História Grávida de um Estranho - Park Jimin - Você quer me beijar?

— Mas... — S/n parou por alguns segundos e fitou a parede aparentemente tentando pensar em algo.

— Sua mãe pode ver minha barriga, porque nós somos adultos. Você é criança, e somente adultos podem ver as barrigas uns dos outros.—Falei torcendo para os deuses que isso fizesse sentido na cabeça de uma criança. Afinal, S/n estava quase me estrangulando.

— Filha, quando você crescer, vai entender. Agora vá rápido guardar esse urso que o doutor vai ir examinar a incisão na sua barriga.

— Mamãe! Ele não pode ver minha barriga! — Haeun falou e logo arregalou os olhos, comecei a rir e S/n fechou os pulsos, me encarando como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Eu amo essa mulher. Espera, que?!

Tudo bem, eu assumo. Talvez nos últimos dias esteja sendo difícil entender que eu e a Bong não temos nenhum relacionamento romântico e nem sequer nos gostamos. Eu sinto como nos meus dias de adolescência, mesmo tendo saído dessa fase muitos anos atrás, ainda consigo sentir as famosas borboletas no estômago quase todas as vezes que vejo a S/n. Me sinto uma pessoa horrível por estar me sentindo assim a respeito da mãe da minha filha, mas infelizmente não consigo controlar essa parte de mim mesmo.

Troquei de roupa e me sentei no sofá ao lado da minha pequena que já havia adormecido novamente.

Apoiei a cabeça nas almofadas grandes e meu consciente já estava pronto para apagar quando senti uma mão gelada segurar minha bochecha.

— Por Deus S/n! O que tem na sua mão? — exclamei me ajeitando no sofá e assustando Haeun que olhou confusa para as mãos da S/n.

— Vamos levantar. Como é que vocês vão ficar bem se não querem de jeito nenhum se organizar pra ir no hospital?

•••

S/n estava sentada no chão do meu quarto mexendo no celular enquanto eu procurava alguma coisa na televisão, sentado na cama.

Ela estava usando uma calça de moletom e uma blusa de alcinha preta, no cabelo tinha tantos nós que eu tenho certeza que um ninho de passarinhos parece mais aceitável.

Me aproximei da beirada da cama e segurei na bochecha dela já esperando um olhar mortal que me fizesse soltar no mesmo instante, porém, por incrível que pareça ela não pareceu se importar e continuou mexendo no celular, seu rosto estava quente e vermelho, talvez ela esteja com vergonha ou até mesmo doente?

— Jimin, vamos tirar uma foto? — Ela perguntou olhando pra cima e fitando meus olhos que estavam na mesma direção. — Não, deixa, eu 'tô horrível e você também não está lá essas coisas. — Ela disse olhando para uma parte específica do meu rosto e depois abaixou a cabeça e desligou o celular, como em um daqueles filmes de comédia romântica, ela já estava prestes a sair do quarto quando eu segurei em uma de suas mãos e a puxei devagar, fazendo-a cair sentada na cama.

— Você é louco? — disse e eu vi seu rosto ficar ainda mais vermelho e ela olhar para lugares aleatórios no quarto, que com certeza não fazia sentido estar olhando num momento assim.

— Você quer me beijar? — perguntei olhando nos olhos de S/n e vi ela mordiscar o lábio inferior, virando o rosto em direção da parede, certamente tentando esconder a expressão envergonhada que havia se formado em sua face.

Coloquei a mão no rosto da menor e ela virou o mesmo em minha direção, deixando apenas um pequeno espaço entre nossas faces levemente avermelhadas. Assim que fechei meus olhos, nossos lábios já estavam colados. Ela pediu passagem com a língua e cedi, coloquei a mão na nuca dela a fim de aprofundar ainda mais o beijo e logo depois, senti as pernas de S/n rodearem a minha cintura,  enquanto puxava alguns fios do meu cabelo com uma das mãos, enquanto a outra se apoiava em meu ombro a fim de não cair ou escorregar. Coloquei a mão livre na cintura de S/n e no mesmo instante ouvi um som da voz da Haeun cantando. Notei que o toque de chamada dela é a voz da pequena. 

Suspirei antes de nos soltarmos e S/n se sentou sobre minhas coxas enquanto atendia o celular. Alguns instantes depois de colocar o aparelho no ouvido a garota começou a falar;

— Ela fez oque? — Ela falou segurando o riso e colocou a mão no rosto em sinal de apreensão. — Tudo bem, dá seu jeito ou minha mãe vai me matar. Vou desligar.

Olhei para S/n e ela respirou fundo.

— Haeun falou para minha mãe sobre "o papai".

•••

Point of view S/n

Acordei ao sentir um peso absurdo sobre minha barriga e no mesmo instante abri os olhos no instinto de empurrar — provavelmente — Haeun de cima de mim, porém ruborizei ao ver um dos braços do Park sobre minha cintura.

— Park Jimin — sussurrei perto de seu ouvido na intenção de acordá-lo sem chamar muita atenção, afinal, eu não faço ideia de se algum dos dois Jeon's estão em casa.

— Ah, oi S/a. — Ele disse esfregando os olhos da mesma forma que minha filha costuma fazer pela manhã antes de começar a reclamar sobre o quanto ela prefere estudar em casa do que ir para a escola. — Que dia é hoje?

— Domingo, nove de dezembro e são exatamente oito horas e alguns minutos — falei olhando o celular antes de me sentar na cama.

— Ah sério?! Hoje eu tenho um plantão com a Doutora Helena, uma da tarde, eu não aguento mais ver a cara daquela médica enjoada. —Jimin falou fazendo uma expressão entediante e se jogou de volta na cama.

— A Haeun ama a Doutora Helena, se ela souber que você disse isso, certamente não vai mais querer te ver — falei num tom de chantagem e ele abriu os olhos e me encarou assustado.

— Isso é mesmo sério? — perguntou meio atordoado e logo voltou a se sentar.

— Não exatamente. Mas a Bong não gosta — lê-se odeia — que falem mal das pessoas que ela gosta, caso não tenha notado eu criei minha filha muito bem — falei me gabando e ele riu.

— Pelo jeito o Jungkook e a Joy já chegaram. — Ele disse assim que nós ouvimos um barulho ensurdecedor de panelas batendo e de talheres caindo.

— Sério mesmo que são eles? Nem notei! — disse sarcástica e rimos juntos.

— Saindo um pouco do assunto. Você vai contar para a sua mãe sobre mim? — perguntou engolindo seco e fitando meus olhos como se estivesse muito esperançoso com minha resposta. Porém, eu não sei e nem ao menos faço ideia do que ele espera ouvir.