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História Guardian - livro I - Confissões


Escrita por: sweetheel

Capítulo 16 - Confissões



Em uma tarde nublada e fria, Clarice estava por sua vez sentada em frente ao sofá assistindo a um programa de tevê aleatório que estava passando. Sua tia já havia saído ao trabalho, então aproveitou para descansar e ficar com a casa vazia e silenciosa para si. Para ela, casa silenciosa era sinônimo de paz absoluta. Clarice depois de várias vezes bocejar observando o noticiário da cidade, foi tirada de seu transe quando escutou uma buzina ecoando a frente de sua casa. Com o seu pijama, se dirigiu até a porta e a abriu, logo revelando atrás dela o Opala preto estacionado a frente da casa, logo saíndo dele um moço de fios loiros sedosos. Ele retirou os óculos escuros que cobriam seus olhos azuis cinzentos. Logo ele disse:

- Olá minha querida Clarice. Está afim de dar uma volta comigo em um agradável passeio? - perguntou e então passou a examinar suas expressões. Para sua sinceridade, não estava um tanto pouco afim de sair de seu lar aquele instante, mas para fazer a felicidade e bom contentamento de Charlie, resolveu em ir. Pediu alguns minutos para ele e partiu em direção ao seu quarto: trocou o seu pijama azul de pirulitos por um vestido azul marinho que descia até o seus joelhos e em seus pés apenas calçou botinas de couro e por fim jogou a jaqueta jeans que usara no dia anterior sobre os ombros. Novamente antes de deixar a casa deixou um bilhete esclarecendo sua saída acaso não chegasse a tempo de sua tia voltar. Quando saiu e trancou a porta, Charlie segurava a porta do carro para que ela pudesse entrar, e em sua mente, pela primeira vez se perguntou o porquê de os garotos que conhecia serem tão cordiais consigo, que não passava de uma garota simples que trabalha em uma cafeteria servindo mesas? Clarice mal deu tempo de perguntar para onde estavam indo, pois Charlie já havia dado a marcha e partido do local.

Haviam chegado em um local afastado da cidade. Pela janela do automóvel, era visível um grande jardim aberto.
Era possível sentir o cheiro úmido de terra molhada invadindo suas narinas. Charlie prontamente saiu do carro e abriu a porta para que Clarice pudesse descer. A garota então se encaminhou para frente e visualizou as grandes árvores que fechavam o céu, dando um ar sombrio e ao mesmo tempo elegante ao local. Ela começou a caminhar pelo caminho de terra tendo Charlie atrás de si. Ela começou a admirar o local: havia flores em toda a parte. Era um lugar lindo e admirável. Clarice logo se perguntou o porquê ele a trouxera até alí. Ela dirigiu sua fala a Charlie

- Por que me trouxera até aqui?- Clarice perguntou, Encarando fixamente os olhos acinzentados do companheiro ao lado, vendo ele contorcer levemente a boca:

- Esse é o canteiro da cidade, está aberto a vistas. É um dos meus lugares favoritos da cidade, queria que você o conhecesse.
- fez uma pausa. Então prosseguiu- também sou dono de algumas empresas e comércios dessa região. É o meu trabalho.- ele sorriu para si, e Clarice prontamente o retribuiu. Eles continuaram caminhando enquanto Clarice olhava admirada paras flores, e depois de alguns minutos, Charlie aproximou os lábios perto de seus ouvidos, e depois de colocar um fio rebelde atrás de sua orelha, disse:

- venha, quero lhe mostrar algo.- ele então estendeu a mão para si e Clarice a capturou, e Charlie começou a guia-la para o fundo da casa. Clarice estava animada, a curiosidade havia tomando totalmente conta de si, então ela apenas a deixou levá-la para onde quer que estivessem indo.

 Charlie a havia levado para a frente de uma fonte grande e espaçosa do outro lado do canteiro, que era totalmente enfeitada por estátuas feitas a gesso. O barulho das águas caindo pelos vasos trazia uma sensação de paz e calmaria. Ambos se sentaram em um banco de madeira em frente a fonte e ficaram em silêncio por um bom tempo. Clarice estava com os olhos fixos em um pássarinho que tinha descido de uma das árvores e estava bebendo a água que era expelida da fonte. Clarice pensava o quão carinhoso ele era consigo por levá-la a um lugar tão lindo quanto àquele, e como ele parecera Advinhar que uma de suas paixões eram. Flores . Também pensava o quanto que Charlie  deveria ser rico por ter tantas prioridades em seu nome - como o próprio disse.- Ela olhou com o canto dos olhos para Charlie, este que a encarava como se fosse a coisa mais rara do mundo, logo sentindo suas bochechas ficarem vermelhas. Ela viu ele capturando sua mão e, por fim dizendo:

- Srta. Clarice, você é uma das mais belas garotas que já conheci em toda a minha vida. Sua beleza é extremamente rara e peculiar aos meus olhos.- ele disse por fim, chocando Clarice. - Se dependesse somente de minha pessoa, poderia ficar admirando sua beleza todos os dias.- prosseguiu ele. Clarice tussiu ásperamente, e com dificuldade, disse:

- Agradeço os seus elogios, e te ofereço as mais gratificações possíveis, mas se em meus pensamentos você estiver me pedindo em namoro, infelizmente terei que lhe dizer não.- Clarice contraiu os lábios, passando as mãos pelos ombros totalmente envergonhada.

- Mas o porquê de sua recusa, minha princesa? Tenho tudo que uma mulher como você poderia querer: dinheiro e conhecimento nas mais diversas áreas que você poderia imaginar.- seu tom de voz era melancólico, fazendo Clarice ficar ainda mais constrangida do que já estava. Ela não queria ele, isso é fato, mas será que algo que fizera deu a idéia disso? Ela suspirou e muito educadamente respondeu:

- Entendo seu desapontamento, mas não servimos um ao outro, temos vidas, ideias e propósitos totalmente diferentes. Nós não conseguiríamos suprir as vontades de um ao outro, e eu não sou mulher para você. - Clarice esperava que aquilo fosse encerrar de vez àquele assunto incômodo para si, e Charlie pareceu ter aceitado. Clarice inspirou o ar e o soltou de seus pulmões. Logo ouviu do loiro ao seu lado:

- Sei que me diz isso agora, mas quando tiver pelo menos trinta por cento da idéia do quanto poderoso eu sou, mudará de idéia em segundos. - ele começou a aproximar o rosto do dela e uma sensação de repulsa subiu pela sua garganta. Ela se levantou rapidamente e cruzou os braços atrás de si, olhando para o chão, e desajeitadamente, disse:

- Perdão, e-eu n-não posso aceitar. - as pernas de Clarice tremiam.

- Por que não? - ele perguntou exacerbado.

- Por q-que...- fez uma pausa, e continuou.- por que eu estou completamente apaixonada pelo Cassiel.- as palavras saíram fluentemente de sua garganta. Palavras que há bastante tempo estavam alí presas, engasgadas em sua própria garganta. Finalmente havia falado aquilo em voz alta para si mesma - e também para outra pessoa.- e então sentiu o enorme peso que estava en suas costas se esvaindo.

Charlie ficou quieto por um tempo. A Clarice se sentiu aliviada,  mas o alívio pouco durou quando teve a horrenda visão do próprio Charlie mudando a cor dos olhos, que antes azuis acinzentados, foram para um vermelho sangue escaldante. Ele se levantou do banco em um movimento rápido, e altomaticamente Clarice caiu de costas no chão. Clarice gritou quando viu a imagem de Charlie mudando drasticamente: em seus olhos - agora vermelhos.- ressaltavam marcantes veias escuras por toda a região dos olhos. No topo de sua cabeça, um par de chifres pretos começou a surgir. Em sua boca, seus dentes se tornaram grandes presas afiadas e o mais aterrorizante de tudo: em suas costas, duas asas negras irromperam de seu paletó preto. Naquele momento, Clarice só queria que tudo aquilo fosse um pesadelo e que logo que acordasse tudo aquilo acabaria, mas o solo duro em suas palmas e o fedor de enchofre em suas narinas era real demais para ser um sonho. Seus braços e pernas tremiam e tudo o que ela queria era sair correndo, mas o horror e o pavor eram tão intensos que seu corpo ficou travado no chão, sem conseguir se mover. Clarice apenas escutou a voz aterrorizante de Charlie ecoando em seus ouvidos:

- Você me paga por isso.- o som de sua voz era extremamente gritante e assustador que Clarice achou que seus tímpanos estourariam, mas isso era o de menos preocupante. Quando finalmente sentiu a força retornar até suas pernas ela se levantou em um salto e começou a correr em toda velocidade. Somente depois daquele choque, percebeu que já estava de noite, e ao passar por entre as árvores no imenso jardim, percebeu que o local havia aumentado de tamanho. Estava perdida naquela escuridão. Logo lágrimas pesadas começaram a correr por sua face. Precisava de Cassiel. Era tudo o que precisava. Logo, Clarice sentiu uma sensação de conforto, sabia o que era. Ela olhou para cima e viu cinco borboletas azuis sobrevoando por cima de si, e então voaram ao norte. Então veio-lhe uma lembrança em sua mente: "a onde eu estiver, elas estarão." Bingo!  Clarice começou a segui-las, enquanto elas voavam rapidamente entre as copas da árvore. Depois do que pareceu ser horas que estivera correndo, finalmente encontrou a saída, e como se fosse um truque de mágica, Cassiel e Ariel estavam Ali. Logo que passou pela saída Clarice jogou os braços sobre os ombros da Cassiel e desabou Alí. Ariel apenas disse que logo voltava e correu para dentro do jardim. Clarice chorava descontroladamente, enquanto sentia a mão de Cassiel acariciando seus cabelos. Cassiel afastou o rosto dela de seus ombros e a olhou nos olhos, enquanto colocava os fios negros dela atrás das orelhas, disse:

- Calma meu amor, não precisa chorar. Estou aqui e sempre estarei aqui. - ele sorriu e lhe deu um beijo no topo da cabeça.

- Eu achei que nunca conseguiria achar a saída.- Cassiel enchugou suas lágrimas e lhe deu um abraço apertado. Logo Ariel voltou ofegante e então disse:

- Ele não está aqui. O desgraçado fugiu. - Cassiel suspirou. Ele passou o braço direito envolta da Cintura de Clarice e disse:

- O importante é que Clarice está bem. Venha, vamos te levar para casa.- Cassiel passou o braço envolta da cintura de Clarice e então os três se dirigiram até o Audi suv. Cassiel abriu a porta traseira para que Clarice pudesse entrar. Ariel se sentou no banco do passageiro e assim que Cassiel entrou no carro, começaram a dirigir até sua casa. Parece que todo mundo sabia onde era sua casa, Clarice riu. A única coisa que achara graça depois desse episódio horrendo que vivenciara. Agora só queria chegar em casa, tomar um banho. E fingir que jamais conhecera Charlie em toda sua vida.


Notas Finais


Obg por lerem até aqui, até ;)


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