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História Guardião por destino - O lado negro da lua


Escrita por: Nan_Melo

Notas do Autor


Capítulo seguinte como prometido. Be prepared because lá vem bomba :3c boa leitura~

PS: Eu editei esse "brasão" da estória como sugestão dos leitores presentes no nosso grupo de wpp. Espero que curtam!

Capítulo 42 - O lado negro da lua


Fanfic / Fanfiction Guardião por destino - O lado negro da lua

Lukas respirou fundo à frente do portal. Manter a entrada sob controle era algo difícil e exaustivo, mas pelo menos seu predecessor podia lutar sem se preocupar com almas malévolas passando para o outro lado. No entanto, a situação acabara de se tornar ainda mais perigosa, e ele não conseguia deixar de sentir uma certa faísca de temor lhe perturbar a consciência. Esse era o fim, era agora ou nunca.

Um ardor familiar subitamente o acometeu, fazendo com que toda a preocupação e pavor de Lukas se esvaísse consideravelmente e o homem sorrisse satisfeito — Já faz bastante tempo desde a última vez que te senti por perto.

Fürst, em todo seu gigante esplendor, surgiu atrás de Lukas. Ele tinha pouco mais de 250cm de altura, longos e sedosos cabelos negros que lhe alcançavam a cintura, e um belíssimo tom de pele parda. Ele tinha braceletes dourados, assim como os piercings em suas orelhas e no nariz que combinavam perfeitamente com seu tom de pele, e estava trajado em roupas antigas e poídas, que serviam pouco para esconder seu corpo incrivelmente bem definido. Ele sorriu radiante, demonstrando fileiras de belíssimos e brancos dentes, que pareciam reluzir junto aos seus olhos dourados e as marcas vermelhas que passaram a brilhar contra sua pele.

— “Muito tempo” não descreve com perfeição, minha lua. – Fürst andou em sua direção, até ficar na frente de Lukas e o fazer olhar para cima para fitá-lo. – Eu sinto muito...

— Não... Eu que sinto muito. – Lukas suspirou, puxando o demônio para um abraço e descansando a testa contra seu peito. Fürst o abraçou de volta de imediato. – Eu não devia ter sido teimoso. Devia ter te escutado...

— E eu deveria ter insistido mais. – Fürst rebateu gentilmente, beijando o topo da cabeça de Lukas. – Nós dois erramos, e causamos muitos transtornos por causa disso.

Lukas assentiu, se afastando levemente para olhar dentro dos brilhantes olhos âmbar de Fürst — Eles precisam de nós.

— Eles tem precisado desde o começo. – Fürst sorriu. – Essas crianças tem muito a aprender ainda.

— Definitivamente. – Lukas sorriu de volta. – O que me diz de darmos uma mãozinha, só dessa vez, meu sol?

— Hm... – Fürst pareceu ponderar a ideia, e então deu de ombros. – Desde que eu possa te beijar pelo menos uma única vez, eu não vejo por que não.

Lukas riu fraco, balançando a cabeça — Você é incorrigível...

— E você pode me culpar...? – Fürst o abraçou mais forte, suspirando contra seus cabelos. – Literalmente tenho sonhado com isso há séculos. Só havia você em meus sonhos durante minha hibernação, e mais nada além de você nos momentos mais dolorosos. Tudo na minha vida se resume à você, Lukas.

— Ah... E você não me disse isso antes por...?

— E destruir a belíssima família que você tinha? – Fürst riu sem humor. – Sem chance.

— Tão altruísta... – Lukas acariciou o rosto do demônio. – Eu sinto muito por não ter percebido antes e termos conversado sobre isso. Ágatha teria sido compreensiva, ela sempre me perguntava se eu não sentia algo por você, sabe? Dizia que não via a hora de você fazer parte da família oficialmente.

Fürst fechou os olhos pesaroso e riu desacreditado — Não acredito que perdi essa oportunidade...

— Nós dois perdemos, grandão... – Lukas sorriu de forma triste, limpando a única lágrima que rolou na bochecha do demônio. – Mas Lucas e Olioti ainda tem uma chance de viver o que não pudemos.

Fürst assentiu e voltou a sorrir, mesmo que fracamente — Graças a eles eu vou poder ficar com você, de forma ou de outra, então eu não vejo problemas.

— Com certeza. – Lukas disse enquanto fitava os lábios carnudos de seu príncipe, que parecia fitá-lo com igual desejo. – Então, nós vamos selar esse acordo agora ou...?

Fürst riu e puxou Lukas para si, selando seus lábios em um beijo desesperador e cheio de saudade, fazendo com que o rapaz suspirasse feliz e respondesse o beijo com gosto.

Depois de finalmente terem se reencontrado, ninguém os separaria novamente.

Absolutamente ninguém.

Dor. Dor por todo lado. Dor parecia ser tudo o que Godric sentia naquele momento. Ele não entendia o porquê, mas aparentemente aquele cetro que a bruxa havia lhe dado estava lhe devorando aos poucos e fazendo com que ele queimasse de dentro para fora, da forma mais excruciante possível. Teria ela se aproveitado de sua ignorância para lhe fazer cair em uma armadilha? O lorde vampiro rosnou. Maldita, quando eu acabar com esses moleques, você é a próxima.

Mas nada disso importava agora. Além da dor, a única coisa que ele conseguia sentir era raiva. Uma raiva irracional que apenas alimentava o ódio e fúria que pareciam ser a única coisa presente em suas veias. Ele mataria todos que ficassem em seu caminho. TODOS!

No entanto, seus devaneios tempestuosos foram interrompidos quando ele assistiu a maldita dupla dinâmica sair da base na qual todos tinham se acovardado dentro, e a gigante porta de metal se fechar atrás deles. Godric franziu o cenho, irritado com a atitude desafiante daqueles pirralhos. Mesmo com um exército gigantesco eles não conseguiram pará-lo, por que achavam que conseguiriam agora?!

— GODRIC! – Lucas gritou, parecendo ignorar completamente o perigo em que se encontrava. – ESSA SUA PALHAÇADA ACABA AGORA!

— VOCÊ REALMENTE ACHA QUE PODE ME DERROTAR?! – Godric gargalhou, levantando as mãos. – EU TENHO TODO O PODER EM MINHAS MÃOS, E VOCÊS VÃO SE ARREPENDER DE TER FICADO EM MEU CAMINHO!

— Eu não acho. – Lucas disse calmamente, passando a andar em sua direção com Olioti em seu encalço. – Eu tenho certeza.

Godric rosnou alto — SEU HUMANO ESTÚPIDO, NÃO VÊ QUE ESTOU A UM PASSO DE ACABAR COM TODOS VOCÊS?!

— Essa é sua última chance, Godric! – Olioti disse dessa vez, empunhando uma de suas espadas. – Se entrega, ou morre!

O vampiro gargalhou — Me entregar?! EU QUE ESTOU COM A VANTAGEM AQUI, SEUS MERDAS! – Godric gritou furiosamente, apontando o cajado para agora imensa esfera de energia. – E está na hora de vocês entenderem isso de uma vez por todas. MORRAM DE UMA VEZ!

E então, com um movimento de seu cetro, a esfera estava em movimento—e ela estava indo na direção de Lucas e Olioti!

Godric passou a gargalhar, não se importando nem um pouco se o impacto do ataque o mataria também. Após tudo que ele tinha passado, isso era tudo o que ele queria. Assistir aqueles malditos humanos arrogantes caírem de uma vez, e junto deles, tudo que lhes era mais precioso. Aquela esfera tinha um poder de explosão equivalente a, pelo menos, 30 bombas nucleares, então mesmo que Godric morresse ali, ele sabia que ia levar consigo pelo menos grande parte—se não absolutamente tudo—do Brasil, e isso já era mais do que o suficiente para completar sua vingança.

Ele não conseguiria dar cabo de toda humanidade, mas pelo menos os culpados pela morte de Scarlett seriam liquidados, e isso era tudo o que importava.

A esfera se aproximou da base, e Godric já estava pronto para ouvir os gritos desesperados de suas presas enquanto enfrentavam a sua destruição... mas diferente do que ele esperava, nada aconteceu.

Literalmente nada, porque a esfera simplesmente parou antes de atingir a base.

O lorde vampiro parou de rir e olhou confuso na direção de Lucas e Olioti, procurando entender o que havia acontecido e o porquê de seu ataque arrebatador não ter sido ativado ainda. A poeira que a esfera estava levantando devido a sua velocidade abaixou após alguns segundos, e se Godric tivesse um coração, ele provavelmente teria parado naquele momento.

A esfera de energia não tinha parado, mas sim tinha sido parada por Lucas Rossi Feuerschütte, cujos olhos e marcas estavam brilhando com uma luz tão forte que provavelmente cegaria qualquer um que estivesse por perto. Ele estava com as duas mãos levantadas na direção da esfera, parecendo ter congelado-a no tempo e a incapacitando de prosseguir na direção de seu alvo. Ao seu lado, com as marcas e olhos brilhando de forma tão intensa quanto as de Lucas, se encontrava um despreocupado Olioti, quem não parecendo nem um pouco afetado pela luminosidade de seu parceiro.

E atrás dos dois estavam duas pessoas que Godric nunca tinha visto em toda sua existência, mas que olhavam em sua direção com raiva e desprezo idênticas ao que os olhos luminosos dos rapazes transmitiam.

O homem atrás de Lucas colocou as mãos em seus ombros, imediatamente adquirindo as mesmas marcas e luminosidade nos olhos. O gigante atrás de Olioti fez o mesmo, e assim como seu parceiro, adquiriu as mesmas marcas que o caçador possuía.

Lucas sorriu trêmulo, parecendo confiante apesar da dificuldade que parecia estar tendo em segurar a esfera de energia.

— E-essa fala é n-nossa! – Lucas rebateu vitorioso, para então gritar. – AGORA!

E de imediato, Olioti saiu em disparada na direção de Godric com a espada em mãos, e a lâmina brilhava com uma energia carmesim do mesmo tom das marcas em sua pele.

Godric arregalou os olhos com a súbita rapidez do caçador, e em uma última tentativa, ele “acionou” a bomba, fazendo com que Lucas tivesse que conter uma explosão ao invés de simplesmente a esfera de poder!

Ele gritou com o esforço, mas muito para o desespero de Godric, ele não tremeu na base como o esperado. Muito pelo contrário, Lucas o encarou com olhos determinados e furiosos e aumentou a sua quantidade de poder, envolvendo a explosão nuclear em uma esfera temporal de sua própria criação e contendo a explosão de uma forma que Godric sequer imaginava possível.

Godric cometeu um grave erro no entanto, porque ao focar em Lucas e seu choque perante quantidade de poder demonstrada pelo guardião, ele esqueceu completamente de Olioti, e quando o lorde vampiro pareceu se lembrar do caçador já era tarde demais, tendo em vista que Olioti foi extremamente rápido em separar seu braço direito—o que segurava o cetro—de seu corpo, e em seguida, perfurar a sua garganta.

O lorde vampiro arregalou os olhos mais uma vez, engasgando em sangue e tentando tocar a lâmina com a mão restante em uma tentativa débil de se livrar dela, mas ao tocar na lâmina luminosa, sua mão imediatamente pegou fogo. Ele gritou, se engasgando em sangue, e encarou Olioti com olhos aterrorizados, enquanto o caçador o encarava com intensos e frios olhos dourados.

Dourados, assim como o homem que estivera atrás de si segundos atrás.

— Lembro-me da sua filha me dizendo que eu ia me arrepender se eu ficasse em seu caminho. Bem... então eu vou repetir o que eu disse, antes de cobrir ela de bala. – Olioti torceu a lâmina dentro do pescoço de Godric, que urrou, e então fuzilou o caçador com um olhar cheio de ódio. Olioti apenas sorriu em resposta. – Você devia ter nos matado enquanto teve chance.

Ele então, com apenas um movimento de seu braço, fez com que a cabeça de Godric rolasse pelo chão enlameado do campo de batalha, trazendo um fim à existência do temido Godric Lavern Maquiavelli.

Olioti respirou fundo, não conseguindo acreditar que finalmente tinha conseguido enquanto assistia o corpo do vampiro entrar em combustão e queimar perante seus olhos. Ele quase sorriu em alívio, mas antes que pudesse, um grito de esforço preocupante soou pelo campo de batalha, chamando a atenção do caçador para o seu guardião—que muito para a sua surpresa—ainda estava precisando conter a enorme explosão causada pela esfera.

— Mas que merda-... LUBA! – Olioti gritou, alarmado. – EU MATEI ELE! POR QUE NÃO TÁ DISSIPANDO?!

— O C-CETRO! – Lucas gritou de volta enquanto sua voz e corpo tremiam com o esforço. – DESTRÓI O M-MALDITO CETRO!

— Cetro?! – Olioti repetiu pasmo, olhando em volta e finalmente achando o bendito objeto, que se encontrava no chão e brilhando com a mesma quantidade de poder de antes, quase como se não estivesse dependendo de Godric e fosse autoconsciente. – Puta merda!

Olioti correu na direção do cetro e o pegou, imediatamente o largando e xingando de dor quando o objeto lhe queimou ferozmente ao toque. Lucas mais uma vez urrou em esforço, mal aguentando o peso e caindo com um joelho no chão e berrando — P-PORRA T3DDY, QUEBRA LOGO ESSA MERDA!

— Caralho caralho caralho! – O caçador xingou ofegante, e então pegou o cetro novamente, sentindo o calor quase de imediato. – FILHO DA P-... – Ele xingou e imediatamente balançou a cabeça e tentou partir o objeto em dois, mas o cetro resistiu. – Quebra logo, inferno!

Olioti fez força, tanta força, que seus berros entraram em sincronia com os de Lucas enquanto ele continuava tentando conter a explosão. O caçador sentiu uma fúria descomunal se apoderar de seu coração quanto o cetro não só mostrou resistência, mas também pareceu querer consumi-lo, e Olioti já estava farto de toda essa merda!

Seus olhos brilharam vermelhos, e então, dourados, até que um rosnado frustrado escapou seus lábios enquanto ele colocava toda sua força possível na tentativa de quebrar o cetro em vão, mas quando Lucas caiu completamente de joelhos e urrou de desespero, Olioti gritou em sua voz dupla — Q̻̬͙̘ͪ͋ͮ̂U̯̗͋ͤEBͯ͂͆ͣ̋R̲͕͖̣̥̈́͛̐̈̓A ̰D̰̻ͅE̹ ̾̌̽ͧ̄UM̫̮̤̰̈̍̐̂̍ͅA͎̹ͨ̂ ̭ͪV̜̜̫͛ͧ̿E͂ͮ̂̿Z͑̊ͣ͑,̘̝͓͔̯̉̂ͫ͒̔ ̟̬͚͔̫P̤̻̯̹ͨͯ̄ͧÖ̤̩͚̺̮́̅̍͛ͯR͗ͭͫͬR͓̦̠͒ͪ̀A!̰̺̟͙͎̫̑̏̐́̉ͬ  

E assim, o cetro se partiu em dois.

O que se seguiu foi surpreendente. O objeto imediatamente perdeu toda cor e luminosidade que possuía, e o cristal no topo imediatamente se tornou opaco e sem vida. A explosão, surpreendentemente, se dissipou em um piscar de olhos—como se nunca nem tivesse acontecido—e o desaparecimento súbito foi sentido pelo corpo de Lucas, que foi ao chão desacordado assim que a pressão sob seus ombros se aliviou.

Olioti estava encarando as duas partes do cetro surpreso e ofegante, não acreditando na quantidade de força que ele precisou usar para quebrar algo com uma aparência tão frágil, mas o barulho de Lucas caindo foi mais do que o suficiente para chamar a sua atenção.

— Luba! – Ele gritou alarmado, jogando os pedaços do cetro de qualquer jeito no chão e disparando na direção do namorado desacordado. Ele o alcançou em questão de segundos. – Luba, ei, ei! Acorda!

Lucas, suado e completamente exaurido, não abriu os olhos, o que deixou Olioti ainda mais aflito. Ele colocou o ouvido no peito do guardião e tentou controlar sua respiração, que estava tão rápida e alta que ele mal conseguia ouvir os próprios pensamentos. Demorou alguns meros segundos, mas ele finalmente identificou o maravilhoso som do coração de Lucas batendo, um constante tu-dum que fez Olioti rir em alívio, e esconder o rosto contra a camisa enlameada de Lucas.

— Puta que pariu, amor... – Ele xingou enquanto ria baixinho, desacreditado. – Não me dá um susto desses de novo, meu deus...

Olioti acabou indo ao chão também, tentando recuperar o fôlego enquanto mantinha o rosto contra o tecido da camisa de Lucas. Ele no entanto, ouviu passos, o que o fez levantar a cabeça levemente para assistir as pessoas saindo da base para entender o que tinha acontecido e ver Alexi e Chris correndo em sua direção.

— T3ddy, caramba! – Chris exclamou enquanto se ajoelhava ao seu lado e tentava ajudá-lo a se sentar. – O que aconteceu aqui?! Cadê o vampirão?

— Lucas? – Alexi perguntou relutantemente, tocando o rosto e peito do guardião desacordado. – Ei, acorda!

— Ele tá cansado... – Olioti disse enquanto aceitava o apoio de Chris. – Literalmente segurou aquela coisa sozinho, não tem como não estar...

— Segurou?! – Alexi questionou, espantada. – Você quer dizer que ele parou o ataque do Godric sozinho?!

Olioti assentiu, descansando a cabeça contra o ombro de Chris — Ele segurou, e eu dei cabo do Godric. Era a única saída que tínhamos.

— Caracas, mano... isso é surreal. – Chris disse espantando, olhando na direção que os restos queimados de Godric jaziam, e que estavam sendo analisados pelos comandantes e outros caçadores naquele exato momento. Ele então sorriu para Olioti. – Vocês conseguiram, cara. Vocês mataram aquele velhaco filho da puta!

— Por um triz, aparentemente. – Celestine disse ao se aproximar, ganhando a atenção de todos. Ela sorriu de forma orgulhosa. – Parabéns pela vitória, jovem Olioti.

— Celestine! – Olioti sorriu largamente, aliviado em ver a bruxa, mas então se tornando confuso quando notou a aparência diferente de seus olhos. – Ei, o que aconteceu com seus olhos?

Ela riu baixinho, se ajoelhando ao lado de Lucas—que agora estava com a cabeça descansando no colo de uma preocupada Alexi—e se pondo a tocar seu rosto cuidadosamente, o examinando.

— Lucas me devolveu a visão, de alguma forma. – Ela disse carinhosamente, afagando o cabelo suado do rapaz em questão com uma expressão tenra. – Eu não sabia da extensão de seus poderes, ou o que ele realmente era. Apenas que era especial, e carrega consigo a alma de meu adorável enteado... Que linda surpresa ele veio a ser.

A expressão de Olioti se iluminou em felicidade, e ele voltou a fitar o rosto de Lucas—que parecia dormir profundamente—com uma expressão também orgulhosa.

— Vocês não fazem ideia... Ele segurou aquela coisa gigante sozinho, e então, o vampirão decidiu acionar a bomba, e o Luba conteu a explosão! – Ele contou euforicamente, recebendo olhares pasmos. – Eu sei, foda né não?! Nunca pensei que ele seria capaz de uma coisa dessas, mas provavelmente foi muito, até pra ele. Acabou desmaiando depois que eu quebrei o cetro e a explosão sumiu.

Celestine olhou em sua direção com interesse — O cetro? Você o quebrou?

— Sim, tá em algum canto pra lá. – Olioti gesticulou na direção que havia jogado o objeto.

— E a esfera no topo? Você tocou? – Celestine tornou a perguntar.

Olioti deu de ombros — Não, só quebrei a haste mesmo. Não tive tempo pra pensar, com o mundo prestes a explodir e tudo mais.

Celestine sorriu, parecendo satisfeita — Entendo. Você fez muito bem, querido. Nós não sabemos que tipo de coisa seria liberada caso você tivesse quebrado o cristal.

Olioti estufou o peito — Bom saber que fiz a escolha certa. Luba não é o único com cérebro de nós dois, sabe?

— Claro, claro. – Celestine assentiu, voltando a atenção para Lucas. – Por que você não o busca para mim? Seria melhor manter tal objeto místico tão perigoso comigo, pelo menos até descobrirmos se ainda é perigoso.

— Ah pode deixar que eu pego. – Chris se ofereceu, mas antes que pudesse levantar, Celestine balançou a cabeça.

— É melhor o jovem Olioti o fazê-lo. Você pode se machucar segurando o cetro sendo nada além de humano. Ele foi capaz de empunhá-lo e quebrá-lo, o que eu imagino ser graças à influência demoníaca que carrega consigo, então é melhor não arriscarmos.

— Ah, ok então. – Olioti assentiu. – Me ajuda a ir lá pegar, Chris. Minhas pernas tão meio bambas ainda.

Chris concordou, ajudando Olioti a se levantar e ir na direção do cetro. Já Celestine continuou sua breve verificação em Lucas, sendo assistida por Alexi esse tempo todo, e não parecendo notar quando Francine se sentou ao lado da vampira.

Alexi se virou para sua lady Francine, pronta para discursar sobre os feitos de Lucas, quando ela encontrou a expressão extremamente séria no rosto de sua senhora. A vampira arqueou uma sobrancelha, não esperando encontrar uma aura tão tensa em volta de Francine quando eles finalmente tinham vencido, e tudo parecia acabado.

Ela abriu a boca para perguntar qual era o problema, mas sua senhora falou primeiro, só que suas palavras foram direcionadas à Celestine — Oi, Celestine. Que bom te ver de novo depois de todo esse tempo.

Celestine levantou a cabeça para sorrir na direção de Francine — Olá, Francine. É muito bom te ver novamente. Não achei que seria possível.

— De certa forma não deveria ser, sabe, com eu estando morta e tudo. – Francine sorriu de forma breve, mas muito para a confusão de Alexi, seus olhos não eram nem um pouco amigáveis. – Sabe, tem uma coisa que me intriga muito nisso tudo.

 O que seria isso? – Celestine perguntou despreocupadamente enquanto continuava a examinar Lucas.

— Não é um tanto inquietante que Godric conseguiu achar esse lugar tão rápido, quando eu estou certa de que os caçadores tem conseguido manter a localização em segredo dele por todo esse tempo? – Francine calmamente perguntou, fazendo com que os presentes congelassem no lugar. – É muito curioso que ele tenha conseguido chegar aqui assim que Alexi transportou todos para cá do reino unido.

Celestine levantou o olhar para fitar Francine — Deveras alarmante, sim.

— E também é muito curioso como Godric sabia que Lucas e seu caçador estariam no baile naquela noite, não? Pelo que vi através dos olhos dele, tudo devia ser um segredo.

— Oh, nós tínhamos um informante... – Alexi admitiu, recebendo olhares de todos. – Er, Godric tinha esse informante que nos alimentava informações vindo do coração da base dos caçadores ingleses. Eu não sei quem era, porque eu nunca vi ou falei com a pessoa, mas éramos alimentados com informações constantes dos caçadores, o que sempre nos deixava um passo a frente deles. Também era um jeito do Godric mantê-los sobre vigilância, caso planejassem tentar algo contra ele. Foi assim que descobrimos sobre a infiltração.

— Entendo... Mas se tinham um informante dentro da base, por que exatamente Godric precisou torturar caçadores para encontrá-la?

 Bem, isso eu não sei. Eu já não estava mais com Godric quando ele chegou na base dos caçadores ingleses, mas esse informante era um pouco estranho. – A vampira franziu o cenho. – Ele começou a nos oferecer informações de livre e espontânea vontade. Godric nunca o mandou para a base, justamente porque não sabia onde era. A pessoa simplesmente nos contatou e ofereceu seus serviços. Eu nunca entendi, mas Godric não era de desperdiçar oportunidades...

— Um informante voluntário, hm? – Francine continuou a encarar Celestine, impassível. – Que pessoa prestativa, não acha, Cel?

Celestine encarou Francine, mas não disse nada. Alexi sentiu a tensão entre as duas bruxas e imediatamente ficou desconfortável. O que estava acontecendo?

— O que você está insinuando, senhora Francine? – Gael perguntou confuso, enquanto abraçava seu marido.

— Ela está dizendo que há um traidor entre vocês. – Burkhard anunciou calmamente, ficando em pé atrás de sua esposa. – E que esse traidor possivelmente se encontra entre nós, nesse exato momento.

Todos imediatamente ficaram em silêncio, e tensão era tanta que o ar entre todos os presentes parecia inexistente. Olhares preocupados e assustados foram trocados, mas Celestine continuou a fitar Francine, com uma expressão tão impassível quanto.

— Aqui tá o cetro, ele tá meio lascado mas-... – Olioti pausou, finalmente notando a atmosfera e arqueando uma sobrancelha. – Ave, que que rolou aqui? Tá tudo bem?

— Nada, jovem Olioti. – Celestine disse calmamente, desviando o olhar de Francine para sorrir na direção de Olioti. – Me dê o cetro. Vou me certificar que ele fique seguro.

— Não dê o cetro a ela. – Francine retrucou, recebendo olhares ainda mais confusos.

— Uh? – Olioti piscou, confuso. – Mas-...

Antes que ele pudesse terminar, uma onda incrível de poder foi expelida por Celestine, o que mandou todos que se encontravam em pé voando diversos metros de distância.

— Mas que porra?! – Olioti gritou após se recuperar do baque. – Celestine, que diabos você tá fazendo?!

— Cel...? – Soren perguntou de onde jazia caído, com os olhos arregalados. – O que... o que...?

— Eu realmente esperava que não chegasse a esse ponto. – Celestine suspirou, se levantando e limpando o vestido. – Eu esperava que pudesse simplesmente pegar o cetro e sumir de vista, mas claro que Francine tive que se meter onde não é chamada, como sempre.

— Você... Celestine, mas que merda?! – Olioti demandou ao se pôr de pé com a ajuda de Chris. – Como assim você esteve nos traindo?!

— Não leve pro lado pessoal, garoto. Eram apenas negócios. – Celestine disse dando de ombros e indo na direção do cetro. E por algum motivo, ninguém conseguia se mexer para impedi-la. – Godric tem sido uma pedra no meu sapato há muito tempo, e eu precisava me livrar dele, mas ele também acumulou uma quantidade de poder muito grande durante os anos então e eu não podia simplesmente matá-lo. Eu precisava achar uma forma de absorver os seus poderes de alguma forma antes de matá-lo, mas eu não podia fazer isso eu mesma sem deixar as coisas óbvias, então... eu apenas aproveitei a oportunidade que meu caro Lucas ofereceu. – Ela se abaixou para pegar o cetro, e então analisou o estrago. – Nossa, que brutalidade. E era uma peça tão bem feita também...

Olioti passou a rosnar, alto, não conseguindo acreditar em seus olhos. Os outros não estavam muito diferentes, mas Celestine nem parecia notá-los, muito focada em analisar o dano infligido no cetro.

— Realmente uma pena, mas essa não era a parte mais importante. – Ela focou no cristal no topo do cetro, sorrindo e a desgarrando da peça na qual estava presa. – Ah, aqui está você.

O cristal, antes opaco e sem vida, imediatamente se tornou transparente novamente, deixando a mostra uma belíssima e assustadora nuvem de poder que parecia se mexer contida dentro do cristal. Ela girou o objeto cristalino em mãos e sorriu satisfeita, assentindo.

— Está em perfeitas condições. Magnífico. – Ela então se virou para Olioti, completamente ignorando os demais olhares furiosos lançados em sua direção, e andou em sua direção. – Você me impressionou, jovem Olioti. Eu não imaginava que você seria capaz de dominar o demônio dentro de si com tamanha maestria, ao ponto de conseguir matar Godric com suas próprias mãos. Sem contar o poder incrível que Lucas demonstrou ao neutralizar o poder do ataque final de Godric. Definitivamente, uma dupla incrível, e de poder delicioso.

Olioti tentou se mexer, sair do lugar, fazer qualquer coisa, mas ele ainda não conseguia. Celestine parou a sua frente, com a esfera em uma mão e a ponta do cetro na outra e o olhando com interesse, e ele sentiu um arrepio involuntário lhe correr a espinha.

— O Lucas eu vou levar comigo. Eu ainda não sei como absorver seus poderes, mas eu pretendo descobrir. Já você? – Seu sorriso se tornou macabro, um sorriso que definitivamente não combinava com o rosto gentil de Celestine. – Você é inútil.

Olioti rosnou ainda mais, e um coro de negativas e protestos soou dos demais, mas Celestine apenas os ignorou novamente, levantando a ponta do cetro—que mais parecia uma estaca no presente momento—e a pressionou contra o peito de Olioti, muito para o desespero do rapaz que, devido à exaustão da batalha e o estado desacordado de Lucas, não estava conseguindo canalizar o poder do demônio como ele queria para se livrar as amarras invisíveis que pareceram puxar ele para baixo e o forçar a ficar de joelhos. Ele grunhiu, mas antes que pudesse pensar em falar alguma coisa, Celestine então guardou a esfera no bolso e segurou seu rosto.

— O seu corpo não passa de uma casca que está contendo o poder explosivo do demônio de estimação de Lukas Feuerschütz, então quando eu te matar, a força vital do demônio pode ser simplesmente absorvida por essa belezinha aqui... – Ela apontou com a cabeça na direção onde tinha guardado o cristal. – Já você? Completamente descartável.

Olioti continuou rosnando na cara da bruxa apesar das lágrimas de caíam de seus olhos, e a expressão assombrada e desacreditada no rosto dos outros era desconcertante. Como isso podia ter acontecido? Gentil, amável Celestine... uma traidora? Não podia ser possível. Aquilo era incabível!

— Lucas! – Alexi gritou em desespero. – Lucas, acorda!

— Cale-se! – Celestine ordenou ríspidamente, soltando o rosto de Olioti. – Ele não vai acordar! Eu me preocupei em selar sua consciência e poderes enquanto o “examinava”, então não tem ninguém que pode intervir agora!

Ela se virou para Olioti novamente e sorriu malévola, fazendo com que o coração de todos parasse por um segundo.

— Adeus, adorável caçador. – Ela pressionou a estaca contra o peito de Olioti, e ele urrou. – Obrigado por tudo~!

Ela pressionou mais a estaca, Olioti gritou, os outros gritaram junto em desespero, mas no momento seguinte, Celestine estava sendo jogada para longe e Olioti se viu livre do abraço da morte mais uma vez.

O tempo literalmente pareceu parar por um segundo e todos precisaram fechar os olhos perante a súbita claridade que assolou seus olhos. Um momento se passou, e quando os olhos de Alexi finalmente se recuperaram, ela sorriu de orelha a orelha e chamou euforicamente — LUCAS!

Lucas, completamente acordado e visivelmente furioso, se encontrava em pé em meio ao seu círculo de amigos, que outrora petrificados, finalmente pareceram ser liberados do feitiço que os prendia. Alexi imediatamente foi na direção de Francine, a ajudando a se levantar junto a Burkhard, enquanto os outros se ajudavam e Soren permanecia no mesmo lugar, ainda parecendo petrificado pela revelação de sua amada esposa sendo uma traidora de sangue frio.

Lucas imediatamente foi na direção de Olioti, puxando a estaca para fora de seu peito—o que causou outro urro de dor—e rapidamente curando a ferida. Levou alguns poucos segundos, e quando ele finalmente terminou e estava verificando a saúde do caçador, ele teve que se levantar subitamente para defender não só a si mesmo como a todos os outros de um súbito ataque nocivo lançado em sua direção. Ele repeliu o ataque sem esforço, e fuzilou a atacante.

— Como DIABOS você está acordado, garoto?! – Celestine demandou saber, jogando outro ataque, que Lucas mais uma vez repeliu. – Eu selei você e seus poderes, você devia estar-...!

— Saia de dentro dela. – Lucas subitamente demandou, silenciando Celestine e chamando a atenção de todos, em especial Soren.

— O que? – Celestine questionou, não parecendo entender.

— Eu disse pra sair de dentro dela, Éris.

Celestine encarou Lucas por alguns segundos silenciosos, até sorrir de forma maliciosa e pender a cabeça para o lado — Então Lukas esteve fofocando para você novamente?

— Se você não vai sair... – Lucas começou, sumindo de vista por um momento, e então reaparecendo na frente da bruxa, segurando seus ombros e a pegando de surpresa. – Então eu vou ter que te tirar à força.

Seus olhos e marcas brilharam, e Celestine gritou enquanto uma luz cegante os engolia. Soren ficou de pé e chamou o nome de sua esposa em desespero enquanto os outros permaneciam paralisados no lugar. Segundos depois, algo—ou melhor dizendo, alguém voou para longe, apenas para parar no ar e passar a flutuar com uma expressão frustrada em seu belíssimo rosto.

Já Lucas permaneceu no mesmo lugar, com uma Celestine desacordada em seus braços e uma expressão de poucos amigos.

— Você realmente tem muita coragem de dar as caras assim por aqui. – Lucas disse, só que a voz não parecia realmente dele, soando mais velha. – Pelo que eu me lembre, da última vez que tentou algo perto de mim, eu te botei para correr.

A recém desmascarada Éris então passou a sorrir, passando as mãos em suas vestes negras e desgrenhando seus belíssimos e longos cabelos escuros — E eu pensei ter lhe dito que eu sou uma mulher persistente, meu caro Lukas Von Feuerschütz.

Os presentes assistiram, atônitos, o diálogo entre a aparente bruxa das trevas e o antepassado de Lucas, que atualmente usava seu corpo emprestado. Pelo visto, a morte de Godric não fora o fim daquele conflito, e o homem não passara de um mero peão que estava sendo usado pela verdadeira orquestrante daquele jogo doentio.

Eles tinham vencido a batalha, mas não a guerra.


Notas Finais


EHUAOEHUOHAUOAHEUOHAEUOHUOEAHUOAE a cobra tá fumando. Arranquei o tapete debaixo de vocês quantas vezes? Pq eu amo.

Ah, e sim, essa é a Éris "deusa do caos", caso não tenha ficado claro~

Até loguinho~!

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