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História Grãos de areia - Sakura e Gaara (Gaasaku) - Laços da paixão


Escrita por: Karimy

Notas do Autor


Oi pessoas!!! Tudo certo???

Estou me sentindo muito feliz com essa fanfic. Quando comecei a escreve-la já imaginava em fazer uma história curta, só que ela acabou se alongando um pouquinho! As vezes é como se os personagens não concordassem com nossas decisões!
O mais incrível de tudo isso é que tive a oportunidade de poder ver meus esforços sendo correspondidos com um carinho acolhedor, por vocês leitores. Em todo momento me senti apoiada e acolhida por cada um de vocês. Muito obrigada mesmo por tudo. Inclusive aos que favoritaram minha nova história.

Bjs!

Capítulo 23 - Laços da paixão


Sakura

 

O barulho do chuveiro a fez despertar preguiçosamente, esticou seu corpo com um sorriso bobo brincando em seus lábios. O frio da noite não a afetou, já que ficou o tempo todo sendo acolhida pelos braços dele. Estava feliz e apaixonada. Mas, diferente de tantas outras manhãs de sua vida, agora ela estava sendo correspondida verdadeiramente, sentia isso em cada olhar, gestos e palavras de Gaara.

 

Sakura guardou dentro de si um amor intenso por um longo tempo. Ansiava pelo momento em que poderia deixar todo esse sentimento sair de seu peito, extravasando e transbordando, fluindo de seu corpo para um outro. Por um momento pensou que isso nunca aconteceria, que ela se tornaria uma velha ranzinza, solitária e amarga, mas o destino a atropelou como um animal desgovernado, mostrando-a que a esperança era algo muito maior do que uma simples palavra; era real e nem sempre funcionava como as pessoas pensavam.

 

Cobriu seu rosto com o lençol, encolhendo todo seu corpo na cama, fechou seus olhos e deixou a paz que sempre sonhou a inundar por inteiro. Uma guerra estava próxima, ela sabia, mas estava tranquila ainda assim. A felicidade que sentia era porque a batalha mais terrível que poderia existir para uma pessoa havia cessado, estava em paz consigo mesma, já não mais existiam aquelas dúvidas que apertavam seu peito, os medos que a consumiam e o desamor que a cercava. Agora sentia-se completa e nem ao menos entendia direito o que era aquela sensação tão intensa.

 

A água parou de cair do chuveiro, um silêncio perdurou por alguns minutos, e a porta se abriu. Ela permaneceu quietinha, debaixo do lençol, ainda com um sorriso em seu rosto. Não saberia descrever o significado da felicidade agora. Antes era bem mais simples, quando ainda era só uma teoria em sua mente, tudo era tão acentuado que parecia surreal.

 

Ela tirou o lençol de seu rosto, e ele estava ali. Gaara era carente de tudo aquilo que ela tinha para oferecer. Ele ansiava pelo amor, ela em dar amor, ele precisava de carinho e atenção, enquanto ela tinha isso de sobra dentro dela, e ele estava aceitando tudo.

 

Enquanto via-o se arrumando ficou imaginando como tudo teria acontecido caso ela não tivesse ido para Suna, se teriam ficado juntos, se ela poderia ter sentindo como é ser amada, se algum dia entenderia, como agora entendia, que as idealizações dos sentimentos não eram nada comparadas a realização deles.

 

Ele a olhou, e ela sentiu seu rosto queimar de vergonha. O coração dela já havia se quebrado tantas vezes, de tantas formas, que chegou a pensar que jamais conseguiria o reconstruir, mas isso acabou não sendo necessário, porque agora sentia que Gaara a tinha dado um coração novo.

 

Ele veio em sua direção, com os cabelos molhados, ainda sem blusa, segurando a toalha em suas mãos. Sentou ao lado dela, e Sakura sentiu a mão úmida dele em seus cabelos enquanto os olhos do Kazekage passeavam pelo seu corpo. Aquilo era mais do que ela esperava dele, muito mais do que imaginaria que receberia algum dia, era um sonho se realizando de uma maneira tão simples e natural que a deixava assustada. Ela sorriu mais uma vez, orgulhando-se da escolha que tinha feito.

 

— Bom dia! — ela disse, contorcendo-se um pouco na cama, ainda preguiçosa.

 

— Bom dia — ele respondeu, tirando a mão do cabelo dela, ainda a admirando, como se quisesse gravar cada traço dela em sua mente. — Dormiu bem? — Na cabeça de Sakura, aquela pergunta era quase que inconveniente, não sabia como respondê-la adequadamente. Era insano pensar que uma noite de sono ao lado dele era a melhor coisa que a vida a tinha dado. Ela apenas assentiu com a cabeça, tentando conter seu riso. Ele a fazia feliz demais.

 

— E você? Dormiu bem? — ela questionou, vendo a face dele se enrubescendo.

 

Aquela pergunta não deveria ser nada demais, os dois já haviam dormido juntos antes, já se conheciam, amavam-se, mas, ainda assim, era tudo novo e colorido demais para duas pessoas que estavam acostumadas com as cores pálidas da solidão. Estavam se entregando aos poucos, reconhecendo o sentimento que sentiam através de cada passo que iam dando, e Sakura gostava de toda essa urgência taciturna que os rondava e do que ela representava.

 

Os lábios dos dois se encontraram, era algo tão pequeno, mas tão acolhedor que deixava a Kunoichi deslumbrada. Ele se levantou da cama com uma cara feliz e um sorriso tão bobo quanto o dela. Sakura pensou que essa manhã seria triste e estranha, já que estava de partida, mas não estava sendo assim. Diferente da vez em que teve que parar o tratamento de Gaara para voltar para Konoha, agora ela tinha certeza do que queria, dos sentimentos que compartilhavam, entendia que estariam separados, mas, ainda assim, juntos.

 

Ela tomou um banho e, no meio disso, pensou em como seria a guerra, o que aconteceria com seu povo, com o povo de Suna. Entendeu que agora não lutaria apenas por ela mesma ou seus amigos, lutaria para proteger toda a população de Konoha, ao mesmo passo que faria isso por Suna também. Aquele também era seu lar agora, sentia isso com mais intensidade do que poderia descrever. O povo de Suna era sofrido, já tinham enfrentado muitas crises, mas ainda continuava de pé, mostrando que era mais forte do que aparentava. Gaara a mostrou isso.

 

Vestiu sua roupa e saiu do banheiro e antes de saírem do quarto, ele segurou na mão dela. O coração de Sakura disparou, era difícil saber o que fazer nesses momentos. Mordeu seu lábio inferior, dizendo para si mesma que aquilo era a felicidade e que ela tinha que se agarrar àquele momento. Ele andava imponente ao seu lado, como se nada pudesse atingi-lo, ao mesmo tempo que parecia aéreo com seus pensamentos, e Sakura sabia que se ele pensava em algo ou alguém, era nela.

 

Estavam todos reunidos em volta da mesa da cozinha, já conversavam e sorriam. Ela ficou um pouco acanhada com os olhares no primeiro momento, mas então notou que todos ali estavam com na mesma vergonha que ela. Shikamaru estava ao lado de Temari, esta que estava ainda mais vermelha do que Sakura. Akira e Kankuro pareciam ainda mais felizes juntos do que antes. Tudo estava agradável, apesar de todos os acontecidos e do que sabiam ter de enfrentar no futuro próximo.

 

Ela estava presente, ria, fazia pequenos comentários, mas na verdade, não estava prestando atenção em nada do que diziam, só conseguia se focar nos brilhos dos olhos de todos ali. Lembrou-se de quando Kankuro disse: "Estão todos apaixonados". Então é isso o que o amor faz, ela pensou, entendendo o quão tola foi ao imaginar que a obsessão que sentia por se tornar uma igual perante seus companheiros e ser reconhecida era aquilo, quando na verdade nem ao menos se igualava.

 

Ao terminarem o café, cada um foi para um lado, enquanto ela foi para seu quarto junto com Gaara. Agora era a hora de se preparar para partir.

 

Enquanto ela arrumava suas coisas, ele estava sentado na cama, observando-a. E ela não entendia o que era aquilo em seu peito, que doía como se estivesse à beira de uma explosão. Estava triste porque sabia que estava o deixando, mas ao mesmo tempo se sentia conformada, pois sabia que isso seria temporário, que logo estariam juntos outra vez. Era uma mistura estranha de felicidade e temor, que só quem ama entende.

 

— Preciso que se cuide — ela disse, com ele de pé em sua frente. Gaara sorriu, olhando para o lado e para ela mais uma vez.

 

— Eu vou — respondeu, tocando-lhe a face.

 

Ele se aproximou para um beijo, mas ela se afastou um pouco, ainda o olhando. Queria poder eternizar todos os momentos que tiveram juntos, quando fizeram amor, quando seus olhares se encontraram depois de tanto ciúmes que sentiu por ele, quando entendeu que até respirar seria difícil se soubesse que ele não estaria presente em sua vida mais... Ela fechou os olhos, segurando na mão dele, que permanecia em seu rosto. Era aquele toque que acalmava o coração dela, e também o fazia acelerado. Queria poder dizer muitas coisas; que o amava, que ele era o mais valioso bem que tinha, mas não disse nada. Apenas o olhou nos olhos e sorriu, lançando-se em seus braços e o apertando em um abraço.

 

Aquele momento a lembrou do ponto de partida daquele relacionamento, de quando decidiu que estaria ao lado dele independente do que acontecesse. Só que ainda mais acalentador. As mãos dele a acariciavam, e ela sentia a respiração de Gaara em seu ombro, aquecendo sua alma, arrepiando seus pelos e a sufocando pelo ardor da despedida.

 

Ele começou a beijar sua face, e ela fechou os olhos com força enquanto se envolvia naquela brincadeira íntima, que pertencia apenas aos dois. Quando seus lábios se encontraram, ela não queria que terminasse mais, precisava que aquele beijo durasse por toda a eternidade, que fosse marcado pelo tempo e jamais se dissipasse. Seu corpo estava quente pela proximidade, extasiada pelas sensações que ele conseguia causar nela com toques tão minimalistas. O beijo acabou, mas ela o puxou para outro.

 

Os olhos de Sakura se encheram de lágrimas, mas sequer conseguia entender o motivo de tanta carência. Ele estava ali para ela, era dela, assim como ela o pertencia. Os medos que um dia aterrorizaram sua vida se dissiparam e ela agora estava na posição que sempre quis; entregando todo o sentimento que havia guardado por tanto tempo para alguém que realmente a merecia, que dava motivos para que ela amasse mais, quisesse mais e sonhasse mais. Suas bocas se separaram mais uma vez, mas não seus corpos, que continuaram aquele abraço apertado. Ela passou a língua em seus próprios lábios, ainda sentindo o gosto dele em sua boca. O gosto que a marcara. Queria não ir, mas sabia que não precisava ter medo de partir, porque nada, nem ninguém poderia tirar dos dois o sentimento que construíram em meio a tanta dor que tinham.

 

Foram para fora e, no momento de partida, Sakura soltou uma curta gargalhada, tampando sua boca com as mãos ao ver Temari agarrando a blusa de Shikamaru, como se tivesse feito aquilo sem querer. Ele voltou e a beijou a testa, tornando a direcionar-se para o portão com o rosto vermelho, coçando a nuca, desconcertado. Nenhum deles estavam dizendo adeus um para o outro, aquilo era apenas um até breve.

 

Correram o mais rápido que podiam, chegando em Konoha três dias depois de terem saído de Suna. Os preparos para a guerra já haviam começado, e por mais que Sakura não conseguisse entender o motivo de tanta luta, ainda assim ela estava pronta. Ela tinha por quem lutar, para onde retornar e daria o seu melhor.

 

Depois de todos os preparativos prontos, voltaram para suna, mas agora não apenas ela e Shikamaru, mas todos os ninjas das nações. A guerra se iniciaria.

 

Estavam todos em seus devidos lugares, esperando o pronunciamento do comandante chefe do regimento de batalha principal; Gaara, que tinha Shikamaru como seu substituto direto para capitão da quarta companhia, este que estava posicionado ao lado de Temari. Enquanto isso, Sakura teve que desviar sua atenção para Guy, que acabou desmaiando pela emoção que sentia, deixando a garota confusa com sua empolgação para algo que deveria ser levado mais a sério.

 

Os ninjas começaram a se agitar, e Sakura sabia que dentro de sua própria vila, muitos ainda sentiam rancor pelo ataque que Suna orquestrou, enganados por Orochimaru, nos exames chunin, assim como tantas outras mágoas do passado. Se firmou em seu lugar, olhando para Gaara, tentando pensar em como ele estava se sentindo com tamanha responsabilidade. E então ele apartou a confusão ao dar início a seu discurso:

 

—  Em nome dos ganhos e dos lucros de uma nação e de uma vila, os ninjas odiaram e feriram uns aos outros durante muitos anos, desde a primeira até a terceira guerra ninja. Esse ódio gritava por poder, e assim, eu nasci...

 

Ele se mostrou forte ao se expor, ao falar sobre si tão abertamente. Falou sobre Naruto e o quanto ele o influenciou. E a conclusão de Kankuro para toda a união causada por aquele discurso não poderia ser outra, ele segredou para Sakura: "Quanto mais apaixonados eles forem, mais fortes os laços serão formados". Sakura não entendeu o cochicho dele de imediato, mas então, ao vê-lo voltar para seu lugar, na fila de seu esquadrão, ela percebeu que Kankuro entendeu isso muito antes daquele pronunciamento, ao vê-lo de mãos dadas a Akira; que ele descobriu o que o amor é capaz de fazer quando conheceu seu companheiro, e, desde então, desejou isso para seus irmãos também, ela via isso, viu isso quando ele percebeu os sentimentos dela e de Gaara. Ele olhou para Sakura e deu uma piscadela em seguida enquanto ela desejava que o que os dois sentiam um pelo outro nunca acabasse, eles também mereciam ser felizes, independente do que os outros pensassem.

 

A movimentação se iniciou, e Sakura seguiu com a unidade médica. Enquanto corria, mantinha seus punhos cerrados, ela não era mais a garotinha que sonhava em se tornar uma ninja, agora ela era uma mulher que mudou todos os seus pensamentos e vontades para ser alguém melhor.

 

Sempre foi comparada com seus companheiros de equipe, rechaçada por sua falta de ação diante de situações difíceis. Não carregava o nome de um clã poderoso, nem mesmo habilidades consideradas importantes para os ninjas, mas, desde sempre, teve muita força de vontade e com isso construiu seu legado. Se esforçou além dos limites, perdendo noites e noites de sono, afastando o cansaço a todo custo, dando tudo o que tinha para poder ser alguém exemplar em sua geração, saindo das sombras de seus amigos. E agora ela estava pronta, forte e mais determinada do que nunca e sabia que suas habilidades médicas eram surpreendentes. Faria o que fosse preciso, protegeria Konoha, Suna, seus amigos, voltaria para os braços do homem que havia acabado de mobilizar todas as nações para entrarem de corpo e alma nessa guerra. Sakura estava com medo, mas isso jamais a impediria de continuar lutando. Se nunca tentasse não teria conhecido o que é o amor.


Notas Finais


É isso aí gente!!! Espero que tenham gostado!

Mais tarde tem mais um capítulo de "A era dos Talamaurs", se ainda não adicionou aos seus favoritos, não percam mais tempo!!! A história está ótima.
https://spiritfanfics.com/historia/a-era-dos-talamaurs-9242186

Bjnn!


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