão para o pacote que Anyu retirou da gaveta e se surpreendendo por ser tão leve.

— Pode se retirar agora, se precisar de algo não hesite em me comunicar, amigos de Lothos são bem vistos no reino. — Anyu indicou a porta com a mão enquanto se sentava olhando algumas folhas.

Azin curvou a cabeça e se retirou.

Andou pelas ruas do reino sem realmente prestar atenção por onde ia. Estava confuso sobre o que Lothos iria querer com ele e preocupado com o que ele provavelmente teria que fazer. Azin não era besta, Lothos não mandaria uma carta caso não quisesse algo.

O rapaz deu por si na pequena mata que sombreava a estrada de saída da cidade. Deu de ombros, conhecia bem o local afinal sua primeira lembrança era de estar nela, e continuou seu caminho pelo embrenhado de arvores até sair no pequeno lago que usava para treinar.

Azin gostava do local por ser secreto, ninguém se atrevia a entrar na mata tão fundo, e pelo lago em si.

Olhando superficialmente era possível constatar que as aguas eram calmas e sem nenhum risco aparente, o lar perfeito para peixes e coisas do gênero. Mas Azin sabia bem o que aquele lago era.

Fundo, escondia muita coisa por debaixo da aparência amigável. Rochas afiadas, plantas que poderiam lhe prender e causar um afogamento, animais estranhos. O lago calmo era apenas uma faixada.

Como a personalidade de Azin escondia muito sobre ele.

O rapaz saltou para cima de uma arvore e observou o local sentindo a conhecida sensação de paz que a solidão lhe trazia.

Desembrulhou o pacote que continha a carta de Lothos e respirando fundo começou a ler.

Caro pirralho,

Espero que tenha treinado, pois sua hora chegou, quando retornarmos a Vermencia você será oficialmente recrutado para Guilda. Parabéns.

Decidi isso depois de muitas horas pensando em como lhe manter sob vigilância constante e acima disto seguro. Você é uma peça importante de um plano maluco dos meus superiores. E que forma melhor de manter o olho em você do que o adicionando a este hospício que eu chamo de pupilos?

Estaremos de volta em no máximo três semanas, tem até lá para se preparar mentalmente e fisicamente.

Eu recomendo que foque muito na parte do mentalmente, tenho a breve impressão que irá ser confrontado com seu passado em breve. Ter um colapso pode ser vergonhoso, foque nisto.

Sei que pode recusar, mas creio que não vá perder a chance de conhecer o mundo. Você é um rapaz talentoso Azin mais não me engana, conheço sua historia, sei quem você é. Não perca seu tempo tentando bancar o bom moço para mim, não dará certo.

Você é como uma bomba relógio que eu prefiro que exploda bem longe de Vermencia meu querido.

Lothos Isolet, Comandante da Grand Chase.

Azin teria rido se a vontade de se afogar no lago não fosse maior.

 

 

 

DIO

 

“Amor platônico é uma história de amor,

onde o protagonista ama sozinho;

E o vilão é a pessoa que você mais ama.

-Luis Junior

Era coisa demais para ele processar e Dio não era obrigado a passar por aquilo.

Agora além de fechar os portais tinha que se preocupar com Sieghart quase enlouquecendo em Xênia, mortos voltando a vida, Rey atrás de si e claro Alethia perdida sabe-se lá onde.

Dio não era pago para quilo.

Suspirou enquanto olhava a ampulheta marcar o tempo, faltava poucos grãos para uma hora ter passado e ele finalmente poder se retirar daquele poço maldito que Alfred havia insistido haver um portal.

Realmente havia, mas Dio não daria tanta importância em descer ao Poço Sombrio para fechar apenas um portalzinho mequetrefe.

Só havia um jeito de sair do poço, a cada duas horas o portão se alinhava com a saída, afinal ali era uma prisão. O poço girava no próprio eixo, tinha proteções, impedia a magia de agir dentro do mesmo e a ultima vez que desceram para verificar quantos prisioneiros estavam vivos havia sido o próprio com Sieghart e Alethia no reboque.

Dio suspirou alto olhando as paredes de pedra irregular e o teto escuro do local sem muito o que fazer. Queria evitar pensar em Alethia perdida e sem ninguém consigo para lhe fazer companhia. Sieghart havia sido um péssimo guarda para a menina e o próprio Dio havia se descuidado.

Sieghart achava que Alethia estava com ele, ele achava que Alethia estava com Sieghart e os dois eram bestas demais por não ter percebido.

Afinal Alethia Di Arun não passaria cem anos sem ir atentar a sanidade de Dio Von Canyon com seus sorrisos arteiros e toques suaves.

Antes de amantes porém eram amigos. Dio nem sabia se poderia considerar Alethia sua amante visto que nenhum dos dois era comprometido para serem amantes.

Os Highlanders haviam sido os únicos humanos que se prontificaram a receber as caravanas de Elyos durante a guerra de Canalt para ouvir o outro lado da história. Dio se lembra de chegar ao QG e ver aquele grupo gigante de pessoas desarmadas e com um banquete de boas vindas.

Ele lembra especificamente de Alethia vestida em cinza e vermelho. Ela tinha olhos vivos demais e parecia ver tudo que os visitantes estivessem pensando. Claro que havia Sieghart plantado ao lado da mesma com uma cara muito infeliz, mas Dio gosta de lembrar apenas do sorriso de lado que a mesma jogou para si.

Aquele maldito sorriso.

Claro que aquela atração evoluiu ao ponto de Dio se manter devoto a menina depois de longos seiscentos de vida. Ele a amava, não tinha duvidas disso, mas sempre que dizia isto a ela Alethia ria e dizia que era mentira.

Dio a amava tanto que era capaz de ficar longos séculos servindo de alivio para ela. Quando tudo ficava demais para ela Alethia o levava para cama mesmo dizendo        que não significava nada apenas sua vontade carnal.

Mas Dio sabia que significava. Ele gostava de saber que era o porto seguro dela de alguma forma, gostava de saber que além da amizade ela o desejava.

Todavia Alethia sempre saía na manhã seguinte, era um ritual. Ela acordava, se vestia com ele olhando, ele pedia para ela ficar, ela negava com um sorriso forçado e partia para onde quer que os Deuses precisem dela.

E deixava Dio nu, com raiva e o coração doendo.

Era melhor quando ele achava que não tinha coração.

Dio apesar de tudo gostava de se enganar pensando odiar o amor que sentia pela Imortal. Na verdade por mais que esperneasse alegando preferir ser uma criatura sem sentimentos, foi graças ao amor por Alethia que ele não caiu na escuridão. Claro que ele sabia que a amizade dela e de Sieghart forma o mais importante, mas aquele sentimento de amor costumava lembrar a Dio de seus pais. Ele gostava de olhar para si e ver um sentimento que orgulharia os dois.

Então não por amor, antes de tudo Alethia era sua amiga e Sieghart praticamente seu irmão – embora ele negasse essa ultima parte até sua morte – Dio decidiu largar tudo e ir atrás da Sistina.

O mundo que acabasse ele pouco se fodia contando que ele, Alethia e Sieghart estivessem a salvo e juntos.

Aqueles dois eram sua família, ele se recusava a perde-los também.

A ampulheta bate uma hora, ela também marca o novo proposito de Dio Von Canyon. Procurar Alethia, esperar Sieghart e fazer tudo voltar ao normal.

 

RYAN

 

Feliz anos novo e muita felicidade para todos vocês”

-Autora, 01/01/18

 

A Floresta da Vida é algo perigosamente belo.

Não houve monstros atacando ou coisas do gênero, mas a sensação de hostilidade no ar era palpável ao ponto de todos andarem de armas em punho e em formação para lutar a qualquer instante.

— Como é sua relação com a senhora Gaia? — Arme perguntou curiosa para Sieghart.

O Imortal estava aéreo desde que saíram do palácio de joias de Periet após o mesmo bater boca com o Deus em pleno jantar e convidar Mari para a Guilda sem o consentimento de Elesis.

Claro que Ryan sabia que aquilo havia ferido o orgulho de líder da ruiva, mas Elesis não reclamou e recebeu bem a garota. Era notável o amadurecimento da menina, não era a mesma que Ryan conheceu no Pântano há meses atrás.

Ele fica orgulhoso desse crescimento.

— Qual o motivo da pergunta maga? — Sieghart que até então caminhava como o ultimo da formação apressou o passo para acompanhar Ryan, Arme e Ronan.

A frente de ambos Lass, Elesis e Jin mantinham a marcha e Lire permaneceu na ultima fileira passando para a posição que deveria ser de Sieghart.

— Você não pareceu se dar bem com o Senhor Periet...Fico com medo de que suas palavras acabem levando a ira deles para cima de nos. — Arme deu de ombros.

— Não se preocupe. Tenho meus motivos para ser hostil com Periet, ele sabe quais são e sabe que eu estou certo, nunca faria nada a vocês. Eu na verdade gosto muito dele, mas algumas atitudes me geraram certos comportamentos. Nenhum dos Deuses fará nada, eles escolheram vocês como a bola da vez. Precisam que fiquem vivos para completar a missão. — Sieghart olhou para o céu com certa melancolia na cara.

— Você não me respondeu. — Arme observou com um pequeno sorriso.

— Minha relação com Gaia é ainda pior do que com Periet...

— Gaia é a mãe da vida...Como pode não ter boa relação com ela? — Ryan interrompeu.

— Vocês humanos tendem a julgar os Deuses por seus domínios. Me diga, Zig com toda sua fúria e fogo era o que vocês esperavam? Não. Eu garanto a vocês que Gaia é exatamente igual aos contos dela. Bela, gentil, alegre e tudo mais. Um ser perfeito. Mas vocês não sabem do que ela é capaz. Meus irmãos e eu, antes do clã ser dizimado, vimos o quão cruel Gaia pode ser com uma pessoa. Os Deuses não são preto e branco, cada um tem sua nuance de bondade e maldade. — Sieghart explicou com o rosto completamente sério.

— Parece que você está descrevendo humanos. — Mari observou.

Sieghart riu alto.

— Os Deuses nos fizeram a imagem deles, lembrem disso. Não deixem minha opinião sobre eles influenciar vocês, continuem louvando eles como sempre fizeram. Eles podem precisar de vocês mais nada impede de descontar sua fúria em amigos ou família. — Sieghart deu de ombros como se o assunto fosse banal.

Ryan achou melhor não continuar o assunto. Sieghart voltou para seu posto e Lire para sua posição inicial. Mari foi atrás com um bloco e pena na mão e começou a anotar coisas enquanto andava ao redor de Sieghart.

O Imortal parecia muito acostumado aquele comportamento estranho da menina, Ryan não queria saber como Mari ficaria se soubesse que ele poderia virar um lobo, tomou nota para evitar suas transformações.

Pararam durante o inicio da noite e Sieghart garantiu que nada iria os atacar e poderiam descansar em paz. Ryan agradecia muito aquilo, estavam sem dormir direito há quase quatro dias. Sentia falta das camas do palácio de Periet.

Todos de roupa trocada e banho tomado sentaram-se ao redor da fogueira esperando Lire terminar de assar o lombo de porco – cortesia de Periet – na brasa. Ryan reparou que aquelas refeições irregulares estavam afetando a saúde dos amigos.

Elesis era a mais evidente, estava mais magra que o comum e o rosto começava a afinar, as roupas estavam largas. Mas a ruiva parecia perceber isso pois agora se servia de uma porção maior de comida sempre que podiam ter uma refeição adequada.

— Tem alguma ideia do que vamos enfrentar? Periet falou sobre Gaia ter se escondido em uma arvore. Suponhamos que a arvore esteja infectada pelas trevas. Como derrotamos? — Elesis pediu a Sieghart.

A ruiva tinha a cabeça de Arme em seu colo, a maga estava tirando um cochilo até a comida ficar pronta, e acariciava os cabelos roxos que agora chegavam nos ombros da maga.

— Se Gaia se escondeu e sua ideia virou contra ela podemos esperar uma arvore que se alimenta dela. E pelo estado da floresta, silencio e sem vida, a arvore já sugou muita energia dela. Precisaremos matar a arvore e abrir a mesma pra tirar a Deusa do intestino por assim dizer. — Sieghart fez uma careta de nojo franzindo a testa.

—E como matamos a arvore? — Elesis perguntou curiosa.

— Suponho que cortando os galhos, vocês podem se empenhar nisso e no final darem um golpe de misericórdia...

— Mas ainda é uma arvore não é? — Mari interrompeu Sieghart.

— Bem sim...

— Então por que não envenenamos ela ou arrancamos a raiz? — Mari sugeriu como se fosse obvio.

Ryan resistiu a vontade de dar na própria cara, como raios ele não havia pensado nisso?

— Envenenar? Sem lutas ou coisas me jogando longe...Olha eu concordo com a azulzinha! — Lass deu um polegar para cima em direção a Mari que olhou confusa.

— É um sinal de quando você faz algo bom...Uma espécie de parabéns ou concordância depende da situação. — Jin explicou para a menina que logo clareou o rosto com compreensão.

— E como fazemos isso? — Ronan olhou diretamente para Mari.

— Eu posso fazer um pesticida com ajuda da magia da Arme. Se eu fizer agora deve ficar pronto antes do amanhecer. — Ryan se prontificou em ajudar com algo.

Se levantou e disse que iria buscar ervas pro tal pesticida e so precisaria de Arme no final do processo todo.

Na verdade Ryan estava feliz em ajudar com aquilo, ultimamente vinha se sentindo bastante inútil perante os adversários. Ele tinha a sensação que todos se sentiam assim também perante os Deuses.

Perante Ercnard Sieghart.

O cara era o humano mais poderoso da dimensão, fazia tudo parecer fácil. Ryan sabia que ele poderia já ter chegado ao palácio de Thanatos há meses atrás, mas preferiu ficar e limpar o caminho para eles. Sieghart preferiu ficar e guiar um bando de crianças como ele mesmo dizia pela ilha.

Sieghart por baixo de toda aquela faixada piadista e aventureira era um cara legal. Um cara que servia para lembrar a Ryan que ele precisava treinar mais se quisesse acompanhar o Imortal.

A verdade era que Sieghart não precisava se provar digno de entrar na Guilda. Era a Guilda que precisava se provar digna de acompanhar o grande Imortal por ai.

Não que ele precisasse saber daquilo claro.

Foi um longo processo de colher ervas nocivas, misturar, retirar o sumo e cortar. Quando Ryan voltou apenas Lire, Mari e Arme estavam acordadas esperando por ele. Lire com um prato coberto perto ao fogo. Mari com um bloco nas mãos e Arme bochechando.

— Eu preciso que você coloque uma magia que fortaleça o efeito nocivo da mistura ao extremo. Ao ponto de quando eu aplicar na raiz, fazer efeito imediato. — Ryan explicou estendendo o pote cheio de uma mistura cremosa e verde musgo.

— Magia de apodrecimento? Fácil, posso fazer algo, mas quanto mais deixar isso em algum lugar que apodreça melhor. Deixa de baixo das roupas sujas de vocês. — Arme pegou o pote e se afastou.

Lire deu o prato para Ryan e se retirou com Mari, a loira dormia com a novata enquanto Arme fazia companhia a Elesis.

Ryan comeu ao som das mandingas de Arme sendo conjuradas e o fedor terrível do pesticida.

 

A Arvore Divina, como Sieghart havia sussurrado empolgado quando viram a coisa, era medonha demais para Ryan sequer ousar admirar a jardinagem envolvida na situação. E claro que ela tinha que fazer chover acido.

Ronan mantinha o escudo sob a cabeça dele e de Ryan, Arme conjurou um guarda chuva improvisado de magia para os demais.

— O plano é o seguinte, nos distraímos e Ryan aplica esse troço fedorento na raiz.

O plano de Elesis na teoria era simples.

Na pratica já era outra coisa completamente diferente e difícil.

Estavam desfalcados de três lutadores. Arme e Ronan estavam focados e manter os escudos levantados contra o acido e Lass havia ficado a cargo de proteger os dois magos.

Mari era quem conseguia o maior dano, visto que seus robôs não se preocupavam com o acido e tinham seu próprio meio de causar dano.

Arme e Ronan se desdobravam em dez para conseguir acompanhar os amigos com os olhos e gerar o escudo.

Houve uma abertura e Ryan não pode não aproveitar.

Deslizou por entre os galhos, uma das cabeças tentou morder seus pés porem Ryan pulou no ato se transformando em lobo e arranhando a cabeça em forma de serpente e ouvindo apenas o rugido rouco da mesma.

Ouviu um  coro de gritos, teve chance de ver Lass e Ronan serem arremessados para o alto e um flash roxo golpear os dois para terra logo depois. Arme era quem realmente estava em apuros.

Uma criatura humanoide com pele marrom e cabelos violetas presos  dos dois lados sustentava a maga pelo pescoço com sua lamina apontada direto para o coração da mesma.

Ryan sentiu o acido contra o pelo, mas sua pele na forma lupina era bem mais resistente por isso quase não fazia efeito.

Os amigos no entanto correram para debaixo das cabeças a Arvore Divina em uma tentativa desesperada de não terem a pele queimada em carne viva.

Ryan olhou para Arme agonizando, para os amigos escondidos debaixo da Arvore e para o pesticida em suas mãos.

— VAMOS MOLEQUE FAÇA O QUE TEM QUE SER FEITO! — Sieghart gritou do alto.

O Imortal segurava Mari contra o corpo com uma das mãos e no outro braço agarrava as patas de Hunin que os mantinha protegidos com suas asas abertas planando pelo terreno.

— RYAN! — Elesis gritou a ordem velada.

E ele avançou até a raiz. A sua frente havia o coração da arvore, um buraco preenchido de plasma laranja onde o contorno de uma forma feminina era identificável facilmente. Gaia estava a poucos centímetros de distancia.

Ryan derrabou o creme pastoso na raiz e espalhou como pode com suas garras.

Não houve efeito imediato, ele já estava se virando para correr para Arme e socorrer a mesma quando um coro de rugidos foi ouvido.

A Arvore Divina agonizou seu ultimo rugido antes de tombar com toda gloria no terreno. As duas criaturas recém aparecidas caíram no chão gritando de dor e permaneceram desmaiadas.

Elesis e Jin foram socorrer Lass e Ronan que permaneciam desmaiados, Lire correu para Arme que estava com a pele meio azul.

Sieghart pousou ao lado dele sorrindo.

— Bom trabalho garoto.

Aquilo valeu mais do que qualquer medalha.

— Então já que você se transforma em lobo você  tem a visão deles? A audição? Como funcionam os cios?

E Ryan riu abraçando Mari de lado por que rir era o melhor remédio.


Notas Finais


7k de palavras depois eu tenho que falar.

-Dio e Alethia, vocês só vão entender as atitudes da Alethia lá no final. Eu posso dizer que ela ama o Chifrudo sim, ama tanto que é capaz de deixa-lo como ela fez. Não odeiam ela sem saber.

-Azin e Holly, ambos vão narrar Atón esperem muita coisa engraçada.

-Gaia e Periet, sim Periet é o Deus da Alethia. Gaia não é a Branca de Neve, ela é cruel e fez uma maldade terrivel com a Alethia. Periet ficou do lado de Gaia. Essa maldade envolve Dio.

-Sieghart e Mari, ele vai ter que fazer ela se apaixonar por ele de novo, ele só não sabe que Mari nunca deixou de amar ele.

-Sieghart, Dio e Alethia, mais que amigos Friends. Eles podem ter todos os problemas, mas antes de tudo sabem que um morreria pelo outro. Três Mosqueteiros.

Eu quero fazer um beijo nesta fic, mandem sugestões de casais e possiveis cenas para eu ter ideias.
Sugestão do bónus.
Opiniões do que a Azra tenha feito?

Beijos e até o próximo.


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